A guerra é assunto de todos
A entrevista a seguir foi publicada no Jornal do Brasil em 11/12/1988, mas parece que foi feita hoje. O almirante Mário César Flores, então diretor-geral de Material da Marinha e conhecido pensador naval brasileiro, por seus artigos publicados na Revista Marítima Brasileira, abria já naquela época a discussão que hoje fazemos nos fóruns e blogs de Defesa brasileiros.
Guardamos essa página de jornal por 20 anos, achando que um dia ela teria seu valioso conteúdo exposto novamente para uma audiência maior e num momento mais adequado. Essa é a hora, boa leitura e discussão!
Entrevista / almirante Mário César Flores
Por Mauro Malin
JB – A vigência da nova Constituição favorece a discussão da questão militar pela sociedade?
Alte. Mário César Flores: A Constituição, como documento normativo, não vai ajudar nem atrapalhar diretamente. Indiretamente, ela ajuda, na medida em que amplia a área de atuação e a responsabilidade do Congresso. O Congresso, com os novos poderes, não mais pode se omitir de uma participação responsável, forte, no que diz respeito à segurança nacional, à defesa nacional.
JB – O senhor afirma que um projeto naval complexo iniciado hoje dá frutos daqui a 10 ou mais anos. Por quê?
Alte. Mário César Flores: A formulação do projeto naval, no mundo tecnológico de hoje, é muito longa. Um projeto de navio-escolta, como o da primeira corveta que nós estamos terminando de construir*, foi decidido em 1978 e começou em 1979. Existem equipamentos cujo fornecimento leva de dois a três anos, não são equipamentos de prateleira. Se eu hoje decidir que devo ter determinado sistema de armas, leva oito, dez anos para ficar pronto. Não é para tudo. Evidentemente que um caminhão transportador de soldados eu posso ter dentro de dois anos, um ano. Mas estou me referindo a esses sistemas que desbalanceiam estrategicamente. Se decido a construção de determinado tipo de submarino, é porque tenho de prever que dentro de dez a vinte anos haverá problemas que justifiquem esse submarino. Porque os problemas do momento não serão resolvidos por ele.
Essa projeção não pode ficar apenas no âmbito militar. É essencialmente política e de estadismo. Mesmo no mundo político, é preciso tem algum gênio de estadista para acertar.
JB – O que a Marinha do Brasil pode fazer numa situação bélica?
Alte. Mário César Flores: Atividades muito limitadas – proteção ao tráfego marítimo – em águas próximas ao Brasil. Não temos condições de fazer proteção ao tráfego marítimo, mesmo brasileiro, a grandes distâncias do Brasil. A marinha pode fazer, com muitas limitações, algumas operações de caráter ofensivo com submarinos, aí sim mais distantes. Não muito distantes, porque são submarinos convencionais.
JB – Quantos submarinos o Brasil tem?
Alte. Mário César Flores: Sete submarinos, dos quais três relativamente modernos – são submarinos de procedência inglesa, classe “Oberon” – e quatro residuais do MAP (Military Assistance Program), norte-americanos, que ainda são submarinos fornecidos ao Brasil na vigência do Acordo Militar de 1952. Esses quatro submarinos têm uma validade mais de instrução. Como instrumentos de guerra, deixam a desejar. Na verdade, para fins militares mesmo, nós estamos limitados aos três.
Esses podem atuar um pouco mais distante. Num cenário em que não exista participação de outro país poderoso, não teremos como obter cobertura aérea. A cobertura aérea para as operações navais está limitada àquela que pode ser provida a partir de terra.
Porque o pequeno porta-aviões de que nós dispomos só opera aviões anti-submarino. Então, para fins anti-submarino ele poderia contribuir. Mas para a finalidade de proteção aérea, ele não serve em nada. Ao contrário: é um alvo.
Se nos afastarmos do litoral, não teremos proteção aérea. Não vejo como a gente vá superar isso no futuro previsível.
JB – Então, a Marinha está limitada a operar ao longo do litoral?
