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Após a confirmação da aquisição do LST Sir Bedivere (futuro Almirante Saboia) pela DGMM, é interessante rever algumas informações sobre a classe.

A classe Sir Lancelot, ou classe Round Table (‘Távola Redonda’), foi uma iniciativa do Ministério dos Transportes da Grã Bretanha para prover o Exército britânico com navios tipo NDCC (LST). Ao todo foram construídos seis navios, todos repassados para a RFA em 1970.

O Sir Galahad foi afundado durante a Guerra das Malvinas/Falklands e o Sir Tristan foi duramente castigado pela Aviação Argentina. Após o conflito, decidiu-se reconstruir os navios sobreviventes com base na experiência adquirida em combate. O primeiro deles foi o próprio Tristan, reconstruído entre 1984 e 1985. A incorporação de uma nova seção a meia nau não foi exatamente um sucesso. A estabilidade do navio foi alterada e ele não pôde mais transportar blindados a ré do convés de veículos.

O segundo a ser modernizado/modificado foi exatamente o Sir Bedivere. Os trabalhos começaram em 1994 com uma perspectiva inicial de 70 meses. Em função da profunda corrosão do casco, os trabalhos duraram quase quatro anos e os custos subiram exageradamente. Segundo os britânicos, o navio foi profundamente reconstruído, sendo considerado em melhores condições que o Sir Galahad (o segundo, construído na segunda metade da década de 1980 e adquirio pela MB no final do ano passado). Foi exatamente a questão do custo a responsável pelo cancelamento da reforma dos outros dois navios da classe. A Grã Bretanha, ao invés de gastar uma quantia considerável na reforma, decidiu investir em uma nova classe. Assim surgiu a casse Largs Bay.

De qualquer forma, os navios desta classe já não eram mais apropriados para operações de abicagem desde o início da década de 1990.

O Sir Geraint e o Sir Percivale deram baixa em 2003-2004. O Sir Lancelot, primeiro da classe, foi vendido para uma empresa civil da África do Sul e depois revendido para a Marinha de Singapura como RSS Perseverance em 1992. Deu baixa em 2001 e foi repassado para a Glen Defense Marine, sua proprietária desde 2003. No início deste ano o ex-Sir Lancelot foi para Bangladesh para ser desmontado.

A Austrália ainda opera um navio anfíbio derivado do projeto Round Table chamado HMAS Tobruk. O navio, que entrou em serviço em 1981, foi reformado em 2000 e deve dar baixa em 2010.

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NETUNO

Por falarem em navio de apoio, alguem sabe me dizer qual é a verdadeira história do “Atlantico Sul”??
Bons ventos e mares tranquilos…

Luciano Baqueiro

Amigos, acabei de ver na capa do DEFESANET ( http://www.defesanet.com.br/ ) : “16:45 – Submarinos – Ministro Jobim acaba de anunciar no Encontro de Forte de Copacabana a assinatura de entendimentos, no dia 23 de Dezembro, com a França, para a aquisição de três submarinos convencionais e de um casco para a inserção de um reator nuclear 17:20 – Plano Estratégico de Defesa – Reunião no Planalto dia 27 Nov com o Pres. Lula, Min Dilma, Min Mangabeira Unger e Franklin Martins para apresentação do Plano. Após reunião com os presidentes da Câmara e Senado e até dia 8 Dez… Read more »

MarceloRJ

Meu Deus!!!!!!!!!!!!!!! Vamos comprar mais uma porcaria desta????? Depois de ler essas caracteristicas da classe, já temos uma bomba ainda vamos pegar outra!!!!!!! Isso e que se chama compra de oportunidade? Com nosso dinheiro!!!!!

Corsario-DF

É o FINAL DOS TEMPOS!!! Ele não serve para operações de abicagem desde o início da década de 90, imagine agora, quase 20 anos depois… O maior problema dessa classe na guerra das Malvinas foi que eles possuiam muito alumínio em sua estrutura e nenhuma blindagem, simplesmente eles derretiam após um ataque! São navios “civis” em uso militar, o que mais me assusta é saber que o “Gastão Mota” estava em piores condições do que esse, e olha que foi construído depois… Se nem a RN deu conta de manter esse navio a MB vai dá, com certeza mais um… Read more »

marujo

Não tenho noção de custos da construção naval, mas arrisco a pensar que o gasto com a compra desses dois navios, de operação limitada e no limiar de sua vida últil,poderia pagar a metade de uma nova embarcação.

Ulisses

Engraçado que quando é o Brasil é:porcaria!

Se fosse o Chile seria:Olha!Oh eles estão se armando!

claudio

Porcaria ou não, acredito que as novas aquisições devem estar em melhores codições do que as atuais.

Ulisses

Valeu Claudio.Eu também optaria por uma embarcação nacional e totalmente nova,mas essa que vai chegar vai ajudar muito os fuzileiros.Você já percebeu que algumas pessoas(quando digo algumas pessoas quero dizer que é um monte)defendem como,por exemplo:se o Chile adquiri-se 4 KDX-II usadas ou novas muita gente defende,mas quando somos nós,as pessoas acham que não é nada,incrível!

