S. Barreto Motta

Houve muita celeuma sobre a decisão do governo brasileiro de fechar um acordo com a francesa DCNS e a brasileira Odebrecht, para produção de cinco submarinos: quatro convencionais e o último, um modelo a propulsão nuclear. Leis internacionais não permitem transferência de tecnologia nuclear e, por isso, a DCNS fará, em Itaguaí (RJ), apenas o casco do submarino. A propulsão nuclear virá de Aramar (SP), onde a Marinha do Brasil está evoluindo essa tecnologia. Em declarações durante a 24ª Conferência Naval Interamericana, o comandante da Marinha, Júlio Moura Neto, explicou que, em Itaguaí (RJ), DNCS e Odebrecht já produziram uma chapa para o primeiro submarino convencional. Este submarino deverá ficar pronto em cinco a seis anos e, em sequência, os demais, até a fuselagem do modelo de propulsão nuclear, em 2022.

– O projeto de propulsão nuclear não será feito na França, mas no Brasil, com início em 2012 e começo de montagem do submarino em 2015 – disse o comandante Moura Neto, frisando que caberá à estatal Nuclep fazer os cascos, que serão unificados no novo estaleiro, lembrando que, anteriormente, o Brasil fabricou, no Arsenal de Marinha do Rio, cinco submarinos com tecnologia alemã.

O programa de reaparelhamento da Marinha é mais ousado e visa, entre outras coisas, a garantir segurança para a Bacia de Campos e a bilionária área do pré-sal. Informou Moura Neto que a Marinha está construindo quatro navios-patrulha de 500 toneladas – sendo dois no Nordeste e quatro no Rio. O plano oficial, no entanto, é de se chegar a 12 unidades. Especula-se que seriam feitos com tecnologia inglesa. A Marinha pretende se aparelhar ainda com cinco navios-patrulha de 1.800 toneladas – capazes de levar helicópteros a bordo – um navio de apoio logístico de 20 mil toneladas e cinco fragatas de 6.000 toneladas.

– É impossível estar presente a todo momento na costa brasileira. Mas a Marinha do Brasil terá poder de disuasão para afastar qualquer perigo, pois terá condições de mostrar sua bandeira e se fazer presente. Além disso, disporemos de meios aéreos e de submarinos.

Moura Neto disse que o mar concentra 95% do comércio mundial e que os desafios são poluição, terrorismo, tráfico de armas e drogas, crime, pirataria e ameaças aos estados, além do esgotamento das fontes energéticas. No caso do Brasil, há que se ter especial atenção com as plataformas de petróleo. Lembrou que, por dia, 500 embarcações trafegam pela costa brasileira e citou que, pela recente Lei Complementar 106, as Forças Armadas ganharam poder de polícia.

Moura Neto informou que em breve o único porta-aviões brasileiro vai voltar a operar. O São Paulo passou bom tempo no estaleiro e, no momento, está sofrendo inspeções. Tudo indica que, no início de 2011 vai estar tinindo, podendo receber helicópteros e aviões. Sobre a compra de aviões, disse Moura Neto: “A Marinha irá comprar tipo igual ao que for escolhido pela Aeronáutica, para garantir a padronização nas Forças Armadas”.

Brasil e ONU

O comandante da Marinha esclareceu que as 200 milhas marítimas propiciam ao Brasil uma área, no mar, de 3,6 milhões de quilômetros quadrados. No momento, o Brasil reivindica direitos econômicos sobre mais 950 mil km² e a ONU concedeu 750 mil km². Se o Brasil realmente conseguir mais 950 mil km², sua área no mar chegará a 4,5 milhões de km², ou seja, o país terá, no mar, praticamente metade de sua área em terra. O Brasil está coletando dados, com ajuda de empresas internacionais, e deverá apresentar o novo pleito à ONU em 2011.

Informou Moura Neto que esteve em contato com o dirigente máximo da Marinha chinesa e, em breve, receberá esse representante no Brasil. Em relação aos Estados Unidos, informou que Marinha mantém um oficial em Key West, na Florida, para receber informações e interagir na luta antidrogas – mas descartou a possibilidade de instalação de uma unidade norte-americana no Brasil, a pretexto de ajudar no combate a esse flagelo.

FONTE:
Monitor Mercantil, via Sinopse

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MVMB

“Marinha está construindo quatro navios-patrulha de 500 toneladas – sendo dois no Nordeste e quatro no Rio.”

Essa matemática não tá fechando….

No mais, a despeito do markenting e boas intenções do nobre almirante, é tudo intenção. NAPA de 1800 ton já foi pro brejo a muito tempo e, quanto ao “OPALÃO”. qq coisa para o segundo semestre de 2011.

Na verdade to com inveja do oficial em Key West, na Florida – EMPREGÃO, MEU AMIGO !!!!!!

