Fernanda Pires

A prefeitura de Santos (SP) estima investimento inicial de R$ 50 milhões nas obras das duas unidades-âncora do futuro parque tecnológico de Santos, que atenderá sobretudo a cadeia de petróleo e gás da Bacia de Santos. São elas um núcleo do Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras e a própria sede do parque tecnológico. Para o entorno dessas duas instalações serão atraídas as empresas fornecedoras da operação de exploração e produção de óleo e gás.

“De modo geral, a gente pode olhar para Macaé (RJ). A lista das empresas que já estão lá na cadeia de petróleo e gás tende a ser a mesma das que serão instaladas na Baixada Santista”, afirmou o secretário de Desenvolvimento e Assuntos Estratégicos de Santos, Márcio Lara, sem discriminar nomes.

Atualmente, estão sendo feitos os planos de marketing e atração de empresas; e de ciência, tecnologia e inovação. Ambos são necessários para que o parque receba o certificado definitivo do governo do Estado. Assim, as empresas ali instaladas poderão gozar de benefícios fiscais desde que sejam inovadoras e de base tecnológica. As contrapartidas do Estado variam da isenção de ICMS à diminuição do imposto, dependendo da vocação do parque.

“Precisamos dos planos concluídos. Com isso, a prefeitura apresenta o projeto da obra física e já é possível celebrar o convênio”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado, Paulo Alexandre Barbosa.

Segundo Lara, a previsão é entregar os planos até o fim deste ano. Somente após a aprovação dos estudos, o governo liberará os recursos para a formação do parque. Entre 2004 e 2010, o Estado diz ter liberado cerca de R$ 50 milhões na realização de obras e estudos para a implantação de parques tecnológicos. Neste ano, estão previstos mais R$ 20 milhões. E outros R$ 30 milhões para o próximo exercício, disse Barbosa.

O parque tecnológico de Santos terá perfil diferenciado e inédito dos demais paulistas. Em razão da falta de espaço na cidade, será formado por um complexo de áreas descentralizadas em três bairros (Valongo, Vila Mathias e Vila Nova). Parte dessas áreas, que somam cerca de 330 mil m2, já existe e é formada pelos laboratórios e centros de pesquisas das universidades da região, assim como pelas instalações das empresas que participam da iniciativa (Petrobras, Usiminas e Codesp, além da Prefeitura e da Associação Comercial). O braço do Cenpes e a sede do parque são as duas primeiras unidades a serem erguidas do zero.

A Hospedaria dos Imigrantes, prédio histórico localizado na Vila Mathias, também integrará o conjunto do parque tecnológico. Será a sede da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Rubens Lara. O início das obras, que custarão R$ 25 milhões, está previsto para o primeiro semestre de 2012. Todas essas áreas ficam na parte insular da cidade. Recentemente, foi aprovada a destinação de uma outra zona, de 3 milhões de m2 para o parque tecnológico na área continental da cidade, separada da ilha pelo canal de navegação do porto.

Além do segmento de energia, o parque será caracterizado para receber atividades de porto, retroporto e logística. “Toda semana recebemos consultas de empresas querendo se instalar em Santos. Temos uma estrutura de acolhimento para que as indústrias atendam, no caso do petróleo e gás, aos editais da Petrobras na produção de bens e serviços. Outro esforço é mobilizar as empresas da região a se aperfeiçoarem para assumir essa oportunidade”, afirma Lara.

FONTE: Valor Econômico

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