Mercante russo desaparecido estaria transportando mísseis de cruzeiro

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Só a presença de mísseis de cruzeiro a bordo do cargueiro “Arctic Sea” pode explicar o “estranho comportamento da Rússia em toda esta história”, escreve hoje no jornal estónio “Postimees” um relator da União Europeia em questões de pirataria e antigo comandante das forças de Defesa da Estónia, Tarmo Kouts.

Se o navio se limitasse a transportar drogas, para além da sua carga oficial de madeira, a Rússia não teria demonstrado tanto empenho em o encontrar, prosseguiu aquele perito: “Seria ingénuo acreditar na versão oficial fornecida pela Rússia.”

Em primeiro lugar, recordou o proprietário do barco, oficialmente ligado à Finlândia, mas mantendo relações com os letões, que são etnicamente russos, comunicou o desaparecimento do “Arctic Sea” ao Presidente Dmitri Medvedev. Depois disso, três grandes couraçados e uma fragata da esquadra do Mar Negro foram em sua perseguição.

Esta unidade naval, disse ainda Kouts, era significativamente mais forte do que aquela a que se recorreu aquando de uma recente crise de pirataria ao largo da Somália.

“Uma série de mísseis teleguiados pode facilmente esconder-se sob pilhas de madeira”, insistiu o antigo comandante das tropas da Estónia, um dos países nórdicos e bálticos que estão actualmente a pedir a Moscovo para esclarecer todo este mistério que nas últimas semanas se tem vivido quanto a um barco que saíra da Finlândia para a Argélia e se desviou do seu curso.

A Estónia e a Letónia querem informações sobre os seus seis cidadãos que foram mencionados entre os oito detidos quando a Armada russa interceptou o “Arctic Sea” por alturas de Cabo Verde, quando aparentemente já se encontraria a sul do arquipélago, quase que a atingir a latitude da Gâmbia e da Guiné-Bissau.

“Contactámos o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Moscovo, a embaixada russa em Tallinn, a guarda fronteiriça russa, o FSB (ex-KGB), a representação da Interpol na Rússia e por aí adiante. Mas ninguém nos confirmou quem eram e se eram pessoas da Estónia que tinham sido detidas”, declarou à imprensa o ministro estónio dos Negócios Estrangeiros, Urmas Paet.

O Ministério letão da mesma pasta também informou não ter obtido qualquer resposta aos esclarecimentos pedidos a Moscovo, enquanto a polícia finlandesa anunciava que vai pedir assistência às autoridades russas para começar uma íntima cooperação no desenvolvimento deste caso.

Os oito detidos não pertenciam à tripulação do barco, que hoje deverá regressar a casa, no porto de Arcangel, onde até ontem à noite as famílias continuavam sem receber qualquer contacto seu. Os detidos entraram a bordo em águas suecas, na noite de 24 de Julho, segundo os esclarecimentos prestados pelo ministro russo da Defesa, Anatoli Serdiukov, que sobre o assunto já esteve esta semana a despacho com o Presidente Medvedev.

Os estranhos deram então ordens ao comandante do barco, Serguei Zaretski, de 50 anos, que seguisse para a África Ocidental; e fizeram com que os tripulantes desligassem os aparelhos de navegação, para que o rumo não fosse detectado.

Mísseis anti-aéreos ou material nuclear

A dada altura, peritos de segurança e autoridades marítimas começaram a sugerir que a bordo, muito mais do que drogas ou armas convencionais de contrabando, poderia haver um carregamento nuclear secreto.

O facto de a Rússia ter dado claramente a entender que se encontrava em contacto constante com a NATO sobre este dossier e de mais de 20 países terem colaborado na investigação dos passos do “Artict Sea” deixou claramente transparecer que se tratava de uma ocorrência verdadeiramente excepcional.

