Nesta quarta-feira (07.02) a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON) firmou os termos do Contrato com a TideWise, em uma parceria estratégica de construção de drones navais, que vai revolucionar a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) do País.

O contrato vai contemplar o projeto de engenharia e construção de embarcações autônomas multipropósito. O primeiro USV (sigla em inglês para Unmanned Surface Vehicle) SUPPRESSOR será produzido em parceria com a Tidewise, em alumínio naval, com 7 metros de comprimento e movido por propulsão a diesel, associado a uma estação móvel de controle em um container de 20 pés.

A embarcação será dotada de configuração básica que é composta de sensores de navegação, sonar multifeixe e ROV (Remote Operated Vehicle). Com um orçamento estimado em 20 milhões de reais, a construção da primeira embarcação tem previsão de conclusão para o final do ano de 2025. O contrato ainda abarca a entrega de um protocolo de interface para a embarcação (Application Programming Interface – API), visando o atendimento das demandas específicas dos seus operadores, especialmente, no que se refere ao controle e à segurança das comunicações.

O programa é o primeiro do mercado brasileiro e da América Latina que visa a construção de embarcações autônomas de superfície multipropósito no país, com foco no Setor de Defesa e Segurança. As características intrínsecas a esse tipo de embarcação, proporcionam versatilidade, permanência e resiliência em ambientes operacionais marítimos desgastantes e de elevado risco à vida humana, além de prover maior viabilidade econômica e sustentabilidade ambiental na sua operação. Dessa forma, pode ser operada remotamente ou de forma autônoma, com significativa mobilidade estratégica, seja por via terrestre, marítima ou aérea, otimizando custos logísticos e operacionais.

O USV SUPPRESSOR oferecerá capacidade para a guerra de minas navais, guerra antissubmarino, além de vigilância em águas jurisdicionais marítimas, costeiras, fluviais e restritas, tais como em baías e lagos. A embarcação também possibilitará, às Forças de Defesa e Segurança, o emprego na segurança à navegação e do tráfego marítimo, levantamento hidrográfico, pesquisa oceanográfica ou combate a ilícitos.

O contrato consolidará a materialização da parceria estratégica entre a EMGEPRON e a TideWise, ambas as empresas associadas ao Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro (CTN-RJ), representando um importante marco de desenvolvimento da BIDS, que apresenta soluções inovadoras para o ambiente marítimo e atividades correlatas, além de proporcionar à indústria nacional do setor maior autonomia em tecnologias sensíveis para o País.

Sobre a EMGEPRON

A EMGEPRON é uma Empresa pública, não dependente de recursos da União, ligada ao Ministério da Defesa (MD), por intermédio da Marinha do Brasil (MB). Adicionalmente, é credenciada junto ao MD como Empresa Estratégica de Defesa (EED), possuindo mais de 40 anos de experiência no gerenciamento de projetos de elevada complexidade. A Empresa tem por finalidades precípuas a promoção da indústria militar naval brasileira e atividades correlatas, abrangendo, inclusive, a pesquisa e o desenvolvimento; a o gerenciamento de projetos integrantes de programas aprovados pela Marinha do Brasil; e a promoção ou execução atividades vinculadas à obtenção e manutenção de material militar naval.

Sobre a TideWise

A Tidewise é uma empresa 100% brasileira, líder no projeto, construção e operação de embarcações não-tripuladas no hemisfério sul. Notável globalmente pela excelente capacidade de integração de múltiplos robôs em um mesmo sistema, nossa tecnologia já foi testada, reconhecida e com sua eficiência provada em campo. Recentemente, realizamos uma operação pioneira no Pré-sal brasileiro, além de já termos realizado operações em parques eólicos offshore. Tudo isso, utilizando um sistema de controle de propriedade da TideWise, o WiseControl, tecnologia que permite uma interface robusta de operação remota.

Ficha Técnica da embarcação SUPPRESSOR 7

  • Comprimento: 7m
  • Boca: 2,5 m
  • Velocidade máxima: 24 nós
  • Deslocamento: 5 t
  • Propulsão: dois eixos com motores convencionais

DIVULGAÇÃO: EMGEPRON

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Abner

Muito bom e interessante.

Sequim

A MB investindo no futuro e o futuro da guerra não apenas naval pertence em grande parte aos drones, arma relativamente barata e muito eficaz. Vide os estragos feitos por drones de lado a lado na Guerra da Ucrânia.

Willber Rodrigues

A única coisa “boa” nessa guerra é que ela tá fazendo certos setores das FA’s finalmente se mecherem e se atualizarem.
A MB finalmente dando atenção a USV’s, e o EB finalmente terminando aquele ATGM.
Pra ficar melhor, só faltou darem atenção as AAA’s, que persistem em não terem…

Augusto José de Souza

EB vai escolher o novo obuseiro autopropulsado sobre rodas oque já da uma alavancada na defesa antiaérea e depois vira de médio alcance e a Índia já ofereceu o Akashi em troca eles compram o KC-390.

