ISTAMBUL — Os primeiros dois dos 10 navios destinados à construção no âmbito do Projeto de Navios de Patrulha Offshore, iniciado para atender às necessidades das Forças Navais Turcas, foram recentemente lançados, marcando um novo passo significativo para a indústria defesa em constante desenvolvimento.

Dois navios de patrulha offshore (OPVs) chamados TCG Akhisar e TCG Koçhisar foram lançados durante uma cerimônia de sábado (23/9) realizada no Comando do Estaleiro de Istambul.

O evento contou com a presença do Ministro da Defesa, Yaşar Güler, e do chefe da Presidência das Indústrias de Defesa (SSB), Haluk Görgün.

Os navios recém-lançados deverão desempenhar um papel em várias operações marítimas, incluindo inteligência, vigilância, reconhecimento (ISR), missões de busca e salvamento (SAR), operações de contraterrorismo, vigilância marítima e operações especiais.

“Com a adição destes navios à nossa marinha, o que demonstra o nível distinto da nossa indústria doméstica e nacional, as nossas forças navais aumentarão ainda mais a sua capacidade operacional e eficácia na Pátria Azul e reforçarão o seu lugar de destaque entre as principais forças navais do mundo, disse ”Güler durante a cerimônia.

“Como Ministério da Defesa e Forças Armadas Turcas, continuaremos a trabalhar dia e noite para a sobrevivência do nosso país e da nossa nobre nação, incluindo o desenvolvimento da defesa interna e nacional.”

Num desenvolvimento separado na cerimônia, a Turquia entregou o navio denominado Babur ao Paquistão no âmbito da sua iniciativa nacional de navios de guerra, Milgem. O projeto de construção naval fazia parte de um contrato de 2018 assinado entre a Turquia e o Paquistão, que resultou na venda de quatro corvetas.

“Com este projeto, que demonstra o nível superior alcançado pela indústria de defesa turca, a cooperação estratégica entre os nossos países tornou-se ainda mais forte, e a conclusão bem sucedida do projeto conduzirá a novas oportunidades de negócio”, observou Güler, expressando a sua satisfação por Participação do Paquistão no projeto Milgem.

Espera-se que os navios que estão sendo construídos sob o patrocínio principal da empresa estatal de defesa turca ASFAT iniciem em breve os testes de aceitação portuária.

Emre Koray Gençsoy, diretor de programas marítimos da ASFAT, observou em entrevista à Agência Anadolu (AA) no domingo que houve muito esforço e trabalho por trás do lançamento simultâneo dos dois primeiros navios de patrulha offshore da classe “Hisar”, enfatizando que esta foi uma conquista significativa para a indústria de defesa turca.

Destacou ainda que, além destes dois navios, estavam construindo simultaneamente sete plataformas marítimas na Turquia e no Paquistão.

Desenvolvido como uma variante das corvetas da classe MILGEM, o OPV da classe “Hisar” foi redesenhado com um sistema de propulsão principal diferente e um conceito estrutural e de layout geral diferente, permitindo que seja construído em menor tempo e com menor custo.

Gençsoy destacou que o gerenciamento simultâneo desses projetos exige um planejamento detalhado, identificando determinados riscos, agindo de acordo com esses riscos e tendo uma estrutura flexível para solucionar os problemas encontrados.

“O período de produção do projeto é de apenas 26 meses. Esse é um período muito curto. É um alvo importante para a nossa indústria de defesa para plataformas complexas deste tamanho em plataformas navais. Esta também é a primeira vez”, explicou Gençsoy.

Elaborando sobre as características da embarcação, Gençsoy disse ainda: “Quando você olha para o navio, você vê o MILGEM, mas o projeto foi feito do zero e é um navio mais leve. Um navio cujos sistemas de hélice e sistemas de eixo foram alterados.”

“Na verdade, há uma novidade aqui também. Todas o sprojetos de nossas hélices, desde ruído subaquático até esteiras, foram feitas em laboratórios da Universidade Técnica de Istambul (ITU) na Turquia”, acrescentou.

Gençsoy destacou que o projeto também utiliza o conceito “pronto no local”, que permitirá a posterior integração de sistemas nacionais de armas e sensores recentemente desenvolvidos.

