Ordem de Batalha de Submarinos e Grandes Navios de Superfície da Marinha Chinesa
O Chuck Hill’s CG Blog que trata sobre Guarda Costeira publicou alguns infográficos fornecidos por Sarah Kirchberger na página de discussões internas do “think tank” CIMSEC (Center for International Maritime Security), no Facebook.
Os infográficos não incluem os porta-aviões chineses, anfíbios e numerosas fragatas, corvetas e outros pequenos combatentes de superfície. Junto dos infográficos, também seguem anotações incluídas nas postagens originais do Facebook. O autor diz que os gráficos podem conter erros e que aceita correções para as próximas atualizações.
Antes dos infográficos, seguem algumas observações de Chuck Hill:
O que isso tem a ver com a Guarda Costeira?
Minha expectativa é que, se houver um grande conflito prolongado com os chineses, o principal teatro de operações será dentro e ao redor da “Primeira Cadeia de Ilhas” com Taiwan como centro crítico (pense em Malta no Mediterrâneo durante a Segunda Guerra Mundial). A frota de superfície chinesa provavelmente não fará operações significativas fora desta área. Os submarinos convencionais chineses também se concentrarão nesta área, mas também operarão nos estreitos que dão acesso aos mares da China Meridional e Oriental.
Os chineses farão ataques aéreos e com mísseis pelo menos à “Segunda Cadeia de Ilhas”, incluindo Guam.
Os chineses vão querer atacar a logística dos EUA e os navios de reabastecimento em andamento fora da Segunda Cadeia de Ilhas, tanto pelo efeito direto de reduzir a logística disponível quanto pelo efeito secundário de retirar unidades do teatro de ação primário.
Na fase inicial, as frotas mercantes e pesqueiras chinesas podem ser usadas para colocar minas ou até mesmo atacar diretamente a logística desarmada e navios de reabastecimento em andamento usando sistemas de armas em contêineres apoiados por orientação por satélite. (Eles também podem lançar mísseis de cruzeiro nos portos dos EUA como uma salva de abertura.) Os sistemas de Conscientização do Domínio Marítimo da Guarda Costeira dos EUA e os programas de rastreamento de carga terão um papel na neutralização dos navios mercantes chineses e das frotas pesqueiras distantes.
Os chineses operarão pelo menos alguns de seus submarinos nucleares (SSNs) (que teriam dificuldade em lidar com SSNs da USN) fora da Segunda Cadeia de Ilhas, talvez tão a leste quanto a costa oeste dos EUA.
Embora a Marinha Mercante tenha sido avisada para não esperar escoltas, os benefícios dos cutters da USGC com helicópteros ASW da Marinha (provavelmente da Reserva da Marinha) embarcados (e, finalmente, sistemas rebocados) dentro do alcance efetivo do helicóptero de um grupo disperso de navios de logística para fornecer pelo menos proteção ASW mínima e resgate para as tripulações dos navios que inevitavelmente afundam, rapidamente se tornará evidente.
Espera-se que os cutters sejam auxiliados por aeronaves de patrulha marítima P-8 da Marinha e quaisquer combatentes que façam o trânsito transpacífico.
(Nenhuma das opções acima reflete algo oficial, é apenas a lógica da geografia e a capacidade dos participantes.)
A seguir, as postagens de Kirchberger:
Depois de uma longa pausa na criação desses gráficos informativos, aqui está uma visão geral do tipo *aproximado* e da estrutura etária dos submarinos chineses movidos a energia nuclear. Estou decididamente menos confiante do que com os gráficos da frota de superfície sobre a precisão das informações, e é por isso que demorou tanto. Basicamente, decidi apenas visualizar os dados fornecidos no livro de Manfred Meyer Modern Chinese Maritime Forces (atualização de março de 2023) com alguns pequenos ajustes baseados na verificação cruzada com a própria pesquisa em reportagens de jornais chineses. Apesar da ressalva, o gráfico pode ser útil para alguns. Atualizarei periodicamente à medida que mais informações estiverem disponíveis.