Marcos

Como um obus melhora a defesa antiaérea?

RPiletti

Confundiu alhos com bugalhos…

Heinz

Kkkkkkkkkkkkkkkkkk é cada pérola aqui nesse blog

WillBill

Concordo contigo.. eu acho que se ligaram que o mundo tá meio em ebulição e pode ter uma situação em que não poderão defender nosso país

Willber Rodrigues

“O USV SUPPRESSOR oferecerá capacidade para a guerra de minas navais, guerra antissubmarino, além de vigilância em águas jurisdicionais marítimas, costeiras, fluviais e restritas, tais como em baías e lagos.”

Jesus, finalmente a MB dando atenção pra área de contra-minagem e USV!!!!
Espero, sinceramente, que esse projeto vá em frente e dê certo.

EduardoSP

Isso aí está com cara de ser um demonstrador de tecnologia. Duvido que um barquinho de sete metros e cinco toneladas de deslocamento tenha alguma utilidade para guerra de minas e antisubmarina. Desse tamanho não vai nem ali e volta.

Willber Rodrigues

Considerando-se que temos zero experiência nisso, é claro que isso é protótipo.
Mas é bom saber que a MB tá olhando essa área com mais atenção.

Fernando "Nunão" De Martini

Eduardo, isso é pra operar a partir de um navio-mãe.

Marcelo Andrade

É para serem operados de um navio varredor, por exemplo. Pode-se operar uma flotilha deles com muito mais segurança em um ambiente de Guerra de Minas.

Moriah

Um navio MCM, como o que foi oferecido ao Brasil pelo Naval Group a ser feito em Itaguaí. Aliás, ele e a FDI estão sendo oferecidos em dupla lá no Oriente Médio.

Carlos Campos

iii mano tu tá desinformado

EduardoSP

Ah tá!
Esqueci que o press release da Engepron é direcionado a quem já conhece bem o projeto.

Fabio

Muitos países já operam embarcações autônomas desse porte para esse fim, não é novidade,

Bardini

Seria fenomenal se tivessem desenvolvido um moderno projeto de NPa, com condições de empregar este e outros tipos de vetores remotamente pilotados ou autônomos, ao longo das próximas várias décadas de nosso futuro.
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adriano Madureira

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Por mim o MB deveria apostar em um navio estilo Expeditionary Sea base…
Não precisaria ser uma trozomba do tamanho da de nossos “irmãos”, parceiros e aliados” yankees, poderia ser até um navio civil com um belo convés, que poderia levar aeronaves como o tal Nauru 1000-C ou Tupan – 3000 e drones navais.

Só não podemos ficar cinco passos atrás como sempre ficamos!

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Moriah

pois é, o que vimos foi uma reprodução da Barroso em forma de OPV pela Emgepron

Esteves

Por isso. Exatamente por esse motivo é que coisas assim no Brasil não vão. ” O primeiro USV (sigla em inglês para Unmanned Surface Vehicle) SUPPRESSOR será produzido em parceria com a Tidewise, em alumínio naval, com 7 metros de comprimento e movido por propulsão a diesel, associado a uma estação móvel de controle em um container de 20 pés. A embarcação será dotada de configuração básica que é composta de sensores de navegação, sonar multifeixe e ROV (Remote Operated Vehicle). Com um orçamento estimado em 20 milhões de reais, a construção da primeira embarcação tem previsão de conclusão para o final do… Read more »

Nilo

Procurei informação só vi 20 milhões reais para uma embarcação, com protocolo de interface e uma estação móvel de controle em um container de 20 pés.
Os projetos atuais já são autônomo operando com inteligência artificial sem interferência humana.

Esteves

Nilo,

Se querem desenvolver isso tem que contratar mais. Fazem protótipo, produtacão, testam e…nunca passadiço.

Carlos

Na Marinha Portuguesa se projetam navios que ficam mais baratos do que 20 milhões de reais e isso se pode ver neste vídeo https://www.youtube.com/watch?v=6BnL5E3OMY8&ab_channel=AcademiadeMarinha (timeliine 22:33) onde o Almirante português se refere aos novos NPC (Navios de Patrulha Costeiro) que ficarão abaixo dos 6 milhões de euros e aqui um USV fica a 20 milhões de reais. Dá para pensar.

Fernando "Nunão" De Martini

Carlos, de fato 20 milhões de reais é um custo elevado, mas boa parte disso provavelmente se refere equipamentos, sistema eletrônicos e sensores sofisticados que não necessariamente equipariam um navio de patrulha costeiro.

