Frotas encolhendo: problemas da Marinha Real Britânica com a baixa da fragata ‘Montrose’
O estado de curto prazo da frota de combate de superfície da Marinha Real do Reino Unido parece sombrio, pois as previsões apontam para uma força potencial de 15 cascos no meio da década
A batalha da Marinha Real do Reino Unido para manter uma frota viável de navios de guerra de superfície capazes de realizar as tarefas necessárias sofreu um novo golpe, embora planejado, em 17 de abril, quando a fragata Type 23 HMS Montrose foi desativada após 30 anos de serviço.
A etapa marca a segunda Type 23 desativada antes do previsto, após a aposentadoria do HMS Monmouth em 2021, que estava planejada para ser mantida em serviço até 2026. A HMS Montrose foi listada em números oficiais como tendo uma data planejada “out-of-service” (OSD) de 2027, o que significa que teve que ser tirada do serviço quatro anos antes do previsto.
Um fator de ampliação da aposentadoria das cada vez mais antigas fragatas Type 23 é que o cronograma para as fragatas Type 31 de substituição verá a primeira HMS Venturer entrar em serviço em 2027, quando a frota poderá ser ainda mais reduzida com a aposentadoria das fragatas Type 23 HMS Lancaster e HMS Iron Duke em 2024 e 2025, respectivamente.
Se esses cronogramas permanecerem, a frota de superfície da Marinha Real Britânica de grandes combatentes de superfície, composta pelas fragatas Type 23 e pelos destróieres de defesa aérea Type 45, pode ser reduzida a apenas 15 embarcações. A estrutura atual das missões da Royal Navy dita um requisito de 19 navios de guerra de superfície entre as classes Type 23 e Type 45.
De acordo com o programa de construção naval do Reino Unido, cinco fragatas de emprego geral da classe Type 31 Inspiration serão introduzidas no serviço da Marinha Real Britânica a partir de 2027, para substituir as fragatas de emprego geral Type 23.
Além disso, oito fragatas Type 26, atualmente sob contrato ou em construção, começarão a entrar em serviço entre 2028 e 2035, que substituirão as embarcações Type 23 configuradas para guerra antissubmarino. No planejamento atual, o cronograma para substituir as variantes antissubmarino corresponde, o que significa que não deve haver mais redução de combatentes de superfície da Royal Navy durante este período.
Acredita-se que uma outra classe de navios de guerra, apelidada de Type 32, esteja sendo desenvolvida para atuar como naves-mãe multifuncionais para embarcações de contramedidas de minas não tripuladas, para substituir os nove caça-minas tripulados restantes das classes Hunt e Sandown, e a partir de dezembro de 2022 planejado para entrar em serviço em um período de três anos, com início em 2032. No entanto, a classe ainda está em sua fase de conceito e os cronogramas provavelmente mudarão nos próximos anos.
Em uma tentativa de compensar a queda iminente no número de combatentes de superfície, a Royal Navy está enviando muitas das fragatas Type 23 restantes para programas de extensão de vida útil (LIFEX). Das Type 23 em serviço, a HMS Argyll passou por um programa LIFEX em 2022 em uma tentativa de manter a embarcação na frota até o período de 2027-2028.
Em uma série de solicitações de Liberdade de Informação (FoI) feitas no final de 2022 ao Ministério da Defesa do Reino Unido sobre os cronogramas para a partida das fragatas Type 23 e a introdução das substituições Type 31 e Type 26, o Naval Technology foi informado de que embora existissem informações que delineassem como a frota de combate de superfície seria afetada pelo aparente lapso nos cronogramas, todos os detalhes estavam sendo retidos na Seção 26(1)(b) da Lei FoI.
Apesar do interesse público aceito, foi determinado que fornecer os detalhes de quais fragatas Type 23 passariam por um programa LIFEX para atrasar sua saída do serviço e compensar a queda no número de combatentes de superfície, revelando que o planejamento avançado da Royal Navy, poderia ser explorado por adversários.
