China manterá posição dominante no mercado de construção naval
A China continuará a defender a sua posição dominante no mercado global de construção naval este ano, alavancando as suas robustas capacidades de cadeia de abastecimento e concentrando-se em avanços inteligentes e verdes, disseram observadores do mercado e construtores navais na segunda-feira (15/1).
Os estaleiros chineses fizeram progressos significativos no avanço das suas tecnologias de produção, particularmente em segmentos de alto valor acrescentado, disseram, acrescentando que o país demonstrou a sua capacidade na construção de vários tipos de navios – como mega navios porta-contêineres, navios de cruzeiro e porta-automóveis –. e adoptou combustíveis verdes, conquistando mais quota de mercado do que os seus rivais sul-coreanos e japoneses.
Os seus comentários foram feitos no momento em que os dados mais recentes mostraram que a China manteve a sua posição de liderança no mercado global de construção naval no ano passado, com um forte crescimento tanto na produção como nas novas encomendas.
A produção de construção naval da China atingiu 42,32 milhões de toneladas de porte bruto em 2023, um aumento anual de 11,8%, de acordo com dados divulgados na segunda-feira pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação. A produção representou 50,2% do total global.
Também em 2023, as novas encomendas aumentaram 56,4% em termos anuais, para 71,2 milhões de toneladas de porte bruto, representando 66,6% do total global, mostraram os dados.
Li Yanqing, secretário-geral da Associação Chinesa da Indústria Nacional de Construção Naval, com sede em Pequim, observou que a China é agora capaz de construir todos os principais tipos de navios encontrados em todo o mundo.
O país essencialmente superou a divisão tecnológica com a Coreia do Sul e o Japão na construção de navios de alto valor agregado, como transportadores de gás natural liquefeito e navios de instalação de turbinas eólicas offshore, disse ele.
Li Yunbo, professor da Universidade Marítima de Xangai, disse que a indústria de construção naval da China “mudou em direção à autossuficiência doméstica, especialmente em tecnologias essenciais, componentes e novos materiais”. Esta estratégia reduziu efetivamente o tempo necessário para a construção de navios e reduziu os custos do projeto, disse ele.
Os estaleiros chineses também transformaram esta capacidade numa vantagem notável. Ao adquirir materiais localmente, estimularam o crescimento da sua cadeia industrial e aumentaram a rentabilidade, acrescentou.
Jiang Hongliang, chefe do departamento de gestão de produção da Dalian Shipbuilding Industry Co, na província de Liaoning, disse que o estaleiro atualmente leva cerca de 180 dias para construir um grande transportador de petróleo.
Anteriormente, os construtores navais, nacionais e estrangeiros, demoravam cerca de um ano para realizar a tarefa, disse ele, acrescentando que a empresa, que é uma subsidiária da China State Shipbuilding Corp, com sede em Xangai, assumiu a liderança global neste aspecto.
De acordo com a Federação da Indústria de Máquinas da China, com sede em Pequim, a indústria da construção naval é caracterizada pela sua complexidade, extensa cadeia de fornecimento e fortes conexões industriais, abrangendo mais de 50 indústrias diversas, como aço, metais não ferrosos, maquinaria e eletrônica.
No ano passado, a New Dayang Shipbuilding Co, em Yangzhou, província de Jiangsu, recebeu mais de 60 pedidos de clientes nacionais e estrangeiros para instalar em navios seus sistemas de gerenciamento de eficiência energética inteligente marinhos autodesenvolvidos.
Chen Herong, vice-presidente executivo da empresa, disse: “Como a análise industrial de big data, o aprendizado de máquina e outras tecnologias inteligentes podem ser aplicadas para otimizar a operação diária dos navios, aumentamos o investimento na fabricação inteligente para impulsionar a inovação e cultivar novos pontos de crescimento .”
Atualmente, a New Dayang Shipbuilding tem encomendas para a construção de 59 navios, incluindo graneleiros e navios-tanque de produtos químicos. Sua produção para encomendas de comércio exterior está programada até 2026, mostraram dados da Alfândega de Nanjing.
Em resposta à crescente demanda do mercado global por novos navios, Han Jianfeng, presidente da unidade chinesa da Wartsila Corp, fabricante finlandesa de motores para navios, disse que a empresa produzirá mais motores marítimos movidos a duplo combustível e metanol, e planeja adicionar novas linhas de produção em suas fábricas na China nos próximos anos.
No final de dezembro, os pedidos retidos da indústria de construção naval chinesa atingiram 139,39 milhões de toneladas de porte bruto, marcando um aumento significativo de 32% em relação ao ano anterior. Este volume representou uma participação substancial de 55% do mercado global.
Montadoras chinesas abraçam o boom das exportações com frotas próprias
Shenzhen, 15 jan (Xinhua) — O “BYD EXPLORER NO.1”, um navio transportador de veículos alugado à montadora chinesa BYD, realizou sua cerimônia de viagem inaugural na segunda-feira em um porto em Shenzhen, Província de Guangdong, sul da China.
