SÃO PAULO – A Marinha celebrou a assinatura do acordo de cooperação franco-brasileiro, firmado ontem, na área de Defesa. Segundo a Força, a transferência de tecnologia francesa para a construção, no Brasil, de cinco submarinos irá beneficiar a indústria nacional e gerar novos empregos, além de contribuir para que o país concretize seu programa de desenvolvimento das forças submarinas.

Por meio de nota divulgada esta tarde, a Marinha informou que o acordo prevê a transferência da tecnologia necessária não somente para os projetistas militares, mas também para diversas empresas brasileiras, que irão participar do processo de construção de quatro submarinos convencionais e do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.

Segundo a Marinha, está previsto um elevado índice de nacionalização na fabricação dos submarinos. ‘Até o momento, já há mais de trinta empresas nacionais envolvidas, que contribuirão com mais de 36 mil itens, inclusive sistemas complexos’, garante a nota.

Além disso, um estaleiro será construído em Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, para abrigar a construção do submarino nuclear. O local também poderá servir à produção de submarinos convencionais e contará com uma base naval de apoio a essas embarcações. Segundo o governo do Rio de Janeiro, as obras serão tocadas pela Odebrecht e pelo Consórcio Sepetiba.

Ainda segundo a Marinha, todo o processo de fabricação dos submarinos, consideradas as construções do estaleiro e da base naval, gerará mais de dois mil empregos diretos e cerca de seis mil indiretos.

O acordo de cooperação define que a ajuda francesa se limitará, a longo prazo, à concepção e à construção da parte não-nuclear do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear. Segundo o documento, a embarcação utilizará armamentos convencionais e tanto o reator nuclear como os sistemas eletrônicos associados a ele serão desenvolvidos pelo Brasil.

Embora se exima de qualquer responsabilidade por eventuais danos causados a terceiros pelo submarino ou por suas instalações de apoio terrestre, o acordo prevê a formação de empresas ou consórcios de direito privado compostos por empresas públicas, privadas ou mistas, brasileiras e francesas, para desenvolver e construir um submarino capaz de receber um reator nuclear, fabricado segundo procedimentos internacionais de segurança.

O governo francês se comprometeu a autorizar a venda, pelas empresas francesas, dos equipamentos, materiais e prestações de serviços à Marinha ou às empresas brasileiras. Além disso, os dois países também considerarão a possibilidade de isentar, total ou parcialmente, bens e serviços importados ou produzidos para estes fins da cobrança de tributos diretos ou indiretos.

Fonte: Agência Brasil

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Iuri Korolev

De acordo Douglas A falta de “massa crítica” de técnicos de alto nível do Brasil não é por incompetência dos brasileiros, pelo contrário acho que a única coisa que não perdemos para os gringos é nisso. Temos gente com grande potencial aqui. O problema é que não vale a pena você fazer uma carreira técnica pois tudo é fogo de palha no Brasil. Você faria uma especialização em radar no exterior para trabalhar aqui ? E em microeletrônica ? Pergunte aos técnicos na área nuclear dos inícios dos anos 70 o que eles fizeram na década de 80 e 90… Read more »

Douglas

Pessoal voces já notaram que continuo cético. Quero ver isso sair do papel. Outo ponto que não “fecha” com o marketing do governo é o seguinte: dos 8 bilhoes de euros, 6 vão pra industria francesa, conforme publicado no outro post do blog. Então me digam , se mais de 70% do capital vai pro bolso frances, que capacitação “nacional” será essa???? Não seria razoável e coerente, que pelo menos 50% do capital investido fosse em instituições e empresas daqui? Afinal de contas, se não investirmos aqui, vamos capacitar pessoal e gerar know how e ensino tecnológico de alto nível… Read more »

Farragut

“Só se fala em outra coisa!”
Bilhões, submarinos, helicópteros…

E os recursos humanos?

Para ficar no campo de ciência e tecnologia, há rumores que não houve voluntários ou qualificados para CINCO cursos no exterior – dois de engenharia nuclear, sendo um em Berkeley – que a Marinha abriu vaga.

RL

Pessoal. Vejam esta matéria públicada no Site internacional Defense News a respeito do acordo Brasil e França para a aquisição dos Subs. Segundo nota da matéria, os submarinos convencionais serão construidos na França com participação da empresa Espanhola Navantia tendo a participação de técnicos e engenheiros brasileiros, e o sub nuclear seria contruido aqui. Não são apenas os jornalistas brasileiros que cometem “gafes” ao publicarem informações distorcidas e desatualizadas. rsrs. Marquei com aspas onde tem o trecho que diz este absurdo. RIO DE JANEIRO Brazil on Dec. 23 signed contracts worth $12 billion to buy 50 military transport helicopters and… Read more »

Leonardo Besteiro de Almeida Alves

Temos de ver essa atitude do nosso governo no seu espectro total, e ver quais e quantos serão os benefícios trazidos ao nosso país, ao meu ver serão muitos pois a nossa industria irá se capacitar para uma tarefa na qual poucas no mundo podem e deve-se levar em conta a geração de empregos que será enorme. Com a construção desses novos submarinos e mais a aquisição do ciclo completo do submarino nuclear nosso país passará a ser uma das mais influentes pot~encias bélicas do planeta, e isso é bom, não no sentido de intimidar outros paises a fazerem o… Read more »

Tikuna

Segundo um relatório que saiu na época o motivo teria sido a inexperiência do militar que procedeu a operação de encher e esvaziar os tanques de lastro da embarcação. 1º que ele realizou a operação de dentro da embarcação. 2º que ele fez a operação em todos os tanques ao mesmo tempo.

Se eu encontrar o documento eu posto aqui.

Sds,

Wolfpack

O que aconteceu com o Sub Tonelero afundado no cais em 2000?
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM910147-7823-SUBMARINO+TONELERO+AFUNDA+NO+CAIS+DA+PRACA+MAUA,00.html
Abraço

Henrique Sousa

Para mim parece claro que o contrato com os alemães não capacitou o Brasil (MB) a desenvolver um submarino próprio. Deficiência de qual lado do Atlântico não posso afirmar, mas não atingimos esta capacidade.

Sem esta capacidade local de desenvolvimento, e com uma decisão governamental clara pelo submarino nuclear, me pareceu um caminho natural procurar um parceiro internacional com experiência nesta área, e a França foi a melhor opção.

Bem gerido (o que infelizmente não e o forte de nossa administração pública….) um projeto deste tem possibilidade de muitos frutos para o país, tanto na esfera militar como civil.