LeoPaiva

O Almirante Sabóia não tem mais a superestrutura de alumínio original, foi substituída por uma de aço, além de ter uma sala de máquinas toda reconstruída, já falei isso em outro post. Quanto ao preço de compra ele pagaria apenas uma pequena parte de uma versão LPD da classe Bay, que opera até Chinooks e V 22 Osprays em seu convoo. Lógico que eu gostaria de fazer como a Inglaterra, encomendar logo 4 classe Bay de uma vez, e da encomenda ao comissionamento levar em média 6 anos, gerando milhares de empregos, mas, veja os custos : “The budget for… Read more »

Farragut

Falando da Austrália… Marinha australiana paralisa atividades por 2 meses Meraiah Foley Os marinheiros da Austrália receberam um presente de Natal inesperado com o anúncio, na terça-feira, de que todos os membros não essenciais das forças navais do país teriam dois meses de licença paga. Em lugar de varrer os conveses e polir os metais, a maior parte dos cerca de 13 mil integrantes da marinha de guerra australiana poderão desfrutar do sossego nas férias de verão, que começam em 3 de dezembro no hemisfério sul. A iniciativa, anunciada pelo ministro da Defesa Joel Fitzgibbon, é parte de uma série… Read more »

KURITA

Novas escoltas que é bom , nada

Marcelo Brandão

Srs… precisavamos substituir “para ontem de manhãzinha”… o Ary Parreiras… esses dois navios estavão em boas condições e disponíveis… Construir novos… aonde? Vamos partir para a hipotese do PRM sair do papel… (tenho certeza que sim). Os estaleiros civis estão com um volume enorme de obras contratadas pelos clientes off-shore e Petrobras(tem obras contratadas para pelo menos os próximos 5 anos, sem contar os navios da Transpetro)… Vamos ter que construir os Subs anunciados e as escoltas em um novo estaleiro, pois até para a manutenção dos navios da MB no Arsenal de Marinha a agenda é apertada… o NDD… Read more »

Vassily Zaitsev

Marcelo Brandão,

Concordo plenamente.

Baschera

Caro Leo Paiva,
Acho que cometeste um pequeno engano: “The budget for the first two ships is £140M”. São 140 milhões de LIBRAS e não EUROS.
Assim, pela cotação de hoje, um navio da classe Bay, custaria 140 milhões de Libras ou 166 milhões de Euros ou 518 milhões de Reais.
Um abraço.

LeoPaiva

Valeu Baschera.

Mas o câmbio em relação ao Dolar permanece o de 2000.

Abraços

Vassily Zaitsev

Concordo que, se pudessemos, votaria por uma MB equipada somente com navios “top”, mas como não dá, vamos nos virando como podemos mesmo, mesmo que seja com alguma restrição. Se os KDX-II viessem, seria um tremendo salto tecnológico para a questão “escolta anti-aérea”, questão essa amplamente discutida aqui no Blog. E as PoHang? tb seriam bem vindas, mesmo com equipamento diferente do que usamos em nossas escoltas, mas por dez anos, dariam conta do recado. A-12 Opalão, com eixo no lugar, funcionando sem maiores vibrações e com alguma atualização de seus sistemas de auto-defesa, com 18 Falcões, ao invés de… Read more »

Vassily Zaitsev

Já que estamos falando em Navios ingleses da Guerra da Malvinas, eo Atlantik Conveyor??????

marujo

Acho que o AC está no fundo do oceano.

Marcelo Ostra

Ola Vassily

O que vc quer saber sobre o Conveyor ?

MO

Sd. NAVAL /75

Do jeito q as coisas estão indo, será q dessa vez o “ARY PARREIRAS” vai ser aposentado mesmo !!?? ** Já q o governo disse q uma das prioridades será a Amazônia, não seria o caso de remanejar o “ARY” para aquela região?? Como forma de se reforçar o Apoio Logístico e de Tropas naquela região?? ** Nem q fosse de uma forma provisória, devido a idade avançade desse “Senhor” ?? ** E se em “tese” existe essa idéia de se ampliar a capacidade de transporte de nossos FUZILEIROS, bem q se poderia dar um “reforço urgente” na área de… Read more »

Marcelo Ostra

Alem dos problemas dos equipamentos do Ary, como por exemplo, vedação de seus tampoes de porão, paude carga a vapor que são horriveis de trabalhar, perguntoto hipoteticamente: teria ele maquina para navegar contra a vazante do amazonas entre outras situs (apenas conjecturando) ?

MO

[…] NDCC Almirante Saboia (ex-RFA Bedivere), fotografado em 7.3.09 em Falmouth, Inglaterra. FOTO: Geoff […]

Adauto Alves

Sou ex-fuzileiro Naval, tive bons momentos ADRENALINA no Ary Parreiras, Soares Dutra, lotados de equipamentos Militares, desfrutando ondas que lavavam os convês. Mas cumprimos nossas missões. Eles prestARAM EXCELENTES serviços ao CFN e a nossa Patria. Existe nações que nos deve e, com aparelhamento de Estaleiros parados e ociosos, por que negociar e usarmos este Estaleiros. Acredito no Lema da Nossa Bandeira : ORDEM E PROGRESSO. nÃO ACREDITO NESSES PARTIDOS PLURALISTA que só visa venha nós, e o País que seja Guerreiro e sobreviva.O Amanhã. Encomendar logo 4 classe Bay de uma vez, e da encomenda ao comissionamento levar em… Read more »

[…] de Falmouth – Reino Unido, o Navio de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) Almirante Saboia (ex-RFA Bedivere), em cerimônia presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante-de-Esquadra Aurélio […]

[…] Informações sobre a classe ‘Round Table’ […]