Tecnologias como gêmeos digitais e realidade aumentada ajudam Marinha a construir navios militares
O grande destaque do projeto é o seu desenvolvimento totalmente digital, que elimina o uso de papel na linha de produção das fragatas
Por Soraia Alves
A Marinha do Brasil está desenvolvendo um projeto inédito na indústria naval sul-americana para modernizar processos e diminuir o impacto da produção de embarcações nacionais no meio ambiente. A iniciativa prevê a digitalização da linha produtiva de navios, com foco na segurança das informações contidas nos documentos devido à confidencialidade exigida em um projeto militar.
A responsável pela construção das fragatas Classe Tamandaré é a Águas Azuis, Sociedade de Propósito Específico (SPE), organização formada em parceria pelas empresas thyssenkrupp Marine Systems (fornecedora de sistemas para submarinos e embarcações de superfície naval), Embraer Defesa & Segurança e Atech (subsidiária da Embraer que desenvolve soluções inovadoras com foco em controle e segurança). A aliança também estabelece bases para a exportação de produtos de defesa naval a partir do Brasil.
Ao todo serão quatro embarcações de defesa equipadas com tecnologias e sistemas que prometem aumentar a qualidade e a performance dos navios. O grande destaque do projeto é o seu desenvolvimento totalmente digital, que elimina o uso de papel na linha de produção das fragatas. Até então, todos os projetos desse porte foram desenvolvidos a partir de uma grande quantidade de documentos impressos, que incluem desenhos, procedimentos e manuais, que demandam muitas cópias e atualizações recorrentes.
“Usar tecnologias inovadoras como gêmeos digitais aumenta a fluidez, a velocidade e a performance das embarcações, além de oferecer uma manutenção mais eficiente para a saúde dos navios”, explica Fernando Queiroz, CEO da Águas Azuis, Sociedade de Propósito Específico. “Tudo isso leva a uma maior agilidade nas missões”.
Produção em Santa Catarina
As atividades de construção da primeira fragata já foram iniciadas na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, em Santa Catarina. O estaleiro, com o apoio da matriz da thyssenkrupp na Alemanha, implementou mais de 20 totens com computadores em sua área de produção. Nesses equipamentos, os profissionais envolvidos no projeto conseguem acessar os sistemas, desenhos no formato 2D e 3D, check-lists, procedimentos e manuais, tudo sempre atualizado em tempo real pelo time de engenharia do Brasil e da Alemanha.
A transformação digital permite a aceleração de processos diários, como o apontamento de mão de obra, solicitação interna de consumíveis, rastreabilidade de chapas, perfis, tubulações e verificação da qualidade. “O resultado é uma maior confiabilidade nos dados, precisão nos desenhos e até o aumento nas referências de tecnologias utilizadas”, diz Queiroz.
A próxima etapa do cronograma inclui o uso de realidade aumentada. Com ela, será possível sobrepor hologramas às peças físicas, conferindo posicionamento de montagem, interferência entre setores, layout dos compartimentos, e aumentando o nível de verificação da qualidade. “Essa tecnologia traz um salto gigantesco para o Brasil na indústria naval”, diz o CEO da SPE.
O projeto é liderado pela engenheira naval Letícia Bodanese, que trabalha há dois anos na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul. Ela conta que o principal desafio em projetos inovadores como o paperless é cultural. “As pessoas, naturalmente, tendem a resistir ao processo de mudança. Mas após uma etapa de conscientização, aprendem a trabalhar no novo cenário e contribuem com o processo, incorporando as mudanças em seus hábitos, contribuindo para o desenvolvimento pessoal de cada colaborador e o desenvolvimento da empresa”, explica a engenheira.
O primeiro navio do projeto está previsto para ser entregue em 2025. A partir de então, cada ano terá a entrega de uma nova embarcação, até 2028.
FONTE: Época Negócios
Só faz paperless (como o USS Gerald R Ford) porque as máquinas que cortam (ou mesmo dobram) as chapas, perfis e tubos trabalham com arquivos digitais. Mas eu garanto que tem impresso em algum lugar, que não é registrado como desenho oficial e portanto não existe pra contabilidade dos papéis (o grande desafio cultural…), porque sempre precisa pra um serviço ad hoc ou sem intervenção de máquinas assistidas por computador (soldas, por exemplo). Ótimo que se tenha chegado a esse nível de automação mas é um aspecto secundário: ainda dá pra fazer tudo de modo analógico. O fabuloso PIX esteve… Read more »
Vamos transferir conhecimento pra quem? Ah, tá. Pra própria TKMS.
Baita transferência de tecnologia, hein?!
