USS Gerald R. Ford em construção

ARLINGTON, Virgínia — A coalizão de fornecedores da base industrial responsável pela construção de porta-aviões está alertando que algumas linhas de produção estão sendo desativadas — ou serão em breve — caso haja novos atrasos no início da aquisição do próximo porta-aviões da classe Gerald R. Ford, o CVN 82.

A Aircraft Carrier Industrial Base Coalition (ACIBC) está buscando um compromisso do Congresso dos EUA no valor de US$ 600 milhões em financiamento antecipado para a construção do CVN 82. Na semana passada, líderes e membros da ACIBC se reuniram com congressistas para discutir o financiamento da embarcação.

“Estamos pedindo US$ 600 milhões em recursos de aquisição antecipada para podermos iniciar a produção de componentes de longa fabricação [para o CVN 82]”, disse Lisa Papini, presidente da ACIBC. “Queremos o compromisso de iniciar o CVN 82 o mais tardar no ano fiscal de 2029.”

Segundo Papini, a situação dos fornecedores piorou em comparação ao ano anterior. “No ano passado, alertávamos que, sem novos contratos, empresas que operam linhas de produção contínuas começariam a paralisar suas atividades. Este ano, já temos empresas dizendo que pararam ou pararão em breve — e por parar, quero dizer que a linha de produção cessou operações contínuas.”

De acordo com um informativo da ACIBC baseado em uma pesquisa com 219 fornecedores, 73% das linhas de suprimento críticas ou de fonte única já estão desativadas ou ficarão inativas até 2026, caso não haja financiamento antecipado. Sem esse apoio, o número deve subir para 83% em 2027 e 96% em 2028. Muitos desses fornecedores também produzem materiais para a construção de submarinos.

Para lidar com os atrasos nos contratos, diversas empresas estão realocando sua força de trabalho para outras áreas ou buscando novos mercados fora do setor naval, conforme indica o documento.

Papini ressaltou que a crise na cadeia de fornecimento não condiz com a crescente demanda global por porta-aviões norte-americanos. “Nos últimos anos, as missões desses navios têm sido prolongadas repetidamente, o que aumenta a necessidade de suporte e manutenção. Os mesmos fornecedores que constroem o CVN 82 são os que fornecem serviços e peças para manter os porta-aviões operacionais.”

A ACIBC defende que o Congresso aprove a aquisição conjunta de dois navios, o CVN 82 e o CVN 83, como foi feito com o CVN 80 e o CVN 81. “Sabemos que essa é a forma mais eficiente de adquirir navios, especialmente porta-aviões — com três anos de financiamento antecipado para materiais de longa fabricação e um ciclo de construção de quatro anos”, concluiu Papini.

A Marinha dos EUA já declarou que o perfil ideal de aquisição de CVNs é por meio de compras duplas, com pelo menos três anos de financiamento prévio e entregas espaçadas em intervalos de quatro anos.

FONTE: Sea Power Magazine

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Dom Lazier

Enquanto isso a China…

No One

Sabes o engraçado? Que os aliados que teriam capacidade de auxiliar e impulsionar o impulsionar o poder naval americano, que querem fazer parte do fortalecimento da indústria naval americana, são hostilizados. Coréia do Sul, Japão e Itália que esperneiam para uma maior cooperação e fortalecimento da indústria naval entre aliados, são hostilizados pelo atual governo.

Henrique A

Por que o Trump quer a indústria nos EUA, ele não quer fora, ainda que seja de “aliado”.

Comenteiro

Periga não ter indústria e nem aliados…

Palpiteiro

Os EUA irão taxar todos os navios fabricados no exterior ao atracar nos portos americanos, sabendo que hoje a frota mundial foi feita na Ásia. Enquanto o Musk está cortando e fechando várias agências, será criada uma agência específica para o desenvolvimento naval. Os EUA só ganharam a segunda guerra em muito pela sua indústria naval.

Hamom°

”Os EUA irão taxar todos os navios fabricados” na China.

Pelo menos é a intenção de Trump…
Mesmo que de propriedade e operados por outros países, por exemplo, um navio fabricado na China e comprado por um empresário/armador
turco, pagaria taxas extras nos portos
dos EUA. Um absurdo…

Top Gun Sea

O homem laranja está afundando os EUA e quer levar todos os países junto.

