Operação Atlântico 2 mobilizou 10 mil homens das 3 Forças durante 12 dias

Depois de simulações que incluíram uma operação de resgate em uma plataforma de petróleo, um desembarque-surpresa no litoral capixaba e a ocupação estratégica do arquipélago de Fernando de Noronha, termina hoje o maior exercício conjunto já realizado pelas Forças Armadas – o primeiro com foco na defesa dos poços da camada pré-sal.

Por 12 dias, cerca de 10 mil homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica enfrentaram situações de ameaça criadas especialmente para a Operação Atlântico 2 em uma área que vai do litoral paulista ao arquipélago de São Pedro e São Paulo (1.010 km a nordeste de Natal). A região, que faz parte da chamada Amazônia Azul, foi escolhida por abrigar portos estratégicos, usinas nucleares e reservas gigantescas de petróleo.

“A defesa da Amazônia Azul deveria se transformar em uma das prioridades da Nação. Se nós confirmarmos a magnitude das reservas de petróleo na camada pré-sal, o Atlântico Sul passa a ser uma área de interesse dos grandes atores globais”, avalia o comandante-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, almirante de esquadra Álvaro Augusto Dias Monteiro.

Em um dos exercícios, um grupo de mergulhadores de combate da Marinha usou cordas para descer rapidamente de um helicóptero Super Puma sobre a plataforma P-43 da Petrobrás, na Bacia de Campos, com o objetivo de prender terroristas e resgatar reféns com vida. No centro de operações montado no Rio, comandantes monitoravam cada ação a distância e orientavam a reação dos criminosos com equipamentos de videoconferência.

As Forças Armadas também simularam cenários de ameaça aos campos de petróleo do Sudeste – rapidamente protegidos por navios prontos para reagir a ataques de forças hostis – e o desembarque de tropas no arquipélago de Fernando de Noronha, cuja ocupação imediata é considerada essencial para a defesa do território brasileiro.

Fuzileiros

Durante a Operação Atlântico 2, o Corpo de Fuzileiros Navais assumiu a responsabilidade por parte das ações que exigem movimentação ágil e precisa. Nas primeiras horas da manhã do dia 23, seis carros anfíbios desembarcaram rapidamente na Praia de Itaoca, litoral sul do Espírito Santo. Em pouco tempo, um grupo de fuzileiros percorreu quase 7 quilômetros e derrotou sequestradores que haviam tomado uma cooperativa de pesca na região.

“O Corpo de Fuzileiros Navais é uma tropa muito peculiar por sua característica expedicionária, que permite atuar fora de suas bases e em condições austeras”, explica o comandante Dias Monteiro. “Como as tropas são leves, o deslocamento e a ocupação rápidos são típicos dos fuzileiros.”

Ao fim do exercício, o Ministério da Defesa pretende avaliar em detalhes a capacidade de integração das três Forças em operações conjuntas.

Balanço

“A operação atendeu plenamente seu propósito, mas mostrou que o Brasil tem vulnerabilidades que demandam decisões políticas”, diz o comandante dos Fuzileiros Navais, Dias Monteiro

FONTE: O Estado de S. Paulo – 30/07/2010

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Paulo

O certo seria a Petrobrás fazer suas pesquisas e ficar calada, para não levantar a lebre. Até pelo menos termos os meios de defender estas riquezas. Mas nossos governantes não resistem a um anúncio de mais uma fabuolosa descoberta, pois isto invariavelmente se traduz em votos.
Nossos políticos deveriam agir como age um ganhador da Megasena:silêncio e muito despiste, pra não chamar a atenção do ladrão.

MVMB

“A operação atendeu plenamente seu propósito, mas mostrou que o Brasil tem vulnerabilidades que demandam decisões políticas”

Decisões Politicas de Brasília ou dos Gabinetes da Marinha?

J. Claro

É isso aí Paulo

E o tema bomba atômica vez por outra aparece em algum lugar. Particularmente não gosto dessa tática. O segredo é fundamental, principalmente na área da Defesa. Em silêncio tudo tende a ter um final
satisfatório.

Paulo

Caro MVMB

Decisões políticas são tomadas em Brasília, em comum acordo entre executivo e legislativo.
O problema é que a maioria das decisões políticas no Brasil são tomadas em gabinetes fora de Brasília, geralmente na sede de empreiteiras de obras ou de grandes fornecedores do governo.

Abraços

marlige

Caro Paulo.

Seu ponto de vista é apenas parcial. 99,99999999% dos nossos congressistas não entendem nada de FFAA, defesa e afins.
Quando se busca recursos, as decisões sobre o que se precisa e/ou as prioridades já foram ou serão tomadas nos gabinetes da própria força.

Entendo que, apesar de alguma evolução, temos FFAA “bairristas”, ou seja, cada um defende o seu. Por isso que as comunicações não são integradas, entre outros percalços.

Paulo

Prezado marlige Uma correção: onde eu escrevi “Decisões políticas são tomadas” leia-se “decisões políticas – deveriam – ser tomadas…….” Mas o que o comandante dos fuzileiros quis dizer é que daqui pra frente, ou os políticos se entendem ou vamos continuar vulneráveis. O que as FAs precisam isso o MD já sabe muito bem. O que é preciso decidir é se vamos continuar dando ao menos 3 refeições ao dia para o povo ou vamos retomar o FX (parodiando o primeiro discurso do presidente Lula após sua eleição). Pelo que se viu, nem 3 refeições, nem FX. Mais do que… Read more »