Japão implantará mísseis antinavio de longo alcance perto do Mar da China Oriental devido a temores sobre Taiwan

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Míssil antinavio Type 12

O Japão planeja implantar mísseis de longo alcance na ilha de Kyushu, no sudoeste do país, próximo ao Mar da China Oriental, segundo uma reportagem da agência de notícias Kyodo. A decisão ocorre em meio a crescentes preocupações com um possível conflito no Estreito de Taiwan, com o objetivo de fortalecer as “capacidades de contra-ataque” japonesas em caso de emergência.

De acordo com fontes do governo japonês citadas pela reportagem, a implantação dos mísseis deverá começar no final de março do próximo ano. A medida visa reforçar a segurança das ilhas Nansei, um arquipélago estratégico localizado a cerca de 110 km de Taiwan, cuja proximidade aumenta sua importância em meio às crescentes tensões na região.

A avaliação de possíveis locais de implantação está em andamento, com duas guarnições do regimento de mísseis da Força Terrestre de Autodefesa sendo consideradas: Yufu, na província de Oita, e a cidade de Kumamoto. No entanto, a província de Okinawa, que abriga várias bases militares dos EUA e está mais próxima da China continental e de Taiwan, provavelmente não receberá os mísseis, para evitar aumentar as tensões com Pequim.

Os mísseis a serem implantados são uma versão aprimorada do Type 12, de lançamento terrestre e guiado contra alvos navais, agora com alcance estendido de 1.000 km. Caso sejam posicionados em Kyushu, poderão atingir as costas da Coreia do Norte e da China continental, ampliando a capacidade de defesa do Japão contra ameaças regionais.

A China considera Taiwan parte de seu território e não descarta o uso da força para reunificá-lo. Os Estados Unidos e seu aliado Japão, apesar de não reconhecerem Taiwan como um Estado independente, se opõem a qualquer tentativa de tomada pela força. Washington, por lei, fornece armas a Taiwan para sua defesa, o que amplia o cenário de tensão na região.

Nos últimos anos, o Japão tem reforçado a segurança de suas ilhas do sudoeste, que fazem parte da “primeira cadeia de ilhas”, uma linha defensiva que se estende do Japão até as Filipinas, bloqueando a expansão da China em direção ao Oceano Pacífico. Em novembro, a Kyodo noticiou que os EUA planejavam posicionar um regimento de fuzileiros navais equipado com lançadores de foguetes Himars nas ilhas Nansei, além de instalar unidades de mísseis de longo alcance nas Filipinas, outro aliado dos EUA na região.

O governo chinês respondeu às recentes movimentações reafirmando sua posição de que Taiwan é uma parte inalienável da China. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, declarou que a China se opõe a qualquer interação oficial entre Taiwan e países que mantêm laços diplomáticos com Pequim. Segundo ela, o princípio de “uma só China” é a base das relações políticas entre Pequim e Tóquio, e qualquer ação japonesa em Taiwan pode prejudicar esses laços.

FONTE: South China Morning Post

 

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No One

Eita, o feitiço sendo usado contra o feiticeiro. E agora ?

Negação de área na visão japonês:

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PACRF

Taiwan, que de fato é parte do território chinês, pois nem a ONU a reconhece como nação independente, só existe porque tem dinheiro e fica alimentando a indústria bélica norte-americana, ou seja, é vista pelos EUA apenas como um “negócio”, da mesma forma que a Ucrânia neste momento. Esse papo furado de que os EUA são defensores da democracia, da liberdade de expressão e dos direitos humanos, tão alardeado pelo apresentador de reality show, é conversa para “boi dormir”.

Last edited 27 dias atrás by PACRF
Bosco

Aí já que os EUA é uma democracia de mentira você prefere ficar do lado das ditaduras de verdade.
Bem inteligente da sua parte.

Oliveira

Com certeza! Mil vezes do lado da China. Estude e pesquise a “tal” “ditadura” que o ocidente tanto fala.

Bosco

A China que a China quer que a gente conheça realmente é fantástica.

Bosco

Não é possível a um país não democrático com enorme população prover bem estar para uma imensa maioria da população e muito menos para toda ela. A China não é exceção. A elite da China quer que haja uma China moderna e que seja vendida aos estrangeiros como maravilhosa porque isso é do interesse dessa mesma elite que como toda elite gosta do bom e do melhor que o capitalismo tem a oferecer e que quer se manter no topo da cadeia alimentar ad eternum. De modo diverso não é do interesse que toda a população obtenha os privilégios de… Read more »

Bosco

Não creio que a ONU reconheça a Criméia e o Donbass como sendo dos russos.
Ou seja, a ONU já morreu de podre. É só cabide de emprego de canhotos.