VÍDEO: Lançamento do OPV classe Hisar

Características

Tipo Offshore Patrol Vessel
Deslocamento 2.300 toneladas
Comprimento 99,56 m
Boca 14,42 m
Calado 3,77 m
Propulsão
  • CODELOD:
  • 4 x Diesel
  • 2 x Motores elétricos
  • Geradores
  • 4 x Geradores Diesel
Velocidade
  • Máxima: 24 nós
  • Cruzeiro: 12 nós
Alcance 4.500 milhas náuticas (8.334 km)
Autonomia 21 dias
Barcos e embarcações
de desembarque
2 x RHIB
Tripulação 104
Sensores e sistemas de
combate
  • Sonar: METEKSAN YAKAMOS 2020 New Generation Mounted Sonar
  • Radares:
  • Radar de busca ASELSAN MAR-D 3D
  • Radar de direção de tiro ASELSAN 2 AKR-D
  • Navigation/LPI Radar
  • Systems:
  • ASELSAN Piri – KATS (Infrared Search and Trace System)
  • ASELSAN DENİZGÖZÜ OCTOPUS-S Electro-optical Search System
  • TÜBİTAK YELKOVAN Radar Electronic Support System
  • Combat Management System: HAVELSAN ADVENT SYS (Combat Management System)
Armamento
  • Canhões:
  • 1 x MKE 76/62 mm National Naval Cannon Main Gun
  • 2 x UNIROBOTICS Targan 12.7 mm RCWS
  • 1 x ASELSAN Gökdeniz CIWS
  • Sistemas de lançamento vertical:
  • 8 x MIDLAS Vertical Launcher System (VLS)
    • 8 x HISAR-D RF air defence missiles
  • Mísseis antinavio
  • 8 x Atmaca anti-ship missile
  • Sistema antissubmarino:
  • 2 x ASELSAN com 6 SDW ( Submarine Defence Warfare) launchers
Aeronaves transportadas
  • Hangar e convoo para:
  • S-70B Seahawk ASW helicopter
  • Unmanned aerial vehicles (UAV)

FONTE: Daily Sabah

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109F-4

Muito bem equipado pra um OPV. Está mais para corveta.

Kornet

Pensei isso também,qual o custo de cada um?
Mo mais uma grande inveja da capacidade turca,pois o Brasil só nada.

adriano Madureira

Brasil é piada militar… Regionalmente tem sua força mas mundialmente…

Camargoer.

Olá Kornet. Considerando que estes Opvetas (mistura de OPV + corveta) tem um armamento de navio de combate, estimo que cada uma deva custar entre US$ 250~300 milhões, dependendo o tipo de sensores e radares que receber.

Camargoer.

Ola… segundo apurei, o projeto turco é baseado na corveta da classe ADA, cujo valor é estimado em US$ 256 milhões, dentro da faixa de valor que eu tinha estimado.

bruno

Com certeza aqui seria chamado de corveta.

IvanF

Acho curioso quando o revestimento do casco fica desse jeito, todo enrugado. Dá impressão de que é feito com uma chapa bem fina de aço, é isso mesmo?

Isso é característica construtiva (existe uma razão de ser assim) ou é deficiência construtiva?

Dalton

Outros aqui poderão dar melhores explicações – se estarão disponíveis e/ou dispostos a escrever sobre isso é outra coisa – então pelo pouco que entendo é absolutamente normal
um efeito colateral da solda sobre placas finas é o que lembro.

EduardoSP

Por isso que eu fiquei impressionado com essa Mogami.
Navio muito “lisinho”.

comment image

Victor F

Eu so vim reparar nisso agora que voce comentou… essa mogami tá tão lisinha que se o navio adernar 1 grau o marinheiro ja escorrega hahaha

Dalton

Esse efeito colateral pode ser amenizado, mas, vendo fotos de perto não dá para dizer que ela é completamente “lisinha”.

IvanF

Isso tá todo nivelado na massa! Pode encostar um ímã aí que nem gruda… kkkkkk

Brincadeiras a parte, parecem ser mais “lisas” que o navio turco da matéria sim. Na prática, faz diferença? Ou só estética mesmo?

EduardoSP

kkk!!

Glasquis7

Efeito do ângulo sob o qual a foto foi tirada. Se fotografar de baixo pra cima, fica igual ao navio turco.

Esteves

Pintura epóxi.

Alex Barreto Cypriano

Comprimento de linha d’água ou total, calado, deslocamento, tripulação, sensores principais, motorização, velocidades, autonomia?…

Camargoer.

Olá Alex. Estou com dificuldade de encontrar estes dados também. Usando o helicóptero como fator de escala, fico com a impressão que elas possam ter um tamanho parecido á V34 Barroso, mas é apenas uma percepção.

Alexandre Galante

O estagiário acabou de incluir as características. 🙂

Alex Barreto Cypriano

O que aconteceu com a ilustração original da matéria? Refeiro-me a esta aqui:
https://defencehub.live/attachments/41a68368-0c89-4225-967f-9a2e1ab7f842-png.55442/
Agora tem uma ilustração de um arranjo algo diferente…

Alexandre Galante

Aquela é outra versão para exportação.

