Os porta-aviões da classe ‘Invincible’ da Royal Navy
Os porta-aviões da classe Invincible representaram uma geração significativa de navios para a Royal Navy do Reino Unido durante as últimas décadas do século XX. Foram concebidos no contexto da Guerra Fria, primordialmente para defesa antissubmarino. A classe consistiu em três navios: HMS Invincible, HMS Illustrious e HMS Ark Royal.
O principal adversário da OTAN, a União Soviética, possuía uma significativa frota de submarinos. Para enfrentar essa ameaça, a Royal Navy precisava de uma nova classe de navios capazes de realizar operações antissubmarino de forma eficiente e também com capacidade de defesa antiaérea de área.
Uma das grandes inovações dos navios desta classe foi a rampa “ski-jump” na proa para a decolagem dos jatos V/STOL Sea Harrier com maior carga útil. O navio tinha uma ala aérea projetada com dez helicópteros antissubmarino Westland Sea King e oito caças a jato British Aerospace Sea Harrier.
HMS Invincible (R05)
- Lançado ao mar: 1977.
- Características: Primeiro da sua classe, o Invincible estava originalmente destinado a ser um “cruzador de convés corrido” (um navio híbrido entre um cruzador e um porta-aviões). O Invincible ganhou destaque na Guerra das Malvinas em 1982, onde desempenhou um papel crucial na recaptura das ilhas. Ao longo do tempo de serviço, o Invincible passou por várias modernizações para melhorar sua eficácia em combate. Após mais de 25 anos de serviço, foi desativado em 2005.
HMS Illustrious (R06)
- Lançado ao mar: 1978.
- Características: O Illustrious foi comissionado apressadamente em 1982 devido à Guerra das Malvinas. No entanto, chegou ao teatro de operações logo após o fim do conflito. Nos anos seguintes, esteve envolvido em várias operações, incluindo a aplicação de zonas de exclusão aérea durante conflitos no Oriente Médio, esforços de ajuda humanitária e desastres naturais. Ao longo de sua vida, também serviu como porta-helicópteros. O Illustrious foi desativado em 2014.
HMS Ark Royal (R07)
- Lançado ao mar: 1981.
- Características: O Ark Royal era o mais jovem e o último dos porta-aviões da classe “Invincible” a ser comissionado. Tal como os seus irmãos, foi projetado inicialmente com um foco em defesa antissubmarino, mas também participou em operações de combate e ajuda humanitária. Foi retirado do serviço em 2011, um pouco antes do previsto, devido a cortes no orçamento de defesa.
Características gerais da Classe Invincible:
- Deslocamento: Cerca de 20.000 toneladas.
- Comprimento: 209 metros.
- Propulsão: Turbinas a gás Rolls-Royce Olympus TM3B
- Armamento: Inicialmente equipados com o sistema de mísseis Sea Dart, mais tarde removido para ampliar a capacidade de aeronaves; CIWS Goalkeeper de 30 mm e GAM-B01 20 mm.
- Aeronaves: Projetados para operar com aeronaves V/STOL (Vertical/Short Takeoff and Landing) como o Sea Harrier e helicópteros como o Sea King. Também operaram posteriormente com o Harrier II.
Esses porta-aviões, embora menores em comparação com seus homólogos americanos, desempenharam um papel fundamental na projeção de poder marítimo britânico durante o período em que estiveram em operação. Eles representam uma era de inovação e adaptabilidade, demonstrando a capacidade da Royal Navy de se reinventar diante dos desafios do cenário geopolítico global.
Todos eles lindos, embora se pareçam mais com o Ocean ( atual Atlântico ) do que com o NaE “clássico”.
Aliás, não se que milagre nenhum deles veio fazer hora extra na MB…
A ideia nunca foi ser um “clássico” pelo contrário, foi fruto de uma ideia revolucionária associada a uma aeronave revolucionária!!! Deu certo…
e falta de verba…
Muitos meios da RN foram tirados de serviços antecipadamente para conter custos, mas antes de tudo, cortar custos para poder investir em novos meios.
Navios desta classe, porém novos, com alguns aperfeiçoamentos e com o que há de mais moderno, seriam perfeitos para a MB.
