PMG da Barroso está chegando ao fim, com previsão de entrega no segundo semestre

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Navio concluiu sua segunda docagem do Período de Manutenção Geral, que deverá terminar neste ano de 2024 para entrega ao setor operativo – Poder Naval traz uma compilação de contratos de serviços realizados e equipamentos adquiridos para o PMG da corveta Barroso

No dia 18 de março, o  Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) informou em nota a conclusão da segunda docagem da corveta Barroso (V34), conforme previsto no Período de Manutenção Geral (PMG) do navio. A corveta esteve docada no Dique Almirante Jardim de 22 de novembro de 2023 a 18 de março de 2024. A primeira docagem do PMG foi no ano passado (veja mais a seguir).

O AMRJ informou que, após a desdocagem, serão realizados outros reparos previstos no PMG, porém com o navio atracado ao Cais Norte do Arsenal. Após estes reparos que finalizarão o PMG, a entrega do navio ao setor operativo está programada para o segundo semestre de 2024, ainda segundo o AMRJ. Com esta previsão o tempo total da Barroso em PMG deverá chegar a 4 anos, aproximadamente.

Corveta Barroso fotografada no interior do Dique Almirante Jardim, no AMRJ, em 2 de março de 2024 – foto G. Poggio – Poder Naval

A nota do AMRJ informou a realização de diversos serviços durante esta segunda docagem, com destaque para os seguintes:  tratamento, pintura e hidrojateamento das obras vivas, instalação de 83 ânodos de sacrifício, embarque dos motores de combustão auxiliar (MCA) 1 e 2, substituição de selos do casco mecânico e inflável e embarque do novo Grupo de Osmose Reversa (GOR) na Praça de Máquinas à Vante (PMV).

Na docagem anterior, finalizada em abril de 2023, o navio teve substituídos os pés de galinha de bombordo (BB) e boreste (BE) que são estruturas presas aos cascos, à popa, onde são fixadas as partes externas dos eixos que movimentam os hélices. Também foram realizados serviços de reparo no domo do sonar, substituição do sino do ecobatímetro, reparos dos selos de casco (BB e BE) e dos hélices de passo controlável (BB e BE).

Corveta Barroso deixa o Dique Almirante Jardim em 18 de março de 2024 – foto AMRJ

Outros detalhes do PMG da corveta Barroso

O Período de Manutenção Geral da Barroso foi iniciado pouco tempo depois do retorno do navio de sua última missão na UNIFIL, a Operação Líbano XVI, realizada entre agosto de 2019 e maio de 2020.

Vale destacar que a partida se deu antes da pandemia do Coronavírus, com o retorno após o início da emergência sanitária. A pandemia causou diversos transtornos às cadeias globais de fornecimento de equipamentos navais e de defesa, assim como restrições nos serviços de manutenção e fornecimento por empresas locais, o que certamente resultou em dificuldades para a execução do PMG, algumas das quais são relatadas abaixo.

O Poder Naval pesquisou no Diário Oficial da União a publicação de contratações de diversos serviços e aquisições de equipamentos para o PMG da Barroso. A lista a seguir não abarca todos os trabalhos realizados, mas serve para acrescentar alguns detalhes e dar uma ideia geral de alguns dos itens mais caros ou difíceis de serem substituídos, no navio, nestes últimos 4 anos de duração do Período de Manutenção Geral, assim como os custos de alguns dos equipamentos e serviços.

A mencionada troca dos pés de galinha do navio já havia sido objeto de licitação divulgada em outubro de 2019, quando a corveta Barroso ainda estava em plena Operação Líbano XVI.  O contrato para fornecimento destes dois itens, porém, só foi assinado em julho de 2020, no valor de R$ 726.999,00 e vigência de 215 dias, junto à empresa Electro Aço. Como informado mais acima, os dois pés de galinha foram instalados na docagem finalizada em abril de 2023.

Corveta Barroso finalizando a docagem anterior, em abril de 2023 – foto AMRJ

Em abril de 2021 foi divulgado aviso de licitação para 105 itens sobressalentes para a corveta (não encontramos mais detalhes dessa licitação), e em julho do mesmo ano foi contratada (por inexigibilidade de licitação) a empresa Zanini Renk equipamentos industriais para serviço de inspeção geral da engrenagem redutora (que faz a transmissão e ajuste da rotação dos eixos dos motores diesel e da turbina aos eixos dos hélices), por R$ 552.989,47.