Alte. Mário César Flores: É preciso que se debata, com os fóruns da sociedade adequados a isso, se realmente precisamos operar longe do litoral. Isto não é uma decisão naval. É uma decisão nacional. Se realmente precisamos ter capacidade de operar longe do litoral, a instrumentalização operativa passa a ser um problema naval. Vai ter que ter porta-aviões, vai ter que ter avião de interceptação embarcado, passa a ser um problema profissional.
Mas a decisão de que o Brasil pode ter problema de ordem política, de ordem estratégica, de segurança em geral que nos obrigue a operar, vamos dizer, no meio do Atlântico, ou junto às costas da África, transcende a Marinha. Essa é a minha tese fundamental.
JB – Quais são os cenários previsíveis de guerra ou de conflito em que o Brasil poderia se envolver?
Alte. Mário César Flores: É novamente uma resposta política. Teríamos de esboçar algumas hipóteses de cenário. Uma, o cada vez mais improvável conflito envolvendo blocos, os EUA e a União Soviética. Com relação a esta hipótese, nossa participação seria tão marginal, no sentido de influenciar a decisão, seria, fora das águas litorâneas, tão pequena, praticamente simbólica, que não justifica preocupações de preparo militar.
Quando você não vai ter nenhuma influência, para que se preocupar com seu preparo militar? Outro cenário é o de confrontos decorrentes de interesses conflitantes – e isso no mar é muito provável – por percepções diferentes a respeito do direito internacional marítimo, por exemplo. Essa convenção da Jamaica, os Estados Unidos não a aceitam, e com eles algumas potências marítimas, inclusive a URSS (trata-se da terceira Conferência das Nações Unidas sobre a Lei do Mar, assinada em 1982; seus pontos mais polêmicos dizem respeito à mineração submarina).
Amanhã ou depois nós podemos ter pressões de potências maiores com alguma coerção militar. Eu vejo assim, gostaria muito de discutir isso com o civil. O poder militar brasileiro deve ser capacitado para aumentar o patamar de risco de uma potência desenvolvida que queira introduzir na sua pressão uma coerção militar.
JB – O que significa aumentar o patamar de risco?
Alte. Mário César Flores: Os interesses são de tal ordem que uma potência chega a querer introduzir uma coerção militar. Fazer vir uma força naval para respaldar a atuação econômica ou de pesquisa. Algo que fira nossos interesses e a nossa percepção do direito internacional marítimo.
Para isso, convém que o nosso poder militar – não podemos pretender vencer uma potência grande num conflito clássico -, pelo menos faça com que custe caro, aumente o patamar de risco de sua atuação militar, ela faça o balanço para ver se vale a pena. Os interesses são tão vitais que justificam ela se empenhar fortemente? Vamos dar um exemplo não-brasileiro. No caso das Malvinas, que decididamente não é um interesse de que decorra a sobrevivência da Inglaterra, se a Argentina tivesse condições de pôr em risco, mas eu digo risco grave – a atuação inglesa, quem sabe se a Inglaterra não teria sido mais flexível nas negociações.
JB – Mas a Argentina não achou que ia fazer?
Alte. Mário César Flores: A Argentina subestimou a capacidade inglesa. Aí houve erro político. A direção política da Argentina entendeu que a Inglaterra não iria usar meios militares. Mas, vamos supor: mesmo com esse erro político, se a Argentina tivesse uma dúzia de submarinos modernos… O grande calcanhar de Aquiles da Inglaterra nessa operação foi o imenso cordão umbilical logístico, Inglaterra-Ascensão-Malvinas. Ora, se houvesse condições de pôr em risco este cordão umbilical,a complicação para a Inglaterra seria imensa, Porque na verdade a Inglaterra só estava sujeita a ações na área das Malvinas.
Se tivesse que proteger sua frota, já não digo desde a Inglaterra, mas basta admitir de Ascensão às Malvinas, o número de navios-escolta, de navios de proteção, seria muito grande.
