Marinha Italiana recebe nova fragata multifunção ‘Spartaco Schergat’ construída pela Fincantieri

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Trieste, 15 de abril de 2025 – A Marinha da Itália recebeu oficialmente nesta terça-feira (15) a fragata multifunção “Spartaco Schergat”, a nona de uma série de dez unidades do programa FREMM (Fragata Europeia Multi-Missão). A entrega foi realizada no estaleiro Muggiano, em La Spezia, pela Orizzonte Sistemi Navali (OSN) – uma joint venture formada pela Fincantieri (51%) e Leonardo (49%) –, responsável pelo projeto e construção do navio.

A cerimônia de entrega contou com a presença de autoridades civis e militares, entre elas Dario Deste, diretor-geral da Divisão de Navios da Fincantieri, Giovanni Sorrentino, CEO da OSN, o diretor-geral da OCCAR Joachim Sucker, e os almirantes italianos Vincenzo Montanaro e Giuseppe Abbamonte, além do general francês François Watteau, representante da Direção Geral de Armamentos (DGA).

Fragata de última geração com foco em guerra antissubmarino

A “Spartaco Schergat” é a primeira das duas unidades da versão Enhanced Anti-Submarine Warfare (ASW) da classe FREMM. O navio foi projetado como uma embarcação verdadeiramente multimissão, integrando capacidades típicas das versões de uso geral (GP) e antissubmarino, permitindo flexibilidade em missões de controle marítimo, proteção de rotas estratégicas e operações de interdição naval.

Com 144 metros de comprimento, 19,7 metros de largura e deslocamento de 6.700 toneladas, a fragata pode atingir velocidades superiores a 27 nós e acomodar até 200 tripulantes. A autonomia é de cerca de 6.000 milhas náuticas a 15 nós, o que permite missões prolongadas mesmo fora do Mediterrâneo.

Tecnologia de ponta e resiliência cibernética

O navio incorpora sistemas avançados desenvolvidos por Fincantieri, Leonardo, MBDA e Elettronica, com alto grau de automação e resiliência cibernética. Seu projeto envolveu extensos estudos de fatores humanos, garantindo eficiência e segurança operacional com espaços otimizados para diferentes cenários táticos. O nível de automação também reduz a necessidade de manutenção contínua, garantindo maior disponibilidade operacional.

 

FREMM: o maior programa naval europeu

Lançado em 2005, o programa FREMM visa substituir as antigas fragatas das classes “Lupo” e “Maestrale”, construídas nas décadas de 1970 e 1980. As fragatas são fruto da cooperação entre Itália e França, por meio da OCCAR (Organização Conjunta de Cooperação em Armamento), com a OSN atuando como contratante principal.

Além das nove unidades já entregues, duas fragatas da versão de nova geração, chamadas FREMM EVO, estão atualmente em construção e têm entrega prevista para 2029 e 2030.

Com o programa FREMM, a Marinha Italiana reforça sua capacidade de atuação em múltiplos teatros de operações, consolidando a liderança da indústria naval europeia no desenvolvimento de meios navais de alta tecnologia e eficiência.

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Dom Lazier

só queria duas na nossa marinha

737-800RJ

Nosso sonho poderia ter se realizado em 2019.
A essa altura estaríamos com 2 FREMM novinhas aguardando com tranquilidade as 4 Tamandarés…

https://www.naval.com.br/blog/2019/01/30/italia-oferece-fragatas-fremm-ao-brasil/

Groosp

Parece que elas vão pra Grécia. O frete deve ser barato já que fica do lado 😉

Luís Henrique

Acabei de ver em uma mídia indiana que, segundo eles, o Brasil confirmou que está avançando negociações para adquirir 4 Fragatas classe Nilgiri.

A Fragata classe Nilgiri tem deslocamento quase idêntico à FREMM italiana e possui um poder de fogo um pouco superior em minha opinião, com 32 células para Barak-8 e 8 Brahmos, contra 16 células para Aster-30 e 8 Teseo.

Burgos

Não tem a fonte ?!
Posta o link aí pra gente ver 👍
Eu gosto dessa classe de navio, são fragatas “bombadas” digamos assim 😏

Vinicius Soares

Superior?? Quem escolhe o número de VLS é o cliente.

Mercenário

Superior a essa FREMM italiana, ele está correto.

mario

Você julga um navio pelo número de células VLS, além disso, o Fremm Evo tem 32 células, esta que acabou de ser entregue é a fragata ASW entre as mais avançadas do mundo não só porque são as mais silenciosas, mas também graças ao novo conjunto anti-submarino de Leonardo com sistema anti-torpedo e por isso são aprimorados. Entre as melhorias, o novo sistema de plataforma com um novo centro de operações, um novo sistema de controle de danos e um sistema cibernético para verificar e identificar quaisquer anomalias ou ataques, bem como um novo conjunto de guerra eletrônica derivado do… Read more »

frank

todas as fremm levam 16 VLS .mais vem ja com opcao para ampliar para 32 se for o caso , afinal sao fragatas pesadas 6700 t . com muito espaco para emplementar .