Carlos Campos

Isso é uma corveta e bem armada, e com alto índice de nacionalização

Glasquis7

Pelo armamento, tá mais pra corveta.

Willber Rodrigues

OPV com VLS, míssil anti-navio, 2 sistemas de ponto…
Isso é comum?
Os caras já encomendam 10 unidades de uma vez…é assim que se formenta a indústria nacional, estão vendo?

Alex Barreto Cypriano

Não é comum, mas é novidade recente OPVs com capacidades de combate apreciáveis em ASW, ASuW, AAW, EW, ISR. Até uns vinte anos atrás, pensava-se, no âmbito OTAN, em OPV com perfil diferente, mais pra operações constabulárias, humanitárias, de resgate, etc com grande autonomia (um mês…). Resta saber se é um barco com sobrevivencialidade equivalente aos recursos de combate nele alocados…

Zorann

Ele parece, pela ilustração, ter estes VLS e os misseis antinavio modulares: podem ou não estar instalados conforme a necessidade

Beto

EDITADO:
COMENTÁRIO BLOQUEADO POR NÃO SEGUIR AS REGRAS DA TRILOGIA.

Nativo

Turquia, Egito, Malásia, Paquistão e indonesia com programas amplos de aumento de capacidade de suas marinhas de guerra, por aqui a marinha só amplia vergonhas.
Detalhe exceto a Turquia todos gastam de metade a menos disso nas Forças.

JS666

E mesmo a Turquia gasta menos que a gente…

Marcelo

Esses países ja perceberam que uma futura guerra ja esta a caminho !!!

Glasquis7

Na verdade, vc se arma pra não entrar em guerra nenhuma. Essa é a ideia do poder de dissuasão.

Esteves

Tipo a Alemanha em 1939? Japão em 1920? China atual?

Glasquis7

Tipo EEUU na América Latina.

No One

Não é o caso da Turquia cujos interesses e ambições de potência levam a ter uma atitude proativa e muito assertiva, não apenas de dissuasão . Tanto no Cáucaso ( veja-se o Azerbaijão) como na Ásia Central ( povos turcomanos, chegando até os uiguires ( que é um povo turcomano e não chinês) na RPC. No Mediterraneo temos movimentos em direção a Libia ( para expandir a própria ZEE ), financiando facções e enviando equipamentos e mercenários. No Oriente Médio, Síria e Iraque. Na África tenta ampliar o próprio mercado e disputar influência, através do soft power, obtendo um discreto… Read more »

Glasquis7

Não é o caso da Turquia cujos interesses e ambições de potência levam a ter uma atitude proativa e muito assertiva, não apenas de dissuasão .”

É o caso de toda nação sem exceção.

As FAs como poder de dissuasão são apenas uma extensão da força diplomática de toda nação. A guerra é o último recurso e pelo seu custo, ninguém quer chegar nela então, vc se arma pra dizer ao seu adversário “Sente e negocie nos meus termos ou, teremos que ir às vias de fato mas, vc sabe que será duro.”

É assim que fazem as grandes nações.

No One

como você enquadra as atividades turcas no conflito líbio ou no Azerbaijão ? Como dissuasão? Eu não diria, não está tentando dissuadir ninguém. Está tentando ampliar e consolidar a sua influência, para obter isso usa as ferramentas militares sem hesitação ou escrúpulos.

Não afirmei que é algo errado ou correto, simplesmente acontece.

Glasquis7

“como você enquadra as atividades turcas no conflito líbio ou no Azerbaijão ? Como dissuasão? “ Não, como apoio a um aliado histórico da Turquia.  Acredito que se refira à crise do Nagorno-Karabakh. Acontece que essa região é rica em petróleo e a Arménia não tem boas relações com a Turquia daí, é logico o apoio ao Azerbaijão por parte da Turquia que apenas pretende se firmar como Líder regional e por isso tenta quebrar a hegemonia russa. Mas não entrou em guerra apenas estende seus braços diplomáticos naquela região. Não vejo em que está contrariando a minha colocação.   Sobre a… Read more »

Rodrigo

Fora do antigo comandante era dar golpe de estado….o real inimigo era ele.
.

deadeye

Mais armada que as Tamandaré.

Augusto José de Souza

Porque todo casco de navio quando está em construção é vermelho?

Dalton

Pelo que entendo quando se tratando de navios de aço – não os de alumínio – o aço é revestido de óxido impedindo a ferrugem quando o navio ainda encontra-se em construção daí a cor avermelhada.

