Teremos a massa crítica necessária para projetar nosso submarino nuclear?
Talvez o maior desafio do Programa Nuclear da Marinha, depois da questão orçamentária, seja a formação de um núcleo de engenheiros apto a projetar submarinos e, na segunda fase, projetar o primeiro submarino nuclear brasileiro.
A RAND Corporation (www.rand.org) publicou dois estudos sobre projetos de submarinos nucleares: “Sustaining Design and Production Resources – The UK Nuclear Submarine Industrial Base”, de 2005, descrevendo a situação na Inglaterra e “Sustaining U.S. Nuclear Submarine Design Capabilities”, de 2007, descrevendo a situação nos Estados Unidos.
O objetivo principal destes estudos era analisar as formas de manter disponíveis as capacidades e o conhecimento, nos períodos entre um projeto de uma classe de submarino nuclear e a próxima. Os estudos contém informações valiosas sobre os projetos propriamente ditos, em termos de prazos e número de pessoas necessárias e mostram como está cada vez mais difícil para os EUA e o Reino Unido conseguirem manter sua capacidade técnica e industrial para a produção de submarinos.
Tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra o projeto dos submarinos nucleares é feito através de um esforço conjunto entre as marinhas e os estaleiros especializados. Assim por exemplo, o estudo da RAND relativo aos Estados Unidos cita a necessidade de aproximadamente 170 especialistas da Marinha e aproximadamente 800 a 1.050 especialistas do estaleiro, apenas para manter a capacidade de projeto. Este número cresce para 350 homens da Marinha e cerca de 15.000 homens/ano ou 35 milhões de homens/hora do estaleiro, para fazer o projeto completo de um novo submarino nuclear semelhante ao “Virginia”. O prazo citado é de cerca de 15 anos, o que inclui o período de construção do primeiro submarino.
O estudo da RAND relativo à Inglaterra, publicado em 2005, cita o prazo estimado de 16 anos para o primeiro submarino da classe “Astute”, mas o “Astute” sofreu um atraso de vários anos. O mesmo estudo cita que o projeto do submarino da classe “Astute” está estimado em 8,5 milhões de homens/hora, não especificando a divisão entre Royal Navy e estaleiro. Para um novo projeto, o estudo RAND inglês indica a necessidade de uma equipe de 750 engenheiros e técnicos, a ser formada em torno de um núcleo de 200 especialistas num prazo de cerca de 6 anos. Esta equipe permanece com sua capacidade máxima por 2 anos e, nos próximos 3 anos se reduz para cerca de 250 engenheiros e técnicos. A partir daí, até a entrega do primeiro submarino, a equipe fica constante, reduzindo-se após esta data para aproximadamente 150 engenheiros, que novamente permanece constante até o final do programa que, no caso da Inglaterra, coincide com o início do projeto de uma nova série de submarinos nucleares.
Já se comentou que o submarino nuclear brasileiro deverá ser mais simples que os da classe “Astute”. Mesmo assim, o estudo da Rand permite que se faça algumas estimativas. É razoável se assumir que a equipe de projeto brasileiro necessite de um pico de aproximadamente 700 pessoas, entre engenheiros, técnicos e administradores por um prazo igual ou superior ao demandado pela classe “Astute”. Um prazo total de 15 a 20 anos de construção, desde que se parta de um núcleo de engenheiros com experiência e qualificação já comprovada em projeto de submarinos parece razoável. Este núcleo de engenheiros, de no mínimo 200 especialistas, terá que ser formado, o que nas condições atuais de fortíssima demanda do mercado nacional de engenharia levará, no mínimo, de 5 a 7 anos.
Ainda de acordo com o estudo da RAND relativo à Inglaterra, as disciplinas técnicas requeridas para projetos de submarinos nucleares incluem no mínimo:
- Arquitetura naval
- Engenharia mecânica
- Engenharia elétrica
- Engenharia de estruturas
- Som e vibrações
- Dinâmica de sistemas
- Engenharia de pesos
- Metalurgia e engenharia de solda
- Física de radiações nucleares e proteção
- Engenharia de sistemas
- Propulsão nuclear
- Engenharia de Sistemas de Controle
- Engenharia de segurança e operações
- Testes e comissionamento
- Gerenciamento de projeto
- Engenharia de aplicações
- Projeto detalhado: (elétrico, máquinas, casco)
- Gerenciamento de detalhamento
Com estas considerações é possível estimar uma equipe técnica para projeto do primeiro submarino nuclear brasileiro, em 5 fases:
Fase 1: Formação do Núcleo: Evolui de 0 para uma composição de 200 pessoas em 5 anos, com alta especialização.
