A Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLA Navy ou PLAN) celebra seus 75 anos como uma das forças navais mais formidáveis do mundo. Desde seus humildes inícios até se tornar a maior marinha de guerra em termos de número de navios, a jornada da PLAN reflete a ascensão meteórica da China como uma potência global.

A Marinha do Exército de Libertação Popular foi oficialmente estabelecida em 23 de abril de 1949, pouco antes da fundação da República Popular da China em outubro do mesmo ano. Nos primeiros anos, a PLAN era uma força modesta, composta principalmente de embarcações capturadas aos nacionalistas durante a Guerra Civil Chinesa. Estes navios, muitos dos quais estavam em condições precárias, formaram a espinha dorsal da nova força naval chinesa.

Na década de 1950, a PLAN começou a se modernizar com a ajuda da União Soviética, que forneceu submarinos, destróieres e outras embarcações, além de treinamento e suporte técnico. Este período marcou a primeira fase de modernização da Marinha chinesa, focada principalmente na defesa costeira e na capacidade de negar aos adversários o acesso às suas águas territoriais.

A partir da década de 1980, a China acelerou o desenvolvimento de sua marinha com o objetivo de se expandir além das águas marrons (costeiras) para as águas azuis (oceânicas) e projetar seu poder marítimo globalmente. A aquisição de tecnologias avançadas, o desenvolvimento de capacidades de construção naval e a ênfase na formação de pessoal qualificado ajudaram a PLAN a iniciar uma transformação significativa.

Nos anos 2000, a PLAN começou a lançar uma série de modernos destróieres, fragatas, corvetas, submarinos e navios de assalto anfíbio. O crescimento da capacidade de construção naval da China permitiu que a marinha incorporasse rapidamente navios de superfície de alta tecnologia e submarinos nucleares e convencionais, destacando-se em áreas como guerra antissubmarino e defesa aérea.

O lançamento do primeiro porta-aviões da China, o Liaoning, em 2012, foi um marco significativo que simbolizou a transição da PLAN para uma verdadeira força de águas azuis. Este porta-aviões, um antigo navio soviético reformado, foi seguido pela construção e comissionamento de porta-aviões autóctone, começando com o Shandong em 2019. A China planeja expandir sua frota de porta-aviões, reforçando suas capacidades de projeção de força.

Shandong CV-17

Além de desenvolver sua frota, a PLAN também ampliou sua presença global. Estabeleceu sua primeira base naval ultramarina em Djibouti, no Chifre da África, em 2017. Esta base é estratégica para as operações antipirataria no Golfo de Áden e para proteger as rotas marítimas vitais do Mar Vermelho e do Canal de Suez.

Enquanto a PLAN celebra seus 75 anos, enfrenta desafios que incluem o equilíbrio entre modernização e manutenção de uma frota tão vasta, além de tensões crescentes em regiões como o Mar do Sul da China e o Estreito de Taiwan. A necessidade de integrar novas tecnologias, como inteligência artificial e guerra cibernética em suas operações, também será fundamental para manter sua vantagem competitiva.

A PLAN continua a ser um pilar central na estratégia de segurança nacional da China e seu crescimento é um componente crítico do objetivo mais amplo da China de se afirmar como uma superpotência global. Com investimentos contínuos em capacidades avançadas e projeção de poder, a Marinha do Exército de Libertação Popular da China está configurada para desempenhar um papel cada vez mais influente nos assuntos marítimos globais no século 21.

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Samuel Asafe

“Marinha chinesa – colocando mais navios no mar do que oq a Renault produz de kwid”.

Brincadeiras a parte; se em tempos de paz eles produzem navios de guerra com essa frequência, imagina o que seriam capazes de fazer em um esforço de guerra.

Last edited 7 meses atrás by Samuel Asafe
Bardini

Esforço de guerra, implica em guerra. Quantos navios de minério de ferro chegariam até a China, durante um conflito?
.
A China tem de produzir muito e produzir rápido em tempos de paz, por ter linhas logísticas extremamente expostas e frágeis.
.
E pra não escrever muito, cabe resumir com uma foto:
comment image

Last edited 7 meses atrás by Bardini
Claudio

Argumentos frágeis e sem fontes confiáveis! Ah! Não vale fontes ocidentais.

Nilo

Sim, certamente que em caso de guerra a China estaria com linhas de seus fornecedores além mar cortados, mas a Rússia seria a primeira na Ásia, torna-se-ia uma grande fornecedora de minerais e agro, dificuldades sempre terá mais nada insuperável.

Esteves

Rússia, Índia…

Pablo

Índia?? A Índia e China vivem ameaçando um ao outro. Acha mesmo que India iria apoiar????

Allan Lemos

A China é a segunda maior produtora de minério de ferro, depois da Austrália, outros dois grandes produtores, Índia e Rússia, fazem fronteira terrestre com os chineses.

É mais fácil os EUA ficarem sem essa matéria prima, com os chineses bloqueando militarmente o acesso americano à Austrália e ao Brasil pela via diplomática, do que a China.

