SIMBAD-RC: velho conhecido da MB, agora controlado remotamente

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simbad_rc - imagem MBDA

Na ilustração acima, da MBDA, vê-se o novo sistema lançador de mísseis superfície-ar de curto-alcance Mistral para navios, o SIMBAD-RC, controlado remotamente. Segundo a empresa, o sistema proporciona capacidade de defesa contra uma ampla gama de ameaças , de aeronaves de combate e mísseis antinavio a pequenos barcos.

O sistema se diferencia dos reparos SIMBAD já operados pela Marinha do Brasil no NAel Minas Gerais (A11) e reinstalados no NAe São Paulo (A12), por ser controlado remotamente, sem necessitar de um tripulante guarnecendo a arma. A MBDA informa que o SIMBAD-RC foi desenvolvido para atender aos mais recentes requerimentos de marinhas que operam tanto em áreas litorâneas quanto oceânicas, especialmente voltado para navios com pequena tripulação ou designs modernos que buscam características furtivas e de alta velocidade.

O lançador comporta dois mísseis Mistral 2, do tipo “dispare e esqueça”, podendo ser o sistema de defesa aérea primário para Navios Patrulha de alta velocidade, navios de apoio ou mesmo complementar os sistemas principais de defesa aérea de navios de primeira linha, como fragatas e destróieres.

Um único tripulante, guarnecendo um terminal compacto dentro do navio, pode  operar dois lançacores SIMBAD-RC, sem se expor aos elementos, o que proporciona disponibilidade em qualquer condição de tempo e de mar. A configuração básica do sistema é de um ou dois reparos giro-estabilizados equipados com uma câmera termal e uma câmera com largo campo de visão (este um opcional para uso sob a luz do dia).

Segundo a MBDA, o carregamento dos mísseis é fácil e rápido. O engajamento também: após o lançamento de um míssil, o disparo seguinte pode ser feito em menos de cinco segundos. Além disso, o reparo pode ser conectado de forma dedicada (slaved, ou “escravizado”) ao radar do navio ou seu sistema eletro-óptico. Para operadores do SIMBAD original, há a vantagem de que o novo sistema tem as mesmas interfaces mecânicas.

Sobre o míssil Mistral 2, a empresa destaca que a avançada cabeça de busca IR (infravermelho) foi desenvolvida para defender contra ataques de saturação por parte de mísseis manobráveis ou aeronaves. O Mistral já é operado / encomendado por aproximadamente 30 países, com taxa de sucesso em testes operacionais acima de 90%.

FONTE / IMAGEM: MBDA

NOTA DO BLOG: embora o emprego do sistema faça mais sentido em navios menores ou de apoio, como diz o texto da MBDA, ou mesmo como segunda linha de defesa aérea em navios mais sofisticados, é fato que a Marinha do Brasil já utiliza e tem experiência com a versão anterior, seja nos reparos que hoje estão no A12, seja nas versões que equipam os Fuzileiros Navais.

Por outro lado, foi incorporada recentemente a corveta Barroso (V34), que em pleno século XXI destoa de navios de seu porte em outras marinhas (e levando-se em consideração suas possibilidades de emprego, assim como a pequena quantidade de escoltas da MB) por não ter nenhum sistema de mísseis antiaéreos instalados: a Barroso confia sua defesa contra mísseis e aeronaves a dois armamentos de tubo, um de alta cadência de tiro (o Trinity Bofors, de 40mm) e outro de baixa cadência (o velho conhecido Mk8, de 114 mm).

Como a incorporação de outros sistemas de mísseis superfície-ar mais sofisticados na corveta demandariam modificações extensas, este sistema e outros similares poderiam ser uma solução para aumentar a capacidade de defesa do navio, mesmo levando-se em consideração o curto alcance dos mísseis Mistral, similar ao do canhão de 40mm. A diferença seria a capacidade de engajar com mais efetividade múltiplas ameaças, vindas de mais de uma direção, dificultando a tarefa para um eventual atacante.

E você, o que acha? Indo além e olhando a foto e as ilustrações abaixo, em que local do navio, com um mínimo aceitável de interferência / realocação de outros equipamentos, um par de reparos similares ao do topo desta matéria poderiam ser instalados na Barroso? (Foto MB e ilustrações Alexandre Galante)

Cv-Barroso-V34

v34 popa - imagem 3D Alexandre Galante

v34 proa - imagem 3D Alexandre Galante

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Ilya Ehrenburg

Na Barroso melhor seria a adoção de um sistema de maior capacidade. Imagino o “Simbad” equipando os nossos Navios de Patrulha Fluvial, reconhecidamente deficientes, no que tange à defesa contra atacantes aéreos (mesmos àqueles de baixo desempenho).

corsario01

Para inicio tirava esse canhão velho e lerdo e colocava um Oto Melara SR76.
Depois colocava misseis em uma das laterais ao lado do hangar. Isso é usado na classe Montreal e nas M chilenas. O trinity iria pro saco e em seu lugar colocaria um RAM.