Pelo número do processo, foi possível verificar a anulação dessa inexigibilidade em 18 de março do ano seguinte e que a mesma empresa aparece em outro extrato de inexigibilidade de licitação (com a justificativa da empresa ser possuidora de carta de exclusividade sobre os serviços de garantia do fabricante e único fornecedor de sobressalentes) divulgado em 21 de março de 2022 e referente ao mesmo tipo de serviço, agora no valor global de R$ 664.287,89.

O contrato foi efetivamente assinado com este valor em 7 de abril de 2022.

Provavelmente houve dificuldades, nesse meio-tempo entre os avisos de inexigibilidade, para pactuar o início da execução do serviço e depois para a efetiva prestação do mesmo: no dia seguinte foi publicada portaria modificando o período original previsto para o serviço, que iria de 8 de abril a 5 de agosto de 2022, para 6 de agosto de 2022 até 1 de fevereiro de 2023, e o contrato foi rescindido em 10 de outubro de 2022, de forma “amigável”, segundo o extrato de rescisão.

Corveta Barroso deixando o dique após a docagem anterior, em abril de 2023 – reparar na ausência do canhão de 114mm da proa – foto AMRJ

Voltando às informações divulgadas ainda em 2021, no mês de agosto foi contratado (também por inexigibilidade de licitação) o fornecimento de dois itens entre os mais caros do PMG do navio: dois motores de Combustão Principais (MCP), modelo 16V1163TB93, incluindo todos os sistemas, subsistemas, equipamentos, componentes, acessórios e instrumentos, prontos para serem instalados a bordo, junto à empresa alemã MTU Friedrichshafen GmbH.

O valor divulgado foi de € 4.620.000,00 (quatro milhões, seiscentos e vinte mil euros), incluindo a assistência técnica para instalação e colocação em operação (testes e comissionamento). Na cotação da época (31 de agosto de 2021) esse valor correspondia a aproximadamente 28 milhões de reais, ou 25 milhões na cotação de hoje.

Motor MTU série 1163, em caráter meramente ilustrativo (esta é a versão maior, 20V1163, do modelo instalado na Barroso, que é o 16V1163) – foto MTU

Já no ano de 2022, em fevereiro, foi licitada a modernização do Sistema de Proteção Catódica (SPC), declarada deserta no mês seguinte por “não acudirem interessados”. Foi aberta nova licitação em abril do mesmo ano, a qual aparentemente também não foi bem-sucedida. Voltaremos a este assunto no relato dos acontecimentos de 2023.

Ainda no mês de abril de 2022, foi  informada a inexigibilidade de licitação para contratar a empresa Safran Electronics e Defense Brazil para “prestação de serviços de pesquisa de pane e soluções técnicas de manutenção e correção posteriores no  navegador inercial SIGMA 40 e sua interface com o Sistema de Armas” da Barroso, no valor de R$ 210.937,33. O contrato foi assinado em 2 de maio, mas em setembro de 2022 o prazo de execução com vigência prevista de doze meses (início em 02/05/22 e encerramento em 01/05/2023), foi prorrogado para 1 de julho de 2023, e depois novamente esticado para 30 de julho.

Corveta Barroso atracada ao cais do AMRJ com o navio-patrulha oceânico Apa a contrabordo. Reparar na ausência do canhão de 114mm, retirado para manutenção. Foto de junho de 2023, de Guilherme Poggio

Em junho de 2022, foi informada a contratação, em processo de inexigibilidade de licitação, da empresa Vicel Comércio Industrial e Serviços para manutenção e fornecimento de sobressalentes originais nas UTAS modelo Omnipure fabricadas pela empresa De Nora Water Technologies LCC (antiga Seven Trent De Nora LCC), visando capacitar o navio “com um sistema de efluentes confiável, de modo a permitir suas navegações”. O valor global informado foi de R$ 1.762.931,00.

O ano de 2023 viu renascer a licitação para modernização do Sistema de Proteção Catódica (SPC), em aviso de tomada de preços publicado em 10 de abril. Os meses seguintes se passaram com publicações de avisos de inabilitação de diversas empresas, novos prazos para entregas de propostas, e mais uma revogação publicada em outubro.  Não encontramos mais referências à contratação desse serviço mas, como vimos, na docagem finalizada em março deste ano foram instalados 83 ânodos de sacrifício no casco.