Sobre custo de navios-patrulha portugueses, tem uma matéria aqui (embora seja de modelos oceânicos e não costeiros):

https://www.naval.com.br/blog/2021/05/27/portugal-investe-na-compra-de-seis-novos-navios-patrulha-oceanicos/

Carlos

Navios patrulha oceânicos é uma coisa, navios patrulha costeiros é outra e navios misto de reabastecedores e RO-RO também é outra, dos navios oceânicos já foi assinado um contrato de construção de 6 unidades por um custo de 300 milhões de euros o que faz um custo unitário de 50 milhões de euros cada navio e os mistos de reabastecedores e de ro-ro (roll on roll off) também pelo preço unitário de 50 milhões de euros. Eu gostaria de apagar o meu comentário mas por um erro meu e que nada tem a ver com os custos dos navios.

Fernando "Nunão" De Martini

Você pode editar o comentário ou incluir uma nova observação a respeito em novo comentário. Fica a seu critério.

Filipe Prestes

Carlos, convertendo o custo em euro para reais pelo valor de hoje, o Supressor sai até mais barato. O nosso maior problema é a escala e o fato de que não se pensa em famílias de meios, como Bardini citou acima.

Carlos

O Supressor tem 7m de comprimento, o NPC tem 40m e tem mais equipamentos

Leandro Costa

Esteves, geralmente os custos de desenvolvimento e construção da primeira embarcação de qualquer tipo sempre é muito mais cara do que o custo unitário de uma produção seriada.

Esteves

Pois é. E quando contratam somente um…pior.

Marcelo Andrade

Esteves, veja o copo meio cheio, por favor….

Alex Barreto Cypriano

Meio cheio, meio vazio, tanto faz: apenas demonstra que a coisa não tem transparência necessaria ou planejamento consolidado pra evitar duplicidade interpretativa.

Augusto José de Souza

Avanço muito importante para a MB tendo em vista a guerra naval moderna,o estaleiro que construirá essas USV é a mesma que construirá os novos navios patrulha de 500 toneladas?

Fábio

Boa noite é preciso ter um navio caca minas para levar esses USV existe previsão da construção do mesmo ?

Augusto José de Souza

Os primeiros patrulhas estarão equipados para guerra anti minas.

Augusto, segundo o planejamento divulgado até agora, não serão os primeiros.
Sugiro rever matéria que saiu aqui:

https://www.naval.com.br/blog/2023/11/23/navio-patrulha-de-500-toneladas-devera-entrar-para-o-orcamento-2024-havera-versao-de-contramedidas-de-minagem/

O PRONAPA contempla um projeto nacional, com índice de conteúdo local superior a 50%. Em andamento, o programa prevê a construção dos navios de 2023 a 2037, com custo estimado em R$ 2,8 bilhões, com a entrega de uma unidade em 2025, um em 2027, dois entre 2028 e 2030. Os navios de contramedidas deverão ser entregues entre 2031 e 2037.”

Augusto José de Souza

Entendi,esses navios irão substituir a classe Aratu em Salvador?

Não sei.
A lógica diz que sim, mas já se sabe há muito tempo que é necessário basear navios de contramedidas de minagem em outro lugar.

Fabio

Parece que estão planejando uma versão do npa500br para esse fim, pelo menos é o que escapou numa apresentação que assisti

Di Mulé

Não consigo entender a Emgepron, segue demitindo funcionários concursados e enchendo o seu quadro com militares da reserva e da ativa. Isso é uma vergonha.

Marcelo Andrade

Que que tem a ver uma coisa com outra? Ela vai parar de fazer o que faz?

Fabio

Concursado? O que estuda pra concurso

Carlos Campos

olha desde que seja eficiente, por mim pode mandar todo mundo embora, nem sabia que tinha concurso pra Emgepron

J L

Seria interessante se esse SUV, tiver capacidade de controle para longas distâncias, penso no uso como patrulheiro nos rios amazônicos ajudando assim a coibir o contrabando de entorpecentes e no controle na questão da mineração ilegal nos rios.

Marcelo

Marinha deve começar a pensar em reduzir esse povo….A tecnologia robótica…. não mais necessitará de 80.000 pessoas ….onde apenas 18.000 já serão muita gente no futuro muito próximo….

Marcelo Andrade

É amigo,o Brasil é do tamanho de Taiwan né?

adriano Madureira

Finalmente o Brasil está mostrando algo na área naval no quesito drones…

Quem sabe no futuro não pense em um Sea drone kamikaze…

Diogo de Araujo

Assina documento, foto, maquete, fim.

Diogo de Araujo

Obrigado pela resposta Fernando e me perdoem o pessimismo é que acompanho o blog aqui há pelo menos uma década e dps do Mansup ficou difícil acreditar en algo.