Isso poderá ser inclusive a configuração das novas Corvetas Barroso Improved que certamente o Brasil irá construir para equipar tanto a nossa Marinha quanto outras que logo logo irão encomendar este modelo com shape mais furtivo, é claro.
Eu diria, uma Barroso Stealth atualizada.

Quem viver verá! Em breve good news!

Alexandre Galante

Corsario, você ainda acredita nisso? heheh

Nunão, obrigado por botar minha Barroso 3D novamente em evidência. 😉

Bosco

Eu só acho que o sistema deveria ser provido de mais mísseis já armados para uso imediato. No mínimo 6.
Mas respondendo ao questionamento do post, sem dúvida 1 par desses lançadores seria muito bem vindo, principalmente tendo em vista que já o utilizamos.
Só uma coisa a título de curiosidade. Li não sei onde que o Igla apresentam melhor resistência as contra-medidas IR que o Mistral. Alguém sabe qual a fonte dessa informação e se procede e como foi feito essa comparação?
Um abraço a todos.

lc

Se for ficar só no sistema proposto, um de cada lado do hangar.
Mesmo assim ainda considero-a sub-armada.
No tocante ao Mk8 concordo com o colega Corsario, substituiria-o
pelo SR76 ou pelo Bofors 57mm.
Além disto, instalaria um lançador RAM na popa ou no topo do hangar mais dois CIWS nas laterais do mesmo, Vulcan ou modelos de 27mm alemães, os quais não recordo a denominação. Isto tudo se fosse viável levando-se em consideração os aspectos da engenharia naval.

Sds.

José Maria Bravo

O Mistral demanda aquisição IR, então só caberia em convéses centrais superiores, mas, concordando com o Camarada Ilya, está de bom tamanho para as classes Grajaú e Macaé de NPOc, e outras de porte equivalente. O antigo reparo do “Minas” já me causava aquele desconforto interno de quando chegamos numa festa e percebemos que distoamos de todos os demais na roupa. No Alfa-12, e mesmo na Barroso, a sensação é ainda pior. A verdade incômoda é que as unidades principais da MB, à mediana exceção das três Boroadsword-1, com seu já vetusto Seawolf (o substituto do venerando Seacat), têm capacidade… Read more »

Harpia

Sou mais redesenhar as corvetas e fazer as modificações conforme o meu desenho.
http://www.naval.com.br/blog/2009/03/16/no-fremm-more-barrosos/

Essa é a minha opinião. 😀

RodrigoBR

Video do SIMBAD “manual” atualmente usado na MB:

http://www.youtube.com/watch?v=U_Tzw3r3CgE

Galileu

Já que é pra sonhar, compra as fremm italianas, otomat, até scalp e cia. e deixa de lado esses alvos ambulantes

Bosco

Nunão e Galante,
por que o Poder Naval não está mais funcionando como antes? Há meses venho tentando ver alguns artigos do “dossiê” e não consigo. Especificamente o artigo sobre o ataque à Stark.
Um abraço aos dois.

Dunga

A Mb deve ter sistemas de armas AA iguais aos do BRIC ( Russia, India e China) que tem sistemas de defesa bastante otimizados para as suas esquadras.
Somente o brasil ainda engatinha nesta area, com o empregos destes “mata mosquitos” que deveriam ser usados apenas para patrulhas costeiros e fluviais.

Alexandre Galante

Bosco, vamos colocar no ar algumas matérias antigas. O formato mudou.

Bosco

Hummmmmm!!!!!!!!

Rsrss…

Samuel Henrique

Bosco em 26 mar, 2010 às 22:05 Tenho me feito a mesma pergunta todos os dias! Queria muito ler a reportagem sobre as Niterois e até agora nada….. Mas voltando ao assunto… Acho que seria uma forma mais barata (já que o problema é sempre dinheiro…ou a falta dele!) para dotar nossas corvetas de alguma forma de defesa de ponto! Acredito que uma em cada lateral do navio, com uma recarga em pronta resposta para cada, já seria muito bom! Quanto as afirmações de se retirar os canhões de 40mm, eu acho muito perigoso. Ter uma reserva como este sistema… Read more »

Bosco

Eu prefiro o sistema SADRAL com seis mísseis. rsr

Bosco

Samuel,
mas particularmente acho que a bela e equilibrada classe Barroso deveria ter um canhão de menor calibre. O Bofors de 57 mm seria excelente já que é excelente para defesa aérea de ponto, contra ameaças assimétricas, embarcações de médio porte e alvos em terra.
Não acho que “corvetas” devam fazer “apoio de fogo”.
Aí manteria o Trinity e acrescentaria 2 lançadores SADRAL, um de cada lado.
Ou remove-se o Trinity e no lugar instala-se um lançador Mk-49 para o RAM ou o Sea RAM.
Um abraço.

corsario01

Galante meu velho.

