Estaleiro Atlântico Sul (EAS) troca comando da empresa
O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) anunciou ontem oficialmente a troca do seu presidente. Angelo Bellelis estava no comando do maior estaleiro do hemisfério sul desde outubro de 2008 e, embora o motivo de sua saída não seja conhecido, ele deixou o cargo 16 dias após admitir, em entrevista ao JC, problemas na construção e entrega do navio João Cândido, primeira encomenda do EAS e marco da retomada da indústria naval brasileira. O novo presidente do estaleiro é o engenheiro Agostinho Serafim Júnior.
O João Cândido é um superpetroleiro do tipo suezmax, apenas um de uma carteira de 10 embarcações desse tipo contratadas pela Transpetro, braço de logística da Petrobras. A primeira encomenda foi lançada ao mar com pompa, em maio passado, para receber acabamento já na água. Deveria ter ficado pronto em agosto passado. Em seguida, um novo prazo foi estipulado, projetando para este mês. Agora, a embarcação só vai navegar em setembro – sendo três anos após o início de sua construção, em setembro de 2008.
Além disso, o estaleiro ainda precisa entregar o casco da plataforma P-55, da Petrobras, até junho, mesmo mês em que o João Cândido deve fazer sua “prova de mar”, uma espécie de teste de navegação.
Ao todo, o estaleiro tem encomendas de 22 navios, o casco da P-55 e sete navios-sonda, um total de US$ 8,13 bilhões.
Em entrevista publicada pelo JC no dia 27 passado, Bellelis afirmou, em tom de brincadeira, que tiraria “25 mil toneladas dos ombros”, o peso de um superpetroleiro, quando entregasse o João Cândido. Na ocasião, falou sobre vários temas, desde dificuldades de contratação de mão de obra especializada a problemas com fornecedores.
Em nota, além de confirmar a troca de comando, o EAS informou apenas que Bellelis deixou o cargo “após completar a construção do Estaleiro Atlântico Sul e viabilizar a fabricação de navios e plataformas offshore” em Pernambuco e que ele vai “assumir novos desafios em sua carreira.”
Isso apesar do anúncio do Atlântico Sul, no último dia 1º, de um investimento de R$ 690 milhões para sua ampliação, enquanto toda a sua implantação custou R$ 2 bilhões.
O primeiro presidente do estaleiro, Fernando Haddad, ficou no cargo de março de 2007 a outubro do ano seguinte.
Agostinho Serafim Júnior foi diretor regional da Queiroz Galvão no Rio Grande do Sul, onde participou das negociações para a implantação de um estaleiro, e atualmente trabalhava em uma jazida de gás do Campo de Mexilhão, também a serviço da empreiteira. Agora, é o principal executivo de uma sociedade entre a própria Queiroz Galvão, a Camargo Corrêa, da PJMR e da sul-coreana Samsung Heavy Industries (SHI).
FONTE: Jornal do Commercio (PE), via Portos e Navios
Pois é.
Depois o MO que é pessimista. Quem sabe, sabe