Mas o Ocean não foi, de certa forma, uma evolução deles? Só faltou serem reforçados pra pouso/decolagem de aeronaves V/STOL.
MestreWiilber, Não. O Ocean não se pode dizer que é uma evolução deles. Na realidade, o Ocean é um downgrade deles, vocacionado apenas a operações anfibias. É muito mais simplificado, quase apenas usando o design externo basico. Talvez eu esteja até errado em interpretar assim, pois por outro lado, em sua origem, os britanicos não desejavam os CVF que tem agora. O QE ficou muito diferente do inicialmente pretendido. Como o Ocean foi um sucesso operacional absoluto, por uma pechincha orçamentaria, eles pretendiam de fato, um “Novo Ocean” de umas 40-45 mil ton, bem maior, mas dentro da simplicidade, rusticidade… Read more »
No Strategic Defence Review 1998, eles estabeleceram que queriam dois Porta Aviões. . Indicaram que seriam navios de aproximadamente 40.000 toneladas, a princípio “simples” em termos de sensores e sistemas, dentro de um orçamento incialmente estimado em £2,2 bilhões de libras, que era basicamente o valor de três “Invincible” ajustados pela inflação, indicando assim que seriam navios muito mais caros e complexos que um navio mercante pintado de cinza, que é o que um HMS Ocean de £ 210 milhões de libras. . Papel aceita tudo. . Em 1999 eles começaram a estudar o que viria a ser de fato… Read more »
Seria a combinação perfeita para a MB, perdemos a oportunidade…
O problema é que não existiria o que por neles…..foi desenhado exclusivamente para o Harrier…o Harrier é pequeno….e quase não existem mais….não há como por outro avião pois não cabem nele….um F-35 não cabe…..então, se não tem um o outro não cabe….sobra apenas porta helicopteros, mas isto o Ocean ja faz e bem….bem mais barato de operar…
Eu estou me referindo a classe Invincible e não a classe Ocean, na época também tínhamos o MG que era perfeitamente adequado as operações do Sea Harrier bastando para isso a construção de uma rampa para as decolagens e essa era a ideia dos Ingleses, mas o Almirantado pensou pequeno…
Durante a Guerra das Malvinas a MB percebeu o erro que havia cometido ao “desprezar” o pequeno avião de combate Inglês e seu revolucionária conceito, mas era tarde demais…
Em um antigo livro que tenho Carvalho há um desenho dele sem a rampa com 4 lançadores de “exocet” ao lado do “Seadart” com a possibilidade de se ter um segundo “Seadart” e previsão para 15 “SeaKings” apesar do livro especular que o ideal seria ter esse total dividido com o “Sea Harrier”, então, parece que foi uma feliz coincidência não que tenha sido desenhado exclusivamente para o “Sea Harrier”, pois a Royal Navy queria antes de tudo um navio capaz de enfrentar à ameaça submarina soviética e o
“Sea Harrier” também seria um meio rápido de empregar sonobóias.
Não cabe? O F-35B deveria operar nesse navio só que o programa atrasou.
O “Queen Elizabeth” também atrasou, o F-35B foi pensado para ele enquanto que dos 3 “Invincible” apenas o “Illustrious” sobreviveu até 2014 sendo usado como um porta helicópteros.
.
O próprio “Invincible” foi retirado em 2005 e o “Ark Royal” em 2011.
Até o começo dos anos 2000, quando novos Harriers ainda estavam sendo produzidos (na forma do AV8B), sim. Na década passada, pelos motivos que o carvalho elencou acima, já seria inviável.
Honestamente, sou da opinião de que o Foch foi uma enorme oportunidade perdida. Se
ao invés da bomba francesa e A4s, tivéssemos comprado algo semelhante à esse NaE (os espanhóis e italianos também possuíam seus equivalentes) junto com Harriers novos, provavelmente ainda estaríamos operando porta-aviões.
P.S. sim, eu sei que o Foch veio praticamente de graca e o orçamento era curto, mas não deixa de ser um erro.