A Seta azul significa que a embarcação está (provavelmente) em serviço em abril de 2023, branco significa que ainda não está ou não está mais em serviço, mas pode já ter sido lançado. Listrado significa: status desconhecido.
A seguir, também uma visão geral da frota de submarinos convencionais da PLA Navy. A seta azul significa que o submarino provavelmente está em serviço a partir de abril de 2023, a seta branca significa que ainda não, ou não mais, mas já pode ter sido ser lançado. A cor azul-petróleo indica submarinos equipados com AIP (Stirling). Não inclui submarinos de teste (como o Type 032), o submarino sem vela de tipo desconhecido, nem submarinos anões.
A velocidade da construção naval na China é tal que é fácil ignorar que a China incorporou no início deste ano o oitavo e último de seu novo cruzador, o Type 055 (não importa que a PLAN se refira a ele como um destróier – com mais 12.000 t de carga total, 180m de comprimento e, devido ao seu armamento, parece mais um cruzador do que um destróier).
Desde que o navio principal entrou em serviço no início de 2020, a China comissionou 8 desses cruzadores Type 055 em um período de apenas 3 anos! Além disso, mais 8 aparentemente já estão em andamento, para uma frota de pelo menos 16.
Aqui está uma visão geral gráfica atualizada do tipo e estrutura etária dos grandes combatentes de superfície da China. As setas indicam o tempo máximo em serviço desde o comissionamento até o descomissionamento – o início do programa e o início da construção não são, portanto, mostrados. 40 anos por casco pode ser um pouco longo (30 anos é uma prática comum na maioria das marinhas avançadas), mas na prática algumas marinhas operaram seus combatentes de superfície todo esse tempo, então eu escolho dar o comprimento máximo concebível.
É interessante ver como o embargo de armas desde 1989 inicialmente interrompeu a construção naval, levando a várias classes de apenas um ou dois cascos sendo construídos ao lado de uma importação russa, e como a produção em massa finalmente decolou do Type 052D em diante.
O jornal oficial chinês Global Times comentou sobre a conclusão da classe Type 055 aqui: https://www.globaltimes.cn/page/202304/1289571.shtml
A guerra está marchando.
“usando sistemas de armas em contêineres apoiados por orientação por satélite.”
Cenário de guerra. Entendo essa estratégia como um alargamento do “throughput” chinês dispondo de todos os meios possíveis para erguer muralhas nas cadeias de ilhas, usando grandes combatentes para comprometer o apoio logístico distante das ilhas. Guerra costeira e guerra oceânica ao mesmo tempo.
Não entendo isso como uma rotina de aprestamento nos nossos navios (containers) em razão do espaço disponível nas Tamandarés.
Podem recolher o ex. A guerra vem vindo.
“Podem recolher o ex. A guerra vem vindo.”
O pior é que tudo indica que o amigo está certo. Ninguém gasta tanto para demonstrar poder sem usá-lo.
Ou EEUU “arrega” ou vamos queimar cartuchos.
Saudações.
Por enquanto.
“O pior é que tudo indica que o amigo está certo. Ninguém gasta tanto para demonstrar poder sem usá-lo.”
Será que ninguém gasta tanto para demonstrar poder sem usá-lo? Olha os EUA, gastam uma fortuna em defesa, e usam, estão desde o final da segunda guerra usando, é esse mesmo uso que a China quer, simples assim.
Ok Esteves, a guerra está em marcha.
Mas…
Para quem a RPC vai vender os seus produtos, se entrar em guerra?
Até onde sei, o grande mercado consumidor dos produtos é o ocidente.
Acho que estão gastando dinheiro à toa.
Engano.
O maior parceiro da China é a ASEAN.
E usso é uma via de mão dupla.
A China é o maior mercado do Ocidente.
O único problema é que a China está batendo recordes de comércio com outras regiões.