Fase 2: Evolui de 200 para 700 pessoas em 6 anos, com alta e média especialização.
Fase 3: Permanecem no máximo 700 pessoas durante 3 anos
Fase 4: Reduz, em 4 anos, de 700 pessoas para 250 pessoas, com alta e média especialização
Fase 5: Permanece constante, com 250 pessoas, com alta e média especialização, até a entrega do submarino.
Os custos para a formação do pessoal nos primeiros 5 anos (Fase 1), onde se forma o núcleo de projeto do submarino, devem alcançar facilmente os R$ 300 milhões.
Nos 15 a 20 anos seguintes, período em que se projeta e constrói o primeiro submarino nuclear nacional, a estimativa de investimento necessário em pessoal (folha salarial, equipamentos, softwares, consultoria etc) giraria em torno de R$ 2 bilhões (aplicando-se a estes valores o desvio padrão de +/- 20% no custo do projeto).
NOTA DO BLOG: Os leitores que acompanham o Poder Naval Online sabem que as promessas feitas pelas nossas autoridades de que o primeiro submarino nuclear brasileiro estará na água em 2020 são ilusórias.
Estimativas realistas têm que levar em conta a experiência do Brasil na construção de submarinos e a formação do pessoal técnico. Embora o País tenha absorvido tecnologia alemã na construção local de quatro submarinos Type 209/1400, não houve prosseguimento no projeto de um submarino convencional nacional, que foi duas vezes cancelado e serviria de base para o submarino nuclear.
O submarino que a França oferece agora ao Brasil não possui o diâmetro necessário para receber o reator nuclear que a MB está desenvolvendo. Sendo assim, a Marinha terá que projetar um novo casco, que levará no mínimo 15 anos, depois que todo o pessoal necessário estiver formado.
Mais uma vez o Poder Naval distorce as informaçõe prestadas pelas autoridades brasileiras.
Parabéns pessoal!
Leo
O primeiro submarino nuclear brasileiro deverá estar pronto até 2021. A afirmação foi feita, ontem, pelo comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto. Ele antecipou que o estaleiro dedicado ao submarino deve ser construído na área de Itaguaí, Região Metropolitana do Rio.
http://www.naval.com.br/blog/?p=1295
Sem contar que os Inglesses tiveram que pedir ajuda aos americanos por causa de problemas no projeto do Astute.
http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/england/2930237.stm
Qual é o submarino que a França oferece ao Brasil para adaptar a planta de propulsão nuclear? Já foi divulgado? Será Rubis/Amethyste, Barracuda ou um novo projeto?
Leo,
O senhor poderia apontar estas “distorções”? Seria bom para a nossa discussão e para que o comentário do senhor não caia em descrédito. Pelo que acabei de ler no link do senhor galante elas estão muito de acordo.
Senhor Leo,
Todos os modelos citados pelo senhor (Rubis/Amethyste, Barracuda ou um novo projeto) são submarinos nucleares. A França não vai oferecer nenhum submarino nuclear ao Brasil nem a ninguém mais. Pelo que li não há nada no texto falando sobre isso. O senhor é que está distorcendo as coisas aqui. Seja mais claro e use argumentação séria.
Senhor Leo, a preocupação do Poder Naval Online é bastante pertinente, tendo em vista a enorme soma de recursos que tal projeto significará para os contribuintes. Tudo o que temos ouvido são promessas, tanto do Presidente Lula e do Comandante da Marinha, mas nada baseado em dados reais e o histórico de outros países. O que foi dito até agora é que o Brasil construirá 4 Scorpenes e a França “auxiliará” o Brasil no projeto de um submarino nuclear. Não sabemos ainda o que já foi acertado e o quais serão os detalhes do acordo, mas é bom ficarmos de… Read more »
Não sou expert em submarinos nucleares mas o sou em Brasil. Nunca me iludi com 2020. Primeiro considero que o Brasil não necessita de um. Muito menos a MB, por ser favorável a uma marinha costeira. Segundo, mesmo se necessitarmos, não creio que consigamos fazê-lo. Terceiro, mesmo que consigamos, o primeiro não ficará pronto antes de 2040 como já por muitas vezes postei. Quarto, mesmo que façamos o primeiro não considero uma unidade apenas válida nem do ponto de vista tático e nem estratégico. Ou seja, gastou-se tempo e dinheiro e não conseguiu o fator dissuasivo esperado. Salvo engano, o… Read more »
A nota do Blog é muito clara quando diz o seguinte: “Sendo assim, a Marinha terá que projetar um novo casco, que levará no mínimo 15 anos, depois que todo o pessoal necessário estiver formado.” Em todas as declarações tanto da MB quanto do MD ficou mais do que claro que a França irá fornecer o projeto do casco do submarino nuclear. Em nenhum momento foi dito qua a MB iria desenvolvê-lo. Portanto, não se sabe se França vai vender o projeto de algum submarino em uso, como os que eu citei acima, ou se vai fazer um novo projeto… Read more »
Leo,
então você acha que o blog está sendo parcial de maneira desfavorável à MB?