No entanto, entende-se que a data de saída de serviço dos navios de guerra pode ser estendida por no máximo seis anos após a conclusão de cada programa de manutenção, de acordo com as regras de certificação da classe da embarcação.
FONTE: Naval Technology
Eu acho que a MB já deveria tê-las adquirido faz tempo, perderam uma boa oportunidade.
Apenas 3 foram vendidas ainda jovens ao Chile numa época onde as 4 fragatas T-22, aqui classe Greenhalgh eram ainda novas, recém havia sido concluída a modernização das Niteróis e havia possibilidade de se construir mais corvetas então, não houve nem mesmo oportunidade/interesse em dar um lance por essas três.
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A “Monmouth” foi descomissionada em 2021, mas desde 2019 estava servindo de forma limitada, nem mesmo foi colocada à venda e a situação da “Montrose” recém descomissionada e duramente utilizada a faz boa apenas para desmanche.
“ e a situação da “Montrose” recém descomissionada e duramente utilizada a faz boa apenas para desmanche.”
Curioso seu comentário pois o nome dessa fragata tem ecoado muito nos corredores da ARCh ultimamente.
Pois é Glasquis o que li é que os últimos 4 anos foram “duros” para a
“Montrose” apesar da mesma ter “apenas” 29 anos.
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Poderia ser a substituta para a “Almirante Wiliams” de 35 anos hoje ou 37 após uma revitalização da “Montrose”, mesmo assim seria um navio bem mais antigo a ser adquirido do que os tradicionalmente comprados abaixo de 20 anos de serviço.
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Não encontrei nada sobre uma possível transferência para a “ArCh” então
pode ser algo sendo discutido sem ruídos, vamos aguardar !
É o lento e gradual ocaso do Reino Unido.
Há décadas vem nesse processo que retrata, com mais realidade, suas atuais potencialidades.
Há dois meses, a Sky News publicou reportagem onde um General americano disse a Ben Wallace, Secretário de Defesa do R.U. que o Exército Britânico não pode ser considerado mais de primeira linha.
Apenas seriam considerados assim Rússia, China, EUA e França.
E parece que essa classificação está sendo estendida à Marinha também.
Na História da Humanidade os impérios possuem origem, apogeu e queda…E com o ocidente não será diferente….
Se os britânicos não são considerados de primeira linha, o que sobra pra nós então? Kkk
Luis, do ponto de vista histórico, impérios vão e vem, mas a longo prazo, a Marinha Real estará se fortalecendo, Veja que eles têm os 2 QE, estão construindo uma nova Classe de Subs SSBN, Tem as Type 31 e 26, ou seja, estão apertando aqui para melhorar na frente. Não que serão a Poderosa RN de outrora, mas estão mantendo certa dissuação a longo prazo. Uma pena que o Brasil perdeu o bonde nos anos 70. Esquadras não se improvisam!
Falou isso porque ele não estava acompanhando a guerra da Ucrania.
Da marinha mais poderosa de todas por alguns séculos, até o estado atual, Britanni don’t Rule The Waves kkk, pelo menos já tem contratados novos navios e ótimos navios.
Sem chance de Type 23, eu iria de Anzac com contrato de manutenção com a TKMS, afinal também são Meko. Tira Harpoon e Phalanx, deixa o ESSM com permissão dos states. Bota Mansup e Sea Snake.
Só dando um toque a Argentina está envolvida em “negociações avançadas” para comprar três novos submarinos diesel-elétricos, de acordo com um relatório oficial enviado ao legislativo argentino. Assinado por Agustín Rossi, chefe do Gabinete de Ministros da Argentina, o relatório destina-se a abordar questões e preocupações expressas por membros dos comitês de defesa do Senado e da Câmara dos Deputados – as duas câmaras do Congresso argentino. O ministro da Defesa da Argentina, Jorge Taiana, havia sugerido anteriormente que seria dada prioridade à aquisição de submarinos, mas ele falou apenas em adquirir dois barcos. Mas o relatório de Rossi confirma que… Read more »
Também faz uns 10 anos que está em negociações avançadas pra compra de caças mas…
Kent, Portland, Albans seria muito bom para MB.
