Fique por dentro parte 2: classe Mistral
Dando prosseguimento à nossa série que visa mostrar por dentro a complexidade de várias classes de navios de guerra, para que todos sempre possam discutir com um certo “pé no chão” e maior conhecimento do assunto, é a vez de abordar outra classe de navios de grande complexidade, como os LHD – Landing Helicopter Docks na terminologia da marinha norte-americana (US Navy) ou BPC – Bâtiment de Projection et de Commandement como são conhecidos na Marinha francesa (Marine nationale).
Em outras palavras, são porta-helicópteros de assalto dotados de doca para embarcações de desembarque. Ou, mais resumidamente, navios de projeção estratégica. No caso da classe Mistral aqui retratada, são unidades com convés de vôo contínuo, hangar para helicópteros, alojamentos para tropa, hangar para carros de combate, elevadores para aeronaves e doca alagável na popa. Ou seja, navios também bastante complexos, embora bem mais simples do que um NAe de propulsão nuclear como o R91 Charles de Gaulle da mesma marinha, ou o CVN 75 Harry S. Truman mostrado na primeira matéria desta série, ou mesmo em relação ao nosso A12 São Paulo, de propulsão “convencional” e menor deslocamento em relação aos dois citados acima, mas dotado de convés em ângulo, catapultas e aparelhos de parada como eles.
Para mais detalhes e fotos sobre a classe, faça uma verdadeira “visita virtual” complementar à essa visão de raio-x (cutaway) clicando aqui para uma reportagem realizada pelo Poder Naval Online sobre um dos dois navios da classe, o Tonnerre. O site Alide também realizou uma extensa matéria sobre o Tonnerre, que você pode acessar clicando aqui.
Outros navios similares, como projetos da Coréia do Sul e da Espanha, serão temas de novas matérias em breve. Afinal, notícias recentes sobre o Plano Nacional de Defesa indicam que “portaaviões não-convencionais, de função múltipla (sic) e de menor porte” podem estar sendo cogitados para a Marinha do Brasil.
Imagem: arquivo em jpg convertido a partir de arquivo pdf disponibilizado no site da marinha francesa. O link para o pdf e mais dados sobre a classe podem ser acessados clicando aqui.
Nunão, me responda uma coisa…essa classe de navios pode acomodar aeronaves VTOL??? e qnts…sei que a dos marines pode, mas acho que a mistral é menor que a deles..
Não foi especialmente projetada para tal dado que é um projeto para a marinha francesa, que não utiliza aeronaves V/STOL próprias, mas aeronaves do tipo podem decolar e pousar nos Mistral – mas a classe não foi concebida para operá-los (dando todo o suporte etc) A falta de uma rampa ski jump, porém, não permite aeronaves V/STOL decolem com mais peso – o que, repito, não é problema para os franceses dado que não utilizam esse tipo de aeronave. Já o BPE (Buque de Proyección Estratégica) Juan Carlos I, recentemente lançado (dê uma busca aqui com o nome dele no… Read more »
Um detalhe na imagem do esquema do Mistral que eu não havia notado antes, as hélices ficam numa posição “invertida”…interessante isso… Então, os tais “porta-aviões não-convencionais, de função múltipla (sic) e de menor porte” da matéria da Isto É, são esses bichos aí? Faz sentido com as declarações feitas pelo Jobim sobre o PND. Recentemente, numa entrevista dada ao Jornal da Cultura (TV Cultura de SP), o Jobim deu algumas “pistas” sobre o plano de defesa, não sei se vcs assistiram. Disse ele que o plano visava ter, entre outras coisas: – FAs mais enxutas, porém com uma capacidade de… Read more »
Hornet, creio que a revista pegou a questão do NAe por ser a mais vistosa para a matéria – estranhei quando li que ele está entre as mais importantes prioridades, pois tem muita coisa pra resolver antes, e isso já aparecia no que os formuladores do PND afirmavam e o próprio PRM da MB, que certamente foi uma das bases para esse PND, coloca.
Quanto à hélice, não é que ela opera normalmente “ao contrário”, é um recurso do desenho para mostrar que as hélices são instaladas em pods, que podem ser girados para as manobras.
Se bem que, pensando melhor, vc pode estar certo quanto à orientação “normal” da hélice, Hornet, dado que outros desenhos e maquetes da classe a apresentam assim.
Mas enfim, o mais importante é que cada hélice está em um pod que pode ser girado…
Os futuros Canberra australianos, por exemplo, operam com pods com dois hélices, um em cada ponta do pod.
Nunão, de qualquer modo, é um desenho bem interessante, esse da hélice… Quanto à revista, sem dúvida: um porta-aviões chama muito mais a atenção dos leitores, vide o Nimitz que eles colocaram como ilustração da matéria… Ontem mesmo vc também já tinha “traduzido” esta questão num dos seus posts, eu também não achava que fosse “porta-aviões” como a matéria dizia…quem acompanha as questões da PRM sabe que as prioridades da MB são bem outras…até mesmo um LHD acho que vai demorar pra termos um, ao menos no estado da arte…pode até ser que algum seja comprado nesse meio tempo, mas… Read more »
Senhores,
É “o hélice”. Aqui não é o blog aéreo 🙂
Ato falho, Poggio, ato falho. Aliás, reparei que escrevi dos dois jeitos… Culpa do Hornet, é claro, que tem aviãozinhu até no nome.
kkkkkkkkkkkkkk, boa!