No One

Eu só fico calado e observando rsrsrs… Se você soubesse que por trás dessas fragatas tem o pezinho da Fincantieri rsrs…que foi lá nos dois principais estaleiros fornecer consulencias e assistência. Deixa quieto 🤫 kkkk

Leandro Costa

Espero que seja uma piada de péssimo gosto.

Luís Henrique

Porque?
Com a falta de navios de combate na MB e pelo porte e poder se fogo desta fragata eu ficaria feliz caso a MB encomendasse 4 unidades.
Com a possibilidade da India comprar 60 C-390 ou mais, existe a possibilidade de acordos só tipo “nós compramos se vocês comprarem”.
Ai as possibilidades aumentam.

Leandro Costa

Porque seria botar um caixão nas outras quatro Tamandarés que foram aventadas para um eventual segundo lote. Deixaríamos de construir os navios aqui, mantendo uma linha de produção aberta, teríamos que abrir uma linha logística inteiramente nova, para um navio que não opera nossos sistemas e com armamento distinto daqueles que operamos. Mais custos.

Para manter essa bagaça toda e sucatear a (re)nascente indústria naval que temos, eu acho mesmo uma piada de péssimo gosto.

Mais valeria compra de sistemas antiaéreos para o EB e produção sob licensa do Brahmos.

Ruas

Tu já viu como está a Geopolítica Mundial? Esperar prováveis +4 Tamandarés entre 2030-2035 é insanidade. Se o Brasil fosse sério na defesa, ele teria que comprar vetores de prateleira agora, governo-governo, para chegar ainda nesta década com 8 boas escoltas, porém nada impediria de mais algumas unidades de Tamandaré na próxima década. Se for essa classe indiana, seria excelente, um vetor de um quilate nunca antes usado na MB. Infelizmente as Tamandarés não estão no nível dessa classe. Nada impediria MB operar ambas as classes: 6 Tamandarés + 4 Nilgiri até 2035. Não vejo nenhum grande problema logístico. Sobre… Read more »

Leandro Costa

Ok.

Vai comprar de prateleira com que dinheiro? Vai abandonar o que está sendo feito em Itaguaí e refazer tudo do zero de novo daqui a 20 anos? Vai pagar como?

Você falou certo no primeiro parágrafo antes de começar à falar tudo errado. “Se o Brasil fosse sério em Defesa…”

Sabemos que não é sério. Se fosse, não teríamos atraso com os Gripens, PROSUB estaria bem dentro do cronograma, não teríamos tido problemas com construção de navios patrulha, Tamandarés não apenas já teriam o segundo lote garantido como também já estaríamos vendo fragatas mais pesadas como essas aí, etc.

Luís Henrique

Mas a primeira notícia que surgiu em agosto de 2024 falando de 4 á 6 Nilgiri Modificadas para a MB, já falaram que seria com TOT e construção das Fragatas aqui no Brasil. O que eu trouxe de novo é que os indianos sugerem que as negociações avançaram e que o número foi reduzido para 4 unidades. Se for com construção aqui no Brasil, com TOT, eu acho que vale muito à pena, são Fragatas Pesadas que deslocam 6.670 toneladas, quase o Dobro das Tamandaré. E podemos fazer algumas modificações caso a MB deseje um nível maior de comunalidade com… Read more »

Leandro Costa

Seria ótimo com ToT e tal. Mas vão adquirir o estaleiro em Itajaí para continuar com a mão de obra já treinada e especializada ou vão fazer um novo empreendimento? Quantos bilhões vão ser necessários? Navios maiores, mais custo não apenas de construção, mas também de operação. Vamos continuar com a cultura de não dar continuidade nos nossos programas de BID? Eu realmente gostaria de vê-los na MB. Acho que precisamos de navios dessa categoria sim. O problema é que… Papai Noel não existe. Brasília existe. Não temos dinheiro garantido nem para mais quatro míseras Tamandarés e vamos ter grana… Read more »

Felipe M.

Seria bem interessante ver as FAs terem um primeiro contato real com o Barak.
Apesar do preço, é meu sistema preferido para equipar a defesa antiaérea de média altura do EB (especialmente o Barak MX).

Antonio Palhares

Falou primeiro que eu.

Marcelo Andrade

Eu queria 6 dessas mais 10 FCT

Mercenário

Citou o Enhanced ASW, mas não esclareceu qual é o aprimoramento.