Bernardo santos

A bagunça que está na construção naval vem antes dele, não acho que a culpa é totalmente dele, o biden também esteve entre 2020-2024 e nada mudou.

Emmanuel

“(…)baseado em uma pesquisa com 219 fornecedores, 73% das linhas de suprimento críticas ou de fonte única já estão desativadas ou ficarão inativas até 2026(…) Sem esse apoio, o número deve subir para 83% em 2027 e 96% em 2028. “.
Quando você terminar de ler a frase acima a China terá lançado mais um navio de guerra.

Camargoer.

Ahhh. Basta importar. Sai mais barato e mais rápido importar da China ou da Coreia que fabricar no Brasil.. quero dizer, mais barato que fabricar nos EUA

Last edited 5 horas atrás by Camargoer.
Jadson S. Cabral

É… nada como um dia após o outro

Alex Barreto Cypriano

Será que Trump vai renomear o CVN-81 no esforço DEI suppress?🧐 Tipo: de Doris Miller pra Doris Day😲 ou Elon Musk😵? Fim de linha. Alguém mais (além do PotUS e de Fred Flintstone) gosta de jogar golfe?
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Last edited 4 horas atrás by Alex Barreto Cypriano
Henrique A

Eles tinham que voltar a usar os nomes clássicos: Yorktown, Essex, Wasp; Hornet, Enterprise, Bon Homme Richard, Boxer, chega de dar nome pra políticos e Doris Miller deveria dar nome a Destroyer isso realmente foi DEI.

ChinEs

Mais Porta Aviões para derrotar os Chineses em Taiwan e os Iranianos/Hutis no Iran/Yemen, Para Combater a Rússia na Europa já basta a Ucrânia… A Ucrânia dando trabalho para a Rússia dá folga aos EUA para combater a China no Pacifico e os Iranianos/Hutis no Médio Oriente. A US Navy deve agora pensar em Porta Drones, os Drones estão revolucionando as Guerras.

Esteves

Acorda Maria Bunita…levanta vai fazer café…que o dia está raiando e a China já está de pé.

Esteves

Trump quer guerra com a China, com a Rússia, com a Europa e…não consegue terminar 1 porta-aviões.

Quem poderá ajudá-lo Batman?

Comenteiro

Melhor não contar com o Musk…

Henrique A

Que problema. Eles gastam mais que todo mundo e ainda assim não é possível manter a base industrial mesmo para tempos de paz, imagina numa guerra em que a demanda será muito maior.

Fernando Vieira

Em caso de guerra a coisa muda de figura. Se a economia dos EUA se voltar toda para a guerra eles, mesmo que não consigam repetir a proeza da segunda guerra, ainda possuem uma capacidade invejável.

Isso claro sem contar com o que eles já tem que precisaria de boa parte do mundo se juntar contra para rivalizar esse poder.

Last edited 2 horas atrás by Fernando Vieira
Ozawa

Totalmente off topic … ou nem tanto …

Mas há exatos 80 anos descia ao fundo do mar o IJN Yamato …

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Dalton

Estou relendo com mais interesse do que da primeira vez o ” A Glorious Way to Die” que você provavelmente conhece e tirei o pó recentemente do “Yamato”, “Yahagi” e de 3
DDs que o acompanharam 🙂

Rsantos

Alguém por favor diga a senhora papine, que acabou a receita ,bufunfa, monetária, que dificilmente algum outro irá para o mar quanto mais dois!

Dalton

O CVN 79 será incorporado dentro de uns poucos meses, o CVN 80 está tomando forma para ser incorporado em 2029 e uma pequena parte do CVN 81 está atrás do CVN 80 no mesmo dique, então o real problema está no CVN 82, mas, esse tipo de alarmismo já ocorreu antes, então, se deverá dar um jeito.

Rogério Loureiro Dhierio

Se baterem na porta da China e oferecerem eles tem grana pra comprar.

Se bobear ainda transferem tudo pra lá.

Aquele ditado.
Enquanto uns não podem pagar outros pagam em dobro.