Eu acredito porque ainda este ano você terá noticias a respeito.
Não posso falar mais sobre este assunto.
Mas ele é auspicioso.

Antonio M

Concordo com Elya porém, nem mesmo nos navios de patrulha, na amazônia e pantanal, precisariam ser manuais. O Brasil já desenvolve uma torreta automática: http://defesabrasil.com/laad2009/index.php?option=com_content&view=article&id=74:remax-ares-e-ctex-acertam-no-alvo&catid=39:noticias&Itemid=78 Por que não há uma política de de defesa que estimule as forças armadas a trabalhar em armamentos que possam ter versões navais, terrestres e aéreas? Essa torreta em versões navais poderia equipar os navios de patrulha (fluvias e marítimas) com esses pequenos mísseis, granadas, metralhadoras e canhões elevando-os a outro patamar de atuação dotando-os de capacidade de defesa contra aviões de ataque, helicópteros, outros pequenos barcos de ataque e fortificações, viaturas e blindados à… Read more »

Antonio M

complementando….

Falo das torretas pois podem ser usadas em qualquer tempo. Com fortes chuvas no pantanal e principalmente na região amazônica, expor soldados/marinheiros a essas situações para disparar essas armas é atraso de vida. Devem treinar para essa situação mas, melhorar os armamentos é crucial.

E até o U17 Parnaíba bateria recordes, pela sua idade e recebendo armamento desse tipo. E aquele canhão de 76mm que o equipa por favor e com todo respeito, enviem-no para um museu……

Antonio M

Desculpem, é sr. Ilya .

Bronco

Partindo do princípio de que este seria o equipamento anti-aéreo a anti-míssil padrão dessa classe de navios na MB, eu sugeriria duas opções de montagem do reparo: 1 – Acima do passadiço, imediatamente à frente do sistema de direção de tiro do Mk8. 2 – Um de cada lado do hangar, no lugar dos lançadores de chaff e flares, que seriam deslocados ou para o mesmo corredor, mais à frente, ou para a proa da embarcação, logo abaixo do convôo. _________________________________ Agora o armamento da Barroso é extremamente defasado. Lançamos ao mar uma corveta com armamento de 20 ou 30… Read more »

Bronco

Onde se lê “proa”, favor substituir por “popa”.

lucas lasota

Para a nossa realidade, a barroso esta bem servida no cenario da guerra de superficie e antisubmarina O problema esta na guerra anti-aerea, porque nao possui nem mesmo capacidade de autodefesa. (Convenhamos que o trinity nao da nem pro cheiro nos cenarios atuais.) Atras do heliponto ha um espaco que poderia receber um lancador octuplo aspide. Poderia, nao sei. O trinity nao devera ser retirado porque e eficaz nos contatos assimetricos, portanto creio que a adocao de lancadores verticais nas laterais do sea-sparrow poderia ser uma boa pedida, pois demandaria a adaptacao. A adaptacao seria dispendiosa, como colocou corretamente o… Read more »

Mauricio R.

Melhor refazer de forma clássica a lá LCS-1, sem o kit antiminas.

marujo.

Acho que a melhor para nossas corvetas seria a instalação do
Mica VL, que deve estar presente também em nossas FREEMs. Assim, haveria uma padronização. Agora, o projeto Inhaúma/Barroso é velho, eventuais modernizações não eliminaria problemas básicos como embarque de água em mar grosso e de sobrepeso no centro do navio. Se vamos construir novas corvetas, deveríamos olhar com atenção a projetos como o da marinha turca, de um espanhol da Navantia e, o mais recente, da Fincantiere. Poderíamos comprar o projeto e fazer uma adaptação profunda às nossas necessidades.

marujo.

O Simbad-RC é perfeito para os patrulhas oceânicos e os navios de apoio da MB.

Alexandre Galante

Corsário, Papail Noel e o saci Pererê vão bem?