Caro Pedro. Entendo que cada FCT. Terá uma versão digital, idêntica ao navio original. Isso permitirá que a MB acompanhe todo a vida útil do navio, podendo planejar todas as ações de manutenção com antecedência, sem falar que será possível aproveitar o histórico de manutenção corretiva de um navio na manutenção preventivas dos outros. Também permitirá ter um relatório detalhado do conteúdo do navio quando for desmantelado.
Se temos brasileiros trabalhando junto, não, a transferência se deu do colega alemão para o brasileiro, o que já é um multiplicador de conhecimento, mesmo indiretamente.
O pessoal pode vir a ser contratado por outras empresas ou mesmo influenciar fornecedores.
Entender a ToT como apenas de CNPJ para CNPJ não é correto, quem aprende são pessoas.
Exemplo, empresas europeias com dificuldades de contratar pessoal por lá está buscando aqui pessoal qualificado, ou mesmo as filiais, passaram a dar suporte de engenharia para as matrizes, que não tem pessoal suficiente.
Pedro, isso é marketing bobo, por sinal.
A Embraer (e outras) já trabalham assim a mais de uma década.
Trazer a expertise digital da Embraer para o setor naval é a melhor coisa que poderia acontecer, colocar os projetos navais no século XXI e termos finalmente esperança no desenvolvimento de uma teconologia de ponta no setor
Seria cômico se não fosse trágico!
Tomara que essas novas tecnologias garantam que as FCT’s venham no prazo, já que todo mundo aqui tá careca de saber do estado da meia dúzia de escoltas que a MB aimda possui….
Ainda que venham, não farão a menor diferença.
Sabe aquilo de ‘tanto faz’?
Pois é.
Um dos pontos importantes deste tipo de tecnologia é reduzir custo de fabricação e também facilitar a manutenção.
“reduz custo de fabricação”
Isso é válido pra países onde ja há uma industria de construção naval desenvolvida e com Marinhas já com planos definidos de continuidade de seus meios.
Duas coisas ausentes aqui.
Wilber, mas este é um problema do Brasil, nossos custos de fabricação são altos, mesmo para um País médio (no sentido econômico), poucas empresas tem uma forma moderna de gerenciamento de produção.
E devemos ver isto nao apenas para a MB, teoricamente, isto pode ser multiplicado para os fornecedores nacionais, e mesmo outras empresas, que venham a contratar o pessoal do Oceana no futuro.
Obvio, não esqueci do Custo Brasil, mas isto tem que ser feito por outro pessoal.
Essas fragatas já nascem mortas, obsoletas, durariam, no máximo, alguma horas num cenário de combate moderno.
ta bom Cláudia.. agora senta lá
Explica esse teu comentário, Henrique, por favor?
Se é que tem explicação, né?
Os sensores e sistemas delas são de primeira linha. O que pode ser criticado é a quantidade de misseis que ela está apta a levar sem precisar recarregar os lançadores, 4 misseis antinavio e 12 misseis antiaéreas.
Ok, Felipe, mas mais ou menos, né?
4 mísseis antinavio obsoletos, e além de poucos, apenas 12, os Sea Ceptor, apesar de modernos, têm alcance demasiadamente limitado para o cenário de combate atual.
Sem contar que elas não têm qualquer defesa conta míssies, serão total e completamente vulneráveis e desprotegidas contra esse tipo de ataque.
lema das ffaa: na paz, treine como se a paz fosse eterna. a ideia não é lutar contra ninguém é só ter o mínimo além de potências uruguai, argentina, guiana e suriname q já está até demais. é uma tática de dissuasão criada pelo brasil, se não dá pra termos uma marinha de respeito, mesmo gastando o suficiente pra isso, evitamos guerra mostrando q nenhum grande precisa ser agressivo, é só chegar e fazer o q quiser, não representamos nenhuma ameaça. vide caso dos pesqueiros chineses abalroando barcos brasileiros em nossas águas.
Antonio, pouquíssimos países tem condições de sustentar mais do que algumas horas de combate, de cabeça, só consigo pensar em EUA, os grandes da Europa, Rússia, China e Japão, o resto, nós inclusos, ficamos que nem a Ucrânia, rezando para não cortarem os canais de fornecimento.
E eu não vejo, a médio prazo, (de 5 a 10 anos) que nos tornemos relevantes a ponto de chamar a atenção de algum dos Grandes.
Complementando, devemos é insistir, como pagadores de impostos, junto aos nossos parlamentares (vixi, até eu que sou otimista tenho duvidas com os caras que temos lá, mas é o que temos para hoje) que vejam este e outros projetos como prioridade para a segurança do Pais.
Seria interessante ao menos mais duas dessas fragatas , por que 4 é um número muito pequeno
Caro Ivan
Vejo sempre o pessoal pedindo mais duas fragatas. Qual a diferença entre 4 ou 6 com o marzão que temos à nossa frente? Se quisermos impor respeito, temos de ter mais, muitas mais. E com dentes mais afiados.
