Em reportagem desta quinta-feira, 10 de março, o jornal britânico Daily Telegraph cobre um assunto espinhoso, nesse momento em que duros cortes são feitos no orçamento de defesa do Reino Unido: o Ministério da Defesa vai gastar 389 milhões de libras (aproximadamente 630 milhões de dólares ou 1,04 bilhão de reais) com três aeronaves F-35B que não precisa. Segundo a matéria, os caças nunca entrarão em serviço.

A revisão da estratégia de defesa e segurança, feita no ano  passado, acabou com os planos do partido trabalhista de comprar caças F-35B, destinados a equipar os novos navios-aeródromos da Marinha Real. Apesar disso, a aquisição de três unidades do F-35B está sendo paga pelo país, mesmo com a revisão dizendo que as Forças Armadas Britânicas não necessitam de caças STOVL (Short Take Off and Vertical Landing – decolagem curta e pouso vertical), também chamados de “jump jets”.

Os ministros ainda estão trabalhando num último esforço para alterar o contrato feito com os Estados Unidos, que obriga o Reino Unido a comprar as aeronaves. No lugar, eles gostariam de comprar a versão F-35C, desenvolvida para operar em navios-aeródromo dotados de catapulta e cabos de parada. David Cameron chegou a dizer que essa versão era “mais capaz, menos cara, tem maior alcande e carrega mais armas”.

Como os novos navios-aeródromo britânicos serão projetados para operações ditas convencionais (catapulta e cabo de parada), não há necessidade de capacidades “jump jet”. Mesmo assim, milhões de libras serão gastas com caças STOVL para emprego em testes e avaliações nos EUA.

Uma tentativa desesperada está sendo feita para que, mesmo tendo que comprar as três aeronaves, o contrato seja renegociado para que ao menos uma delas seja da versão C. Segundo o jornal, a Lockheed Martin, principal contratante do programa F-35, revelou em dezembro que o Ministério da Defesa Britânico havia solicitado que a terceira aeronave fosse um F-35C.

Ainda assim, apesar de não haver chance de cortar o gasto, Lord Astor of Hever, uma das autoridades da defesa do país, insistiu que eles ainda seriam úteis: “embora estejamos compromissados com a aquisição dos aviões F-35B  por um total de 632 milhões de dólares, para a realização de testes e avaliações em conjunto com as Forças Armadas dos EUA, nós receberemos substanciais benefícios na operação dessas aeronaves, como parte do programa F-35C. A participação britânica nos testes é vital para a entrega dos F-35C.”

FONTE: Daily Telegraph (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

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Vader

Nenhuma novidade, é o velho “assinou não leu, o pau comeu”, ou em juridiquês, “pacta sund servanda”. Os britânicos queriam o F-35B. Depois mudaram, mas já haviam se comprometido atá a medula com o JSF STOVL, que foi em grande medida projetado para eles. Ora, que arquem com os custos de sua indecisão posterior. Mas acho que no final o consórcio JSF acabará dando um jeito de trocar os modelos “B” ingleses por modelos “C”. De qualquer maneira, se eles morrerem com os F-35B na mão, e quiserem vender por precinho camarada pra diminuir o prejú, conheço uma Marinha do… Read more »

Wagner

Bem feito para eles, quem mandou confiar cegamente na ” parceria estratégica”.

E quem mandou eles acharem que tem orçamento para sustentar uma navy tão grande…

Vader

Prezado Wagner, ter uma “parceria estratégica” dá direito a quebrar contratos assinados?

Quem está errado, o “parceiro” que quer cumprir o contrato ou o que quer quebrar o contrato?

Wagner

Os britanicos, logico. Mas deveriamos ter acesso as clausulas do contrato para ver se existe alguma brecha…

Nada no Direito é absoluto. A palavra ” nunca” não existe no Direito, mesmo no dos saxões.

Sei lá no que vai dar…

Clésio Luiz

De fato, esse F-35B só foi para a frente porque tinha os britânicos querendo ele. Acho muito difícil que os Marines sozinhos tivessem força política para ter essa versão só para eles operarem.

Vader

Wagner disse:
10 de março de 2011 às 16:43

Sem dúvida, os contratos podem ser revistos, ou “rebus sic stantibus”, como diríamos vulgarmente… 🙂

Mas ainda assim, até que se prove o contrário, são os britânicos que estão errados. Não “uzamericanu mau, feiu, bobu i chatu”.

Vader

Wagner disse:
10 de março de 2011 às 16:43

Ah sim, quanto a ter acesso às cláusulas do contrato, sugiro mandar um e-mail para o MoD da GB pedindo uma versão em pdf… 🙂

Mauricio R.

A força por trás do F-35B é justamente o USMC, a RAF, a RN e a marinha italiana foram na cola. O plano dos Marines, é ter tda a aviação deles (F/A-18C/D; AV-8B+) STOL/V. Tanto que apesar dos inúmeros problemas do F-35B, este ainda não foi cancelado. (http://snafu-solomon.blogspot.com/2011/03/aviation-neck-down-strategy-tossed.html) “The USMC had such a plan. Aviation was to be an all STOVL force. The Navy didn’t like it but oh well … eat fish heads and rice and suck it up big boys…. That’s what a GRUNT Commandant would have told the big Navy…Congress…and anyone else involved/concerned about Marine Corps procurement.… Read more »

Wagner

rsss

Vader, eu deixo para vc mandar, afinal, vc tem acesso ao Pentágono, eu seria bloqueado por ” suspeitas de conexão com o Kremlin – Possível Agente a serviço de Moscou”

ah ah ah !!

Eu devo ter uma ficha completa lá !!

🙂