Parceria Estratégica: Submarinos USS ‘Hampton’ e ‘Humaitá’ participam de treinamento conjunto no Brasil

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USS Hampton (SSN-767)

Brasília, 18 de outubro de 2024: O submarino USS Hampton (SSN-767), da classe Los Angeles, uniu-se ao submarino Humaitá (S41) da Marinha do Brasil em uma série de atividades de treinamento conjunto de 1º a 6 de outubro, e realizou uma breve parada para logística na base naval de Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro. A visita destacou a parceria de longa data e o compromisso contínuo de ambos os países em trabalharem juntos pela segurança coletiva, à medida que Brasil e Estados Unidos celebram 200 anos de relações diplomáticas.

Os dois submarinos realizaram atividades de treinamento conjunto projetadas para melhorar a interoperabilidade em guerra submarina, prontidão e entendimento mútuo entre as forças dos EUA e do Brasil. Aeronaves de patrulha marítima e reconhecimento da Força Aérea Brasileira participaram das atividades de apoio aos exercícios de guerra antissubmarino.

A embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, elogiou a contribuição da visita para a forte história de colaboração militar entre os Estados Unidos e o Brasil, destacando que “Cada exercício conjunto fortalece a capacidade de nossas forças armadas de proteger nossos cidadãos e responder a desastres, e reafirma nosso compromisso compartilhado com a paz e a segurança na região e no mundo.” O comandante Grant A. Wanier, oficial comandante do USS Hampton, reconheceu a contribuição do exercício para a segurança regional. “Trabalhando lado a lado, nossas forças não só estão aprimorando nossa capacidade de operar juntas, mas também reafirmando nosso compromisso compartilhado com a segurança e a estabilidade no Hemisfério Ocidental. Este exercício é um testemunho do nosso respeito mútuo, confiança e do profissionalismo de ambas as forças,” disse o comandante Wanier.

Submarino Humaitá (S41)

Os Estados Unidos e o Brasil compartilham uma parceria duradoura de cooperação em segurança que desempenha um papel significativo na promoção da estabilidade regional e no enfrentamento de desafios comuns de segurança no Hemisfério Ocidental. Ao longo de 2024, as duas nações participaram regularmente de exercícios militares combinados, incluindo o Exercício Formosa, o Exercício UNITAS e o Exercício Mares do Sul, quando o grupo do porta-aviões USS George Washington apoiou os esforços de ajuda do Brasil no Rio Grande do Sul, transportando 15 toneladas de suprimentos de socorro.

Sobre o Submarino Humaitá (S41)

O Brasil está construindo atualmente quatro submarinos S-BR dentro do Programa Prosub
Visão em corte do submarino S-BR, Scorpène modificado para a Marinha do Brasil

Incorporado em 12 de janeiro de 2024, o Humaitá – S41 é o segundo submarino da classe “Riachuelo” do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).

A classe “Riachuelo” (S-BR) de submarinos convencionais de ataque (SSK), versão brasileira ampliada do Scorpène, desloca cerca de 2.200 toneladas em imersão e tem um comprimento de 71,6 metros, com boca de 6,2m. São armados com seis tubos lança-torpedos de 21 polegadas para até 18 torpedos F21 e/ou mísseis antinavio SM39 SubExocet e minas submarinas.

O Scorpène é um submarino de propulsão convencional diesel-elétrica projetado e desenvolvido pelo Naval Group da França para todos os tipos de missões, incluindo guerra antissuperfície, guerra antissubmarino, operações especiais e coleta de inteligência.

Extremamente furtivo e rápido (alcança 20 nós submerso), seu nível de automação operacional requer apenas uma pequena tripulação de 31 militares.

Também são equipados com dois periscópios, um deles tradicional e outro do tipo optrônico, capaz de enviar imagens diretamente para os consoles multifunção dos operadores.

Os S-BR também tem dois lançadores de contramedidas Contralto-S para despistadores de torpedos CANTO.

Os próximo submarinos do Prosub são o Tonelero (S42) e o Almirante Karam (S43).

Sobre o USS Hampton (SSN 767)

O submarino de ataque rápido da classe Los Angeles, USS Hampton (SSN 767), está designado ao Esquadrão de Submarinos 11 em San Diego, Califórnia. Ele é o quarto navio na história da Marinha dos Estados Unidos a receber o nome das quatro cidades de Hampton: Hampton, Virgínia; Hampton, Iowa; Hampton, Carolina do Sul; e Hampton, New Hampshire. Sua quilha foi batida em 2 de março de 1990. Ele foi lançado em 3 de abril de 1992 e comissionado em 6 de novembro de 1993.

Os submarinos de ataque são projetados para buscar e destruir submarinos e navios de superfície inimigos; projetar poder em terra com mísseis de cruzeiro Tomahawk e Forças de Operações Especiais (SOF); realizar missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR); apoiar operações de grupos de batalha; e participar de operações de guerra de minas.

Com o número de submarinos estrangeiros movidos a diesel-elétrico/propulsão independente de ar aumentando anualmente, a Força de Submarinos dos Estados Unidos confia em sua superioridade tecnológica e nas vantagens de velocidade, autonomia, mobilidade, furtividade e capacidade de carga proporcionadas pela energia nuclear para manter sua preeminência no campo de batalha submarino.

A força submarina da Marinha dos EUA é composta por três diferentes classes de submarinos. Os submarinos da classe Los Angeles (SSN 688) formam a espinha dorsal dessa força submarina.