MVMB

Querem apostar que o SNB não fica pronto antes de 2030?

proside

“A Marinha irá comprar tipo igual ao que for escolhido pela Aeronáutica, para garantir a padronização nas Forças Armadas.”

Exelente noticia!

josé luis

O Comandante da Marinha deu a dica de quem vencerá o FX2, ou pelo menos diminuiu o nº de finalistas, se a marinha escolherá o mesmo caça que a Força Aérea, então terá que ser ou o Rafale ou o Super hornet, já que os dois podem ser operados tanto em terra quanto em porta aviões, e o Gripen não pode.

Pedro

Rapaz, como tanto mar para cobrir não dár submarinos convencionais ou nucleares que dê jeito nesta guarda. Tem que dobrar o números de ambos. Agora no estilo Tom Clancy´s:” Nos meados dos anos 2040, ás águas claras e límpidas do território marítimo brasileiro, guarda sob sua superfícia, grandes batalhas submarinas entre as principais potências do mundo, num jogo de espionagem e contra-espionagem”. ahahahahaha

Abraços, será que eu vejo isso acontecer?

Bronco

José Luis, O Gripen NG já alterou completamente a concepção do projeto dos trens de pouso, principal problema do projeto anterior para desenvolvimento de uma possível versão embarcada. Aumentou ainda a potência e a superfícia alar, necessárias para duas das fases mais críticas do vôo, que são justamente o segundo após o lançamento e a necessidade de sustentação a baixa velocidade para o pouso. O desenvolvimento da versão naval foi oferecido à MB e à Índia. Se um dos dois quiser bancá-la (para tanto, seria necessário escolher também o NG para as suas forças aéreas), pode incluir um terceiro aí… Read more »

Edcreek

Olá,

Sea Gripen não tem projeto, isso limita as opções a duas.

Abraços,

Paulo Silva

Boa tarde ä todos! Sei que naum é o tópico do Sea Gripen NG mas, também gostaria de colocar minha idéia sobre este tema. Nao acredito que GF irá arriscar nem um centavo no Gripen NG, quanto mais no Sea Gripen para a MB, que seriam uma quantidade muito pequena, para se bancar um desenvolvimento. Acredito também que a possibilidade maior estaria no Rafale ou F-18SH. Se por um acaso os EUA liberassem o que tem de melhor de mísseis, tecnologias solictadas pela nossa indústria brasileira, somando-se ao fato de ter um valor unitário, e hora de voo mais barato,… Read more »

Humberto

Olha..eu sei que muitos vão me apedrejar.. Mas jogando um balde de agua fria.. são planos.. Plano para ter 12 navios-patrulha de 500 toneladas, 5 navios-patrulha de 1.800 toneladas, um navio de apoio logístico de 20 mil toneladas, 5 fragatas de 6.000 toneladas, mais os subs. Com certeza, isto é pouco para a nossas necessidades, creio que os mesmo vão sair (um almirante não iria fazer a besteira de falar algo que não seja factivel ao contrário de uns malucos que fizeram o END). Creio que a MB comprar o mesmo caça que a FAB, só depois de ter estes… Read more »

Bronco

Guilherme Poggio,

Muito obrigado. Mas então não mudou muito do ano passado pra cá, quando haviam dois falcões e um número semelhante de A-1 por lá no mesmo processo.

______________________________

Quanto à falta de demanda de um avião naval, já ouvi gente graúda da MB dizer no ano passado que a MB pode vir a comprar até 48 aeronaves.

Aí, chuto eu, que esse número pode chegar a até 60 caso se concretize, daqui a uns 20 ou 30 anos, a operação de 2 PAs.

É aguardar pra ver.

josé luis

Seguindo a linha de pensamento do Comandante da Marinha, a versão Sea Gripen ainda é pura especulação e procura um financiador, sendo que a demanda por caças que atuam em porta- aviões é pouca, haja vista que a maioria dos países que operam esses caças também os produzem. O caça americano é o que apresenta o melhor custo benefício, mas o governo brasileiro parece querer marcar posição frente ao governo norte americano, então o Rafale(apesar do preço exorbitante) caso realmente ocorra a transferência de tecnologia deverá ser o vencedor.

Ozawa

“A Marinha irá comprar tipo igual ao que for escolhido pela Aeronáutica, para garantir a padronização nas Forças Armadas”.

Cara depois dessa, pro bem ou pro mal, deu RAFALE. o Hornet ñ ganha pela ideologia anti-americana, e o sea gripen ainda é “projeto, conceito, laboratório, rascunho, sei lá…”

Karmann

Peraí… Como “só sobram duas opções”? O SH e o Rafale podem operar full no São Paulo? Teve alguma novidade nessa reforma do Nae? Alguém poderia esclarecer, por favor?

