A seguir, o relatório do Serviço de Pesquisa do Congresso, de 20 de julho de 2022, Programa Light Amphibious Warship (LAW) para a U.S. Navy: Antecedentes e Questões para o Congresso.

Do relatório
O programa Light Amphibious Warship (LAW) da Marinha prevê a aquisição de uma classe de até 35 novos navios anfíbios para apoiar o Corpo de Fuzileiros Navais, particularmente na implementação de um novo conceito operacional do Corpo de Fuzileiros Navais chamado Expeditionary Advanced Base Operations (EABO). A Marinha já havia previsto a aquisição do primeiro LAW no FY2023, mas a apresentação do orçamento do FY2023 da Marinha adia a aquisição da primeira LEI para o FY2025. O orçamento proposto para o ano fiscal de 2023 da Marinha solicita US$ 12,2 milhões em financiamento de pesquisa e desenvolvimento para o programa.

O conceito EABO foi desenvolvido com foco em possíveis cenários de conflito com a China no Pacífico Ocidental. Sob o conceito, o Corpo de Fuzileiros Navais prevê, entre outras coisas, ter unidades do Corpo de Fuzileiros Navais do tamanho de pelotão reforçado manobrando ao redor do teatro, movendo-se de ilha em ilha, para disparar mísseis de cruzeiro antinavio (ASCMs) e realizar outras missões para contribuir, juntamente com a Marinha e outras forças militares dos EUA, para as operações dos EUA para combater e negar o controle do mar às forças chinesas. Os navios LAW seriam fundamentais para essas operações, com LAWs embarcando, transportando, desembarcando e, posteriormente, reembarcando essas pequenas unidades do Corpo de Fuzileiros Navais.

Os LAWs seriam muito menores e individualmente muito mais baratos de adquirir e operar do que os atuais navios anfíbios da Marinha. De acordo com a apresentação do orçamento do ano fiscal de 2023 da Marinha, o primeira LAW seria adquirido no ano fiscal de 2025 a um custo de US$ 247,0 milhões, o segundo LAW seria adquirido no ano fiscal de 2026 a um custo de US$ 203,0 milhões, e o terceiro e quarto LAW seriam adquiridos no ano fiscal de 2027 em um custo combinado de US$ 290,0 milhões (ou seja, um custo médio de US$ 145 milhões cada). O primeira LAW custaria substancialmente mais do que os navios subsequentes no programa porque o custo de aquisição do primeiro LAW incluiria grande parte ou todos os custos de projeto detalhado/engenharia não recorrente (DD/NRE) para a classe. (É uma prática orçamentária tradicional da Marinha incluir grande parte de todos os custos de DD/NRE para uma classe de navio no custo de aquisição do navio líder da classe.)

O LAW, conforme descrito pela Marinha, poderia ser construído por qualquer um dos vários estaleiros dos EUA. A preferência básica da Marinha é que um único estaleiro construa todos os navios, mas a Marinha está aberta a construí-los em vários estaleiros com o mesmo projeto, se isso permitir que o programa seja implementado mais rapidamente e/ou menos dispendioso. A apresentação do orçamento do ano fiscal de 2023 da Marinha afirma que o contrato para a construção do primeiro LAW seria concedido em dezembro de 2024 e que o navio seria entregue em julho de 2028.

O programa LAW apresenta uma série de possíveis questões de supervisão para o Congresso. A questão para o Congresso é aprovar, rejeitar ou modificar os pedidos anuais de financiamento da Marinha e a estratégia de aquisição prevista para o programa. As decisões do Congresso sobre o programa podem afetar as capacidades da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais e os requisitos de financiamento e a base industrial de construção naval dos EUA.

Para acessar o relatório em PDF em inglês, clique aqui.

Subscribe
Notify of
guest

22 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Tupinambá

Na modalidade de navio mais feio, estão se superando.

Alexandre Cardoso

Não importa que qquer equipamento militar que seja, seja feio que dói, desde que faça o que o projeto prevê, está ótimo!

Otto Lima

Como bem disse Deng Xiaoping, não interessa a cor do gato: o importante é ele caçar ratos.

Bosco

Os americanos nunca operaram mísseis antinavios lançados de lançadores móveis terrestres, agora , há nada menos que 5 mísseis que irão operar em curto prazo.
São eles:

  1. Tomahawk Block V: 1800 km de alcance, pelo USA e USMC
  2. SM-6: 400 a 500 km de alcance, pelo USA
  3. NSM: 180 km de alcance, pelo USMC
  4. PrSM Spiral 1: mais de 500 km de alcance , pelo USA
  5. SM-6 Block IB: cerca de 1000 km de alcance. pelo USA
Carvalho2008

pois é….e com tantos mísseis anti navios espalhados na defesa costeira….não dá mais para usar mastodonticos LHAs com alta concentração de material atuando tão próximo da costa

eles precisam diluir com estes pequenos navios parecidos com os antigos LSTs minimizando as prováveis destruições…

Alex Barreto Cypriano

Mas os tradicionais big e small deck anfíbios ainda servem contra um opositor sem grandes capacidades A2AD. Mesmo contra um com capacidades A2AD desenvolvidas, ainda é possível, embora custoso em vidas e material, forçar um desembarque anfíbio – que sempre demanda supressão de defesas inimigas a apriori e o domínio aéreo na região.

