Marinha Francesa testa ‘drone kamikaze’ de superfície em exercício real no Mediterrâneo

Em 26 de abril de 2025, a Marinha Francesa realizou um teste inédito de um veículo de superfície não tripulado (USV) de ataque unidirecional (OWA), também conhecido como “drone kamikaze”, contra um navio-alvo desativado no Mar Mediterrâneo, próximo a Toulon. A embarcação-alvo, um antigo navio de desembarque (LCU), foi atingida por um USV carregado de explosivos, lançado a partir de um navio-patrulha offshore.
O objetivo do experimento foi validar a capacidade da Marinha Francesa de empregar munições navais remotamente operadas a partir do mar, como parte de sua preparação para cenários de combate de alta intensidade. A iniciativa integra o programa POLARIS, lançado em 2021, que visa aproximar os treinamentos das condições reais de operação e estimular a inovação tecnológica nas forças armadas.
Antes do teste, a embarcação-alvo foi devidamente preparada para minimizar impactos ambientais e riscos de afundamento. Foram removidos combustíveis e fluidos, e a área de impacto foi protegida com placas metálicas e pneus. Apesar dessas medidas, imagens divulgadas sugerem que o USV pode ter atingido uma área não protegida da embarcação.
VÍDEO: Marinha Francesa testa drone de superfície de ataque unidirecional
Embora detalhes técnicos sobre o USV não tenham sido oficialmente divulgados, acredita-se que o modelo utilizado seja semelhante ao Seaquest S, desenvolvido pela empresa francesa SeaOwl. Esse tipo de drone naval é inspirado em tecnologias empregadas por forças ucranianas no Mar Negro e reflete uma tendência global de adoção de sistemas não tripulados em operações navais.
O teste do USV explosivo é parte de uma série de experimentos conduzidos pela Marinha Francesa para aprimorar suas capacidades de combate. Em dezembro de 2024, um submarino nuclear francês lançou um torpedo pesado F21 contra um navio desativado, resultando em seu afundamento. Já em fevereiro de 2025, a fragata Courbet foi submetida a um teste de resistência com a detonação de uma mina naval próxima ao casco.
Essas iniciativas demonstram o compromisso da França em modernizar suas forças navais e adaptar-se às novas ameaças no cenário marítimo global, reforçando sua prontidão para enfrentar desafios em ambientes de conflito de alta intensidade.
Se tem um aspecto da guerra da Ucrânia em que os ucranianos mostraram excelência foi esse. Suponho que apoio francês deve estar sendo pago com o expertise ucraniano em operações com drones navais.
A guerra está mudando e os navios vão ter que se armar com mais canhões de pequeno calibre ou metralhadoras pesadas para conter um enxame de drones desse tipo. Se combinar um ataque de saturação com drones marítimos e aéreo isso vai saturar as defesas aéreas e por isso serão necessários mais reparos de metralhadoras e armas de tubo em geral. Entretanto, o navio poderia portar pequenos drones anti-drone que irão de encontro a esses para explodi-los antes que cheguem muito perto da embarcação.