E aquele projeto de navio multiuso português que foi mostrado aqui? É mais caro ou mais barato que os Mistral?
Já que falaram em BPE Juan Carlos, vai minha opnião: Dois deles substituiriam com folga o A-12. Um baseado no Rio de Janeiro , e outro em uma hipotética base naval em Natal/RN. Cada um com 12 F-35.
Vassily,
Sua hipótese descrita acima me agrada, sou da mesma opinião.
Mas meu sonho de consumo seria um LHA da Us Navy, de 50.000t, como o Uss América. Só sonho….
http://www.naval.com.br/blog/?p=385
Sds.
Baschera,
realmente seria melhor ainda, porém como vc disse, só sonho mesmo.
Foi a classe Juan Carlos que teve uma unidade exportada para, sei lá Malásia ou Indonésia????????????? unidade essa que é equipada com AV-8B?????????
Vassily, duas unidades similares ao Juan Carlos I foram encomendadas pela Austrália. E a Tailândia tem um porta-aviões V/STOL similar ao Príncipe de Astúrias, também espanhol, mas aí é algo bem diferente do Juan Carlos I. Quanto a dois Juan Carlos I substituirem o A12, seria interessante na minha opinião, mas não sei se é essa classe que estava na mente dos formuladores do PND conforme apareceu na minuta do decreto que a Isto é diz que teve acesso com exclusividade: afinal, fala-se em unidades menores que um NAe “convencional” (e acho que a comparação é como o São Paulo)… Read more »
Nunão,
Bem lembrado, Príncipe da Astúrias é o nome correto.
abraços,
Nunão,
Acessei o link do Tonerré Alemão oferecido àÁfrica do Sul e fiquei à perguntar uma coisa: Cadê o Marcelo Ostra????????????? sumiu????? ninguém mais viu????????????????????? parou de postar.
Vassily, de vez em quando ele deixa comentários sim.
Mas, principalmente, ele também ajuda a editar o Blog.
A série de posts “conheça sua marinha mercante”, entre outras coisas, é dele. Pena que a série receba menos comentários do que eu acho que deveria, dado que canhões, mísseis etc costumam render mais assunto, mas a marinha mercante é parte indispensável do Poder Naval. Vale a pena visitar o NMB, hospedado aqui no PN Online.
Um apergunta( que pode ser idiota)…O f-35 não tem capacidade de decolar na vertical com peso maximo de decolagem???? se for isso ta resolvido….2 “mistral” com 12 f-35 em cada…bom né?!
Por falar em projeção de foraçs, quem dá notícias dos semi-novos da MB? O
Por falar em projeção de forças, quem dá notícia dos semi-novos da MB? O novo Garcia Dávila já está operacional? E o sir bedivere não vem mais? Quem sabe o novo porta-aviões poçovalente não será o Invencible modificado e recondicionado. Ele já foi desativado.
Perdoem-me o erro de digitação.
Li uma matéria a respeito do projeto pela Engepron de um navio de assalto com rampa lateral, alguém sabe algo a respeito?
Apenas para esclarecer, o Principe de Asturias não é bem um projeto espanhol. Pronto, ja deixei um “gancho” para os bederneiros de plantão.
Marcelo Ostra ajudando a editar o Blog = pega o telefone e fica cobrando a turma toda hehehehe.
Nos ultimos dias existe um pouco de oleo no mar e as OStras estao meio enjoadas.
Zé, melhoras ao nosso amigo molusco bivalve. De fato, o Principe de Asturias (prefiro com acento, mas vá lá) descende do projeto dos Sea Control Ship para a US Navy mas, de qualquer forma, o navio é só um “aparte” na discussão. Serve mais para mostrar o uso de ski jump num navio de maios ou menos 16.000 t carregado e menos de 200m de comprimento. Rodrigo, sinceramente não sei se a versão V/STOL do F35 tem capacidade de decolar vertical com “carga completa” mas, se o faz, certamente gasta muito mais combustível do que se utilizasse um ski jump,… Read more »
Boa classe de Navio para a MB, agora enquanto ao F-35, galera, só se for depois de 2100… Sds.
Senhores,
Notaram um detalhe !?
(…) Além dos aviões de combate da FAB, — [ a Marinha vai *desenvolver* um avião de ( vigilância, defesa e ataque ) para seus futuros “navios-aeródromos”, — ] de função múltipla, que serão preferidos aos porta-aviões tradicionais e de dedicação exclusiva.
Alguma idéia … !?!?
… se os NAes serão, (…) [ “portaaviões não-convencionais, de função múltipla (sic) e de menor porte” ], e a Marinha irá desenvolver os aviões, não há condições ($), nem tempo hábil para tal, se imaginarmos um aparelho ” versão V/STOL “, portanto, só podem estar imaginando NAes de menor porte mas, com capacidade de efetuar lançamentos por catapultas.
Ou não … !?
em fim ,acerca de todo o trabalho ainda nao gozamos do seu bem, quem sabe um dia se é que esse dia sobrevirá por suas causas
[…] do mar para o ar, mas continuando a tratar de assuntos navais, a série “Fique por dentro“ faz um pequeno intervalo nas “cutaways” de navios e mostra um raio-x bastante […]