Metade odeia, metade adora, e mesmo sento 50 a 50…sempre srge uma outra metade não sei de onde apenas para reclamar….mas a verdade é que a MB não tinha era orçamento para tocar o Foch, na complexidade de um navio daquele tamanho e tipo demandaria….o resto foi desculpa para a galera…até mesmo o orçamento do tipo…orçamento para não ser feito e enterrar a ideia….o orçamento previa manter e atualizar o navio inteiro em sua plenitude catobar…de tudo….motor, caldeiras, geração de energia e as complicadas tubulações a vapor e catapultas….só sobrava o casco de aço….e reformar assim, daria quase o preço… Read more »
O problema é que em 1999 não havia nada além do “Foch” á venda e não apenas a compra dele foi barata mas também por “apenas” 70 milhões de dólares foram adquiridos 23 A-4s, 18 dos quais em condições de voo, ou seja, mesmo dividindo-se 70 por 18 se tem 3,9 milhões por avião muito menos que um “Sea Harrier” que não seria encontrado a venda na época então se teria que recorrer a versão americana o AV-8 igualmente muito mais caro.
Vale lembrar que o A-4 KU que compramos,eh uma versao com 20% a mais de potencial sobre as primeiras versoes. Ele eh muito rapido de manobra, embora nao seja Supersonico….mas vcs ja vir a agilidade do A4 em filmagens….e os nossos sao melhores….se atualizados na eletronica embarcada,eh um otimo aviao….basta pendurar o armamento….musculo ele tem, mas a dentadura eh comprada a parte…se nao compram nao eh problema do aviao…
O que o tornava menos compatível com o “Minas Gerais” quando se tratava de operar com tempo adverso. Durante alguns anos se comentou até mesmo aqui sobre a possibilidade do “São Paulo” vir a embarcar até 12 dos A-4s, pelo menos 3 “Traders” e vários helicópteros, mas… 🙁
Na época, asa fixa era, por lei, coisa da FAB. A FAB ia gastar Deus sabe quanto pra comprar meia dúzia de Harrier só pra operar nesse navio? Duvido muito…
A FAB deveria ter feito isso mas a politicagem e miopia institucional conspiraram contra o futuro da MB que na vida real e em sua era moderna nunca viu combate e por isso se acomodou…
Maurício,
Na primeira metade dos anos 1980, FAB e MB já haviam acordado a compra de um esquadrão de A-4 usados (de Israel) para o Minas Gerais, independentemente do decreto de asas fixas pra um e rotativas pra outro.
A compra não acontece porque o governo não liberou a verba na época.
Comprar Harrier esbarraria em mais limitações de recursos ainda.
No fim das contas, a MB acabou comprando A-4 usado do Kuwait no fim da década seguinte. Era o que cabia no bolso.
Navios lindos e muito eficientes dentro de seu contexto operacional. Eles focavam no uso de aeronaves VTOL e helicopeteros, uma dupla que se mostrou muito eficaz, vide o seu uso pelos USMC. De toda a forma, concordo com o amigo acima: o Foch foi um tiro no pé. Muito dinheiro gasto com um equipamento que não foi totalmente funcional. Uma possivel opção por um navio neste conceito, daria uma capacidade muito interessante à MB. Observar que o PEM 2040 prevê a aquisição de um Navio de Controle de Área Marítima (NCAM) como substituto do NAM Atlântico. Aliás: https://cimsec.org/return-sea-control-ship/ https://steemit.com/history/@patriotschoice/sea-control-ship-united-states-mini-aircraft-carrier-spain-and-thailand https://www.defensemedianetwork.com/stories/the-sea-control-ship/… Read more »
Diria que o USMC fez diferente já que a bordo dos seus LHAs/LHDs se embarcava um destacamento de apenas 6 “AV8s” para um módico apoio aéreo a tropas e mais de 20 helicópteros a maioria dos quais para transporte de tropas sem falar que os navios contavam com docas onde iam embarcações de desembarque enfim, navios para guerra anfíbia, que podem ser usados como limitados NAes. . Os navios britânicos, mais velozes, foram pensados para guerra contra submarinos embarcando helicópteros A/S enquanto os “Sea Harriers” forneceriam alguma proteção contra aviões soviéticos e foi uma feliz coincidência que durante a guerra… Read more »
Da gosto ver o que as marinhas da Otan faziam até a guerra fria . Hoje poucos nesses países querem servir
FORA a marinha americana que anda meio Woke demais .