Então você acredita que teremos um submarino nuclear nas águas em 2021 como disse o Comandante da Marinha?
Obrigado senhor Leo,
Agora ficou um pouco mais claro o seu comentario para mim. Mas volto a insistir, não vi em lugar nenhum que a França vai fornecer um projeto de submarino nuclear e sim que ela vai dar consultoria no projeto do casco do submarino nuclear brasileiro.
Quanto a adaptaçao de um casco convencional, isso foi idéia da própria marinha quando decidiu firmar acordo com os alemães e, a partir disto, fazer um casco de submarino nuclear. E isso faz 30 anos.
Caro Almte. Doenitiz. Até onde eu me lembro, a idéia da MB não era a adaptação de nenhum casco convencional para o submarino nuclear, pela simples razão que os diâmetros de cascos de submarinos convencionais disponíveis não são compatíveis com o diâmetro de uma planta nuclear. O que houve foi muita distorção por parte da imprensa leiga especializada. Pelo que eu li, nos últimos 28 anos, é que a MB iria começar a produzir sub convencionais sob licença, o que de fato ocorreu. Depois iria produzir sub convencionais de projeto próprio, com auxílio alemão, e com diâmetro de casco compatível… Read more »
Bosco,
Não acredito que os prazos serão cumpridos, da mesma forma que não foram cumpridos na construção dos Tupis, das Inhaúmas, Barroso, etc.
Também não acredito que algum dia iremos construir 6 fragatas novas, 32 navios patrulhas, 4 ou 6 Scorpenes e que o São Paulo será um PA operacional.
A questão de desenvolvimento de massa crítica depende de intercâmbio científico-tecnológico e de investimentos adequados. Desconfianças em relação ao Brasil poder ter e desenvolver tecnologia de ponta não é novidade (e nem são equivocadas também). Apenas um exemplo: por volta de 1999 o Brasil começava a pensar em entrar no Projeto Genoma, de sequenciamento genético do DNA. Não foram poucos os que disseram na época: “Infelizmente, o Brasil não tem competitividade na grande maioria das áreas da “big science”. Estamos fora, pois não há massa crítica de cientistas e dinheiro suficiente para apoiá-los.” (quem disse, em 1999, isso foi o… Read more »
O Ministério da Defesa prevê investir R$ 1,27 bilhão na realização de uma olimpíada militar. Os chamados Jogos Mundiais Militares, que ocorrem a cada quatro anos, terão a quinta edição em 2011, no Rio de Janeiro. As provas serão realizadas nos estádios e ginásios do Pan-2007, como o parque aquático, o velódromo, o centro de tiro e o Maracanãzinho. Essa economia de infra-estrutura, no entanto, não evitará que o orçamento projetado pelo governo alcance a cifra bilionária. O evento, que o Brasil sedia pela primeira vez, custará mais que a conclusão do programa nuclear da Marinha (R$ 1,04 bilhão), considerado… Read more »
Só temos a lamentar o interesse brasileiro pela indústria bélica. Quando deveríamos cooperar com a paz mundial, regredimos como uns imbecis na ânsia ensandecida da lucratividade. Deveríamos empregar nossa capacidade na pesquisa científica útil para a humanidade, para o bem-estar e melhores condições de vida de todos os povos. Até poucos anos atrás, ruas do Centro como 7 de Setembro, Ouvidor e Rosário eram vias exclusivas de pedestres. A administração Cesar Maia as abriu para o tráfego, e agora existem inclusive pontos de van por ali. Como não há sinais de trânsito, temos de redobrar o cuidado. Acho que o… Read more »
Voluntário da Pátria, apenas a agressividade inata ao ser humano o colocou onde está. Seremos agressivos enquanto homens formos. O primeiro grande salto tecnológico da humanidade proporcional um salto evolutivo sem precedentes. Esse salto tecnológico foi a percepção por parte dos hominídios da utilidade de um osso ou de um tronco para autodefesa ou para abater animais de pequeno porte. Estava inaugurado o complexo industrial militar. Se tivéssemos parmanecidos como coletores pacíficos não poderíamos ter a chance de um dia realizarmos o nosso destino entre as estrelas. Não podemos ir de uma condição de coletores para uma de domínio de… Read more »
Meu Deus Todo Poderoso,
Será que alguêm ainda acreditanesta data? que o SSN entrará em operação em 2021??????? fala sério, esses políticos estão zoando com a nossa cara, só pode.