Com a África, já são cerca de 300 bi.
De dólares.
Com a Rússia já são mais de 200 bi.
Os países do BRICS já alcançaram o G7 em PIB por paridade.
E a tendência é a distância aumentar.
O Galante deveria ser proibido de trazer esses infográficos sobre a Marinha Chinesa.
Dá até tristeza e depressão ver a quantidade de navios deles, e automaticamente lembrar da MB…
Agora falando sério, tenho dificuldade em ver essas simulações de guerra naquela região, e não imaginar se uma guerra alí rapidamente “descanbaria” pra uma guerra nuclear.
Fosse somente um comparativo quanto aos navios que fazem…piora se compararmos construção vivil, indústria eletrônica, logísticas e suprimentos, bancos. Muito.
Essa foi uma das jogadas geniais dos chineses. Os estaleiro que constroem navios de guerra também fazem navios mercantes, conectaram a produção militar e a civil. Nesse aspecto superaram até os americanos.
A MB ficou anos sem lançar um mísero patrulha. Aí o pessoal que gosta de falar em “Brasil potência” só lembra do subnuc enquanto uma embarcação que é o carro chefe de uns 90% que a MB faz em tempo de paz está em falta.
Com uma enorme Marinha e as distâncias bem menores de seu território, a China tem vantagens incomparáveis nesse teatro de operações.
Diria que lá, não há como vencê-la.
Jogo é jogado, lambari é pescado. A China invariavelmente lutaria com uma coalizão de países, dois deles com forças armadas de respeito.
Sendo sincero, eu tenho sérias dúvidas se, caso a China invada Taiwan, se os EUA e seus aliados realmente botariam o pau na mesa e iriam pra guerra pra defender aquelas ilhas…
Difícil dizer, mas duvido que a China invada Taiwan para começar, e se invadir só será daqui a muitas décadas, quando e se o poder dela já tiver em muito superado o dos EUA.
Tambem acho.
Chinês é paciente e que come belas beiradas. Foi desse modus operandi que eles se tornaram superpotência, e não vai ser agora que eles vão mudar esse jeito deles só por causa daquela ilha.
Muitas décadas?
Vc tem acompanhado os avanços chineses e os problemas técnicos e orçamentários americanos?
E que poder é esse que não deu conta de pequenos países como o Vietnã ou Afeganistão?
Em que vc se baseia para alardear esse ‘poder americano’?
Não aposte um tostão nisso.
Ainda mais contra Rússia ou China.
Uma maior transparência por parte dos EUA permite que se conheça tudo o que há de ruim acontecendo, ao contrário da China, mas, não significa que nada de bom esteja acontecendo apenas isso não é tão divulgado ou não se tem tanto interesse em divulgar. . Quanto ao Vietnã, sempre ele, os EUA finalmente compreenderam que não corriam o risco do chamado “efeito dominó” alardeado no início da década de 1960 e que não valia a pena mais tanto sacrifício daí se passou a vietnamização do conflito ou seja dar os meios para que as forças armadas sul vietnamitas levassem… Read more »
O problema, para os EUA, é que a situação mudou radicalmente. Já em 1950, a China, saindo de um sistema literalmente feudal, foi capaz de enfrentar e barrar os americanos em uma guerra. E isso que os EUA estavam em seu esplendor econômico e industrial e o resto do Mundo em ruínas. Hoje, a força econômica e industrial está com a China. E, para piorar, ela tem quase 1,5 bilhão de habitantes e com acesso a todos os tipos de armas modernas. Teve um artigo que li ontem que dizia mais ou menos isso: Não adianta! A China é maior.… Read more »
Veja Eric que o Luís simplesmente “zombou” do poderio americano20 anos atrás quando não apenas estavam no Afeganistão mas também no Iraque, então, se isso não é “poderio” então não sei o que é, daí o meu contraponto. . A China é a bola da vez, mas, isso não significa que não tenha muitos desafios pela frente e os EUA se não estão mais na situação de 20 anos atrás quando seu poderio não era questionado, também não estão “mortos”. . Certamente você verá muita gente criticando e/ou apontando muitas fraquezas dos EUA, mas, isso não significa que avanços não… Read more »
Japão e Coreia do Sul, potências militares regionais que lutariam ao lado dos EUA em todos os cenários.