Akah-130

Como assim? O Mansup segue conforme o planejado e está até bem melhor encaminhado com a entrada da SIATT para o Edge Group.

Marcelo

Dinheiro jogado fora!! Final de 2026 qualquer um poderá vir aqui e confirmar a minha previsão!!

adriano Madureira

Eu ia até mandar um e-mail para a MB, mas como você com grande autoridade, afirmou ser um gasto inútil, dinheiro jogado fora, até desisti de enviar…

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Marcelo Andrade

Sim, você tb disse que o KC-390 era avião virtual e que o Prosub só tinha cascos ocos prontos sem recheio.

Rodrigo Maçolla

Bom ! acho que esse é o caminho para no futuro um mais robusto e ainda mais capaz …

Nilo

Projeto oferece duas linhas de produtos, o SUPPRESSOR 7 e o Supressor 11, que podem ter suas configurações estabelecidas conforme as respectivas demandas: CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO SUPPRESSOR 11 Comprimento: 11 m Boca: 2,95 m Velocidade máxima: >35 nós Velocidade de varredura: 6-8 nós Deslocamento: 8 t Propulsão: 2 motores waterjets Sensores acima d’água: Radar de navegação, 3D LIDAR e câmera PTZ Sensores abaixo d’água: Sonar multifeixe de casco ÁREAS DE ATUAÇÃO DO SUPPRESSOR: Levantamento hidrográfico Monitoramento Ambiental Pesquisa oceanográfica Inspeção de Ativos Offshore Guerra de Minas Guerra Antissubmarino Patrulha Naval Inteligência, Vigilância e Recoinhecimento (Intelligence, Surveillance & Rec Não menciona… Read more »

Last edited 9 meses atrás by Nilo
Fernando "Nunão" De Martini

Nilo, Capacidades desse nível são geralmente desenvolvidas em etapas. Primeiro o controlado remotamente e/ou autônomo com percursos pré-determinados. Depois o autônomo com capacidade de decisão própria e reação, acionando suas ferramentas embarcadas (outros sensores, pequenos rovs ou vants, armamento etc). Essa é uma embarcação não tripulada que poderá ser lançada tanto de meios do porte de navios-patrulha (seja para missões de vigilância ou para navios-patrulha adaptados para a guerra de minas) quanto das futuras fragatas, e nesse caso podendo ser lançada não só por guincho, mas também por rampa na popa, ocupando parte da área multifunção sob o convoo da… Read more »

Nilo

A empresa não tem tradição em atendimento ao setor militar, sem uma parceria, é um alto grau de risco. Para uma Instituição que tem aversão a riscos como a MB, mas perguntas que resposta.

Fernando "Nunão" De Martini

Nem sempre. A MB decidiu que precisava adquirir e projetar navios encouraçados para emprego em ambiente fluvial logo que chegaram as notícias da batalha de Hampton Roads, na Guerra Civil Americana na década de 1860. E por muito pouco não contou com um deles já na Batalha de Riachuelo. Encomendou encouraçados tipo Dreadnought antes de um monte de potências navais no início do século XX. Decidiu encarar a construção de contratorpedeiros de projeto americano com solda elétrica numa época (meados dos anos 1930) em que os britânicos ainda mantinha a construção por rebitagem. E começou a construir três deles de… Read more »

Nilo

👍

Carlos Campos

um dos melhores produtos recentes para defesa no país, achei interessante ele pode encontrar submarinos usando laser, fazer mapeanto de leito marinho, patrulha marítima, seria legal um com uma metralhadora e um caixa de som para emitir alertas sonoros contra embarcações que violem nossa ZEE, como aquele navio alemão que estava fazendo buscas ilegais no nosso mar, bem onde tem vários minérios

Fabio

Convés principal de 20m², não seria metros cúbicos ? Se multiplicar o comprimento total de 7m pela boca de 2,5 dá 17,5m²

Last edited 9 meses atrás by Fabio
Fernando "Nunão" De Martini

Provavelmente arredondaram, mas também o convés pode se projetar para além da boca medida na linha d’água.

Mas m3 não é, pois convés é um “piso”, medido em 2 dimensões, e não em 3, ou seja, não tem volume útil e sim área util em m2. Um compartimento é que teria medida em m3

Alex Barreto Cypriano

Off-topic: segundo diretor da EmGeProN, FCT sera lançada em 06/2.024 com uso ‘load-out’ por dique flutuante (com 120 m de comprimento, adquirido pela TKMS-Brasil Sul), possivelmente com carena lateral desmontável, aqui:
https://www.defesaaereanaval.com.br/naval/fragata-tamandare-sera-lancada-ao-mar-em-junho