Pois aqui levaria uns 15 anos para dar baixa.
Triste
Mas o sufoco de uns, pode ser o alívio de outros (vide Atlântico). Com essa redução, pode ser que finalmente decidam se desfazer de um dos Wave, o que seria interessante â MB.
Quanto às 23, já estão em fim de vida.
Segue o jogo (e a MB de olho)
Os Type 45 seriam uma excelente opção para termos contratorpedeiros para protegerem o Nam Atlântico e também meios de defesa para o próprio navio como contra mísseis.
Existem apenas 6 T-45s ainda relativamente novos, portanto com mais de duas décadas ainda de serviço enquanto o “Atlântico” que completará 25 anos em setembro a partir do comissionamento na Royal Navy provavelmente não verá a baixa do primeiro T-45.
Elas são relativamente novas e um bom contrato de manutenção da para manter elas operando por um bom tempo. O Atlântico com o contrato de manutenção que a MB possui da uma sobrevida boa nela principalmente por ser porta helicópteros e roda menos do que as fragatas.
A marinha brasileira nunca adquiriu/ teve interesse em combatentes de superfície ou escoltas com mais de 30 anos, que se encaixa no seu comentário de serem mais rodados, mesmo as classe “Garcia” que aqui chegaram no fim da década de 1980 tinham em média 20 anos e as T-22 subsequentes menos ainda. . Outras marinhas com recursos sobrando ou justamente faltando e/ou com uma percepção de ameaça maior poderão arriscar-se e comprar navios já bem usados, mas, por enquanto não foi confirmada a baixa de nenhuma das 11 T-23s remanescentes e as duas que deram baixa não servem e os… Read more »
Seria uma boa pegar alguns Type 23 ou Type 45 para substituir as Greenhalks e também adquirir equipamentos de proteção e defesa para o Nam Atlântico e mais porta helicópteros.
Vamos largar de pensar em meios navais usados. Quem chegou em 2023 espera um pouquinho mais. É investir na compra de Tamandarés pelo menos mais duas. Depois entra com Tamandaré Bloco II especializando ora em defesa anti aérea ora em anti sub (intercalando o cronograma de fabricação). Depois de umas doze pensamos em belonaves de maior tonelagem.
Divagando um pouco, não teria sido má ideia havendo recursos na época, comprar duas fragatas Oliver Perry com 30 anos em 2014/2015 que seriam revitalizadas nos EUA aqui chegando em 2017 para servirem até 2030 ou pouco mais. . Isso teria permitido dar baixa na “Niterói” que para pouca coisa servia, em 2016 ao invés de oficialmente em 2019, antecipar também a baixa da fragata Greenhalgh para antes de 2021 e não teria sido necessário dar uma sobrevida a fragata Constituição programada para ser retirada de serviço em janeiro do ano passado com consequências negativas conforme matéria aqui mesmo no… Read more »
A classe Niterói com o contrato com a Leonardo irão ter uma sobrevida boa junto a Barroso. Agora depois das Tamandaré serem incorporadas elas poderiam virar navios de patrulha para o Nordeste e Norte como fez a França com suas antigas corvetas.
Por melhor que seja tal “contrato” Augusto, as 3 fragatas da classe Niterói que terão suas vidas estendidas, Liberal, Independência e União terão 50 anos no caso da mais nova em 2030 não valendo a pena se querer estender ainda mais depois disso, outros 10 anos, e a própria “Barroso” conforme divulgado pela marinha não será “atualizada” o que significa que não se deverá esperar dela o que já se tirou das Niteróis hoje, ou seja mais de 40 anos. . No caso das “corvetas francesas” se você está referindo-se às D’Estienne d’Orves contemporâneas das Niteróis são navios menores e… Read more »
No caso poderiam construir corvetas modernas baseados na nova classe francesa. Tenho certeza que a Naval Group tem excelentes opções e propostas e deve ter interesse em expandir o negócio com o Brasil com outros meios navais além de mais submarinos.
