Lançamento de míssil Ikara
Este raro vídeo acima mostra o teste de lançamento do míssil anti-submarino Ikara, a bordo da fragata Type 12 HMAS Stuart, da Real Marinha Australiana, em 1963.
A arma foi desenvolvido durante a Guerra Fria, conjuntamente pela Inglaterra e Austrália, para enfrentar a ameaça dos velozes submarinos nucleares soviéticos. Diferentemente dos helicópteros, o Ikara podia ser usado em quaisquer condições atmosféricas.
O míssil Ikara (foto abaixo) era na verdade um pequeno avião não-tripulado, baseado no drone Turana, movido a foguete, que transportava um torpedo anti-submarino em sua barriga. O projeto começou a ser desenvolvido em 1959 pelos australianos e depois foi também adotado pelos ingleses, que procuravam desde 1950 uma arma anti-submarino “stand-off”. Ele tinha um alcance efetivo de 20.000 jardas (aproximadamente 20km). Ao contrário do ASROC americano, o Ikara podia ser controlado durante o voo, o que lhe permitia engajar mais efetivamente submarinos rápidos e manobráveis, como os de propulsão nuclear. O alcance mínimo era de 3km e o tempo de reação para um alvo a 10km era de 3 minutos. O míssil tinha comprimento de 3,42m, envergadura de 1,52m, velocidade de Mach 0,8 e levava um torpedo Mk.46. O desenvolvimento de uma versão de maior alcance chamada Super Ikara começou em 1982, em conjunto com a OTO Melara, mas em 1986, a companhia italiana decidiu abandonar o projeto e concentrar-se no seu próprio míssil, o Milas.
O Ikara, que equipou quatro fragatas classe “Niterói” da MB, foi descontinuado na década de 1990.
(Post atualizado em 22.1.09)
FONTE: Australian Screen
Pq essas armas nao sao mais usadas pela MB??
Não são efetivas??
Essa foi uma boa oportunidade perdida p/ se desenvolver tecnologia de UAV.
Mauricio, a MB chegou a desenvolver alguns componentes do sistema do Ikara que não eram mais fabricados, no final da década de 80. Pena que ficou só nisso.
Galante,
Vc que serviu numa fragata da classe niterói na década de 80, chegou a presenciar algum lançamento do Ikara?
Sds a todos.
Sim, André, assisti a um lançamento, de cima do hangar. Foi contra o submarino Tonelero. Impressionante!!!
Deve ser uma experiência interessante, além de única para muitos, já que a MB não costuma fazer exercícios como esse com freqüência.
A propósito, estou fazendo a minha doação do mês para o blog.
Sds!
É uma pena que a nossa MB não manteve esse sistema, ele com certeza ainda hoje com alguns aperfeiçoamentos e atualizações seria de grande valia na guerra ASW, mesmo sabendo da não fabricação mais do sistema lá fora, seria um pouco mais “cara” e complicada sua utilização e sua manutenção aqui. É uma pena, pois poderíamos “nacionalizar” esse tipo de armamento.
Sds.
É verdade, Corsário. É um sistema que poderia ser copiado à moda chinesa e aperfeiçoado no Brasil, ainda mais com o avanço tecnológico da eletrônica e a evolução dos UAVs.
O único sistema similar ocidental é o MILAS, uma versão do míssil antinavio Otomat que leva um torpedo ASW.
Pois é, Galante e Corsário DF, no caso de escolherem as FREMM para novas escoltas, poderia ser pensano num mix com o pacote mais italiano de armamento para trazer o MILAS para a MB. Mas MILAS por si só, sem fazer par com o OTOMAT para otimizar a logística, não faria muito sentido (na verdade é o inverso que costuma acontecer: você passa a “mila” no “tomate” que já tem, e não o tomate na mila…), além do que o sistema é um tanto volumoso. Aí eu prefiro uns módulos VLS com SM-2, ESSM e, quem sabe, ASROC, numa versão… Read more »
Por que copiado à moda chinesa??… eles pararam de fabricar.. o custo que aquisição de toda a estrutura para um país já aliado provavelmente não seria grande! Com um pouco de diplomacia poderíamos ter comprado o “sistema” já que eles venderam a arma propriamente dita para nós… e a partir daí, desenvolver melhoramentos no projeto para a MB… tudo lícito, bonitinho! Já vi um lançamento na União… quer dizer quase vi… que do passadiço só dá pra ver o aviãozinho quando ele já está no ar… e ele some rapidinho… ZZZZZZzzzzzzzuuuuuuuuuummmmmmmmmmm!!!! A capacidade de engajar subs à longa distância, inclusive… Read more »
Penso o mesmo que vocês meus caros. Mais uma oportunidade perdida. Enquanto ao “tomate/mila” do Nunão, também o considero um sistema um pouco “grande” demais para os nossos meios.
Sds.
O primeiro lançamento do IKARA no Brasil foi executado pela DEFENSORA F41, foi fotografado e filmado no litoral do Espírito Santo, pena que não mais publicaram nada deste evento tão importante na època.