Com mais de 5.000 veículos de novas energias (NEVs) a bordo, navegará para os portos de Vlissingen, na Holanda, e Bremerhaven, na Alemanha.
É o primeiro navio da frota marítima da BYD, que se juntou a uma série de fabricantes de automóveis chineses na aceleração das exportações de automóveis, operando as suas próprias frotas marítimas.
De acordo com a China International Marine Containers (Group) Co., Ltd. (CIMC), o navio foi construído pela CIMC Raffles, uma subsidiária da CIMC, para a empresa internacional de gestão de navios Zodiac Maritime, e foi arrendado à BYD.
O navio foi entregue na terça-feira a uma base de construção em Longkou, província de Shandong, leste da China, antes de navegar para o porto de Yantai para ser carregado com o primeiro lote de 1.389 NEVs. No domingo, o navio chegou a Shenzhen e foi carregado com o segundo lote de cerca de 4.000 NEVs.
De acordo com a Administração Geral das Alfândegas da China, as exportações de automóveis da China aumentaram para 5,22 milhões de veículos em 2023, um aumento anual de 57,4%.
FONTE: China Daily
Então, por que teria uma terceira guerra mundial? Acabar com tudo isso? Por isso não acredito em previsões apocalipticas. hoje tudo é comércio e Marinhas aptas a defender as linhas de comunicação, o resto é : ” o meu é maior que o seu…”! Segue o jogo..! Em tempo, sou da época da Guerra Fria e de um planeta que não era tão globalizado!
Já disse várias vezes:
No dia em que colocarem na ponta do lápis o quanto 1 dia de guerra naquela região afetaria a economia global, todo mundo fica “mansinho”.
Como lí certa vez em O Poderoso Chefão: nada é mais calmante do que a atmosfera do dinheiro.
Excelente livro.
Concordo em relação à China. Mas e quanto àqueles que podem estar “perdendo” o mercado ou as rotas? O clima complicado no Cáucaso se dá por mineração e rotas comerciais. Esses não tentariam uma via conflituosa?
Considerando-se que a China tomou o lugar dos EUA como “a fábrica do mundo”, todo mundo perderia com isso. Obviamente a China seria a maior prejudicada, mas todo o resto da economia e cadeia global de produção sofreria bilhões de dólares em prejuízos.
O Brasil, por exemplo…
Quem compraria nossos commodities na mesma quantidade que a China compra?
Veremos quando ¨for a vez” de Tawain.
EDITADO:
COMENTÁRIO BLOQUEADO DEVIDO AO USO DE MÚLTIPLOS NOMES DE USUÁRIO.
Previsão para 2024: alcançar 66,6% de toda produção mundial de navios. Isto é: só a China produzirá em 2024, o dobro do resto do mundo. 2/3 da produção mundial de embarcações.
Impressionante
Não temo competir com a China…
Na indústria de transformação pesada ninguém tem.
Sem direito a greves, salários ainda baixos. estrangeiros bancando e ganhando muito, alem do estado comprando muito material militar.
ainda estará favorável para a China e seus sócios por um bom tempo.
O chinês já tem um salário médio maior que o brasileiro, do que você está falando? Em empresas como a Huawei, por exemplo, todos os funcionários são acionistas (só pode ser acionista se for empregado) e todos tem poder de voto.
Vamos lá. Um ótimo ponto que você tocou. Realmente o salário médio dos chineses é maior que dos brasileiros. Apenas lembrando que uma boa parte dos chineses ainda trabalham nas áreas rurais, não tendo sua remuneração “controlada” pelo governo. Referente aos funcionários da Huawei serem acionistas, também é verdade, o que lhes dá direito a participação nos lucros. Referente às outras questões: A Huawei passou por uma avaliação mundia referente a questões administrativas e de segurança (não só de informação). Inclusive a filiais e fornecedores análogos ao serviço escravo. Isto trouxe vários mudanças, o que tornou sem dúvida uma empresa… Read more »
Se criássemos uma lei reservando a navegação de cabotagem para as empresas nacionais igual os americanos fazem. Pegássemos o fundo da marinha mercante e financiássemos navios de carga via BNDES para essas empresas…Creio que em 10 anos ou menos teríamos estaleiros competitivos! O mercado de transporte fluvial , lacustre e marítimo tem um potencial colossal.
Isso só com mercadorias dentro do território brasileiro.
Já fizemos isso. E deu errado.
Economia não é uma Ciência exata , se é que pode ser chamada de ciência
Foi por causa dessa lei que os Estados Unidos se tornaram o que são hoje.
Você não lê com frequência notícias sobre a lentidão e a pouca importância da construção naval nos Estados Unidos?
Qual é a porcentagem dos pedidos mundiais que o setor de construção naval dos EUA recebe atualmente?
Pense nisso com cuidado.