Mauricio

CUIDADO MARUJO, SENÃO VOCÊ VIRA NÁUFRAGO!!!
ESSE SISTEMA É MUITO LIMITADO, BAIXA CADÊNCIA DE TIRO,
APENAS DOIS MISSEIS POR REPARO, ESSE TROCINHO SERVE APENAS PARA
DEFENDER BALEEIROS JAPONESES CONTRA O GREEN PEACE!!!
IMAGINEM UM ATAQUE COM MULTIPLOS VETORES, ALTITUDES VARIADAS
E EIXOS DE ATAQUE DISTINTOS.
NINGUEM VOLTA PARA CASA!!!

corsario01

Galante, Papai Noel está com um contrato no saquinho dele. Em breve nos melhores jornais do pais.
Já o saci Pererê eu desconheço.

vassili

MInha opnião sobre o assunto:

O MK-8 realmente é muito grande para o deslocamento padrão de uma Inhaúma/Barroso, acho que o Oto Melara 76SR ficaria melhor na função. Embora devemos lembrar que a MB optou pelo Mk-8 por causa de ja serem usados nas Niterói, simples questão de logística.

Quanto aos 2 Bofors Trinity, eu os substituiria por um CIWS Goalkeeper.

Se fosse para a MB gastar verbas no novo Mistral Simbad-RC, digo que o Sadral cairia melhor. Quem sabe um RAM???????????

Abraços.

Sopa
Bosco

Não gosto de mísseis lançados verticalmente para navios pequenos como “corvetas”. Oito Umkhonto, Barak ou VL-Mica ocupam um espaço muito grande.
Em geral ocupam muito mais espaço que um sistema conteirável e além do mais não podem ser recarregados no mar. O lançador MK49 RAM por exemplo leva 21 mísseis prontos para uso com capacidade de cobertura em 360º e ainda pode ser rearmado manualmente se necessário.
Também dois SADRAL, um de cada lado, seria interessante.
Vale lembrar que a Barroso só tem uma torreta Trinity.
Um abraço a todos.

Nelson Lima

A mk.8 da Barroso veio da popa de uma Niterói GP.Pura economia. Certamente, a marinha tem planos para adquirir reparos e mísseis novos. Torço para que o sistema Umkhonto IR tenha uma versão ER e seja produzida em joint-venture.

lucas lasota

Bosco,

A adocao dos sadral`s serviria apenas como autodefesa, nao concorrendo o potencial ofensivo que a barroso possui. Ela possui o mesmo poder de fogo das nossas fragatas no quesito da guerra de superficie e submarina.

Ou seja, faltaria somente a protecao anti-aerea. A opcao mais tentadora era arranjar um espaco atras do heliponto para um lancador octuplo de aspide. o que acha?

Bosco

Lucas, mas eu acho que uma corveta se presta mais a guerra anti-submarina. A substituição do canhão de 114 mm por um Bofors de 57 mm já ajudaria muito na auto-defesa, mesmo que não tivesse nenhum míssil ou CIWS, permanecendo o Trinity. Com a adição de dois lançadores SADRAL ou mesmo o SIMBAD-RC então, ia melhorar muito. Acho que a defesa da frota deva ficar por conta das futuras escoltas de 6.000 t armadas com Standards ou com o Aster. Na verdade, o que falta mesmo na Barroso e nas suas irmãs da classe Inhaúma é um bom sistema de… Read more »

Bosco

Mudando de pato pra ganso e totalmente off topic, eu acho que “apoio de fogo” deveria ser dado por “couraçado”. Pena que não existe mais.
Ou então, no futuro, por escoltas com canhões capazes de atingirem alvos profundamente no litoral permanecendo além do horizonte.
Um abraço a todos.

vassili

Bosco,

Bravo! Bravo! Bravo!

Apoiado até o último cartucho. A melhor embarcação para apoio de fogo são os saudosos navios equipados de canhões com calibre acima de 280mm, de preferência em torres duplas ou triplas………… e muita AAA, mas muita mesmo…………..

Abraços.

Bosco

Vassili, “apoiado até o último cartucho” foi ótimo.rsrs Mas voltando ao assunto, já passa da hora de se criar canhoneiras ou “minicouraçados” modernos, específicos para apoio de fogo. Pelo menos para países dotados de capacidade de projeção de poder. O projeto DDG-1000 caminhava mais ou menos nesse sentido antes de ser “cancelado”. Também na década de 80 havia um projeto chamado “Arsenal Ship” que seria furtivo, teria 2 canhões AGS de 155 mm (100 milhas de alcance), grande proteção anti-aérea de ponto e de área, e literalmente centenas de lançadores verticais Mk-41 recheados de Tomahawks e de mísseis balísticos táticos… Read more »

Bosco

Onde se lê década de 80, leia-se “90”.

lucas lasota

E bem verdade bosco.