Abraço
6 ainda seria uma quantidade pífia, mas essas FCT’s, embora estejam longe do “estado da arte”, ainda fariam diferença sim.
Nossas atuais escoltas são anteriores a Guerra das Falklands, são sub-armadas com equipamento pra lá de obsoleto, e tem valor NULO numa guerra moderna. Quanto antes forem aposentadas em favor de novos meios, melhor.
Caro João. Os meios de esquadrão são para emprego em combate, geralmente compondo uma força tarefa. Tanto faz o tamanho do litoral. A patrulha naval e costeira são realizadas pelos navios de patrulha. A MB contratou 4 FCT e tem a opção de mais 2 no contrato. Portanto, a MB pode exercer a opção destas duas adicionais sem precisar abrir uma nova licitação ou assinar um aditivo. Para chegar em dez, tem que fazer primieo uma, depois duas e assim sucessivamente. Em média, a MB manteve sempre algo em torno de 10 navios de combate. Algumas vezes mais.. recentemente menos.… Read more »
Chegamos a ter 14 escoltas, 6 Niterói, 3 Type 22, 4 Inhauma e 1 Barroso.
De fato. Creio que a MB chegou a ter mais que isso nas décadas de 60/70. Agora, deve ter menos de 8.
se não me falha a memoria nesta época ainda tínhamos as Gearing e as Fletcher ativas e estávamos recebendo algumas Garcia… Se for apenas por números por números, sim tínhamos muito mais escoltas nos anos 60/70/80 do que nos últimos 20 anos.
O plano são ter 12 novas escoltas , mas assim como Gripen são compras pingadas
tratando-se de MB e Brasil, so acredito vendo… Mesma ladainha com as Niteroi e não vingou, mesma ladainha com as Inhauma e não vingou… Planejamento no Brasil é complicado.
Ivan, normalmente os lotes iniciais são de poucas unidades, pois no momento do comissionamento dos equipamentos a MB terá que criar novos protocolos.
Outra coisa é que sendo equipamentos novos, e de no caso de Brasil, loooooongisssima vida útil, a MB ira ver o que pode ser melhorado e aplicado nos lote subsequentes.
Isto é uma forma sensata de se trabalhar, o nosso problema não é termos um lote de 4 FCT, é nunca termos certeza de que iremos ter outras 4!
o ideal meu caro, de verdade? Duas dúzias.. aí sim
O grande destaque do projeto é o seu desenvolvimento totalmente digital, que elimina o uso de papel na linha de produção das fragatas.
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O grande destaque deste projeto, vai ser entregar os navios no prazo e sem problemas. Não usar papel, em pleno 2023 e em estaleiro novo, é propaganda de europeu que gosta balançar um espelho na frente de brasileiro.
Nas maquetes esses navios estão muito bonitos. Vamos ver como ficarão prontos. Mas eu ainda acho eles sub armados. Só ver as corvetas russas.
Mesmo que esperemos que nunca seja necessário uma fragata dessas em dotação de guerra para combate ela deveria permitir mais armamento do que ela está projetada.
Off nada off…
https://www.reuters.com/markets/europe/thyssenkrupp-top-20-investor-calls-sale-defense-division-2023-02-03/
Uau! Bombs away.
Todo mundo tem que ler isso pra poder imaginar o que pode acontecer com um monte de ovos tidos como já postos…
Olá Alex. Pois é. Isso depende para quem será vendida a divisão de produtos militares da TKS. Quem sabe os italianos comprem? Ou os franceses? Acho improvável que seja vendida para os chineses. Talvez seja a oportunidade para algum capitalista brasileiro investir neste setor.
Oi,mestre Camargoer. Mas quem vai comprar se não dá lucro? Quem comprar vai reestruturar os contratos firmados ou vai levar adiante até falir? Quem adquirir será do ramo e o faz pra expansão ou é de fora e o faz como aquisição hostil onde se vende as partes do desmonte do negócio?
Prezado Alex
Desculpe o preciosismo, mas aquisição hostil é quando uma empresa não está à venda. Daí o interessado compra pequenos lotes de ações de pequenos investidores, até ter uma participação significativa.
Neste caso, há uma oferta (por enquanto intenção) de venda bastante amigável. Ou em bom português, os controladores querem se livrar do abacaxi.
Mas como você disse, “quem vai comprar se não dá lucro?”. Só se for uma venda como foi a da linha de montagem do jato comercial C Series da Bombardier para a Airbus por um dólar canadense.
