Japão testa novo modelo de canhão eletromagnético a bordo do navio experimental JS Asuka

O Japão iniciou os testes de uma nova variante de canhão eletromagnético (railgun) no navio experimental JS Asuka (ASE-6102), conforme revelado por imagens publicadas no X por モリジュン, no dia 9 de abril de 2025. A arma, de design angular, parece ser uma evolução do sistema testado pela primeira vez no mar em 2023, desenvolvido pela Agência de Aquisição, Tecnologia e Logística do Japão (ATLA).
O JS Asuka, lançado em 1994, é um navio único na frota da Força Marítima de Autodefesa do Japão (JMSDF), usado exclusivamente como plataforma de testes. Com 151 metros de comprimento e deslocamento de 6.200 toneladas, já serviu de base para experimentos com radares, mísseis, sistemas de propulsão e torpedos ao longo de quase 30 anos. Seu histórico inclui testes do sonar OQQ-XX, do radar FCS-3 e da propulsão híbrida COGLAG, além de contribuições em resposta a desastres naturais.
O Asuka conta com hangar para helicópteros H-60 e espaço para equipamentos de sonar rebocado, sendo frequentemente modificado para acomodar novas tecnologias. Em 2022, participou do teste do míssil antiaéreo A-SAM, hoje conhecido como Tipo 23, e nos últimos anos foi adaptado para testes do sonar VDS+TASS da classe de fragatas Mogami.
O projeto do canhão eletromagnético japonês começou com pesquisas nos anos 2010 e evoluiu para o desenvolvimento de um modelo de 40 mm. Em 2022, o sistema atingiu velocidades superiores a 2.000 m/s e realizou 120 disparos com sucesso. Em outubro de 2023, foi feito o primeiro teste de disparo de railgun no mar do mundo, com um modelo de 6 metros de comprimento e 8 toneladas instalado no Asuka.

Esse teste utilizou dois tipos de projéteis de 320 gramas e contou com um sistema de fornecimento de energia composto por quatro contêineres, incluindo um banco de capacitores com capacidade de 5 megajoules. Imagens divulgadas mostraram o extenso cabeamento e a montagem robusta do sistema a bordo.
O Japão também tem colaborado com parceiros internacionais no desenvolvimento de armas eletromagnéticas. Um engenheiro da ATLA foi designado para um centro de pesquisa da Marinha dos EUA entre 2023 e 2024, e em maio de 2024, Tóquio assinou um acordo de cooperação com França e Alemanha para trocas de informações e possíveis projetos conjuntos.
A railgun faz parte da estratégia japonesa de criar capacidades de intercepção contra ameaças hipersônicas. Os planos do Ministério da Defesa incluem protótipos de versões navais de pequeno calibre até 2027 e modelos de médio calibre para uso terrestre e embarcado até 2028, com miniaturização do sistema de energia prevista para a próxima década.
É 🤔
Parece que o problema dessa arma vai continuar sendo o espaço para armazenamento dessa energia utilizada pelo Railgun, o EUA abandonou o projeto e priorizou outros em seu lugar para desenvolvimento.🤷♂️
Além de espaço pra fonte de energia, a própria arma é enorme.
Os EUA diminuindo seu foco nesta arma me *lembrou outro projeto, primeiro australiano e depois americano, abandonado por dificuldades técnicas e financeiras → Metal Storm
*Esta semana vi uma noticia sobre os chineses retomando a ideia de ‘Metal Storm’ e desenvolvendo com exito uma arma
com 16 canos e fire rate de 450 mil projeteis por minuto.
É destinada a defesa aérea contra enxames de drones e mísseis hipersônicos com velocidade de até, teoricamente, mach 7.
O problema dessas armas é o desgaste do cano, além dos já citados acima..
Como curiosidade, os EUA também possuem um navio de função similar, trata-se do “Paul Foster” único “destroyer” sobrevivente classe Spruance, 8.000 toneladas carregado que serviu de 1976 à 2003, então convertido para sua nova função como navio de testes.
.
