‘Otto Hahn’: o navio mercante nuclear que quase veio para a MB
No início do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha, no final da década de 1970, o governo alemão, sabendo da intenção da Marinha do Brasil de construir seu submarino nuclear, ofereceu ao Brasil o navio-mercante de propulsão nuclear Otto Hahn. A oferta foi feita porque o navio tinha se tornado economicamente inviável à época, já que pouquíssimos países aceitavam em seus portos, navios com propulsão nuclear, com receio de contaminação.
A Marinha do Brasil chegou a examinar e inspecionar o navio, pois a propaganda era de que ele seria um excelente instrumento para o preparo das “futuras guarnições submarinas”.
Mas após minucioso exame, a proposta foi recusada, devido ao alto custo de operação do navio e o tempo que ainda decorreria para se construir o primeiro submarino nuclear brasileiro, que se imaginava estaria no mar no ano 2000.
Em 1979, o Otto Hahn foi desativado e seu sistema de propulsão nuclear foi removido, dando lugar a motores diesel.
Durante nove anos de operação, o Otto Hahn navegou 650.000 milhas náuticas à propulsão nuclear, visitando 33 portos em 22 países, inclusive o Rio de Janeiro.
Em 1983, o Otto Hahn foi recomissionado como MS Trophy e alugado para o serviço marítimo comercial. Em 19 de novembro daquele ano, foi rebatizado como MS Norasia Susan, depois como MS Norasia Helga em 1985, MS Hua Kang He em 1989, e MS Madre até hoje.
O navio operou pela Alon Maritime Corporation da Grécia a partir de 1999 e foi adquirido pela Domine Maritime Corporation da Libéria, em 2006.
Características gerais
- Deslocamento 25.790 toneladas (26.200 t) completo, 16.871 toneladas (17.141t) padrão
- Comprimento: 164,3m flutuação, global de 172,0 m
- Boca: 23,4 m
- Bordo livre: 5,3 m
- Capacidade: 14.040 toneladas brutas (TAB) (39.760 m³)
- Propulsão: Nuclear
- Velocidade: 15,75 nós (29 km/h)
- Tripulação de 63 tripulantes, 35 pessoal de pesquisa
- Reator
- Potência: 38 MW
- Volume: 35 m³
- Pressão: 85 kp/cm ² (8,3 MPa)
- Temperatura: 300 ° C
- Combustível: 1,7 toneladas métricas de urânio enriquecido a 3,5-6,6%
- Autonomia a plena carga: 900 dias
- Consumo de combustível: 23.000 MW d / t
- Fluxo médio do nêutron térmico: 1.1×10 13 / (cm ² s)
- Número de elementos / barras de combustível: 12/2810
- Menor diâmetro equivalente: 1.050 milímetros
- Altura do núcleo ativo: 830 milímetros
- Diâmetro das Barras de combustível : 11,4 milímetros
- Revestimento do combustível: 0,8 mm de Zircaloy -4
- Construtor: Deutsche Babcock & Wilcox-Dampfkesselwerke AG und Internationale Atomreaktorbau GmbH
Escapamos de uma fria…
Isso é o que eu chamo de um trambolho!
imaginem um navio destes nas mão de piratas/terroristas.?!
Ou eles usariam muito bem, por ser rapido para um navio mercante (17 nos).
Do ponto de vista radiológico, eles teriam mais problemas que os possíveis alvos.
se compra o navio talvez hoje em dia ja nao teriamos gastado um fortuna para desenvolver o reator nuclear para o submarino…..certas oportunidades que nao si pode perder…….hoje em dia que pais vende para o outro um navio com propulsao nuclear mesmo que seja muito velho….nenhum pais…………………se esse navio tivesse a venda hoje varios paises iriam querer comprar para possuir a tecnologia
O navio é realmente um “trambolho”. Mas concordo com o Marcelo. Poderíamos ter comprado o mesmo para que obtivéssemos a tecnologia necessária para a construção do nosso reator nuclear naval com muito mais facilidade, pois já se vão 30 anos e agora é que temos a luz no fim do túnel para a construção do nosso primeiro reator. O Navio em sim na minha opnião não ia servir pra nada, talvez como ele aindo opera hoje, teríamos colocado nele os motores diesel e ele serviria a nossa marinha mercante, mas sem dúvida alguma o importante era a retirada do reator… Read more »
gato por lebre radioativo…
O problema é que no Brasil parece que o povo tem medo de fazer engenharia reversa! Não entendo isso!
Em muitos casos, essa solução seria muito boa. Mas não, o povo gosta de passar anos e mais anos (30) para desenvolver alguma coisa.
É triste.
Amigos esse navio era tao ruim, que ate hoje navega comercialmente e tem se mostrado uma obra-prima da construçao naval germanica, mesmo sem o reator sua estrutura (casco) esta em otima forma, navio lucrativo, claro o bjetivo seria o reator, que agora esta em terra…poderia sim ter sido muito util a para um pais como o Brasil. Mas acredito que provavelmente esse navio nao existiria mais…
Confiram fotos atuais do M/V Madre.
http://www.shipspotting.com/modules/myalbum/photo.php?lid=479994
Saudaçoes Mercantes.
Mais fotos, do mesmo navio no Rio de Janeiro…
http://www.shipspotting.com/search.php?query=madre+rio+de+janeiro&action=results
[…] seu submarino nuclear, ofereceu ao Brasil o navio-mercante de propulsão nuclear Otto Hahn. Clique aqui para conhecer a […]
Foi um vacilo grande. Gostaria de saber a opinião de quem, na época, participou do estudo dessa questão. Deve haver algum engenheiro da marinha, aposentado, que queira dizer alguma coisa. Por ouro lado deve ser sigiloso.