MEKO A210

O CEO da ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS), Oliver Burkhard, afirmou que as recentes reformas no “freio da dívida” da Alemanha demonstram que “quando se trata do orçamento de defesa, praticamente não há mais limites”. A TKMS, divisão de construção naval do conglomerado alemão ThyssenKrupp, fabrica navios de guerra e submarinos e espera concluir sua separação da empresa-mãe ainda este ano.

A fabricante alemã de sistemas navais prevê que seu mercado acessível — a base de clientes potencial — triplique até o final da década. “Este mercado viável em eletrônicos, drones, embarcações de superfície e submarinos deve dobrar ou até triplicar até o fim desta década”, declarou Burkhard à CNBC durante a Cúpula de Tecnologia de Defesa em Singapura.

Essa expectativa surge após o parlamento alemão aprovar um pacote fiscal que inclui mudanças nas políticas de dívida, permitindo um aumento significativo nos gastos com defesa. A reforma permitirá que certos gastos militares e de segurança não fiquem sujeitos ao limite de endividamento governamental, o que é uma mudança sem precedentes desde 1945.

Burkhard destacou que essa medida contraria a abordagem tradicional alemã, que normalmente prioriza análise detalhada e previsões antes de tomar decisões orçamentárias. Segundo ele, a frase “custe o que custar”, utilizada pelo futuro chanceler Friedrich Merz para justificar o aumento dos gastos militares, é um sinal de que os investimentos na área podem superar 500 bilhões de euros.

Com esse cenário, a indústria de defesa alemã deve acelerar projetos e expandir a produção. A TKMS já adquiriu um novo estaleiro em Wismar, no norte da Alemanha, para construir navios para Alemanha, Noruega e Israel, além de suas instalações em Kiel e no Brasil.

Sobre o futuro dos navios tripulados, Burkhard sugeriu que drones marítimos não substituirão completamente embarcações tradicionais, mas atuarão como uma extensão delas. Em vez de quatro submarinos, por exemplo, clientes podem optar por dois, acompanhados de 50 veículos autônomos.

A TKMS também aposta em parcerias para expansão. Em 2025, firmou uma joint venture com a indiana Mazagon Dock Shipbuilders para projetar e construir seis submarinos para a Marinha da Índia. Enquanto a TKMS fornecerá engenharia e design, a construção será realizada na Índia.

Além disso, a empresa está se preparando para sua listagem na Bolsa de Valores de Frankfurt, com um spin-off planejado para este ano. O forte aumento de 155% nas ações da ThyssenKrupp em 2024 impulsiona as perspectivas da separação, refletindo o otimismo do mercado com os novos investimentos na indústria de defesa.

FONTE: CNBC

Subscribe
Notify of
guest

9 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Kornet

Qual o peso,esse canhão é um Vulcan de 127mm,quantos silos de mísseis antiaéreos?
Interessante para a MB.

Zeven

O deslocamento dela é na faixa das 4.700 toneladas e possui 32 VLS mk41.
Maior do que ela, a TKMS também tinha apresentado alguns anos atrás a Meko a300, concorrendo em um programa da Polônia, que se aproximava de 6.000 toneladas.

Burgos

Parece ser bem armada essa A 210, a meio navio contei 8 contêiner (16 no total) de míssil médio/longo alcance, mais a ré 3 defesas de ponto parece ser 1 Phanlax e Mtr 2 da FCTs (Sea snake), ambos por cada bordo do navio entre outras como CME e etc.
Interessante 🤔
Obs: não sei se a MB mudou, mas abaixo do calibre de 40 mm a MB denomina metralhadora e não canhão, mas como tudo tá mudando hoje em dia 🤷‍♂️

Last edited 7 horas atrás by Burgos
Wadson Lúcio Pereira

Até calibres de 20 mm são considerados metralhadoras pesadas e isso ocorre de acordo com a Força ou o equipamento que a utiliza .

Dom Lazier

Designe bem diferente essa meko, parece os antigos navios da wa1 ou wa2, gostei. Mas prefiro a meko300

Gabriel BR

TKMS é nome forte! só falta os alemães lançarem um porta helicópteros com capacidade expedicionária nos moldes do Dokdo Sul coreano para completar o portfólio.

Fábio Mayer

Será que há chances desse incremento de negócios gerar pedidos para o estaleiro em Itajaí, que constrói as Tamandarés?

Gabriel BR

pouco provável

Luís Henrique

Uns anos atrás a Thyssen Krupp queria vender esta divisão porque não estava indo bem. Eu sonhei na época que se o Brasil tivesse 2% do PIB alocado no orçamento da Defesa, talvez a Embraer poderia comprar a divisão naval da Krupp e fundar a “Embraer do mar”. Na época o valor de mercado era bem menor que hoje. Outra empresa alemã que ficou meio de lado no novo MBT foi a Rheinmetall, anos atrás valor de mercado bem menor, também seria uma empresa que poderia ser adquirida e crescer muito e conquistar mercado. Agora já está virando um monstro… Read more »