A aviação argentina era boa, mas de raio de ação limitado. Eles voavam daquela área de Comodoro Rivadavia, ali por perto, chegavam às Malvinas com poucos minutos de vôo de operação e tinham de regressar. Se a aviação argentina dispusesse de aviões de maior raio de ação, como dispõem os russos, que podem voar o dobro, decididamente o problema inglês seria complicadíssimo. Esse é o segundo cenário que eu penso. Considero válido a gente se preparar para ele.
Termos um poder militar capaz de servir de dissuasor contra o uso da coerção militar em confrontos de interesses que não são vitais. Evidentemente que se os interesses foram vitais a grande potência vem com tudo o que tem e estamos conversados. Mas a maioria desses interesses não são vitais. Não necessariamente apenas no mar. Poder haver outro.
JB – De que tipo?
Alte. Mário César Flores: Às vezes a gente fica pensando. Com o desenvolvimento industrial brasileiro, começamos a ser um fator perturbador, amanhã ou depois começa a surgir um incremento de confrontos. De certa forma, ocorreu isso antes da Primeira Guerra Mundial com a ascensão da Alemanha em termos industriais, complicando a vida da Inglaterra. Bom, este é o segundo cenário. Para este eu justifico um preparo do poder militar.
JB – E o terceiro cenário?
Alte. Mário César Flores: O cenário regional. Embora tenha a improbabilidade imensa, essa improbabilidade é reforçada na medida em que exista um poder militar dissuasor. Evitar aventuras regionais. Facilitar o entendimento pacífico através da existência de um poder militar que complique a via militar. Suponha que nós tenhamos confronto de interesses com um país regional. Se nós tivermos um poder militar que faça com que reciprocamente nos respeitemos no plano militar, o entendimento pela via pacífica se impõe, não tem outra saída.
Então, embora a América do Sul hoje seja muito mais propensa a contemporizar, a conciliar, esse caminho pacífico é ajudado pela existência de um poder militar.
Não vamos ignorar que os governos não são perfeitos, as idiossincrasias nacionais existem. Isso é recíproco: a ausência de um poder militar no outro faz crescer a hipótese da aventura. Então, eu diria que este é o terceiro cenário.
JB – As questões regionais se esgotam na dissuasão?
Alte. Mário César Flores: Dentro desse cenário regional, existe um subcenário de menor importância, do ponto de vista de preparo militar. Não é que seja pouco importante para o país; agora, ele não exige evidentemente um preparo muito forte. São essas ações que preocupam hoje na Amazônia, e que de certa forma ajudaram a alicerçar o Projeto Calha Norte, que é a existência, nas fronteiras pouco desenvolvidas, de intromissões ilegais.
Ou seja, organizações ilegais de outro país atuando do nosso lado, à revelia do governo do outro país. Mas nós sabemos que existe esse tipo de coisa: narcotráfico, ou guerrilha de outros países, como é o caso do M-19 (movimento guerrilheiro da Colômbia). Por enquanto ainda não temos como decididamente afirmar que não passam para o nosso lado – não com o intuito de nos ameaçar, mas de fazer manobras independentemente da fronteira política. É um cenário regional que não exige grande preparo militar, exige mais uma distribuição de forças adequadas para zelar pelas fronteiras.
JB – Há mais algum cenário que possa orientar o preparo militar do Brasil, em sua opinião?
Alte. Mário César Flores: Há um cenário adicional com que não podemos deixar de nos preocupar, que é o uso de poder militar em defesa da ordem e da salvaguarda da vida humana. Se amanhã ou depois for conveniente o exercício de uma capacidade apaziguadora, na América do Sul ou no Atlântico Sul – eu não quero dizer longe, porque aí já é um problema secundário para o Brasil, mas já houve, em Suez — , nós não podemos deixar de admitir essa possibilidade.
Há aspectos discutíveis, do ponto de vista ideológico. A República Dominicana (intervenção comandada pelos EUA em 1965, da qual o Brasil participou) teve um ingrediente que não é exatamente o que eu estou dizendo. Mas, amanhã ou depois, um problema como em Biafra (guerra civil na Nigéria, entre 1967 e 1970), uma grande mortandade, agressão interna… Esse tipo de problema pode vir a exigir, particularmente na América do Sul e no Atlântico Sul, a participação brasileira. Isto tem alguma influência sobre a configuração militar, porque afeta a projeção de poder.