Corveta Barroso atracada ao cais do AMRJ com o navio-patrulha oceânico Apa a contrabordo. Foto de junho de 2023, de Guilherme Poggio

Ainda sobre o ano de 2023, localizamos no DOU outras três licitações de itens importantes: modernização do grupo frigorífico, do sistema de controle de ar condicionado e de aquisição de grupo de osmose reversa. Como nos parágrafos anteriores já demos uma ideia das idas e vindas desses processos, não vamos nos estender nas aberturas das licitações, classificação das empresas etc. Vamos resumir as efetivas contratações:

O serviço de modernização do sistema frigorífico da corveta Barroso incluía, conforme o aviso de licitação divulgado em setembro, a “substituição de compressores, condensadores, fluido refrigerante e painel controlador das plantas frigoríficas do sistema de refrigeração, com fornecimento de materiais e equipamentos, documentação e treinamento para a correta operação do sistema”. Foi contratada em 16 de novembro de 2023 a empresa Engepon Equipamentos para Refrigeração Ltda, pelo valor de R$ 1.450.000,00 e vigência até novembro de 2025 (ultrapassando, assim, o prazo divulgado para volta do navio ao setor operativo no segundo semestre deste ano, o que provavelmente se refere ao treinamento para operação do sistema e eventuais garantias, e não aos serviços de substituição dos equipamentos mencionados).

Para a modernização do sistema de controle de ar condicionado, o que inclui o fornecimento de materiais, equipamentos e documentação, foi contratada em 27 de novembro de 2023 a empresa SKM Eletro Eletrônica Ltda, com o valor total de R$ 1.621.668,00 e vigência até 27 de setembro de 2025.

Já o Grupo de Osmose Reversa, com capacidade para produção de 16 t/dia ou mais, foi adquirido em 29 de novembro com a ECOMAC – Manutenção de Máquinas e Equipamentos Ltda, no valor total de R$ 312.423,11 e vigência até 29 de julho de 2025. Como informado no início da matéria, o Grupo de Osmose Reversa já foi embarcado no navio.

Infelizmente o PMG não incluiu uma grande modernização

Corveta Barroso - V34
Corveta Barroso em navegação, antes do PMG

Quando ocorreu a disputa para o programa da classe “Tamandaré”, havia uma expectativa para que uma ampla modernização da corveta Barroso fosse incluída num pacote de compensações (offset) do contrato, o que incluiria sistemas de armas da nova classe. Porém, as negociações das compensações com o consórcio vencedor, a SPE Águas Azuis acabaram não incluindo uma modernização da Barroso.

A justificativa foi noticiada pelo portal  Jane’s em março de 2020 (quando o navio ainda realizava a Operação Líbano XVI, ou seja, antes do início do PMG): “os riscos técnicos envolvidos no projeto de compensação relacionados à modernização da Barroso foram analisados durante a fase de negociação da aquisição dos quatro navios. Constatou-se que havia uma alta probabilidade de não ter sucesso, devido à complexidade de adaptar o sistema de combate da Barroso para receber os sistemas que serão utilizados na classe “Tamandaré”, acrescentou a Força Naval”.

Restará ver a corveta Barroso de volta à ativa no segundo semestre, se não houver atraso, após a realização de todos os trabalhos e instalação dos equipamentos mencionados mais acima  (e provavelmente outros tantos que não localizamos) durante um PMG de 4 anos, para mais um ciclo operativo. Esse novo ciclo deve avançar pela próxima década, com o navio exibindo a configuração de armas, sensores e sistemas da época de sua incorporação, em 2008.

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Emmanuel

A Corveta Barroso é um desses muitos projetos que foram sub utilizados pela MB. “Ahhh…mas faltaram recursos”. Faltaram recursos ou interesse? Projetos não faltam à MB que não foram além das encomendas feitas. Fragata classe Niterói e submarino classe Tupi são dois desses exemplos. O que se desenvolveu a partir deles? NADA. Estamos, de novo, comprando tecnologia para desenvolver uma fragata e um submarino que já poderiam ter sido desenvolvidos pela própria Marinha. Estamos, de novo, comprando as mesmas coisas que foram compradas 30 ou 40 anos atrás. Daqui a 30 ou 40 anos a MB estará fazendo o mesmo… Read more »

Wilson Look

Só para constar a Barroso é um fruto da Classe Niterói.

