A Índia lançou recentemente a fragata Tavasya, a segunda de um lote de quatro navios da classe Talwar construídos em colaboração com a Rússia. A cerimônia ocorreu no estaleiro Goa Shipyard Limited (GSL), marcando um avanço significativo na capacidade naval do país.

A classe Talwar, conhecida por sua tecnologia furtiva, é projetada para operações multifacetadas, incluindo combate em superfície, guerra antissubmarino e defesa aérea. A Tavasya está equipada com mísseis BrahMos, reforçando sua capacidade de ataque contra alvos marítimos e terrestres.

Este lançamento é parte de um acordo adicional entre Índia e Rússia para a construção de duas fragatas na Rússia e duas na Índia. A primeira fragata russa, INS Tushil, foi comissionada na Marinha Indiana em dezembro de 2024.

Project 11356, classe Talwar

As fragatas da classe Talwar desempenham um papel fundamental na modernização da Marinha Indiana, com seis unidades já em serviço desde 2003. Com a adição das quatro novas fragatas, a frota contará com dez navios desta classe, ampliando significativamente a presença naval da Índia na região.

A colaboração com a Rússia destaca a parceria estratégica entre os dois países no setor de defesa, combinando expertise estrangeira com capacidades de construção naval locais. A construção da Tavasya no GSL reflete o compromisso da Índia em fortalecer sua indústria de defesa doméstica e alcançar maior autossuficiência em tecnologia militar.

Espera-se que a Tavasya entre em serviço ativo após a conclusão dos testes de mar e integração de sistemas, contribuindo para a segurança marítima e projeção de poder da Índia no Oceano Índico.

INS Tarkash – F50 da classe Tawar lançando míssil Brahmos

As fragatas da classe Talwar são navios de guerra furtivos de mísseis guiados, desenvolvidos com base nas fragatas russas da classe Krivak III, projetados e construídos pela Rússia para a Marinha Indiana. Essas embarcações desempenham um papel central na frota de superfície da Índia, servindo como uma ponte de transição para classes mais avançadas produzidas domesticamente.

Características principais:

  • Comprimento: 125 metros
  • Boca: 15 metros
  • Calado: 4,2 metros
  • Deslocamento: 4.035 toneladas carregada
  • Propulsão: Sistema COGAG (Combinação de Turbinas a Gás), composto por duas turbinas DS-71 e duas DT-59, permitindo uma velocidade máxima de 30 nós e um alcance de 4.500 milhas náuticas a 15 nós
  • Tripulação: 180 militares

Armamento:

  • Mísseis antinavio: 8 lançadores verticais para mísseis Klub ou BrahMos
  • Mísseis superfície-ar: 24 mísseis Shtil-1
  • Artilharia: 1 canhão naval A-190E de 100 mm ou OTO Melara de 76 mm
  • Defesa aproximada: 2 sistemas AK-630 ou Kashtan CIWS
  • Guerra antissubmarino: 2 tubos lançadores de torpedos de 533 mm e 1 lançador de foguetes RBU-6000
  • Aeronaves: Capacidade para operar 1 helicóptero Ka-28, Ka-31 ou HAL Dhruv

Navios da classe Talwar:

  • INS Talwar (F40): Comissionada em 18 de junho de 2003
  • INS Trishul (F43): Comissionada em 25 de junho de 2003
  • INS Tabar (F44): Comissionada em 19 de abril de 2004
  • INS Teg (F45): Comissionada em 27 de abril de 2012
  • INS Tarkash (F50): Comissionada em 9 de novembro de 2012
  • INS Trikand (F51): Comissionada em 29 de junho de 2013
  • INS Tushil (F70): Comissionada em 9 de dezembro de 2024
  • INS Tamala: Prevista para comissionamento em 2025
  • INS Triput: Prevista para comissionamento em 2026
  • INS Tavasya: Lançada, com previsão de comissionamento após 2026

As três primeiras fragatas foram construídas pelo Estaleiro Báltico em São Petersburgo, Rússia, enquanto as três seguintes foram construídas pelo Estaleiro Yantar em Kaliningrado. As duas últimas estão sendo construídas localmente na Índia pelo Goa Shipyard, com entrega prevista para o final da década.