JB – O senhor pode dar um exemplo?
Alte. Mário César Flores: Vamos fazer uma suposição. Se a questão do Cone Sul africano levar a uma solução para o problema da Namíbia, que implique, provisoriamente, um abafador entre a África do Sul e Angola – é um palpite político que eu não devia dar, porque sou militar – , é pouco lógico que o Brasil, que tem defendido o afastamento das grandes potências desse cenário sul-atlântico, não participe desse abafamento.
Teremos que ter uma capacidade de operações em terra através de um cordão logístico a partir do Brasil. É o quarto cenário. Um cenário de apoio à estabilidade, à ordem – sobretudo à salvaguarda da vida humana, porque estabilidade e ordem podem ter conotações ideológicas, interferências do confronto URSS-EUA, e aí eu boto as minhas barbas de molho.
JB – A discussão com os representantes da sociedade se esgota nas linhas gerais da estratégia ou pode descer a detalhes?
Alte. Mário César Flores: Eu gostaria muito de entrar numa comissão de defesa nacional, ou que nome venha a ter, e discutir esse tipo de assunto. Na medida em que isto se transforma em preocupações mais concretas, você vai conseguindo visualizar de que poder militar você precisa. Eu preciso de uma Marinha capaz de atuar na defesa próxima do litoral, e que possa ter alguma defesa em profundidade, para não deixar – como eu mencionei no caso da Argentina – que haja tranqüilidade no acesso.
Preciso de uma Força Aérea capaz de defender pontos selecionados do território nacional, diante dessa possibilidade de confronto, e também preciso de uma Força Aérea que contribua para a dissuasão regional. Ela vai ter que ter uma capacidade ofensiva, de atuar nas distâncias do cenário regional.
É lógico que descer mais no detalhe, se é o avião X ou Y, que escolta vamos usar, é um problema mais profissional.
JB – A postura será sempre defensiva, nunca ofensiva?
Alte. Mário César Flores: Eu não visualizo problema de segurança para o Brasil que me obrigue a exercer um esforço agressivo.
JB – Nem com a Argentina?
Alte. Mário César Flores: Nem com a Argentina. Esforço defensivo, sim. Nós somos um país de status quo, de objetivos não agressivos. Então, o principal é que não nos aborreçam aqui. Não vamos aborrecer ninguém em lugar nenhum.
SAIBA MAIS:
isso eh culpa nossa, do povo !!!! nos “nao” nos importamos com os escandalos de corrupcao, contiuamos a votar nos mesmos… uma boa parte da populacao fica satisfeita com uma esmola oficial de 10 reais por mes e assim tudo esta otimo, nao ve corrupcao, nao ve nada… NOS deveriamos acordar, fazer algo a respeito, uma greve geral, sei la… ou ate mesmo apoiar um golpe militar e mandar os politicos para o paredao… desse jeito nao da mais… o Almirante ja disse tudo isso a vinte anos atras, e o que mudou ?!?!?! NADA cara, chega a ser revoltante…… Read more »
De fato, o Almirante lançou os fundamentos da doutrina de defesa que direcionou a organizaçao militar brasileira nos ultimos 20 anos.. me supreendeu a perspectiva da ação de força de paz, como ocorre agora no Haiti. Me parece que os cenários não mudaram muito, talvez um quinto cenário seja a ação de força de dissuasão sobre conflito de terceiros, por exemplo um conflito entre a Colombia e Venezuela era até há pouco tamponado pelo poder militar brasileiro, como ocorreu recentemente com o Equador. Mas com a presença americana na Colombia, é hora de repensar a amazonia. Alerta aereo antecipado, cenario… Read more »
Galante: esse foi o melhor post que já li nos três blogs desde que os descobri e passei a acompanhá-los. Você está de parabéns.
Abs.
B R I N C A D E I R A ! ! !
E o cara falou HÁ VINTE ANOS?????????