Apesar da idade, ele foi revitalizado mais uma vez ano passado, o que deverá permitir seu uso por talvez mais 10 anos e não será surpresa se um “Arleigh Burke” – que começarão a ser retirados de serviço a partir de 2031 – ocupe seu lugar após a devida conversão.
Interessante que os EUA quase que parou de tentar desenvolver essa tecnologia, por ser cara não ser pratica, e o Japão quer usar contra Mísseis Hipersônicos, eu acho que isso é como tentar parar um tiro de fuzil com um tiro de .38
Me parece muito dificil direcionar o projetil contra um alvo inimigo, principalmente misseis hipersônicos. Acho que a vocação deste tipo de equipamento consiste em atacar navios. Por outro lado, a tecnologia baseada em feixes de laer de alta potência parece ser a tendência mais eficaz quando se pensa em confrontar misseis hipersônicos e revoadas de drones.
acho que é melhor para apoio de uma tomada de cabeça de praia, ele ia arrasar a costa inimiga estando longe do horizonte da costa, muito mais barato que mísseis
O desenvolvimento do railgun americano (de 150 mm) era para poder efetuar apoio de fogo e ataque a alvos críticos em terra.
Carlos, Nessa analogia que você fez os respectivos “projéteis” são não guiados. No caso, o projétil hipersônico será guiado. Quanto à velocidade diferente (projétil de fuzil e do 38) não importa numa interceptação frontal. A velocidade tem importância numa interceptação por trás, com o alvo se afastando. A “bala” de um 38 em tese pode interceptar a bala de um fuzil numa interceptação frontal mas seria “impossível” fazê-lo numa interceptação traseira ou transversal. A mídia leiga paga que inventa essas fanfarronices sobre hipersônicos e superarmas das ditaduras (até parece que eles gostam de ditaduras) sempre coloca como empecilho da interceptação… Read more »
Só de curiosidade, há duas formas de neutralizar um míssil. Através da interceptação direta em que o míssil explode totalmente (hard kill) , o que geralmente exige um impacto direto (hit to kill) ou através da interceptação indireta realizada com “fragmentos” do míssil produzidos por uma ogiva de fragmentação que explode nas proximidades (espoleta programada ou de proximidade) ou se abre na frente do míssil (AHEAD) . Interceptação “hard kill” é feita com projéteis integrais de canhões de altíssima cadência (ex: Phalanx) ou com mísseis de impacto direto (ex: PAC-3, Stinger, etc) . No caso de interceptação indireta é denominada… Read more »
Obrigado Bosco, eu não acredito que seja possível usar para atacar mísseis hipersônicos, na minha opinião teria que ter uma espoleta de procimidade nessas munições, mas será que existe um sensor de proximidade que possa enxergar um míssil hipersônico e seja pequeno o suficiente pra caber na munição? ou se ela for programável, será que existe um mecanismo que aguente a aceleração do canhão eletromagnético e que seja imune ao campo eletromagnetico da arma? acredito no SM3 e SM6. Boa tarde
Carlos, Projéteis como o Excalibur já suportam uma aceleração de mais de 15000 g’s. Não duvido que a aceleração de um canhão eletromagnético seja até menor que a de um canhão convencional apesar da velocidade final ser maior. No canhão EM o projétil é acelerado durante todo o percurso dentro do “cano” enquanto no canhão convencional há uma aceleração repentina após a queima da carga de projeção. Quanto a espoleta de proximidade, os projéteis de 30 mm já as possuem e são capazes de se ativarem com pequenos drones. Não creio que haveria problema com um míssil hipersônico. Claro, tem… Read more »
Me equivoquei. No lugar de “mission kill” é “control kill”.
Fico imaginando o trabalho que deve dar para controlar as correntes de Foucalt de uma arma dessas.
Demanda muita energia.
Mas se funcionar a contento, será um efetivo avanço para a Marinha do Japão.
O canhão eletromagnético possui grande potencial para ataque e defesa, seja terrestre, seja aéreo, naval ou espacial.
Em teoria poderia lançar ogivas inteligentes ou balisticos, mísseis e torpedos a longa distância.
O problema é produzir e gerenciar a grande a quantidade de energia necessária para sua utilização.