Lançadores VLS para mísseis Tomahawk do USS Hampton (SSN-767)

Características do Submarino

Classe Los Angeles
Construtor Newport News Shipbuilding Co.; General Dynamics Electric Boat Division
Comissionamento 6 de novembro de 1993
Propulsão 1 × reator nuclear S6G PWR com núcleo D2W (165 MW), HEU 93,5%
2 × turbinas a vapor (33.500) shp
1 × eixo
1 × motor de propulsão secundário 325 cv (242 kW)
Comprimento 360 pés (109,73 metros)
Boca 33 pés (10,06 metros)
Deslocamento Aproximadamente 6.900 toneladas submerso
Velocidade 25+ nós (46,3+ km/h)
Tripulação 16 Oficiais; 127 Suboficiais e Marinheiros
Armamento Mísseis Tomahawk em 12 tubos VLS (SSN 719 e posteriores), torpedos MK48 para quatro tubos de torpedo

FONTE: Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil

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Felipe

O Reator do submarino operar com o urânio a 93,5%???

É enriquecimento nível pra fazer bomba

Esteves

Eles tem excesso de material enriquecido produzido no final da guerra fria (anos 1990). Usam para mover submarinos. Reatores recentes não necessitam de reatores de 90% JAC manutenções ocorrem conforme o ciclo operacional dos navios nucleares ou não.

Alex Barreto Cypriano

Calma, Felipe: não vai explodir. 😅
Todos os vasos de propulsão nuclear dos EUA, CVNs, SSNs e SSBNs, usam HEU, high enriched uranium, e justamente pra evitar complexos reabastecimentos em curto prazo (tipo 5 a 10 anos). Como se sabe, tais HEU reactors só reabastecem uma vez, num midlife qualquer-coisa.

Dalton

Os CVNs são reabastecidos depois de 24 anos em média quando então aproveita-se para fazer a modernização de meia vida para durarem 50 anos, mas, os SSNs classe Virgína, Seawolf e mesmo os Los Angeles de última versão não necessitam de reabastecimento durante os 35 anos de serviço a não ser que se queira prolongar a vida de alguns – como será o caso – daí um novo reabastecimento.
.
Os Classe “Ohio” tiveram que ser reabastecidos, já que tiveram suas vidas estendidas para além de 40 anos, mas, os futuros – Columbia – não precisarão.

Alex Barreto Cypriano

Obrigado, mestre Dalton. A sua explicação fez justiça aa diferença entre os vasos nucleares de superfície e subsuperfície, que meu comentário ignorou. Grato.

Dudu

Parceria cara-cu: um se chama o outro pra exercícios pra coletar sinais e aprender a detectar o outro.

Por que a MB não mandou um IĶL pra essa “parceria” aí?

Dalton

O “Tupi” anda meio “quieto” ultimamente, pode ser sinal de que sua retirada de serviço esteja próxima já que completou 35 anos em maio – especulação minha – e o “Tikuna” recém participou de um exercício com à Argentina, pode estar passando por manutenção de rotina então pode ser que não haja muito o que enviar. . De qualquer forma é o “Riachuelo” que precisa alcançar total maturidade então nada melhor que aproveitar a vinda do submarino da US Navy, que está mais do que acostumada a operar com submarinos convencionais aliados inclusive o Brasil já enviou e irá enviar… Read more »

Dudu

Que os Riachuelos alcancem maturidade operado entre si e não deixando que outros aprendam a coletar seus sinais, o detectar e , o identificar e o combater.

Felipe Augusto Batista

1 × reator nuclear S6G PWR com núcleo D2W (165 MW)
6900 toneladas

Vendo isso, o reator do Álvaro Alberto com 48 MW parece meio anemico para mover 6000 toneladas.
A classe Rubis francesa também usa um reator de 48MW mas tem um deslocamento de apenas 2600 toneladas, menos da metade do nosso.

Esteves

Esse reator nosso (projeto) é dos anos 1980. A MB conta que ele iluminará cidades.

São Paulo tá precisando.

Alex Barreto Cypriano

Brasileiro é folgazao, gosta de espaço, por isso a jamanta com motor 1.0😅
E veja, na potência do reator é 165 MW térmicos pois as 2 turbinas ‘só’ entregam 45 MW (33.500 s.h.p). É um sub a vapor com caldeira nuclear. Mas têm motores diesel pra emergência e um banco de baterias, porque ianque não é bobo.

Dalton

” porque ianque não é bobo ” E também os “outros” Alex que utilizam “diesel” em seus submarinos nucleares também 🙂


Alex Barreto Cypriano

Claro, mestre Dalton. Não houve nenhuma intenção minha em desmerecer os ‘outros’, apenas fui elogiar a prudência dos primos do norte.

Rawicz

Antes que seja “agredido” o post contém altas doses de ironia ok!

Acho que é a primeira vez que vejo a marinha operando algo mais novo que a marinha dos EUA. 2024 x 1993!!

Agora vai!

Dalton

Já aconteceu antes inclusive em 2014 quando comemorou-se os 100 anos da Força de Submarinos, 3 “nucleares” aqui estiveram e o representante dos EUA foi o então “vetusto”
USS Dallas, na ocasião com 33 anos – incorporado em 1981 – quando então todos os
5 submarinos da marinha brasileira eram mais novos 🙂

Dalton

A classe Los Angeles deixou de ser a mais numerosa dentro da US Navy já que há
atualmente 23 Virginias, 22 Los Angeles – mais um deverá ser inativado em 2025 – e os 3 Seawolf, representantes das 3 classes de “SSNs”, mas, como ainda há 4 Virginias novos
demais Block IV que ainda estão passando ou irão passar por ajustes e reparos pós comissionamento, ainda é válido considerar a classe Los Angeles como “espinha dorsal da
força submarina” sendo mais numerosos no Pacífico, 4 dos quais operando a partir do Território de Guam.