Tá vendo só pessoal? A coisa já era bem conhecida há 20 anos, não havia o que inventar a roda! Bastava o que já sabiam os militares! Até o M-19 o cara cita! IMPRESSIONANTE! ESTOU ABSOLUTAMENTE ATURDIDO!
Mas aí inventamos o Congresso Nacional, o Sarney, o Collor, o Itamar, o FHC, o Lula, as Cotas Raciais, as ONGs, a Terceira Via, o Bolivarianismo… dexa prá lá…
Sds.
Mesmo depois de 20 anos este assunto continua a ser muito atual
O Brasil fede. ¬¬’ AFF!
Sonho com um país que tenha culhões mas tá difícil.
O que me deixa mais triste é que, com essa parcimonia com que tratamos os problemas brasileiros o número de radicais tende a crescer. Vamos ter que conviver com esse efeito sanfona dos diabos? Ora ditadura militar, ora democracia entreguista? Será que não dá para vivermos um meio termo mais inteligente?
AFF! AFF!
Ou seja, nossas autoridades sabiam disso há muito tempo, mas só que figiam e ainda fingem que o Brasil nunca será invadido, e se for responderá a altura.kkkkkkkkkkkkk!!
Brasil: o gigante adormecido!
Seria um enorme prazer conhecer este “gênio”, pois este deve ter uma carga de conhecimentos imensa, principalmente no que se diz a estratégia. Um ponto que me chamou a atenção foi à abertura de portas para discussão com a sociedade sobre os assuntos de defesa (Á 20 anos), sempre apoiei esta analogia…
Outro fator que seria extremamente interessante seria uma nova entrevista com o almirante Mário César Flores sobre o cenário atual e os prováveis cenários futuros…
Um grande abraço a todos…
Esta é uma boa sugestão do Welington de uma nova entrevista com o almirante Mário César Flores, “se esta lenda ainda estiver entre nós”. Ficara mais fino ainda se realizado pelos nossos amigos responsáveis pelo Blog que sempre nos fornecem estas maravilhas! e por sinal tem muito profissionalismo.
Parabéns pela matéria.
BVR: Vc fala, fala e não fala m. nenhuma companheiro. O que exatamente você quer que as FFAAs façam? Vivam de fazer ACISO, apenas? Abram um canal de TV, como a do Senado? Comecem a pagar matéria na mídia? Comprem um jornal? Montem madrassais pra doutrinar o povo? Oras bolas, haja paciência… Não tem q ter “mea culpa” das FFAA P. NENHUMA! Caraca, só faltava essa! As Forças Armadas não são propriedade do Congresso, do governo de plantão, do regime de plantão ou apenas da “democracia”! As Forças Armadas pertencem ao povo brasileiro inteiro, em todos os tempos! Aos que… Read more »
Galante, a matéria do Almirante é excelente e atual. Talvez provoque alguma devolução de estrelas mas … nada grave.
Felipe Cps Acho que entendi melhor as idéias de BVR. Oque ele prega que haja uma maior aproximação das FAs com a sociedade, e concordo que esse passo tem que ser dado pelos militares mesmo.(afinal a culpa é deles mesmo por essa situação) Porque isso? Acredito que a maioria dos Brasileiros não tá nem aí para a grave situação das FAs e não consegue entender porque temos que gastar R$1,62 bilhões por uma fragata Fremm ou R$160 milhões por um caça.(afinal, não estamos em guerra) Enquanto uma grande parcela da população não apoiar e se preucupar com isso, e entender… Read more »
Olá a todos!
Confesso q fiquei pasmo a ler essa materia. Pois o Almirante Mário César Flores falou tudo isso a mais de 20 anos atras e parece que foi ontem. Parabéns ao Blog pela matéria. Eu francamente acho que a classe politica do Brasil não vai mudar o seu pensamento, infelizmente só vai mudar se acontecer uma “TRAGEDIA”.