Fabio

“Em declarações durante a 24ª Conferência Naval Interamericana, o comandante da Marinha, Júlio Moura Neto, explicou que, em Itaguaí (RJ), DNCS e Odebrecht já produziram uma chapa para o primeiro submarino convencional”

Esta chapa foi cortada na França, né não?!?!?!?!

O SH do FX2 tem capacidade de operar em PA? Aí ficaria como os Harriers da RAF que operam nos PA´s da RN.

su35

entao deu rafale, pois o ng naval ainda nao existe e o f 18 sh infelismente é muito pesado para operar do opalao, deu rafale f1 entao

josé luis

Vários testes do Rafale foram realizados no antigo Porta- aviões São Paulo, quando ainda estava na marinha Francesa. Segundo reportagem do site abaixo. “A maioria dos testes de desenvolvimento do Rafale M foram feitos no hoje São Paulo (ou ex-Foch) na década de 90. Seu peso vazio é de 9.400 kg e seu peso de decolagem por catapulta é de 19.500 kg, dentro do máximo admitido para o nosso NAe, que é de 20.000 kg”.
http://www.defesabr.com/mb/mb_rafale.htm. E segundo o Comandante da marinha o São Paulo estará “tinindo” , podendo receber outra vez o Rafale ou o Super Hornet.

Edcreek

Olá,

Não houve alteração o Rafale não opera FULL no A-12 mas pode operar leve.

Imagino que a intenssão seja treinar os pilotos em uma configuração leve criando um doutrina operacional para o futuro “A-13”.

Sobre o Super Hornet não sei dizer se opera, mas devido ao grande peso não se pode operar.

Abraços,

lucas

MVMB

não seria taõ otimista quanto vc o primeiro não sai antes de 2050 com muita sorte

Karmann

Ahhh tá explicado. O Rafale pode operar “leve” no São Paulo. Então, a MB vai gastar outra baba para ter um treinador para o futuro… Como dizia um personagem antigo do Jô Soares, “me tirem o tubo!”.
Tudo continua como antes no quartel de abrantes.

lucas

mvmb o priemeiro sub nuclear não sai antes de 2050 se sair antes vai ser um milagre.

zmun

Isso significa que o FX-2 está definido. Eu duvido que a marinha iria escolher um caça que não pode operar no seu porta-aviões por que é muito pesado para ele, não só pode decolar dele com combustível e um pouco mais. A operação em porta-aviões já está consolidada no Brasil e a marinha, depois de tanto trabalho, não irá abrir mão deles. Já ouve estudos para uma versão naval do AMX. Na época, o custo seria alto de mais para um desempenho que os A-4 disponíveis já ofereciam. Mas agora o caça é diferente. O NG naval é o unico… Read more »

Galileu

“Em relação aos Estados Unidos, informou que Marinha mantém um oficial em Key West, na Florida, para receber informações e interagir na luta antidrogas – mas descartou a possibilidade de instalação de uma unidade norte-americana no Brasil, a pretexto de ajudar no combate a esse flagelo.”

Aleluia alguem que pensa…..
Pra acabar com o tráfico é só por fiscalização monitoramento na fronteira, já que não produzimos drogas.

Quanto ao Sub nuclear esse acho que vai demorar……..mas os convencionais vem, no prazo, eu acho ahah

Quanto a asa fixa da MB, com certeza será o A4 por muitooooo tempo ahha

zmun

E mais

Quanto a marinha diz que quer padronizar com a Fab, leia-se:

F – 3 9 E / F G R I P E N N A V A L

Andre Luis

Até outro dia tanto o Rafale quanto o Super Hornet eram pesados demais para operar no A12.
E não digam que podem operar de forma light, isso não existe.
Vai decolar sem combustível e sem armamento pra uma missão de patrulhamento??
Ou a MB trocou todo o sistema de catapultas e elevadores ou estão omitindo alguma informação.

Fernando "Nunão" De Martini

“Andre Luis em 15/09/2010 às 15:09”

Andre, continuam pesados demais para operarem “full” no A 12.

A MB está interessada em novos caças para um substituto futuro do A 12, coisa pra daqui a muitos anos. O que não impede de receber, antes da prontificação de um novo NAe, os caças que este irá operar no futuro, para iniciar antecipadamente o treinamento com eles.

Mas há outras prioridades, e muitas, na frente desta.
Até lá, a regra é a dupla A 12 / A-4

Fabio

O SH do FX 2 pode operar em PA??????

Fernando "Nunão" De Martini

“Fabio em 15/09/2010 às 15:17
O SH do FX 2 pode operar em PA??????”

Sim. Ele não difere, nesse quesito, dos Super Hornets da USN ou da RAAF.

josé luis

Não acredito que o Rafale só possa operar no São Paulo de forma light, já que realizou seus testes de desenvolvimento nele, não creio que a parte de armamentos e peso total não tenham sido avaliados nesses testes.

