De Chancay a Xangai: Novo Projeto BRI China-Peru torna-se hub e porto de entrada da América Latina
A China e o Peru estão localizados em lados opostos do mundo, separados pela vasta extensão do Oceano Pacífico. No passado, essa distância parecia intransponível.
No entanto, um novo projeto portuário está tornando essa jornada distante mais acessível.
O projeto do Porto de Chancay é uma colaboração entre China e Peru no âmbito da Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês). Localizado no distrito de Chancay, na província de Huaral, no Peru, o porto está a aproximadamente 80 quilômetros da capital, Lima.
O Porto de Chancay é posicionado como o porto de entrada do Peru e um hub regional, conectado por um túnel à Rodovia Pan-Americana, que o liga diretamente à capital. Isso permite que mercadorias cheguem convenientemente ao Peru e a outros países da América Latina, melhorando significativamente a eficiência comercial, segundo o *People’s Daily*.
Na última quinta-feira, esse importante projeto, símbolo da amizade entre China e Peru, finalmente entrou em operação.
A primeira fase do projeto do Porto de Chancay começou em 2021 e inclui quatro berços de atracação. A profundidade máxima do porto é de 17,8 metros, permitindo que ele acomode navios porta-contêineres ultragrandes com capacidade de até 18.000 TEUs.
A capacidade de movimentação projetada é de 1 milhão de TEUs por ano no curto prazo e 1,5 milhão de TEUs no longo prazo. Com mais de 80% do projeto concluído, as estruturas principais dos cais foram finalizadas no início deste ano, de acordo com o People’s Daily.
He Bo, gerente-geral adjunto da COSCO SHIPPING Ports Chancay Peru, acompanhou o progresso significativo do porto nos últimos três anos.
“Montanhas foram niveladas, praias transformadas em pátios de armazenamento, quebra-mares e cais se erguem sobre as águas, guindastes estão no porto e edifícios para produção e escritórios surgiram”, disse He ao People’s Daily.
“De Chancay a Xangai” é uma frase bem conhecida entre os moradores locais. He Bo explicou que as pronúncias em espanhol dessas duas cidades portuárias importantes, Chancay e Xangai, são muito semelhantes. Inicialmente, os locais confundiam os nomes, mas agora estão familiarizados com ambos.
Antes de Chancay, a maior parte das cargas do Peru para a Ásia e Oceania precisava ser transbordada por portos na América Central ou do Norte, e a capacidade portuária não atendia às crescentes demandas do comércio exterior.
Hoje, a frase “De Chancay a Xangai” torna-se realidade. Com a abertura de um novo corredor terrestre-marítimo entre China e América Latina, o tempo de transporte entre Peru e China será reduzido em cerca de 10 dias.
Com o progresso da construção do Porto de Chancay, empregos relacionados ao projeto tornaram-se altamente procurados na região. Sun Yan, diretor chinês do Instituto Confúcio na Universidade Ricardo Palma, disse à Agência Xinhua que muitos estudantes peruanos do instituto estão ansiosos para usar suas habilidades linguísticas para se candidatar a posições no porto, como tradutores, técnicos e operadores.
Além disso, graças à tecnologia avançada da China e à consciência ambiental das empresas chinesas, o Porto de Chancay está sendo desenvolvido como um porto inteligente, moderno, verde e de baixo carbono. Trabalhadores do cais demonstraram caminhões elétricos para contêineres com tecnologia de direção autônoma, que operam de forma silenciosa e precisa, segundo a Xinhua.
Perto da entrada do local do projeto, há um pântano. À noite, aves vão e vêm, trazendo vida à área.
He Bo mencionou que as empresas chinesas responsáveis pela construção do porto têm se preocupado em controlar ruídos, iluminação e poeira durante as obras, minimizando o impacto nos “moradores” do pântano. Além disso, têm participado ativamente do resgate de focas, pinguins, pelicanos e outros animais, contribuindo para a melhoria da biodiversidade local.
Com o Porto de Chancay, a distância entre China e Peru já não parece tão grande quanto antes.
FONTE: Global Times
Gigantesco projeto de integração. Se não me engano estará integrado ao Brasil pela rota-bioceanica.