Felipe CPS, concordo com o que você disse, só que de maneira mais polida. ^^ Acrescento, ainda, o seguinde achismo: Há, além do citado, uma ordem velada para que os dirigentes das FA não saiam por aí fazendo pronunciamentos que possam interferir na política brasileira, seja qual for o setor. Corroborando essa suspeita, temos o caso do general Augusto Heleno Ribeiro que, após criticar a política indigenista do governo e expor algumas das carências das FA deixou o cargo de comando da Amazônia. Disseram que não era um caso de retaliação. Assim é, agora com comando civil, as FA têm,… Read more »
Não fosse o fato de eu ter 18 anos acho que podiam invadir o Brasil (um país bem franguinho, lá pelo norte do país…) pra ver se o pessoal acorda para as nossas necessidades. O que falta aqui é isso: Um inimigo externo assustador o suficiente pra aplacar as diferenças internas e fazer com que os nossos esforços sejam conduzidos em uma única direção.
Marcos T, acho que o caso do resgate às vitimas do acidente não mudou nada para as FA…
joão Augusto
Com certeza…
Más propaganda é a “alma do negócio”.
Concordo plenamente com o Felipe Cps.
Acho, inclusive, que as FFAA representadas pelos seus comandantes se agacham demais para “os caras”, comos nos eventos de aposição de medalhas aos terroristas que tentavam implantar uma ditadura esquerdista no Brasil (vide OMN ao Franklin).
Somente graças ao esforço pessoal dos seus marinheiros e soldados de todos os postos e graduações é que conseguimos superar as graves restrições materiais e orçamentárias que nos são impostas por políticos revanchistas e corruptos eternamente re-eleitos por um povo ignorante.
Sou pessimista. Nada mudou nos últimos vinte anos nem nada mudará!
Já existiu algun tópico nesses fórums cobrindo o caso Sivam? Seria interessante um Recap da situação, já que na época tudo ficou restrito ao filtro da Globo. Nunca consegui entender totalemtne a situação. Só sei que a Raytheon ganhou, parece com lagum tipo de Lobby e que a FAb esperava ela mesmo fazer algum projeto próprio? É uma sugestão de tema para futura discussão.
Postando de novo, por oportunidade:
Azevedo em 27 Ago, 2008 às 18:17
Quem acompanha o trabalho do almirante Flores há mais tempo sabe que ele “cantou várias pedras” do que poderia acontecer nos cenários doméstico e internacional de segurança e defesa com razoável taxa de acertos.
Ele possui mais material online em
http://www.institutomillenium.org/index3.php?on=artigo&in=autor&autor_id=57
http://www.usp.br/ccint/gacint/panorama40-31.htm
http://busca.estadao.com.br/JSearch/CBQM!cBQM.action?o=1&e=&sE=&s=%5C%22mario+c%E9sar+flores%5C%22&t=
Abrindo um parêntese, olhem essa entrevista que interessante. Já estão de olho no nosso Pré-sal: http://www.defesanet.com.br/04_09/al_bases_6.htm
A última URL reduzida:
http://tiny.cc/cq2A2
Não vi os posts. Mas a entrevista mostra um brilhante militar, sensato, prudente. E que sabe a modesta posição do nosso país no mundo. Mostra que vê a situação e nossa inserção no mundo com clareza, sem fantasias e sem arroubos de grandeza, que são comuns entre militares(principalmente Latino-Americanos).
E mostrou ser um pacifista, o que é mais importante.
Foi há muitos anos, mas parabéns Almirante pela sua visão!
Primeiro a resposta aqueles que entenderam as minhas colocações (que sinceramente foram muito simples e objetivas; porque quem não entendeu tem limitações). Prezado Marcos T. (Marcos T. em 06ago2009 às 9:37) e Zero Uno em 06ago2009 às 15:13. O espírito é esse mesmo. Vivemos um tempo novo de múltiplos recursos, de cabeças pensantes e de mentes abertas. Existe uma máxima que diz: “Só se defende aquilo que se ama, e só se ama aquilo que se conhece”. Portanto, como a população vai “defender” ou amar as FA´s se ela não conhece nada das FA´s que não seja o publicado de… Read more »
A matéria é muito boa, mais o que tem a ver as Cotas Raciais, as ONGs, a Terceira Via etc com defesa? A matéria não diz nada sobre estas questões. Felipe Cps você tem uma base melhor para seus argumentos ou suas colocações são apenas preconceituosas? Sim porque ate aqui não falou nada muito coerente, você só deu seus disparos costumeiros. Nada contra você.