E no caso da Barroso, houve falta de recursos durante a sua construção.

Fabio

Boa tarde amigo Nunao será que teremos mais duas fragatas Tamandaré?

Ivan herrera

Pergunta de leigo Nunao, qual o poder de fogo atual dessa corveta ?

Ivan herrera

A sim ok , obrigado.

Zen

Defesa anti aérea sem mísseis, só na mb mesmo seria cômico se nao fosse trágico!

Carlos Crispim

Todas as forças brasileiras, e isso acontece há décadas, carecem de defesa AAe de longo alcance, numa guerra de verdade as tropas morreriam feito moscas.porque a FAB, obviamente, não daria conta, pois ela estaria mais preocupada em sobreviver.

Vitor Botafogo

Ja está na hora de + 2 x S-BR. Estaleiro parado pode criar um GAP e perda de conhecimento, pois o SN-BR vai demorar…

SG Rodrigo Ramos

Ela é uma Inhaúma “melhorada”, executava a mesma função da Classe Niterói, com exceção da defesa antiaérea. Menos um 40mm, menos duas .50 e não tem o ALBATROZ.

Alexandre Galante

Emmanuel:

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Burgos

Eu acho que vc está em modo ironic on 🤣
Mas enfim !!!
Aos poucos a “Fênix” vai voltando e vai “empurrar” muita água.
Uma pena a modernização dela não ter ido adiante.
Lamentável !!!

Angus

Acredito que esteja simplificando muito a questão, com objetivo de justificar o que define como modus operandi da MB. A partir da fragata classe Niterói (6) vieram as corvetas classe Inhaúma (4) e Barroso (1). Os planos iniciais da Marinha eram substituir as Niterói por fragatas 6000ton. Por diversas razões o PROSUPER, que previa a aquisição de 5 fragatas de 6000ton, ficou paralisado, uma delas foi a priorização de investimento no PROSUB (4 + 1 submarinos + base naval). Obviamente fatores políticos foram envolvidos na equação, devido ao acordo realizado com a França. Nesse contexto surgiu o Programa Classe Tamandaré… Read more »

Gumercindo Estives

Apesar destes acordos terem rendido novos projetos, como já citados em resposta, acredito que falta para as FFAA mais cooperação a fim de realimentar a indústria nacional de defesa. O IPQM faz milagre com a estrutura que está caindo aos pedaços, tem grande capacidade técnica mas por falta de recursos a vazão dos projetos é muito pouca… Marinha decide comprar viatura JLTV dos EUA enquanto o EB compra diversas viaturas IVECO com montagem nacional… Não me assustaria nada se decidissem refazer a força aeronaval com caças franceses do que tentar negociar um projeto do Sea Gripen… Quem tem pouco dinheiro… Read more »

Makarov

Por isso a ICN deveria pensar num submarino Brasileiro baseado no Scorpene para o mercado internacional e principalmente america Latina, Know How eles tem. A Coreia do sul fez assim.

marcus mendes

Concordo. A proposta de novos projetos tem que sair das mãos das forças armadas.
As forças armadas especificam as necessidades e o ministério da defesa planeja a execução em território nacional ou a compra no exterior.

BK117

O que mais me incomoda é ela sair desse PMG sem uma defesa antiaérea adequada (nada pessoal, Bofors 40). Estive pensando em opções esses dias pra trás. É um navio compacto. Desde o incidente mais recente com a Rademaker, pensei em aproveitar um dos lançadores Seawolf e os estoques restantes de mísseis. Velho, mas melhor que nada. Onde colocar? Não achei lugar. Sequer tem algum míssil em estoque? Talvez um puxadinho estreito em frente ao passadiço pra colocar um conjunto de 3 células MK41ExLS. Padronizaria o míssil com as novas fragatas. A MB está disposta a gastar? Talvez a opção… Read more »

BK117

Caro Nunão, agradeço pela excelente resposta! Não sabia que o CAMM necessita de um radar 3D. Outros sistemas como o RIM-116 também necessitam? Ou poderiam operar com o radar+DT já presentes na corveta? Talvez seria um substituto digno para o Bofors 40, mas eu ainda sentiria falta de um canhão. (Seasnake?) Pensando bem, todas essas opções são trabalho demais. Reservemos para as FCT. Então ficamos com o Simbad. Mas até hoje me pergunto o motivo de não terem instalado no Atlântico, como já conversamos em outra oportunidade. Se não se preocupam em defender a nau capitânia da esquadra, quem dirá… Read more »

Carlos Crispim

Sonharrrrrrrr, não custa nada…

Luís Henrique

Considerando que as Niteroi devem ser aposentadas antes da Corveta Barroso e lembrando que 1 Niteroi já foi aposentada, não seria possível e viável instalar o sistema Albatroz com mísseis Aspide 2000 na Corveta Barroso?