Otto Lima

Por que não adaptar o HIMARS para a função de artilharia de costa?

sub urbano

China precisa copiar e fazer uns 50 pra invadir taiwan.

Carvalho2008

aí que está…para Taiwan…de tão perto, aula não precisa….ela possuimilhares de porta containeres que embora a título precário, podem fazer isto por toda a Ásia….

Thiago A.

Não tenho certeza que poderiam navegar em águas tão rasas, tão próximo da costa, de maneira discreta e com a mesma velocidade. Esse LAW pelo que entendi deverá ser um conector entre os LHA/LHD/LPD e a costa, os grandes navios logísticos não irão deixar de existir mas serão empregados diferentemente e complementados pelos LAW. Os LAW, em tese, devem garantir o acesso as águas dos inimigo. No lugar de tentar derrubar a porta do oponente, os LAW espalhados a dezenas no teatro, serão mais discretos e um alvo menos apetitosos para mísseis, grandes e caros. Irão garantir assim a profundidade,… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Não, o LAW não é conector, ele opera independente e nem tem condições de ser conector. A complementaridade com os big deck e small deck anfíbios é que se trata de um novo modo de guerra, a EABO (dentro do escopo da DMO) com regimentos litorâneos.

Carvalho2008

corretíssimo….eu já achava que os LHAs estavam perdendo seu papel ao menos em guerras simétricas….depois que li o material do LAW…virou um certeza…como bem gosto de repetir…colocar todos os ovos na mesma cesta ficou complicado até para o USA….

Alex Barreto Cypriano

O problema é que a cesta de ovos ficou ao alcance da raposa. Com imenso realismo, a USAF pretende tirar o copiloto dos seus taqueiros pra reduzir a perda de pessoal treinado durante conflito…

Thiago A.

sim, foi uma colocação incorreta, no caso seria melhor dizer complementar os conectores. Sobre operar de maneira independente, não necessariamente. Serão capazes de operar de forma independente ou em colaboração com outras forças, em apoio a Operações Marítimas Distribuídas (DMO), Operações Litorais em um Ambiente Contestado (LOCE) e Operações de Base Avançada Expedicionária (EABO).

Alex Barreto Cypriano

Belas imagens Thiago. O conector (LCAC, LCU, LCM, AAV, ACV e até helis e convertiplanos) liga a doca (ou o convôo) à praia (ou a pontos mais distantes) num desembarque anfíbio massivo de 1800-2000 homens e mais até mil toneladas de equipamento, dentre howitzers, caminhões, tratores, viaturas, blindados e até MBT. Tudo transportado pelo LHA/LHD/LPD até as proximidades da praia, em geral a menos de poucas milhas náuticas (pra evitar tempos prolongados no translado náutico ship to shore). O LAW pretende ser algo bem menor, até 75 homens mais alguns caminhões e viaturas (algumas com lançadores de mísseis anti-navio/anti-aéreo) e… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Alex Barreto Cypriano
Thiago A.

NEMO revoltado

Copia não comédia!

Otto Lima

A China tem LSTs para essa função e Taiwan é bem perto da China Continental.

Carvalho2008

O que sempre disse é a hora da verdade chega chamando o pragmatismo…. Os grandes LHAs estão deixando de ter de cumprir seu papel principal. Foram concebidos para desembarques operando entre 25 km a 70 km da costa….este número é muito curto na guerra do século 21 com a difusão de mísseis antinavio a partir da costa…outro ponto, é que eles também necessita que as defesas sejam suprimidas para atuarem…e num cenário chinês é inviável…. Vão ter de assumir outro papel como Nae leve… Em seu lugar, já prevendo a grande taxa de atrito e necessitando pulverizar as unidades anfibias… Read more »

paulop

Lembrando que os antigos LST também foram usados no Vietnã, como bases móveis de apoio às operações fluviais. Essa LAW terá, aproximadamente, 3m de calado. Caberia seu uso, resguardadas as devidas proporções é claro, na região amazônica?

Alex Barreto Cypriano

Antes era uma plataforma de 100 milhões, aí o olho cresceu e já pulou pra 145 milhões médios, mas com aquela esquisitice de uma acentuadíssima curva de aprendizado que possa reduzir o custo de construção em pelo menos 25% – não vai conseguir. E o custo, que já tá alto, vai subir mais, pode anotar. Acho o conceito todo muito frágil e quase suicida. Não à toa não tem uma forma definida de navio, ficando com aquele ar retrô. É que não é o meio e a tática, é a estratégia que é um sorvete autochupante. P.S.: as operações de… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Alex Barreto Cypriano
Otto Lima

A Damen tem projetos de NDCC que poderiam ser modificados para atender aos requisitos da USN e do USMC para o LAW.

https://www.damen.com/catalogue/defence-and-security/landing-ships