BVR em 06 Ago, 2009 às 2:14
Excelente comentário. Concordo com o que vc diz inteiramente. Bem explicado, com extrema concordância e polidêz. É exatamente assim que se expõe opiniões. Sem chingamentos, com educação e no campo das idéias sem deixar de se levar pelo egocentrismo e pela falácia e preconceito.
Lí este artigo em dez/88 e já naquela época eu estava preocupado com o nosso “real” poder militar pois dei baixa em 1986 e as coisas já não andavam bem para as nossas FA’s.
Abraços.
Marcos T. Seria interessante sim, que alardeassem a importância das FA para o Brasil mas isso dependeria da vontade da cabeça do Executivo, o predidente. Acho que, da maneira que as coisas estão se arranjando aqui na América do Sul, um governo com real vontade de reequipar as FA poderia fazer propaganda de terror, mostrando, constantemente, a fragilidade das FA para conseguir o apoio necessário para o empreendimento. Não sei até que ponto isso é possível agindo honestamente, mas como vivemos na terra da maracutaia, com certeza muita gente poderia se beneficiar de uma situação dessa. Os meios televisivos, inclusive.… Read more »
Aos SRs.
Este artigo do Almirante Flores foi fantastico.O que entendi, é que precisamos de vetores de grande raio de ação. principalmente para
defendermos nossa plataforma maritima.Como tambem nosso SNB. Caso eu não tenha emtendido, me exclareção!..
Boa BVR … os novos tempos vão sepultando, pouco a pouco, os esqueletos e demônios de outras épocas que já morreram e não se deram conta.
Almirante Mário César Flores para presidente!!!
Brincadeira pra descontrair um pouco…
Realmente um homem de visão o almirante, aos editores do blog, parabéns pela matéria!!
Silvio Santos pra presidente!
Gente, talvez M. seja Maravilha. =)
Pessoal, mais uma vez peço para mantermos elevado o nível do debate. Posts com agressões pessoais serão editados ou deletados, como já avisamos anteriormente.
Pow Galante, deletou na tora? Integralmente? O loco, deixa o pau quebrar meu, rsrsrs…
Tá bom, não vou falar mais verdades pro BVR. Deixa ele na felicidade dele. Mas já desopilei já, rsrsrs…
De qualquer maneira, de novo, parabéns pelo excelente post.
Abs.
Aos Ilmo amigos! Se me permitem. Acho que este é um momento importante, talvez seja ate oportunide uma certa independencia tecnologica. Porque na verdade não existe total independencia, nenhum país a tem.As vezes vc misturam o aspecto politico sem sintir.O que existe é que no ambito civil e politicos a uma carencia de pessoas sem conhecimento de causa na area de defesa. Pelo fato cultural que vivemos sobre o guarda chuva de outras nações. Jamais teremos conflitos!!!….e se isto acontecer tem que nos defendam!!!…E necessario mais divulgações neste ambito.As universidades devem criar pessoas qualificadas nesta materia. Qualquer nação a defesa… Read more »
Caros, Nada como viajar ao passado, passamos a enterder melho o futuro.
Abs
Enquanto o país não assumir a educação como prioridade 1, não terá consistência, durabilidade, garantia, etc., nenhuma política de defesa. Qualquer programa militar, de equipamento, de pessoal, expansão, etc., vai ficar sempre sujeito a governos que, ao serem substituídos, são cancelados ou drasticamente diminuídos. Defesa é um problema cultural.
E ainda dizem que o Brasil não cultua suas tradições. Claro que sim, a tradição do descaso…..
Quem são os “Vidigal” e os “Flores” da atualidade?