Luís Henrique

No olhometro eu tinha pensado logo atrás do canhão de 114 mm.
Sei que o Aspide é limitado e possui guiagem semi-ativa, mas tem um alcance razoável e não teríamos que comprar, já temos.
Se não me engano a MB comprou cerca de 100 mísseis Aspide…
No Atlântico seria uma boa também. Melhor do que nada, né?

Last edited 7 meses atrás by Luís Henrique
Santamariense

“Mas enfim, instalar um par de lançadores Simbad do tipo comum na Barroso e um terceiro na Júlio de Noronha (neste caso no convés de popa, atrás do convoo) não seria nada do outro mundo.” Pois é. Já escrevi mais de uma vez minha inconformidade com a capacidade nula de mísseis antiaéreos na Barro e na Júlio de Noronha. Já falei também em instalar os lançadores simples do SIMBAD que equiparam ainda o Minas Gerias e depois se falou de colocá-los no São Paulo e depois no Atlântico, sendo que não o foi em nenhum dos dois. Mesmo que fossem… Read more »

Santamariense

Ah, é ? Não sabia! Que bom. Eram 3 lançadores. Poderia colocar ao menos 1 na Barroso.

EduardoSP

4 anos em um PMG que é só manutenção de rotina.
Essa estrutura de compras do setor público somente serve para as empresas. Cada contratinho é um parto, fica muito difícil coordenar as fases/etapas da obra e acaba tudo demorando uma enormidade.
Depois de quatro anos a tripulação tem de ser treinada toda de novo. Capaz até de ter maresia se voltar ao mar.

Vitor Botafogo

Nunão, embarcações de Offshore (Industria de Oleo e Gas), normalmente passam por docagem a cada 5 anos em um período de 30 dias. É muito dinheiro em pouco tempo e surgem varios itens inesperados.

Santamariense

Realmente. O tempo decorrido de 4 anos foi bastante longo, mas o que deve-se levar em conta é a complexidade dos trabalhos. Uma comparação simples é com uma inspeção nível parque de 1200 horas do F-5, por exemplo. Observem o tempo que demora para se realizar uma manutenção dessas. Demanda meses de trabalho, e isso em uma aeronave de caça, muito menor e com muito menos itens que um navio do porte de uma corveta ou fragata. Enfim, o PMG de um navio de combate é um trabalho demorado, mesmo que tudo corra sem nenhum percalço e sem nenhum atraso… Read more »

Tomcat4,5

Um belo navio de patrulha oceânica !!!

Vitor Botafogo

Ia exatamente postar isso. A CV Barroso deve se limitar a isso e uma pena as Inhauma terem sido desativadas. Deveriam ter sido desarmadas para o mínimo necessário, rodar apenas com motor diesel e ainda servir por anos.

Santamariense

Ainda tem uma Inhaúma ativa, a Júlio de Noronha.

Leonardo

Também não sei porque não fizeram isso com todas Inhaúmas, dariam belos 4 navios patrulha.

Roosevelt

Não se trata de crítica gratuita não. Quatro anos para uma manutenção geral? Incrível mas já li muitos artigos mostrando quantos navios pode ser construídos e comissionados por outras instituições. Acho vergonhoso e as justificativas são por demais fracas. Até proteção catódica incluíram? Coisa tão rápida de executar. Tá feia a coisa viu?

Piassarollo

Também acho muito tempo, para um navio de médias proporções. Mas temos que considerar o período crítico da pandemia como explicado no texto. Gosto muito do desenho da valente Barroso, com motores principais novinhos vai ter muitos dias de mar pela frente.