Bosco

Mas uma coisa devo concordar contigo: os EUA não são confiáveis desde o momento que se aliaram aos russos.

Oliveira

Pra você os Estados Unidos são confiáveis quando se aliam aos grupos terroristas em prol de petróleo?

Bosco

Os EUA estão longe de serem confiáveis , mesmo porque “estados” são criações humanas dirigidos por seres humanos e o ser humano e a humanidade são uns troços que realmente não deram certo, mas não é por isso que eu vou achar a China ou a Rússia mais confiáveis. Eles até “parecem” mais confiáveis de acordo com a ótica ideológica (bolha) de cada um porque estiveram (e ainda estão) na coleira americana por 80 anos. Quando se virem forte o suficiente e se sentirem soltos pode ser que você tenha saudade dos tempos em que usamericanusmalvados eram o cachorro grande… Read more »

Bosco

E só pra contextualizar, terrorista mesmo pra mim com “T” maiúsculo é a Rússia em sua ação na Ucrânia.

Guizmo

Vc conhece alguma família taiwanesa? Sugiro conversar com alguem nascido lá antes de escrever com tanta determinação que eles não são um país

Bosco

A ONU não reconhece Taiwan por conta do poder de veto sa China.

Rogério Loureiro Dhierio

Olha aí uma oportunidade dos OTH100 para o Japão.

Carlos Campos

seria legal se eles comprassem, mas quase impossivel eu acho

Cristiano Salles (Taubaté-SP)

Exemplo para o Brasil copiar de negação de área…

País continental…, com uma marinha pequena para a grandeza do país…, dispositivos móveis de lançamento de mísseis anti-navio…

Vai dar medo em quem pensar em encostar aqui com más intenções e bem mais barato que meios navais…

Têm o canal do: Top Militar LHB no YouTube o rapaz da uma aula legal sobre este assunto para no caso do Brasil…, têm vídeos legais nesse canal…, parece ser um cara esforçado e patriota…

Abraço a todos…

Fábio CDC

K-300P Bastion-P ! Umas 15 baterias para nós seria Excelente!

Bruno

Mas não temos os Astros adaptados para lançamento do Mansup ? Acredito que o problema seja o alcance reduzido.

Bosco

O K-300 nos protegeria de sermos atacados pelos canhões navais (rsss) e de sermos invadidos por meio de desembarque anfíbio mas hoje em dia navios (e submarinos) atacam a mais de 1500 km de distância.
A estratégia de defesa nacional deve levar isso em conta antes de gastar alguns bilhões de dólares com baterias de mísseis antinavios.
O que é bom para um país pode não ser para outro tendo em vista o contexto geopolítico.

Last edited 27 dias atrás by joseboscojr
Bosco

Sou de opinião que a defesa naval ideal para o Brasil é o submarino.
Como acho que não teremos os tais 4 subnucs (rsss) planejados para até 2030 eu apostaria em 15 submarinos convencionais no lugar desses 15 K-300 Bastion.
*Com a vantagem de que torpedos não podem ser “neutralizados” via kill switch.

Guizmo

Bosco, eu acrescentaria aos submarinos, aviões de grande curso, que possam carregar ASMs de longo alcance

Carlos Campos

A vida da China na região não é fácil, pois os Japoneses conseguem acertar a costa Chinesa com sua Marinha, o mesmo vale para PLANAVY, a situação é que se os Japoneses entrarem em guerra com a China, a China sai bem mal disso, Japão é muito mais forte que Taiwan

Fábio CDC

Certamente já existe, por baixo dos panos, uma Aliança Japão-Taiwan-USA sobre o que fazer e como fazer quando a Guerra começar. E tenho certeza que até a KS estará envolvida, ainda que talvez não diretamente mas estará.

No One

O negócio é rezar para que o atual mandatário não seja obtuso e narcisista ao ponto de azedar as relações e prejudicar essa extensa rede de aliados… Conter a RPC sem o Japão, Taiwan e Filipinas , a primeira cadeia de ilhas, é impensável. Os EUA irão precisar desses territórios, seja indiretamente ou diretamente, fornecendo material e apoiando o esforço desses parceiros ou utilizando diretamente esses territórios. Só GUAM não é suficiente para obter o resultado. Se essa cadeia de ilhas ceder , a RPC terá passe livre para o Pacífico e poderemos dizer adeus ao domínio americano como conhecemos… Read more »

Last edited 27 dias atrás by No One
Aéreo

Um verdadeiro míssil de defesa costeira, não umas gambiarras que aparecem pelas bandas de cá.