Abraço
Grato, joão Adaime. A aquisição hostil é a maneira de que o adquirente se vale para anular o poder decisório da mesa diretora (contrária à venda) da empresa alvo através do assédio aos acionistas por intermédio de propostas públicas ou por voto de procuração. Quando a mesa diretora quer vender, a aquisição chama-se amigável. Mas, ou muito me engano, ou nem toda aquisição hostil tem objetivo de fazer prosperar a empresa adquirida – por vezes, se a desmantela pra vender suas partes, como se faria a um carro velho (em vez de vendê-lo inteiro ao ferro velho, se o desmonta… Read more »
Vixi, e a Area de Defesa vai ficando mais afunilada em poucos fornecedores!
O problema da MB é o tempo. Em 2023 deve cair para 7 o número de escoltas da esquadra , metade do que tínhamos na década passada. E até o momento apenas 4 Tamandaré contratadas para serem entregues até 2028.
Isso se forem entregues até 2028, pq do jeito que a coisa anda, dificilmente teremos as 04 Fragatas ainda nesta década. Seria um milagre a MB conseguir concluir as 04 Fragatas Tamandaré nesta década!!! Triste, muito triste a situação da nossa MB.
O problema é que a Marinha ficou de mãos atadas. Não tem nenhuma escolta usada que valha a pena se comprar no mercado agora. E com as recentes tensões geradas pela guerra da Ucrânia ninguém quer se desfazer de navios. O que tiverem para vender, se tiverem, será só osso.
Já quanto a quantidade de Tamandaré, 4 de fato são poucas mas eu acho prudente antes de exercer a opção das mais duas ou mesmo contratar novos lotes ver como a primeira da classe vai se sair no mar.
Ficou de mãos atadas muito por culpa da própria MB.
Ficou sonha do com NaE, escoltas de 6.000 toneladas, achando que esse negócio de comprar meios usados em relativo bom estado se perpetuaria. E nem vamos falar da MB deixando de lado o resto da Esquadra pra manter o sonho do charuto atômico….
Enquanto tava com a cabeça em devaneios e gastando o que não tinha, não teve capacidade de fabricar meios mais simples, como patrulhas e corvetas.
As Inhaúma vinham como filhas das Niterói, construção local, com o que se aprendeu no programa das Niterói. A Classe teve um problema, ok acontece, aí a versão aperfeiçoada, a Barroso levou 13 anos pra ficar pronta e foi filha única. Tivesse uma linha de montagem de corvetas no AMRJ aquilo não ficaria parado e não teria falta de escoltas. Colocando uma Barroso na água por ano já teríamos umas seis delas.
A Marinha parece que não quer construir veja a saga que é pra fazer patrulha de 500t.
A MB acha que fazer o básico, como navios patrulha e corvetas, não dá prestígio e que ela não deve se preocupar com isso.
O negócio é sonhar e gastar o que não tem com subnuc, NaE’s, escoltar de 6.000 toneladas, aviação embarcada, etc, etc.
É isto Fernando, além de ajustes, também implementar melhorias nos próximos lotes, caso venham a existir.
A MB poderia ter optado para a construção de duas unidades na Europa enquanto iniciava a construção de pelo menos quatro no Brasil. Desta maneira o tempo de incorporação seria reduzido e o objetivo de fabricação em solo nacional alcançado.
“7 o número de escoltas da esquadra”. Só são escoltas em tempos de paz. Em tempos de guerra, nossos escoltas precisam eles próprios de escoltas.
O que eu espero é que a MB compre o Exocet Block 3 de longo alcance e não fique limitada ao Mansup
Do jeito que o orçamento da nossa MB está baixo, eu não creio que até 2030 tenhamos as 04 Fragatas Tamandaré, se for, será um milagre!!! Triste, muito triste…
Desculpe aos demais, mas o que mata no Brasil é isto aqui “Ao todo serão quatro embarcações” .
Se investe milhões e não tem escala de fabricação, ou garantia nenhuma de que outras surgirão depois das 4 unidade…
E é por isso que não dá para ter uma indústria de defesa decente no Brasil. Quem vai construir as Tamandaré tem que colocar o custo de projeto todo nos quatro navios para que a empresa não tome prejuízo. Isso dá um baita de um custo. Se fossem 6 navios com opção de mais 4 já se diluiria melhor o custo do projeto. Mas em se falando de navios nem é tanto visto que navio é algo grande, complexo e caro. Mas vejamos mísseis. Imagina que eu abra uma indústria aeroespacial nacional, queira e tenha capacidade de desenvolver um míssil… Read more »
falou exatamente da aviões e mectron
ops…avibras e mectron….
A Alemanha já começou a embargar o Brasil por não fornecer armas para a Ucrania.
A Alemanha se fez de doida e pensou que Lula não era comunista e antiocidente.