Augusto José de Souza

Entendi,sempre tive essa curiosidade

Marcelo

Tinta anti corrosão (zarcão) para
Retarda o aparecimento de ferrugem

Sergio Brito

Geralmente é efetuado o jateamento abrasivo e aplicadas duas demãos de tinta epóxi óxido de ferro seguidas de duas demãos de acabamento com tinta anti-incrustante ( anti-fouling )

Mjborges

É brincadeira, uma OPV mais bem armada que as futuras “fraguetas” da MB.

Camargoer.

Olá MJ. O armamento das FCT são bem parecidos com os dos navios turcos. A maior diferença é entre o número de mísseis antinavios. Ainda que as FCT tenham menos mísseis, a gente já discutiu que há enorme espaço nos navios e que os lançadores podem ser trocados. Apenas para registrar, o termo “fragueta” foi criado por mim. Fico feliz que ele tenha feito sucesso.

TeoB

Eu da MB faria uma compra de prateleira de 6 unidades dessas… sem tot e sem penduricalhos na compra, apenas as corvetas com o treinamento e um contrato de sobressalentes pra 10 anos. seis dessas com mais quatro Tamandaré e uma outra compra de mais duas fragatas mais parrudas principalmente para defesa área teríamos uma Marinha top (para nossos padrões) há mias é turca e as Meko são alemãs e os submarinos são franceses… tem que padronizar, logística e tal. sou da opinião que não podemos colocar todos os ovos no mesmo cesto, inclusive se tiver um projeto indiano parecido… Read more »

Camargoer.

Não faz sentido. È mais barato, rápido e simples exercer a opção das duas FCT do primeiro lote e assinar um aditivo para a um segundo lote de FCT. É melhor colocar ovos nacionais na cesta do MinDef do que buscar outros ovos em outras galinhas.

Rodrigo

Senão tivesse um contrato com as novas fraguetas tamandare, valeria a pena ou não, não sei valores..mas como compramos 4 pega mais 4 delas das nossas mesmo

Camargoer.

Ola Rodrigo. O contrato inicial das FCT é para a aquisição de 4 navios e opção de outros 2 navios, totalizando 6. O que sabemos é que a Emgepron tem cerca de R$ 10 bilhões para custear a construção dos primeiros quatro navios. Será preciso um novo aporte da ordem de R$ 5 bilhões caso a MB exerça a opção das fragatas #5 e #6, as quais provavelmente receberão os indicativos F204 e F205, respectivamente.

adriano Madureira

R$10BI de reais é troco… E com navios com valores em dolares aí é que nossa moeda mostra sua desvalorização… de acordo com nossa estatal o preço de nossas embarcações será de 35 milhões de dólares a unidade( US$ 35.000.000,00= R$ 174.576.500,00). Poderíamos adquirir um número pequeno de unidades pelo chamado compra de prateleira , a turquia poderia ser um parceiro nosso.A nigéria adquiriu dois OPV-76 do estaleiro turco DEARSAN Shipyard, cada navio custará 80 milhões de dólares, e o primeiro pagamento/pré-pagamento de 35 milhões de dólares no âmbito do Projecto foi feito em Junho de 2022. Os navios estão previstos para serem… Read more »

Santamariense

“…de acordo com nossa estatal o preço de nossas embarcações será de 35 milhões de dólares a unidade( US$ 35.000.000,00= R$ 174.576.500,00).”

Quais navios da MB custarão 35 milhões de dólares, cada??

Fernando "Nunão" De Martini

Ele deve estar falando dos NPa 500 BR

adriano Madureira

4-6 de prateleiras para dar uma força no patrulhamento naval já seria bom, porque se for para esperar os navio patrulha stealth da emgepron sair…

Santamariense

Esse navio é um OPV só na denominação. Na realidade é uma corveta, e bem armada. Se considerarmos a versão de exportação, é mais bem armado ainda, com capacidade de 16 lançadores de mísseis antinavios e 32 células VLS. Encomenda mais 2 Tamandaré e 8 desses navios turcos, com o pacote completo de armas. Substituiríamos as 6 Niterói, 4 Greenhalgh e 4 Inhaúma por 6 Tamandaré e 8 desses turcos. “Ah, mas são OPV’s bombados, não tem as mesmas características e capacidades de um navio escolta, etc.”. Não importa. O que importa é que são novos, bem armados e comparando… Read more »

André Garcia

OPV ou corveta…

Camargoer.

Copveta.

ADM

O modelo de desenvolvimento da Base Industrial de Defesa Turca concebido em meados da década de 90 rendeu e renderá ainda muitos frutos.