A marinha tem planos de adquirir bons meios de compra de oportunidade e essas fragatas são uma oportunidade e tanto assim como foi o Atlântico. Elas são muito bons e novas.
E agora?
Dar baixa em navios que já passaram da vida útil, mas sem substitutos a vista;
Ou ser obrigado a manter navios que já passaram em muito sua vida útil, por não terem substituto a vista.
Dúvida cruel….
Wilber,
Os substitutos na RN estão em construção e já com prazos de entrega visíveis. Mas houve um descompasso no cronograma deles. A tendência é a frota diminuir um pouco nos próximos anos pra depois voltar ao patamar de poucos anos atrás
Por isso acho necessário mais lotes tanto de submarinos quanto de fragatas Tamandaré e também tem que vir corvetas. A marinha poderia pegar essas Type 23 como compra de oportunidade para fortalecer a esquadra e quebrarem o galho até ter mais fragatas Tamandaré a disposição.
Augusto, As Type 23 que estão dando baixa são as mais usadas, completando cerca de 30 anos de serviço. Creio que passou do tempo de fazer compras de oportunidade com esse nível de desgaste. Qualquer gasto em navios usados, na atual situação, representaria um valor a menos para financiar eventuais quinta e sexta unidades da classe Tamandaré, ou mesmo melhorias nos armamentos das 4 que já estão encomendadas. Compras de oportunidades de navios com 30 anos poderiam até ser justificadas 10 anos atrás. Mas agora que o programa Tamandaré está andando, não vejo sentido. Se for pra gastar com compras… Read more »
A MB não tem grana pros dois.
Ou ela tem grana pras Tamandarés, e mais unidades dela;
Ou compra escoltas usadas.
Além do mais….escoltas no final de sua vida útil, com equipamentos, armas e peças de reposição diferentes de tudo que a MB utiliza agora só dá dor de cabeça logística e mais gastos desnecessários.
Nesse caso tem os caça minas da SAAB que já foram oferecidas ao Brasil. Espero muito que a MB adquira mais Tamandaré e submarinos,pois quatro de cada um são muito poucos e logo os meios ativos sairão de serviço então é necessário ter meios para substituir a quantidade deles.
Lembro que, a algum tempo atrás, tinha uma conversa que a RN ia aposentar mais cedo um dos navios da classe Wave Ruller.
Esse sim seria um bom negócio de “compra de usados”. Uma pena que nunca mais teve notícias disso.
Tomara que a MB não compre! Tomara que a MB não compre! Tomara que a MB não compre!!!!! Que ela pare de comprar velharias e economize dinheiro para comprar mais “Tamandarés”🤞🤞🤞🤞🤞
Vc não sabe que pra gente não serve? Foram muito usadas, estão no osso, só servem para ferro-velho, as turbinas são caras de manutenção…etc etc…servem para outras marinhas melhores do que a nossa, mas a nossa super ultra hiper marinha de guerra quer o melhor do estado de arte, aquilo que nunca teremos, mas vamos criar uma estatal só para produzir documentos e maquetes …é sempre assim…
Não, pelo tempo de vida útil. Acho que devemos investir em mais Tamandarés e Fragatas de 6.000ton em um arranjo Low-High.
Infelizmente a única coisa que existe no Brasil são alguns poucos entusiastas.
As FFAA nunca foram tratadas como prioridade de Estado.
Durante décadas sucateadas por governos de lados opostos e atacada pela mídia e imprensa tradicional.
Ficamos parados no tempo vendo nossas FFAA perderem força e demais países inclusive do Brics entrarem no seletivo hall de potência militar.
O que estraga as FFAA não são apenas os políticos, tem muita gente gastando verbas de defesa para enriquecer e garantir uma boa aposentadoria,até às escolhas das FFAA são equivocadas ou sem critérios condizentes com nossa realidade e geopolítica.