Eu diria que isso elavaria o brasil e outro patamar se eu não soubesse o antro de corrupção a desigualdade que é o país.
Só lembrar do pré sal que tanto se falou e deu destaque mundial e cá estamos hoje contando moedas para conter o défcit público.
Perdeu a parte de que fica no Peru, né? Para além disso, esse novo porto peruano NECESSITA da carga brasileira para a China para fazer valer o custo do investimento já que somente o volume peruano é claramente insuficiente pra movimentar esse porto, que deve ser mesmo apenas um porto de entrada para as exportações chinesas á América do Sul
E vc acha que criaram um porto no Peru para transportar Maca peruana para a China? hahahahah
Lógico que é para escoar produção do brasil, já anunciaram intenção de criar uma ferrovia BR/PERU
https://ibrachina.com.br/brasil-e-china-tem-projeto-em-conjunto-para-construir-ferrovia-indo-do-rj-ao-peru/
Hmmmmmm, teremos Atum fresquinho ?
Enquanto isso o Brasil está fugindo da nova rota da seda…o povo brasileiro é maravilhoso mas nossas elites são o que tem de pior.
A decisão de não aderir ao BRI é acertada, até porque já temos nós os nossos próprios projetos. Devemos é atrair capital chinês para eles. A melhor posição é a de obter mais vantagens tanto do lado chinês como do eixo UE-Estados Unidos.
Já há quem diga que o porto Chancay foi feito de olho no Brasil, pra facilitar exportações de commodities do Centro Oeste e criar mais empregos aqui. Um absurdo grotesco: qualquer escoamento nosso por Chancay vai representar menos empregos aqui e portos atlanticos talvez algo escanteados. Sequer lembraram todo o investimento no Arco Norte, que já é via de escoamento competitiva se comparado com aquele pelo Sudeste, investimento virtualmente a ser sucateado se a infraestrutura de transporte até Chancay tiver grande capacidade, em que se pesem os acréscimos aduaneiros no percurso terrestre. Tem quem creia que a China não é… Read more »
Ninguém é obrigado a fazer os empréstimos ou aceitar os investimentos. Melhor, já leu algum dos contratos para saber como a China se beneficia com tudo isso?
O principal objetivo de um porto não é gerar empregos (pelo menos imediata e diretamente), mas sim diminuir custos logísticos com o consequente ganho no tempo de transbordo e esforço operacional. Empregos são gerados com aumento de produtividade e com uso de tecnologias e processos inerentes a cada área específica. Assim é com indústria, agropecuária, alimentos, combustíveis, etc. Considero que esse porto chinês no Perú tem sim o claro objetivo de facilitar o escoamento de commodities brasileiras para a China, servindo também como porta de entrada para produtos chineses na América Latina. Agora, se isso vai aumentar ou diminuir empregos… Read more »
Um porto ou estrada não beneficia só o país investidor, no caso a China, industriais nacionais e comércio nacional irão abrir perto do novo porto ou na estrada que liga o porto.
A China investe em infraestrutura para seu próprio benefício, assim como qualquer outro, agora cabe a cada país investir no desenvolvimento próprio de forma anexa a infraestrutura construída.
A China é o reflexo especular dos EUA. Qual o sentido de uma nação frágil apoiar mecanismos imperialistas de um ou do outro? Ela acha que está ganhando algo e que sua existência está garantida pela adesão? Num texto, de 2022, se lê: “We can say that the restoration of capitalism in China, which began 40 years ago, meant that it is destined to go down the path of imperialism, which is the logic of capitalist development as Lenin showed. Any positions that downplay Chinese imperialism tend to lead to the wrong and dangerous political conclusion that the working class… Read more »
O porto de Chacay faz parte de um projeto estratégico. Os chineses são altamente competentes em seguir o “plano” de garantir acesso às fontes de energia, alimentos e minérios essenciais para suas indústrias, a um preço competitivo e de forma ágil, sempre em prol da produção e do comércio. De quebra, contribuem para atenuar um dos maiores gargalos da América Latina: a ausência de integração logística entre os países, reduzindo os famosos “custos”. Além disso, conseguem gerar soft power, promover o desenvolvimento econômico e assumir o protagonismo econômico, diminuindo, em especial, o papel dos EUA na região. Parte do plano… Read more »