Last edited 7 meses atrás by Allan Lemos
Bardini

O que a China produz, não atende sequer 1/4 demanda deles. Se a China tem de importar centenas de milhões de toneladas de minério de ferro em tempos de paz, para manter o atual ritmo de consumo de sua economia, como é que eles vão alavancar sua produção em meio a um conflito, dentro desta falsa percepção de que eles iriam produzir muito mais? Podem direcionar tudo o que tem, para o setor militar… E o resto, como é que fica? . Índia, Rússia e outros no entorno, são ínfimos no tocante a demanda chinesa. A Austrália é um aliado… Read more »

Samuel Asafe

Bardini, você está desconsiderando que grande parte dessa demanda de minério de ferro atende o setor de construção civil e exportação de aço chinês. Vou repetir oq eu disse; um esforço de guerra.
Faça 2+2 e você vai compreender que não vão exportar aço no cenário de uma guerra, assim como a prioridade número 1 seria abastecer as fábricas bélicas; setores como a construção civil ficariam pra último plano.
Além disso tem a indústria automobilística chinesa, que é a maior do mundo.

Digo

Na guerra moderna é dificil escalar a produção de equipamentos como navios e aviões, comparado a segunda guerra, esses itens são extremamente caros e precisam de uma mão de obra extremamente qualificada, não da pra tirar um operário de uma fabrica de carros e colocar ele um estaleiro e esperar que ele saiba soldar navios do dia pra noite.

Samuel Asafe

Um engenheiro da embraer que produz e175 não precisa de tanto tempo assim de adaptação junto aos engenheiros da parte militar da embraer pra passar a conseguir replicar o trabalho que eles já fazem.

BraZil

Eles: 75 anos. Nós: 75 embarcações (incluindo as EDCG etc)..bate, mas não esculacha caramba…

Bryan

Nessas fotos, senti falta dos submarinos.

Nemo

Eles estavam lá, só que submersos rsrs. Desculpe, não resisti.rsrs

Bryan

Sabia que leria essa piada… kkk! Normalmente, em fotos para exibição de poder, eles se mostram…

Alex Silva

A China que desde domingo sedia em Qindao, a 19ª edição do simpósio bianual sobre o Pacífico Ocidental, e que nesta atual edição conta com a participação de quase 200 representantes de forças navais de 29 países. Inclusive a dos EUA.

Sulamericano

Já a nossa marinha do Brasil, com mais de 200 anos, não tem nada pra comemorar.

Wellington R. Soares

Temos sim, em 2029 se completara meio século (50 anos) desde o início do projeto do submarino nuclear rsrr…

Esteves

O projeto do AA é recente. Veio com o Prosub. Antigo é o esforço que começou em 1979 no comodato com o IPEN e arrasta todos nós desde então.

O comodato tem prazo de 99 anos.

Leonardo

Já que ninguém vende nada para o nosso sub nuclear, não seria viável comprar do nosso maior parceiro comercial?

João Pedro

Só se você estiver querendo um outro “64” um “24”, por aqui. Brasil não tem independência suficiente pra isso…

Leonardo

Por causa de insumos para submarinos? Duvido.
E no mais todo mundo faz isso, se não quer me vender e nem deixa ninguém me vender, compro do seu inimigo

Marcos

Simplesmente épico essas transições entre o passado e o presente.

João Pedro

concordo!

Last edited 7 meses atrás by João Pedro
No One

“O lançamento do primeiro porta-aviões da China, o Liaoning, em 2012, foi um marco significativo que simbolizou a transição da PLAN para uma verdadeira força de águas azuis. ”

Alguém arrisca uma definição para “blue-water navy” ?

A MB era uma marinha de águas azuis de 2000 a 2014 graças ao NAe São Paulo? É suficiente a incorporação de um NAe?

Alguém arrisca uma explicação do que é uma “blue-water navy” ?

Last edited 7 meses atrás by No One
Nemo

É uma marinha que tem capacidade logística e militar para operar a longa distância de seu território original. Acho que mereço pelo ao menos um 7 por esta definição.

Dalton

Merece até mais que 7, mas, “No One” sabe o significado, acho que a pergunta dele
está relacionada a sinergia entre NAe(s) e demais unidades de uma frota.

Dalton

O “São Paulo” “funcionou” só até 2005 e apenas com um punhado de aeronaves, mas o plano original era que ele funcionasse como um “tapa buracos” entre a baixa do “Minas” e um novo – e maior – que ficaria pronto por volta de 2020.
.
Os chineses desde o princípio queriam mais NAes após o “Liaoning”.

teórico

A MB ficou uns 40 anos com o porta aviões Minas Gerais. Ao menos tinham a planta do navio? Planejar uma cópia, alguma engenharia reversa ? Se fosse positivo a MB podia ter um semelhante ao espanhol Juan Carlos ou um Garibaldi italiano. Quando os russos foram pegar o Mistral francês ficaram sabendo: o navio usa uns 50 tipos de óleos e graxas diferentes. Aimmmm a gente não sabia. Eu não sei qual incompetente que adquire navio sem estudar a fundo a cadeia logística de manutenção.