Faz falta o debate em nível tão alto quanto o da entrevista do almirante. O setor militar da defesa e da segurança nacional, antes imune, passou a aceitar os radicalismos (de todo o espectro político) dos tempos atuais.
Nada é impossível numa época em que almirante de ética duvidosa por pouco não foi o Comandante da Marinha.
BVR: Isso em linguagem militar se chama ACISO e as FFAA fazem isso há milhões de anos. Não é novidade nenhuma. Tivesse o senhor algum conhecimento verdadeiro sobre FFAA, e saberia disso. Aliás coloquei isso no meu comentário. Mas você pelo visto nem isso o senhor viu. Você se acha muito espertão por ser “democrata”, embora eu saiba muito bem que não é exatamente isso que o senhor é. Como queira. Não vou lhe responder como gostaria, porque as regras do Blog não o permitem. Apenas digo que democracia boa pras FFAA é aquela: manda quem pode, obedece quem quer… Read more »
É incrivel como os mesmos que métem o pau em todos os planos das forças armadas para sua restruturação, são os mesmos que reclamão da falta de recursos. Qual é a desses caras?
Felipe Cps em 07 Ago, 2009 às 8:18; “(…)Isso em linguagem militar se chama ACISO e as FFAA fazem isso há milhões de anos. Não é novidade nenhuma(…)” Peguei aquele fragmento só pra ilustrar, pra simplificar o que eu quis dizer no meu primeiro comentário; mas a má vontade é muita. “(…)Apenas digo que democracia boa pras FFAA é aquela: manda quem pode, obedece quem quer permanecer vivo(…)” “(…)Aliás, pode fazer mesmo igual cachorrinho, que pára de poste em poste(…)” No seu último comentário, vc acabou fazendo aquilo que criticas em mim. Vc fez exatamente isso, marcou posição. Se no… Read more »
Altos níveis de neurose … patológico!
Para analisar, aprovar ou criticar um artigo como o do Almirante, é necessário equilíbrio, bom senso e visão geo-política.
Felizmente, apesar dos chiliques, exitem outras observações interessantes, aprovando ou discordando, que valem a pena ler. O resto, basta colocar debaixo do tapete.
Parabéns ao Blog pela matéria. Além dos GRIFOS colocados pelos editores, eu destaco: “(…)O Congresso, com os novos poderes, não mais pode se omitir de uma participação responsável, forte, no que diz respeito à segurança nacional, à defesa nacional.” “(…)É preciso que se debata, com os fóruns da sociedade adequados a isso, se realmente precisamos operar longe do litoral. Isto não é uma decisão naval. É uma decisão nacional.” Recentemente assisti (não recordo se no canal Sesc ou Futura) um debate sobre o papel das FA´s na democracia. Achei pouco produtivo, pois os debatedores teceram (na maioria das vzs) comentários… Read more »
“Felipe Cps em 05 Ago, 2009 às 22:32” Prezado Felipe Cps, permita-me uma colocação: É preciso que a caserna faça uma “mea culpa” nesse cenário caótico que vivemos (reaparelhamento da FAB e Marinha) com desconfianças mil. Pq desde a questão da defesa caiu na mídia (calha-norte e depois sivam), a população só tem acesso a versão da mídia. Certamente vc lembra dos “escandalos” envolvendo a concorrência do sivam. E a caserna o que fez? Almoço de desagravo, jantar de desagravo, nota do clube militar… A maioria da população ficou com a opinião da mídia. Ou seja, todo mundo levou, inclusive… Read more »
A pá de cal naquele que “não vai mais dizer a verdade pro BVR”:
“(…)Os Falcões realizaram, ainda, palestras para integrantes da Sociedade Amigos da Marinha (SOAMAR-RN) e para escolas públicas da região, divulgando a marca “Marinha do Brasil”(…)”
-FALCÕES TREINAM EM NATAL/BlogNaval em 06AGO2009.
Ao prezado Moderador:
Peço desculpas ao demais participantes do BlogNaval e a vc; mas eu marco posição. Prezo sempre pela cordialidade; atenção; direito e respeito pela opinião dos outros. Mas se bateu, vai levar.
Att. BVR