A classe Talwar representa um marco significativo na modernização da Marinha Indiana, combinando tecnologia avançada com capacidades multifuncionais para enfrentar ameaças contemporâneas no domínio marítimo.

Subscribe
Notify of
guest

17 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Carlos

♫♪ É o huesiiiil, hueeesiil, na contramão, desde 1964…♫♪

( leiam na vibe no hino do Botafogo )

Nunes Neto

Quase o mesmo peso das Tamandares,porém muito bem armadas, realmente o ponto fraco das tamandares são os silos para misseis,só 12, eu acredito que a defesa aproximada poderia ter 1 a frente tb, como em outros navios cobrindo assim 360°, enfim parabéns a Índia.

Rogério Loureiro Dhiério

Umas seis pelo menos destas ai, já dariam um “alento”.

PACRF

Fragata com características parecidas com a Tamandaré. Não é necessário importar, basta construir mais Tamandarés.

Rogério Loureiro Dhierio

A maior semelhança é o Brahmos.
Concordo.

Padofull

Na verdade as Tamandarés melhores armadas é o alento. Depois pede mais um lote.

737-800RJ

Segundo alguns comentadores, se trata de uma “corveta” ou “fragueta”, porque não desloca 5.000, 6.000 toneladas.
Deixando a zoeira de lado, muito bem armada. Cada metro é bem aproveitado. Parabéns, Índia!

Last edited 6 horas atrás by 737-800RJ
Bernardo santos

Quando alguém chama de corveta ou fragueta está se referindo ao tamanho do navio, não a sua tonelagem. A Tamandaré poderia ser melhor armada.

Burgos

São verdadeiros “Monstros dos Mares”, que inveja da comitiva da MB que foi visitar a Marinha Indiana e ver esses “Monstros” de perto.👀⚓️💪

https://www.naval.com.br/blog/2024/08/26/visita-do-comandante-da-marinha-do-brasil-a-india/

Last edited 6 horas atrás by Burgos
Miguel Carvalho

Há-ja aço.

BraZil

Pois é. Existem parcerias que realmente te colocam em outro patamar e as que te mantém eternamente acorrentado ou dependente. Acorda Brasil. China e Índia, potências emergentes a tempos, fizeram parcerias militares com a Rússia, da qual não se arrependem, já que vários de seus armamentos de produção nacional, mais modernos, derivam de tais iniciativas. O DNA Russo está muito presente no poderio militar Chinês e Indiano, mostrando que quem faz os acordos certos e aprende a nacionalizar os itens adquiridos, está no caminho do desenvolvimento e independência. Já nós, latinos, seguimos o caminho inverso…

Jagder

Pelo que vemos na Ucrânia, o DNA russo não vale muita coisa.
No caso, o que vale mesmo é a quantidade de pessoas dispostas a morrer.
Típico das guerras do século XVIII e XIX.

Joanderson

Não tem nada a ver com parcerias certas,o que importa é a força de vontade do país que quer se tornar uma potência militar,se a Índia e china deram certo fazendo acordos com a Rússia, países como Turquia e Israel deram certo fazendo acordos com o ocidente.
No caso do Brasil nem se a Rússia nos doasse as plantas de construção de todas suas armas o Brasil não se tornaria uma potência militar, ficaríamos no eterno discurso que não precisamos desses tipos de poder de fogo.

Pragmatismo

Poderíamos?

Sei que se trata de uma parceria de longa data. Mas tudo para ser longo tem começar um dia.

10 fragatas com Brahmos. Nada mau.

Relação custo x benefício.

Sem essa ladainha ideológica, pelo amor de Deus.

Não conseguimos comprar o Pantsir e lembro da torcida contra aqui neste blog.

André Macedo

Construídas lá e talvez com eletrônicos ocidentais (já que muito do argumento contra é que equipamentos chineses ou russos teriam dificuldade na integração com os nossos já adquiridos), não vejo problema, não quero ver TOT na minha frente nem pintado de ouro, que usem o projeto das FCT e cuidem pra não perder o know-how.
Os russos fazem isso também, existem versões de aeronaves russas construídas com aviônicos de Israel pra exportação voando, mas não lembro qual.

Pragmatismo

Su-30 MKI

Ozawa

‘Tavasya’ só nome … Ela é bem sortida … 😏