Austrália tb.
“Os chineses farão ataques aéreos e com mísseis pelo menos à ´Segunda Cadeia de Ilhas´, incluindo Guam.”
“Os chineses vão querer atacar a logística dos EUA e os navios de reabastecimento..”
E esses movimentos serviriam para que? Para tomar Taiwan? Novas terras numa guerra de conquistas? Ou seria para acesso ao petróleo e recursos da Ásia de Monções, que eles já tem de forma incrivelmente barata?
Inegável o que está acontecendo, mas ainda acho que falta algum tempo e explicações mais robustas.
“a China comissionou 8 desses cruzadores Type 055 em um período de apenas 3 anos! Além disso, mais 8 aparentemente já estão em andamento, para uma frota de pelo menos 16.” Dizem que Esteves é genérico. Disse Santamariense que Esteves repete-se. Que nada no raso. Mas as matérias sobre o Poder Naval Chinês que ainda não é Poder Marítimo poderiam levar a uma reflexão sobre gastos militares. E sobre a efetividade dos gastos militares que parecem, estamos em uma volta ao passado com esses drones lançando bombas. Quando contratamos a construção de navios alemães estamos realmente dotando a pátria de… Read more »
“Quando contratamos a construção de navios alemães estamos realmente dotando a pátria de soluções militares? Estamos aptos a defender-nos?” Não. Estamos fingindo que dá pra pular etapas e construir uma indústria naval da noite pro dia com esse papo furado de ToT que, além de custar o dobro do triplo, nunca tem continuação em seus projetos. IKL e Niterói tão aí pra provar que não estou mentindo. Quanto as FCT, por mais “modernas” ( pros nossos padrões, o que não significa muito, pra quem ainda usa Niterói da década de 70 ) que sejam, vamos ser sinceros aqui: a MB… Read more »
Não devemos esquecer , que, toda o poder que hoje chineses tem, pode se atribuir , aos empresários ocidentais , que atrás de obter lucros , transferiu suas empresas a procura de mão de obra barata, isso , fez que china , anseija-se uma expansão em seus domínios marítimos .
Esse Type 55 é dentusso além de lindo.
Vc ve esse mapa da Ásia entao os países membros da Organização para Cooperação de Shangai, China, Rússia, Índia, Paquistão, Irã, Arábia Saudita, Bangladesh e todas a ex-republicas soviéticas da Ásia Central. É um poder militar e econômico muito grande e concentrado, não observo condições de os EUA fazerem frente
Esqueci de acrescentar a Coréia do Norte, não sei se é membro oficial da OCS mas é aliada da China e Rússia. Fora outros países da Ásia que tb não são membros oficiais mas participam das cúpulas.
Os americanos estão desconfiados que a China está construindo uma base militar nos Emirados Árabes.
Se for verdade, será uma situação ‘revolucionária’, digamos assim.
Os chineses estariam cravando uma estaca no que foi o coração da estratégia global americana durante décadas.
Acho que a China quer garantir a liberdade de navegação e ela precisa ser muito forte militarmente para impedir que os USA negue acesso e cause problemas naquela região do mundo, além disso, os USA tem fortes aliados na região, por tudo isso e outros fatos. A China precisa de uma marinha muito poderosa. O que não sabemos é se e quando ela estiver muito empoderada, não vai querer exercer esse poder em outros lugares…
Mas qual é o verdadeiro estatus do SSBN Type 96 ? Vai ter 24 ou 16 SLBM ? Já esta operacional ? Vai ter quantos metros de cumprimento ? Vai ser igual ao SSBN Columbia dos EUA ? Vai ter Pump-Jet ?