Marcos silva

para uma corveta que levou quase 15 anos para ser construída no arsenal de marinha , os quatro anos de manutenção não seria uma surpresa

Bueno

Um alento vindo do mar depois das noticias que causam tristeza vinda por terra e pelo ar, até confundi achando que seria um prolongamento do 1º Abril.

Que bom que teremos navios operacionais de volta ao Mar!

Last edited 7 meses atrás by Bueno
Piassarollo

A Barroso certamente vai trabalhar junto com as quatro Tamandares, com uma ou duas Niterois.

Eduardo

As Niteróis aguardam ansiosas a chegada das Tamandarés parar virarem alvo!

Âncora

Em minha opinião de leigo, não tem Marinha para tanto navio, hoje. Como não teria para manter os Tupis junto com os Riachuelos.

Rinaldo Nery

O que é o Grupo de Osmose Resversa e anôdos de sacrifício?

Andrigo

A osmose reversa eu até deduzi o que seria, mas se nao for pedir demais, e os “pes de galinha”, o que seriam?

Andrigo

Tinha passado despercebido no texto, mas obrigado pelas imagens Nunao! Sao os ultimos mancais do eixo da propulsao, já fora do casco.

Camargoer.

Olá Rinaldo. A gente está acostumado em pensar em destilação para purificar água. Você esquenta a água salgada, ele evapora e depois condensa, saindo água pura do outro. O sistema é bom mas demanda muita energia. Existe um outro meio de purificação de água baseado no conceito de osmose. A osmose se baseia na passagem de agua por uma membrana para dentro de um sistema de uma solução. Como a água pura entre dentro de um sistema de água salgada (por exemplo), a solução salina fica mais diludida A osmose reversa é o oposto da osmose. Ao invés da água… Read more »

Camargoer.

O eletrodo de sacrifício é para proteger a estrutura de aço. Talvez você se lembre daquele experimento de química que a gente coloca uma placa de cobre e uma placa de zinco ligadas por um fio (se não se lembrar, tudo bem). Os elétrons fazem uma corrente elétrica, saindo do zinco e indo para cobre. O cobre vai acumulando mais cobre metálico na superfície e o zinco vai sendo corroído, liberando os íons de Zn(2+) na água. Isso tem a ver com uma coisa chamada potencial de redução. Quem tem o menor potencial de redução vai sendo corroído. A base… Read more »

Piassarollo

Excelente

Camargoer.

Obrigado.

BK117

Caro Camargoer, não sei se você conhece o canal Practical Engineering. Os vídeos dele (em inglês, mas com ótimas legendas) são excelentes.

Ele fez um demonstrando essa questão da proteção catódica, série galvânica e tudo mais, com uma timelapse de um experimento que ele fez, onde dá pra ver claramente os ânodos se corroendo, quase sumindo (lá pros 7 minutos e pouquinho). É incrível.

https://youtu.be/qFXWjv65JWg?si=B3eIAh0iF8-7BqHy

Camargoer.

Opa. Valeu a dica. Vou ver sim. Estás coisas são muito legais.

Santamariense

Rinaldo, a osmose reversa é um sistema de filtragem, no caso da água do mar, que é submetida à alta pressão através de uma membrana que retém o sal, bactérias, e qualquer outro contaminante, resultando em água pura e doce.

FABIO MAX MARSCHNER MAYER

É normal uma embarcação de uso militar ficar 4 anos em PMG?

Fabio Mayer

Bem, 1 ano ou dois eu até entendo, trata-se de uma manutenção rigorosa. Mas 4 é triste!

Piassarollo

Depende do tamanho e da complexidade do navio. Um porta aviões nuclear dos EUA por exemplo, normalmente fica uns quatro anos em manutenção de meia vida. Um navio como uma corveta, em que pese ser apenas manutenção, normalmente fica um período bem menor. Mas sempre existem dificuldades e imprevistos, como a falta de dinheiro e a própria pandemia, que trouxe dificuldades gigantescas a humanidade. Acredito que o mais importante seja a conclusão da manutenção do navio e que este seja usado e não apresente grandes problemas ou riscos para sua tripulação.

Gilson Elano

Rasgação de dinheiro, foi o que se tornou esse projeto. Muita demora na sua execução, sem gerar frutos.

Jagder#44

Melhor doar para o Uruguay ou Guiana.

Fabio

Boa noite amigo Nunao vão dar baixa na Barroso em 2033 eu achava que iria ate 2040.