Sinceramente, acho que sairá por volta de 2030, não conseguiremos a tão falada “capacidade dissuasória”, vamos queimar uma verba imensa que poderia ser melhor usada dentro das FFAA, e ainda, vamos receber assessoria francesa inadequada, pois duvido que interesse à eles que o Brasil tenha um ou mais submarinos nucleares.
Bosco, o Silvio Santos tá dando mais ibope que você.
Bosco,a primeira parte é transcrissão de um editorial dum jornaleco
domingueiro. Não é minha opinião.
sou a favor do aip/214, ficar gastando em algo que já deveria estar pronto, e inútil , uma frota de 10 214/aip, melhorariam nosso poder de dissuasão. Brasil e um pais que arrecada muito dinheiro e gasta mal.
Eu acredito que a data 2020 está certa não pelos políticos,e sim pela própria MB,esse PND é sério e pode salvar o SSN.E também a visita de Car…hum…quis dizer Sarkozy aqui no Brasil sobre a questão do submarino nuclear.
Lembrando que a Marinha está promovendo concurso público para admissão de mão de obra em diversas especialidades, inclusive, se não me engano, de muitas das especialidades citadas no texto, sendo que boa parte delas não se acha pronta no mercado, tem que ser formada na casa, o que demanda tempo.
Difícil dar algum crédito ao Almirante Júlio Soares de Moura Neto, quanto aos prazos do subnuc, a menos que ele saiba algo de grande relevância que vá acelerar todo o processo e que nós simples mortais não saibamos.
Sds.
Esse factóide do SUBNUC de defesa(sic) parece ser conduzido como a lendária preleção para a seleção na véspera do jogo contra a URSS em 1958, na qual o Garrincha perguntou se o técnico havia combinado tudo com os russos.
Combinar com os russos aqui significa o engajamento de muitos outros setores (acadêmico e industrial, por exemplo). Não bastam dinheiro (que pode escassear) e “ajuda” externa.
Existem os que fazem e os incrédulos que o tempo todo jogam pedra em quem tenta realizar o difícil.
Me apontem um incrédulo que tenha realizado algo.
Quando o Almirante Othon iniciou, não tinha gente nem material, era tudo um sonho que se tornou realidade apesar de ser apedrejado de todos os lados.
Bom post Hornet.
Bosco seu raciocínio é sempre muito lógico, mas na hora da conclusão você se deixa possuir pelas crendices, pelo complexo de que somos subdesenvolvidos. Uma pena
Fraterno abraço a todos
Castor,
eu não acho que o Brasil seja subdesenvolvido no todo, mas com certeza o Estado Brasileiro é subdesenvolvido. Se fosse uma empresa privada já teria falido há muito.
E nossa classe política também é de fazer inveja à Somália.
Um abraço meu caro.
Castor, vejo que o senhor é um homem de fé. Mas para fazer um submarino nuclear, é preciso muito mais do que isso, como mostram os estudos do RAND. É preciso ter muito dinheiro, expertise e recursos humanos.
Conheço muito bem o trabalho do almirante Othon, pena que a Marinha não soube honrá-lo, afastando-o de suas funções. Teria sido inveja de outros almirantes que não queriam vê-lo tornar-se o Rickover brasileiro?
Esse projeto tem que ir a frente sim, a vantagem estratégica de um subnuc é algo que traria um diferencia enorme a nossa marinha. Nós temos capacidade e iremos construir esse navio!!
