Quanto custa a MINUSTAH
Fonte: Folha de São Paulo
A missão de estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) custou aos cofres públicos R$ 464 milhões. Até o final deste ano, o valor deve atingir R$ 545,5 milhões, com a execução do empenho de R$ 89 milhões previstos no Orçamento de 2008. É quase o que o Ministério da Defesa gastará neste ano com controle do espaço aéreo (R$ 583 milhões) ou 60% de tudo o que o governo investiu em segurança pública em 2007.
De todo o gasto no Haiti, a ONU reembolsou ao Tesouro brasileiro apenas 31% (R$ 144 milhões), contrapartida bem abaixo dos 50% previstos no início da missão. Na prestação de contas, o ministério diz que a ONU reembolsa os países com defasagem de seis meses.
As categorias de reembolso seguem o Manual de Equipamento de Propriedade do Contingente e incluem custo da tropa, transporte do contingente, equipamentos de grande porte -como veículos e geradores elétricos.
O total destinado à missão neste ano ainda não foi utilizado. De janeiro a abril, a operação consumiu R$ 10,3 milhões, provenientes de restos a pagar. Em 2007, custou R$ 123,3 milhões. Em 2006, R$ 118,2 milhões. Somados, 2005 e 2004 totalizaram R$ 220 milhões.
Nos últimos quatro anos, o Ministério da Defesa garantiu a participação brasileira na Minustah através de créditos extraordinários, abertos por medidas provisórias. O Planalto se escora no artigo 62 da Constituição, que prevê a adoção de MPs em “caso de relevância e urgência”. Mas nem sempre a decisão se justificou.
Em agosto de 2006, por exemplo, a ONU decidiu renovar o mandato da Minustah até novembro de 2007. Em vez de incluir os R$ 70 mil previstos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2007, o Ministério do Planejamento esperou quatro meses para apresentar a MP 343, que abrangia créditos para mais seis pastas.
Em fevereiro, o Estado Maior calculou que precisaria de mais R$ 60 milhões para o resto do ano. A verba só foi solicitada em agosto, na MP 383. O mesmo ocorreu com a MP 287, em março de 2006. O Ministério da Defesa alegou a ampliação do mandato da Minustah através da resolução 1.608, aprovada pela ONU em junho de 2005 -nove meses antes.
As únicas MPs que se encaixam na justificativa de “imprevisibilidade de gastos”, alegadas pela Defesa, são as editadas em 2004 e 2005, quando a primeira renovação do mandato da Minustah ainda era incerta.
Nas MPs em que pediu verba para o Haiti, o ministério incluiu créditos para obras em aeroportos, para os Jogos Pan-americanos, reforma da estação de pesquisa na Antártida e para ajudar na “revitalização e recuperação econômico-financeira” da Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil).
A edição de MPs prejudica o debate parlamentar. Na Defesa, há o temor de que os recursos sejam contingenciados. É o que está ocorrendo em 2008. Pela primeira vez, a previsão de gastos da Minustah foi incluída na LDO. Da previsão de R$ 120 milhões, R$ 31,5 milhões foram contingenciados.
Esse é o preço, segundo o establishment político deste país, para seu representante se assentar, ao menos com parte das nádegas…, no Conselho de Segurança das Nações Unidadas. Nada mais que isso. Razões humanitárias, experiência em conflitos externos, tudo isso é revestimento, acabamento do que realmente sustenta essa estrutura. Nosso mandatário anseia por reverberar suas platitudes, seu raciocínio obtuso, suas analogias rasas, suas figurações popularescas, sobre assuntos complexos do cenário mundial, especialmente sobre os conflitos bélicos.
Reportagem importante pra todo mundo saber que esse tipo de coisa custa caro, mas que incorre naquea comparação capiciosa que deixa sempre com a pulga atrás da orelha: compara o gasto de quatro anos de Missão com um ano de outras atividades. Correto seria comparar os gastos de um ano de uma coisa com os de um ano de outra coisa.
””Custo Haiti”” O ministro da Defesa,( Setembro de 2007 ) reconheceu que a atividade do Exército brasileiro no Haiti pode servir de laboratório para o emprego das tropas militares em missão semelhante no Rio. Uma das teses já apresentadas ao ministro – e que chamou a atenção – é de que se poderia estabelecer que em algumas áreas urbanas se viveria uma guerra assimétrica nas ruas. Nesse contexto, a legislação poderia classificar quadrilhas como grupos desestabilizadores do Estado. Para o sociólogo Luiz Eduardo Soares, especialista em segurança pública, os gastos são necessários. A experiência haitiana pode até permitir que se… Read more »
Pegando carona no que disse o Konner, e partindo da premissa de que isso (estudo do MD) seja levado a efeito, isso significa dizer que as FA se tornarão, em breve, meras forças policiais. Uma lástima!
Caro André, infelizmente concordo com o teu pensamento. Exercito como força policial, marinha como guarda-costeira (e olhe lá) e FAB pilotando avião para politicos. Quando algum militar ousa falar a verdade é posto de lado vejam a matéria sobre o general Heleno no videversus, link abaixo.
http://www.videversus.com.br/default.asp?pag=
Inobstante não haver conexão com a notícia em destaque, mas pela pertinência do assunto, segue nota oficial do comando da aeronáutica acerca do futuro, pretérito, mais-que-perfeito, presente, particípio-passado, gerúndio, já não sei mais que tempo verbal definir…, o projeto FX-2: NOTA PROJETO F- X2 – 19/05/2008 A respeito de notícias publicadas recentemente sobre o encerramento do Projeto F- X2, o Comando da Aeronáutica presta as seguintes informações: 1) O desenvolvimento de um caça brasileiro de quinta geração, atualmente em estudo, faz parte de um planejamento estratégico de longo prazo; e 2) No dia 15 de maio de 2008, o Comando… Read more »
Andre de Poa, não consegui acessar a reportagem sobre o General Heleno.
O Comando da 8ª Região Militar e da 8ª Divisão de Exército preparam tropas sediadas no Estado do Pará para cumprirem missões de garantia da paz no Haiti.
Responsáveis pela segurança de quase 60% do território nacional, os militares do Comando Militar da Amazônia são, hoje, os que mais têm sido acionados para missões GLO, já que em sua área de atuação muitas foram as ações que necessitaram de intervenção do Exército, como em inúmeros conflitos agrários e mais recentemente na tomada da Usina de Tucuruí.
http://www.defesanet.com.br/ph1/ix.htm
Caro André, tente o link abaixo.
http://www.videversus.com.br/default.asp?idcoluna=961
Andre de Poa,
Consegui ler a notícia. Creio que, apesar de tudo, o general deu o seu recado, que foi o mais importante.