Dalton

Acho que é por causa do paradigma dos 25 anos, no caso da Barroso 2008 a 2033 e como ela não será modernizada talvez não valha a pena investir
para prolongar a vida depois disso, mas, sabe-se lá, normalmente o que se vê é estender a vida para além dos 30 anos.

Jagder

Estamos mal de meios.

Alex Barreto Cypriano

A precariedade nos meios é consequência das ilusões nos inícios e aponta pra desiludidos fins. Ou algo assim…

Alex Barreto Cypriano

Por falar em ilusões iniciais dos barquinhos (como estratégia de aquisição time-saving), elas já começam cobrando seu preço adiantado:
https://news.usni.org/2024/04/02/constellation-frigate-delivery-delayed-3-years-says-navy

Last edited 7 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Piassarollo

Doar para o Uruguai um dos melhores navios que temos?

DANIEL ALVES E SILVA

A Marinha do Brasil ainda não entrou no século XXI e talvez nunca entre. Estes meios estão todos superados para Marinhas pequenas como a nossa. Não tem capacidade alguma de dissuasão, são além de tudo pouco armadas. Servem para gastar recursos. Temos de investir em Navios de Patrulha Oceânica as dezenas. Para que a nossa costa seja patrulhada realmente e de forma constante a baixo custo. Investimento pesado em submarinos convencionais modernos e bem armados, é um fator de dissuasão assustador para qualquer frota inimiga. E investimento pesado em misseis de longo alcance e drones marítimos e aéreos. Esta história… Read more »

Gilson

Tai um navio que poderia ser construído mais unidades e que serviria também como navio patrulha bastante avançado.

Dalton

Foram 10 anos de “PMG” para a “Defensora” e 8 anos para a “Julio de Noronha” acredito que a pandemia tenha contribuído para a demora da primeira além talvez da demora de se iniciar os trabalhos e períodos de menor intensidade de trabalho causados por falta de verbas sendo esse o caso, 4 anos para a “Barroso” que não foi modernizada apesar de muito longo ainda é mais palatável quando se faz comparações. . Por outro lado a modernização de meia vida do USS Pinckney incorporado em 2004 se deu em pouco mais de 24 meses entre 2021 e 2023… Read more »

Augusto José de Souza

A Barroso poderia servir de modelo para os novos navios patrulha de 500 toneladas,onde cada distrito naval com corveta desse porte seria excelente para vigiar a nossa costa.

BK117

Caro Augusto, creio que você se refere não aos patrulha de 500 ton, mas aos NPaOc de 1700+ ton, certo?

Nesse caso, a ideia da Marinha, há uns 10 anos (antes mesmo da aquisição dos Amazonas), era essa. Tanto a Tamandaré quanto o novo patrulha oceânico seriam baseados no projeto da Barroso.

Veja as seguintes matérias:

https://www.naval.com.br/blog/2014/09/19/marinha-do-brasil-revela-projeto-proprio-de-npaoc-opv-na-euronaval-2014/

https://www.naval.com.br/blog/2014/10/29/euronaval-2014-caracteristicas-das-corvetas-tamandare-e-do-npaoc-br/

Camargoer.

Olá Augusto. Já existe um projeto bem maduro para as NPa5000, baseado nas Macaé. A MB bem operando as Macaés e já avaliou o que podia ser melhorado.

Acho que os meios de Esquadra devem focar nas FCT como espinha dorsal. Não vejo mais espaço para corvetas de combate, mas pode ser razoável uma nova classe de NPaOc de 1200~1500 ton

Em uma hipotética padronização

Na base. NPa500 e NPaOc1300. Na esquadra FCT, talvez uma nova classe de Fragatas Pesadas de 7,5~8,5 mil ton.

Nada de corvetas. Nada de NAe,

Fabio

Nunao a MB vai começar a construir o Npa 500 BR esse ano?ainda não sabemos onde serão construidos?

Camargoer.

Oi Nunão. Acho que a única coisa que a gente sabe é que o AMRJ vai começar construir um NPa da classe Macaé este ano… sobre o NPa500, não vi nada.

Vitor Botafogo

Obrigado Poder Naval pela extensa e detalhada reportagem!

Esteves

Publicam licitação. Cancelam licitação ao descobrirem a existência de exclusividade da Zanini Renk, JV alemã no Brasil. Contratada a Zanini Renk, destratam amigavelmente 1 ano depois. Como ficou? Não fizeram a contratação dos 105 itens?