Presumo que essa fragata vai ter o VDS. Não recordo quantas das FREMM italianas são GP e quantas são ASW.

Dalton

Terá o “CAPTAS 4” que é mais um “TAS” do que “VDS” apesar de ambos serem “rebocados” o que muda se entendi direito é a profundidade.
.
Das 9 FREMM, 4 são “GP”, 4 “ASW” e essa recente – e a décima em construção – é considerada hibrida.
.
A “Spartaco Shergat” entra em serviço justamente quando se dá baixa na última fragata
classe Maestrale , a “Grecale” incorporada em fevereiro de 1983, 42 anos !

No One

Substancialmente, além do que o prezado Dalton citou, uma hibridação entre as duas versões, a eletrônica de bordo, por exemplo os sistemas de guerra eletrônica são fornecidos inteiramente por uma empresa italiana ( ELT) … Antes os sistemas eram fornecidos por um consórcio entre empresas francesas e italianas ( principalmente a THALES).

No One

“A “Spartaco Shergat” entra em serviço justamente quando se dá baixa na última fragata
classe Maestrale , a “Grecale” incorporada em fevereiro de 1983, 42 anos !

Para se ter idéia do enorme pulo e melhoramento dado pela marinha italiana com a introdução da classe FREMM, a atual frota ( de oito unidades, agora 9) já acumulou 315.000 horas de operação.

É praticamente o mesmo número de horas da classe Grecale , que tem praticamente 40 anos de serviço. As Fremm em pouco mais de dez anos entregaram quase o mesmo número de horas.

No One

“praticamente o mesmo número de horas da classe Grecale ”

* Correção – classe Maestrale*

Dalton

Longe de duvidar de alguém que aparentemente lê tudo sobre marinha italiana apenas é difícil entender como 8 Maestrales que como uma classe serviu na média, 37 anos, viu tanto tempo de mar que 8 FREMM incorporadas entre 2013 e 2019 o que dá na média menos de 10 anos de serviço !!

mario

Isso explica a alta flexibilidade, a prontidão operacional avançada devido à menor manutenção dessas unidades, a criação de espaços de trabalho maiores e mais eficientes para diferentes requisitos operacionais e a maior autonomia para missões prolongadas fora de casa, mas, acima de tudo, um maior comprometimento da marinha italiana na arena nacional e internacional.

Mercenário

Obrigado pelos retornos, Dalton e No One.

Alex Barreto Cypriano
No One

Lindas imagens de uma boa parcela da frota militar italiana durante o exercício Mare Aperto 2025:
https://www.facebook.com/reel/1001307482068260/?mibextid=ZZyLBr

Ivan herrera

Não tem haver com a matéria, mas uma dúvida no (PDR) período de docagem rápida que acabou de sair o Atlântico o que será que são revistos no navio?

Burgos

Limpeza e tratamento de casco , pintura do casco, medição geral em folga de mancais, verificação/ troca de válvulas de fundo se houver necessidade entre outros que eu não me lembro 🤔
Obs: tudo isso que eu citei, entre outras coisas que eu não me lembro são efetuadas com o navio no Dique 😏⚓️🤷‍♂️

Ivan herrera

Ok muito obrigado.

Piassarollo

Uma obra de arte da engenharia naval

Cristiano Salles (Taubaté-SP)

Não sei se é impressão minha, más em tradição de construção naval, na época moderna os vasos que aparentam ter uma construção naval mais refinada e confiável são:

1° alemães
2° italianos
3° ingleses
4° franceses e norte americanos

Mercenário

Alemães fizeram recentemente uma fragata “torta”.

Mas o produto Meko da TKMS é um sucesso comercial, sem dúvida.

Os americanos fazem navios para combate com requisitos de sobrevivência rígidos. Tanto é que resolveram modificar o parent design da FREMM e está se mostrando complicado.

No One

Os americanos são mestres em reinventar a roda . Usam padrões da década de 80 e quiseram uma superestrutura em aço, além de reforçar o casco das Constellations para navegar em águas articas. O principal problema porém é a mudança de missão. Não querem e não entendem a utilidade de uma fragata. Eles querem… destroyers! Mas a indústria deles ( seus principais estaleiros) nesse momento é incapaz de acelerar o ritmo de construção dos Burkes e pior ainda seria um nova classe de destruidores . O jeito foi compensar utilizando estaleiros secundários que normalmente constroem outras tipologias de navios e… Read more »

mario

Os requisitos de sobrevivência no fremm são rígidos, não se preocupe com isso, os americanos querem um fremm que não seja uma fragata muito maior e armada e isso envolve um redesenho total do navio.