A Procuradoria-Geral russa falou de “rapto por um grupo organizado” e o jornal “The Moscow Times” já admitiu hoje que o “Arctic Sea” poderia levar mísseis anti-aéreos ou qualquer material nuclear “destinado a um “belo e pacífico país como a Síria”, tendo os responsáveis pela operação sido detectados. E poderia até já nem ser a primeira vez que se procedia a semelhante tipo de transporte secreto.

No dia 15 de Agosto o sinal do barco desaparecido ainda chegou a ser captado no Golfo da Biscaia; mas admite-se agora que isso tenha sido uma manobra de diversão por parte da Armada russa, de modo a que ninguém tivesse a certeza de que ela estava prestes para a abordagem, nas águas ao largo de Cabo Verde. Tal como manobra de diversão teria sido o desmentido feito pelo embaixador de Moscovo na Cidade da Praia, depois de ter anunciado que o barco andava por ali e que uma fragata ia já a caminho para tomar conta da situação. Alguém o poderá ter repreendido por falar em público daquilo que era suposto ser um segredo a guardar ao mais alto nível.

FONTE: Última hora, Portugal

NOTA DO BLOG: foi mantida a grafia original do texto português.

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Baschera

Realmente esta história tinha algo de errado….
Perder um navio nos dias de hoje, só se vc “desligar” o Glonass ou o GPS… aposto que havia material sensível, possívelmente S-300 á bordo, para Síria ou até mesmo o Irã.
Os serviços de inteligência militar da GrãBretanha e dos USA atuaram em segredo. Não saberemos ao certo o que houve.

Sds.

ViniciusModolo

Bom isso não é logistica e sim a falta dela. Por que pra fazer essas cagadas tem que ser mestre viu. Nos últimos tempos a rússia é só decepção!!! Eu concordo em entregar armas desse jeito sim, eles tem que manter ligações em otros niveis. Contrabando de armas sempre existiu e a rússia não é a única a fazer. Os EUA repassaram armas para a Geórgia na última guerra, tanto que o navio americano se quer atracou no porto para não ser inspecionado. Israel vendeu tecnologia nuclear para a A. do Sul e eles fizeram 6 B. atomicas e testaram… Read more »

germa

achei meio teoria da conspiração, se fosse para enviar mísseis para o irã e para a síria pq não fazer por Sebastopol e Yalta??

Lucas

KKKKKKKKKK, é realmente engraçada que por causa de uma carga de madeira a Rússia mandou uma enorme esquadra e muito bem armada para resgatar uma simples carga de baixo valor, aí tem senhores, pode apostar que sim.

Andre de POA

Creio ser provavel a entrega de material sensivel a algum pais africano. O pessoal fala da libia mas lembrem que até um pais de quinta categoria (Eritréira) usa material russo. Portanto é dificil especular o destino. Certo que não era para o IRÃ pois o mesmo tem fronteira com a Russia então não seria necessario tanta logistica, quanto a Siria é sabido por todos que Israel monitora e muito bem o trafego maritimo mediterraneo nas redondezas do oriente médio, e isso com todos meios; subs, aviação, patrulhas e até um espiãozinho la no espaço.

Baschera

Vinícius,

Especula-se, foi o contrário…. a A. do Sul revendeu U-235, o qual igualmente nunca foi provado exatamente de onde veio, para que Israel fabricasse suas primeiras bombas nucleares.

Sds.

gaspar

a madeira era Mogno, por isso a mobilizacao da esquadra russa..

Primo

Na minha opinião, é provável que tenha mesmo algo escuso no meio desta carga, mas é muito difícil que fossem mísseis para o Irâ, fala sério, mandar por mar este tipo de carga teria que contornar a África ou passar pelo Mediterrâneo e depois encarar dúzias de piratas na costa da Somália(que ninguém sabe a quais interesses eles trabalham), depois passar pela frota naval Americana no Golfo Pérsico para descarregar o navio no Irã, as chances do navio ser espionado ou sequestrado são muito grandes. Lembram que há alguns meses um navio Ucraniano foi sequestrado na costa da Somália cheio… Read more »