Engepon. 1 milhão e 450 mil reais para uma empresa optante do Simples. Quem tiver curiosidade sobre a Engepom pode navegar no site deles.

Não é somente falta de recursos. É a burocracia, a morosidade, a maldade, o desvio. Como no direito. Advogados não têm interesse em conciliação e mediação. Quanto mais demora, mais caro fica.

Alex Barreto Cypriano

Tempo é dinheiro. O tempo perdido por aqueles muitos é o dinheiro ganho por estes poucos.

Esteves

Tu entende porque levam 15 anos construindo navios e meia década para mantê-los?

Last edited 7 meses atrás by Esteves
Piassarollo

Bem vindo ao Brasil Esteves!

Esteves

Eu…eu evitei seguir pesquisando esses fornecedores. A rolinha que faz ninho na janela…já tem uns 4 anos bota 2. Depois que crescem, 1 vai embora primeiro. O segundo fica, tomando coragem. A mãe precisa voltar 1 ou 2 vezes para alimentar e motivar o 02 filhote à voar.

É sempre assim. Está no DNA da mãe.

Last edited 7 meses atrás by Esteves
Piassarollo

Kkkkkkkk

Esteves

A vida. A vida era uma quando a MB sonhou com guerra antisubmarino. A vida foi. Tempos novos trouxeram mísseis e agora drones. A guerra virou antiaérea e assimétrica. Da Barroso às Tamandares os navios da MB estão no Túnel do Tempo.

Pra entrar na Terra de Gigantes da construção naval…a esperança é Viajar ao Fundo do Mar. Esteves tá bem engraçadinho. Assim como a turma que recebe os contratos do Arsenal.

Amigos Para Sempre.

Dalton

Parece que alguém está “perdido no espaço” 🙂

Bueno

kkkk
esta na via dolorosa…. as FA causa tudo isto rs

Last edited 7 meses atrás by Bueno
Esteves

Eu odiava o Smith sabotador. Mas sem ele, sem a turma do contra, vira tudo Família Robson.

Alex Barreto Cypriano

“Never fear, Smith is here.” Em português ficou ‘nada tema, com Smith não há problema’.

Saldanha da Gama

Esteves, e túnel do tempo e star trek?

Abraços

SG Rodrigo Ramos

Tive o prazer de servir 5 anos embarcado nessa Belonave. A melhor experiência que tive na Marinha. Empurramos água full e ela dava conta do recado, nas suas atribuições. Na época tudo funcionava. Espero num futuro próximo, voltar a embarcar nela. Corrigindo a Redação da Trilogia, ela fez 3 UNIFIL ( VIII, XII e XVI), 2015 a 2016, 2017 a 2018 e 2019 a 2020 respectivamente. A UNIFIL XVI durou 40 dias a mais em relação as outras, pois, finalizaram a participação com dois navios, BARROSO e FINDEP. Ao invés de enviarem um terceiro navio e manter o período de… Read more »

Abner

Sobre o PMG da Barroso, não séria melhor usar os recursos gastos nela para outros projetos, como a FT ou mesmo a construção de navio patrulha?

E em relação a compensação que seria feita pelo consórcio. Quais são eles já que não foi realizado na Barroso e nem nos submarinos.

Onde será feita ?

Moriah

gostei dessa fotocomment image

Eduardo Jardim

Boa tarde foristas.

Falando de Corvetas…a Marinha pensou em utilizar a Classe Inhaúma como Patrulha Oceânica?

Pela idade da Classe Niterói daria para operar na função por dez anos pelo menos…

Dalton

A Marinha chegou a pensar, na década de 1980, em utilizar alguns contratorpedeiros como os da classe Fletcher que ao serem retirados de serviço teriam boa parte do armamento removido, considerável redução da tripulação e outras modificações para servirem como
patrulheiros oceânicos mas aparentemente não valeria o custo x benefício.
.
Da mesma maneira se houve algum pensamento similar quanto as 3 “Inhaúmas” mesmo que não oficialmente que deram baixa entre 2014 e 2019 provavelmente o estado material das mesmas e/ou situação orçamentária da época impediria uma revitalização e conversão em Navios de Patrulha Oceânicos.

Dalton

Muito bom Nunão !