Você acha que os EUA têm estaleiros fortes e competitivos atualmente?
Prezado, existem ramos que somos competitivos e outros que não somos. A construção naval no BR provou que não é competitiva, olhe o que temos de estaleiros “abandonados”…
Os estaleiros no Brasil não foram abandonados, quebraram por causa da crise provocada pela Lava Jato. Mas isso é outra história e não cabe tratar aqui.
A crise provocada pelo esquema corrupção investigada pela operação no caso.
Você não quebra uma empresa em nome da corrupção, isso sempre teve e tem em qualquer empresa no mundo . ( Inclusive a LockHeed Martin tem diversos casos ) e vê se os EUA deixam ela quebrar .
AVISO DOS EDITORES: A DISCUSSÃO ESTÁ FUGINDO TOTALMENTE DO TEMA DA MATÉRIA.
LEIAM AS REGRAS DO BLOG:
https://www.naval.com.br/blog/home/regras-de-conduta-para-comentarios/
Nenhum país em sã consciência quebra empresas de engenharia ao investigar corrupção. É preciso investigar, julgar e punir indivíduos, enquanto a capacidade industrial se mantém. Foi assim quando a Coréia do Sul investigou a Samsung, por exemplo.
AVISO DOS EDITORES: A DISCUSSÃO ESTÁ FUGINDO TOTALMENTE DO TEMA DA MATÉRIA.
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Só não respondo ambos em respeito ao aviso dos editores.
Bola pra frente!
A China detém a liderança mundial em produtos siderúrgicos , capacidade produtiva naval , tecnologia naval , investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos materiais e equipamentos navais ….. enfim é e será ainda o futuro líder na construção naval e portanto ser a maior marinha de guerra do mundo com presença nos principais oceanos e mares será uma consequência natural … O quanto isto afetará a sobrevivência e o crescimento ou bem estar de outros países até aqui líderes é uma incógnita . Será tão forte a ponto de fazer outros pensarem duas vezes antes de ataca lá ,… Read more »
Não irá desejar, mas é o que terá. Todos os esforços do governo do pcch até agora pra aumentar a decadente taxa de natalidade da china falharam, e vendo todos os outros países que passam pela mesma situação, continuarão falhando. A “harmonia interna” que o urs… quer dizer, Xi jinping busca é um devaneio. Quanto mais ele buscar isso, mais as estruturas do país vão rachar.
Não me parece que as estruturas daquele país estejam rachando.
O governo esconde muita coisa. Mas é só ver, os protestos se tornando cada vez mais frequentes, o desemprego altíssimo, a taxa de natalidade decadente, etc.
Dúvida off-topic que me surgiu agora, do nada…….quem fim levaram os KC Trader quea MB comprou por mais de USD 230 MM? Vão vir afinal?
Construir um superpetroleiro em apenas 6 meses é surreal. Os caras alcançaram tais niveis de eficiência e produtividade que será extremamente difícil C. do Sul e Japão igualarem. E como estão liderando o progresso tecnológico na área a tendência é a de que conquistem a hegemonia no mercado de construção naval. Não será surpresa se este navio movido a energia nuclear for lançado a do esperado e representará a maior revolução na marinha mercante mundial das últimas décadas E assim a China vai consolidando e expandindo sua hegemonia global através da liderança comercial em diversas áreas, se destacando em inovações… Read more »
“sem necessidade de guerras, de destruir e invadir países para se apossar de suas riquezas nem de impor sanções econômicas para sufocar outros países” nenhum país cresceu por causa disso. Aliás, a China também faz cobranças extremamente abusivas para os países que fazem parte da rota da seda, além de ter passado décadas explorando seus trabalhadores, principalmente minorias etnicas, com condições análogas a escravidão. Falar que a China é diferente do ocidente malvadão é ingenuidade.
Quem lê sobre as cobranças, exigências e imposições que os chineses têm feito aos países aos quais concederam empréstimos não vai nessa esparrela de “sem necessidade de guerras, de destruir e invadir países para se apossar de suas riquezas nem de impor sanções econômicas para sufocar outros países”.
Aqueles que viviam dizendo que os chineses só queriam saber de pastel de “flango” e que tudo lá soltava pecinha devem estar encolhidos chorando na cama.
A China é o futuro.
Desemprego juvenil a níveis tão altos que o governo parou de divulgar, caos social cada vez mais alto, taxa de natalidade decadente… realmente, é o futuro.
Qual a faixa do “desemprego juvenil”? Justamente a de estudantes universitários…
Nem todo jovem universitário mora com os pais, principalmente em pais asiático.
Esses novos navios ro-ro de BYD e SAIC (sócia da GM e VW, por exemplo), são movidos por GNL para reduzir a pegada de carbono na conta dos carros elétricos chineses, por conta de futuras restrições na forma do cálculo do poço à roda, onde todas as emissões são contabilizadas, desde a fabricação do aço até a distribuição aos revendedores.