Fabio

Jose Luis, é só pegar as especiicações técnicas do A12.

Paulo Silva

A MB está pensando em comprar o mesmo aviao que a FAB indicar! De maneira nenhuma o Rafale ou o F-18 SH operará no Sao Paulo. Estes futuros cacas serao para o futuro A-13 com maior capacidade. O SP somente operará com os A-4M, e futuros Trackers, nao esquecendo os helicopteros EC-725.

Abracos

Paulo

Andre

os elevadores do A-12 nem aguentam com o peso do F/A-18 Super Hornet armado e abastecido, além da pista de recolha ser muito pequena pra ele, e sem falar na catapulta que teria de ter 90m (A-12 tem 50m)

Vader

“A Marinha irá comprar tipo igual ao que for escolhido pela Aeronáutica, para garantir a padronização nas Forças Armadas”

Então a FAB terá de optar pelos Super-Hornets, porque o Rafale M (ou o Rafale do Marine) não é o mesmo avião que o Rafale (F1/F2) do AdlA.

São aeronaves completamente distintas.

Sds.

Vader

E a MB terá de dar adeus o seu patético Opalão, eis que ele não pode operar o SH.

Sds.

Fábio Mayer

Ou seja, se a FAB comprar o Gripen, a marinha desiste de comprar aviões… mensagem subliminar poderosa!

roberto bozzo

tanto o Sh quanto o Rafale podem se lançar de PA’s sem catapulta ?? pergunto pq se a MB assinou com o Reino Unido acordo militar, podemos ter um PA da classe QE ou desenvolver um “menor” com a BAe… mas não gostaria que fosse o Rafale, mas como quem decide não sou eu, então….

Athos

“Leis internacionais não permitem transferência de tecnologia nuclear e, por isso, a DCNS fará, em Itaguaí (RJ), apenas o casco do submarino. A propulsão nuclear virá de Aramar (SP), onde a Marinha do Brasil está evoluindo essa tecnologia.”

1- Não existe qualquer lei internacional que impossibilite transferência de tecnologia nuclear. Aliás, leis internacionais só existem em contos de fadas. O que existe são tratados que o Brasil pode aderir ou não.

2- O Brasil(Marinha) desenvolveu seu reator nuclear por que quis. Simples assim.

Abraço

Gilberto Rezende

1- Gripen NG = Gripen DEMO e já o Sea Gripen NG = Unicórnio ou mosca azul… 2- Super Hornet OPERA SIM em PA, mas só nos de de mais de 100.000 ton de deslocamento (foram PROJETADOS para operar neles a pedido da US NAVY se não sabem) . Num PA de 30.000 ton e menos de um terço do tamanho de um PA americano é improvável (=IMPOSSÍVEL) sua operação bem sucedida. 3- Considerando que JÁ DEU o Rafale no FX-2 desde o 7 de setembro do ano passado, só um total desinformado no assunto (ou alguém que se faz… Read more »

SCintra

Já projetando p’ra frente, ficamos com o A 12/ A-4 até as Olimpiadas (16) operando full e passando a espera dos FX 2 da “defesa”, seja ele qual resultar, com os ocordos de cooperação com EUA, Inglaterra, França, China e Itália – todos por acaso produtores de PA’s e Sub’s – estariamos efetuando um leilão para transferência de conhecimentos e quem sabe um acordo industrial. Aí teriamos o percurso necessário para definir os dois PA’s, uma para cada esquadra, definido as necessidades em razão da aeronave adquirida. Os A-4M, passariam para treinadores para a arma naval e o A12, mandamos… Read more »

SCintra

ocordos = acordos

Uncle

Hahahaha !!! Me divirto aqui lendo “as viagens” de alguns amigos.
Gente ninguém entendeu o que o CM quis dizer. Sendo um cara muito centrado e com os pés no chão, ele quis dizer que a MB vai adquirir algumas unidades do F-35, pois é o caça que estará disponível e quase no fim de sua vida útil, quando o FX da FAB vai finalmente acontecer.
Gente desculpem a brincadeira, mas na atual conjuntura, a menor das preocupações da MB é a aquisição de novos caças.

MATUZA

Nós precisamos de tudo o quanto for possível: submarinos franceses, novas fragatas com tecnologia inglesa, acordo de cooperação com a Itália e, não esquecer das patrulhas maritimas – com o desenvolvimento de um vetor da Embraer – e, enquanto isto, podemos optar pela variável do P3-Orion. A possibilidade do desenvolvimento de uma versão naval do Grippen (que a India está avaliando). Devemos estar “antenados” em tudo que possa nos tirar do atraso tecnológico e, estratégico de nossas forças armadas.