Sds,
Caro Camarada
A verba para os jogos militares, foi ou será repassada ao MD, porque ele é o superior administativo dos assuntos militares no Brasil, se não houvessem os jogos militares, essa verba nem passaria perto do MD, é a chamada “verba carimbada” com destinação específica.
Se for cancelada a sede dos jogos, o dinheirinho retornará ao tesouro.
A incredulidade e por vezes a vingança, são inerentes ao ser humano, aflorando mais em alguns que em outros. Durante a preparação do Brasil para envio da FEB, a descrença era grande, quando faltavam 7 dias para a chegada dos veteranos, então navegando de regresso à pátria, houve a edição de uma lei extinguindo a FEB, o que seria natural, mas poderia ter esperado o regresso, e além disso, proibindo a utilização de quaisquer sinais que relembrassem a participação do militar na guerra, o transgressor, se soldado seria expulso das fileiras e se oficial, rebaixado a soldado raso, isso está… Read more »
Ah! Entendi!
Esse assunto de submarino nuclear não pode ser tratado nem com fanatismo nem com ingenuidade. Um nuclear como equipamento de defesa de nossos recursos no mar é absolutamente inócuo, porque não tem características de patrulha defensiva. Como meio de projeção naval, passa ser um verdadeiro delírio geo-político. As dezenas de bilhões que serão consumidos no projeto – e essa é a verdade – poderiam transformar nossa armada em uma armada moderna, eficiente e com uma flotilha de uns 20 submarinos convencionais modernos que completariam um poder dissuasório impressionante. Agora, vamos ter um submarino grande, com motor diesel, para girar como… Read more »
Prezado Nimitz Sou um homem de fé, sem dúvida, mas muito mais que isso, procuro manter meus pés no chão. Sei das dificuldades de um programa como esse, sei de vários interesses que serão contrariados e que existirão ações fazendo de tudo para dar errado, mas o prazo, como o estudo da RAND e outros estudos da área mostram, é exeqüível, apesar de apertado. Dar qualquer outro prazo seria induzir atrasos pois o trabalho e o custo têm a propriedade de difusão, como os gases, de ocupar todo o tempo e dinheiro disponível. É possível que haja atrasos, no Virginea… Read more »
EM virtude do péssimo sistema educacional, tanto público quanto privado, que empurra alunos de série em série e os faz chegar às universidades sem saber sequer escrever ou ler, faltam no Brasil técnicos e cientistas em praticamente todas as áreas. É óbvio que a Marinha e as Forças Armadas em geral, têm técnicos e cientistas qualificados, graças aos seus próprios esforços em desenvolver quadros de pessoal como estes, nas academias militares e nos institutos com os quais têm convênios, como o ITA. Mas MASSA crítica é mais que um conjunto de técnicos e cientistas, e a pergunta é pertinente: terá… Read more »
Prezado Fábio Max
Entendo e compartilho de sua preocupação, mas, em minha opinião, para poucos projetos, onde a quantidade de especialistas não chegam a mil em cada projeto, acho que ainda existe gente disponível, mas se o número de projetos aumentar, não teremos vazão intelectual, culpa do descaso com o ensino
Sobre ser impossível a construção do submarino nuclear pelo Brasil, não posso afirmar positivae ou negativamente, por absoluta fatal de conhecimento. Agora, sei que todas, absolutamente todas, iniciativas nos últimas décadas que miravam o desenvolvimento econômico e tecnológico do país sempre sofreram ataques de descrédito interno e externo. Primeiro a industrialização – e não é preciso volgar aos éditos de D. Maria, a louca – sofreram ataques, porque o Brasil tinha vocação agrícola. A Petrobrás, bem não tinhamos petróleo. Bem, o ITA/CTA sofreu ataques internos de setores influentes da oficialidade da FAB, que preferiam comprar aviões a produzi-los, porque não… Read more »
Castor, Muito equilibrada sua opinião, como sempre. Eu acrescentaria que o ensino no meio militar é um dos poucos que manteve o bom padrão, mas numericamente insuficiente par atender o país. Outra questão é a concorrência com a própria iniciativa privada. Se serve de consolo, não é exclusivo do nosso país. Mesmo com os salários dignos da USN e todo o pacote de benefícios da carreira militar que lá existe, ainda se perde bons profissionais para o mercado. Lá os salários chegam a ser 50% mais elevados (pego o exemplo de um oficial aviadir naval da USN que deixou o… Read more »
Prezado Poggio Grato pelas gentis palavras. Eu concordo e sei bem do que você está falando, principalmente no setor naval. Se não fosse assim os salários seriam mais ridículos do que são. Mesmo assim, existem, todo ano, milhares de novos PHD (em torno de mil por cada grande universidade) e o mercado para esses não é tão fácil pois o País não investe muito em pesquisa.Vivem praticamente de bolsas. Para projetos nacionais como esses do submarino nuclear, da prospecção em águas profundas, etc, muitos querem trabalhar, não só para enriquecer o currículo, mas também por idealismo. É isso mesmo, tem… Read more »
Ia esquecendo de falar
Marcos, parabéns você tocou num ponto chave e usando uma expressão bem contundente “a via da mediocridade”.
