Índia envia segunda bateria de mísseis antinavio BrahMos às Filipinas e fortalece parceria estratégica

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A Índia enviou com sucesso a segunda bateria do sistema de mísseis supersônicos BrahMos para as Filipinas, conforme noticiado em 20 de abril de 2025 pelo jornal The New Indian Express. Ao contrário da primeira entrega, feita por via aérea em 2024, esta foi realizada por transporte marítimo, demonstrando a capacidade logística crescente da Índia e sua consolidação como exportadora de defesa. A operação simboliza o fortalecimento dos laços estratégicos entre Nova Délhi e Manila, bem como o crescente interesse global por essa tecnologia.

Desenvolvido em parceria com a Rússia, o BrahMos é um dos programas de defesa mais bem-sucedidos da Índia. O míssil, cujo nome é inspirado nos rios Brahmaputra (Índia) e Moskva (Rússia), começou como um projeto naval e hoje possui versões lançadas por terra, ar e submarinos. Com diversas atualizações ao longo dos anos, incluindo maior alcance e sistemas de controle nacionais, a versão de exportação do BrahMos é limitada a 290 km, em conformidade com os regulamentos do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR).

Cada bateria enviada às Filipinas inclui lançadores móveis, radar de controle de tiro, centros de comando e veículos de apoio, todos montados em plataformas Tatra 6×6. O míssil é capaz de voar a velocidades supersônicas com precisão cirúrgica e trajetória rente ao mar, dificultando a interceptação por sistemas de defesa aérea. Essas características tornam o BrahMos especialmente eficaz no terreno desafiador e fragmentado do arquipélago filipino.

O contrato, assinado em janeiro de 2022 por US$ 374,96 milhões, foi o primeiro grande acordo de exportação de armas da Índia. Ele prevê o fornecimento de três baterias do sistema BrahMos, treinamento de operadores e apoio logístico de longo prazo. A primeira equipe filipina foi treinada na Índia em 2023, adquirindo conhecimento técnico essencial para a operação autônoma dos sistemas, o que acelera sua integração nas forças armadas locais.

A aquisição tem grande importância estratégica para as Filipinas, que enfrentam crescentes tensões no Mar do Sul da China. A presença do BrahMos reforça a capacidade de dissuasão e defesa costeira do país. Para a Índia, o sucesso da exportação se alinha à iniciativa “Make in India” e à política de estreitar laços com países da ASEAN. Com negociações em andamento para mais nove baterias, as Filipinas podem se tornar o maior operador estrangeiro do BrahMos, consolidando uma parceria regional robusta em defesa e segurança.

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João

Como já observei, a resposta contra a China será paga na mesma moeda estratégica dela. Ataques concentrados de saturação. Nenhuma frota consegue dar conta de 10 desses misseis lançados contra uma esquadra expedicionária.

Heinz

Talvez sim, nunca se foi testado em combate real.

Guizmo

A tendência é dar mais certo donque errado, afinal é um ataque. A complexidade de se defender de míssil antinavio é enorme, pros 2 lados. Por isso defendi em outro post que Marinhas de guerra sao mais eficientes com aviacao naval equipada com misseis anti-navio. Dura realidade, mas navios sao alvos

Carlos Campos

consegue sim, mas não sai incólume

Renato Alves

As Filipinas recebendo Sistemas Antiaéreo de última geração. A quantos anza esse processo nas FAs Brasileiras? Não vejo empenho necessário na aquisição deste tipo de sistemas que no Brasil não é apenas uma lacuna mas uma questão de segurança nacional….