amigo Castor,
acho que vc tocou num ponto chave para essa discussão toda a respeito do sub nuc e de todo o planejamento de reaparelhamento das FAs:
“Não tenho dúvida que a nenhum país estrangeiro interessa que o Brasil construa um subnuc e que fizeram e farão tudo para impedir. Dentre essas ações a primeira é passar a idéia de que o que eles fazem é o melhor do mundo e que nós somos incapazes de fazer.”
Concordo com isso. Não interessa a muitos países que o Brasil deixe o “anonimato”. Precisamos ficar atentos a isso.
um forte abraço
“Não tenho dúvida que a nenhum país estrangeiro interessa que o Brasil construa um subnuc e que fizeram e farão tudo para impedir.”
Só a França quer que o Brasil construa seu submarino nuclear?
Caro Nimitz, Sem querer me intrometer em sua “discussão” com o Castor, mas gostaria apenas de colocar meu ponto de vista. Sinceramente, não sei se a França tem interesse em que o Brasil venha a ter um Sub Nuc…o que eu consegui verificar até agora, é que a França tem um enorme interesse na parceria com o Brasil, entre outras coisas, para reafirmar a sua pesença (presença francesa) na AL, ter um aliado estratégico do porte do Brasil, que além de tudo faz fronteira com a Guiana Francesa e ao mesmo tempo deseja ter uma certa independência geopolítica (de não… Read more »
Prezado Nimitz Não me acho com capacidade para analisar os interesses da França. Tenho alguns conhecimentos, leio muito, mas não arriscaria um palpite, porque não passaria disso, um palpite. Aumentar sua zona de influência? Ter um parceiro não alinhado forte? Fazer algum acordo que garanta suprimento de urânio com um país politicamente estável (o Brasil)? Tentar um acordo para obter a tecnologia de ultra centrifugação que eles não têm?Tentar vender gato por lebre? Aumentar sua pauta de exportação? Tudo isso ao mesmo tempo? Não sei. O que sei é que o acordo parece ter vantagens para o Brasil, a transferência… Read more »
Castor e Nimitz,
só pra não criar confusão aqui, embora eu acho que tenha deixado a idéia clara no post que escrevi acima.
O que eu disse a respeito do interesse francês na parceria é um palpite meu, apenas isso…especulação.
abraços aos amigos
Prezado Hornet
Não se preocupe você foi bem claro e mesmo que não tivesse sido, em um papo descontraído seria normal postar suas idéias como se fossem uma possibilidade de resposta. O que é diferente de afirmar com convicção, distorcendo informações para defender a tese que lhe convém. Você me parece um homem de ciência e, portanto, incapaz de uma manobra dessas.
Hornet
Ia esquecendo de dizer, seus post são sempre muito ponderados e lógicos, mas isso ficou embutido no “homem de ciência”
Grato, Castor.
um forte abraço
Tenho verificado que sempre se alega que os submarinos, que sabemos construir, tem diâmetro insuficiente para a colocação do reator nuclear. Pois bem, na maquete do futuro subnuc., o reator nuclear está colocado na posição ” vertical “. Pergunto: qual o impedimento técnico para colocarmos o reator nuclear na posição “horizontal “. Se, tècnicamente, for possível colocarmos o reator nuclear na posição horizontal, o diâmetro deixa de ser problema. Ousar é preciso.
[…] profissionais também é tratada pelo Blog do Poder Naval, no que se refere ao Submarino Nuclear (clique aqui para ler o artigo). Em tempos de discussão sobre a Estratégia Nacional de Defesa, vale lembrar que a absorção e […]
[…] mas esse caso em especial nos chamou a atenção, porque Victor Emanuel Muanis iria se tornar engenheiro naval e também era velejador. A equipe do Poder Naval Online aproveita para expressar nossas sinceras […]