Prosub: DCNS fecha acordo com Progen
Francisco Góes
Mais um passo está sendo dado para avançar na nacionalização de equipamentos no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), acertado em 2008 entre o Brasil e a França. A francesa DCNS, que tem contratos com a Marinha do Brasil para construir os submarinos, acertou parceria com a Progen, da área de serviços de engenharia. Pelo acordo, a Progen atuará como elo entre as empresas nacionais e a DCNS. O trabalho inclui a seleção de fornecedores e a preparação e o acompanhamento de contratos com as companhias que vão fornecer produtos para os submarinos.
As empresas nacionais estarão disputando € 200 milhões em contratos de equipamentos para os submarinos do Prosub. Eric Berthelot, diretor-presidente da DCNS do Brasil, disse que não há percentuais de conteúdo nacional definidos para os submarinos, mas sim valores fixados para compra de bens nacionais. Serão € 100 milhões em compras para quatro submarinos convencionais e mais € 100 milhões para um submarino de propulsão nuclear do Prosub.
O Prosub prevê a transferência de tecnologia para quatro submarinos convencionais S-BR do tipo Scorpène e para o casco do submarino de propulsão nuclear. O programa também inclui apoio dos franceses para instalação de uma base naval e de um estaleiro de construção naval em Itaguaí (RJ). O programa, orçado em € 6,7 bilhões, será desenvolvido em prazo de 15 anos a contar de outubro de 2009. O primeiro submarino está previsto para ser entregue em 2017.
Berthelot afirmou que a DCNS visitou 200 empresas brasileiras de diferentes portes e categorias tecnológicas. “Desse total, 100 estão pré-qualificadas para atender produtos a serem utilizados na construção submarina”, disse Berthelot. A lista poderá aumentar a partir do trabalho da Progen. “Vamos ajudar a DCNS em todo o ciclo de compras, desde a identificação dos fornecedores locais até a contratação, incluindo a verificação documental, a análise de leis e o acompanhamento do cumprimento dos prazos contratuais acordados“, acrescentou Eduardo Barella, diretor-presidente da Progen.
Segundo ele, nesse trabalho a empresa vai valer-se de seu conhecimento da cadeia de suprimentos. “Conhecemos a cadeia de fornecedores no Brasil e acreditamos que podemos selecionar número grande de fornecedores”, disse Barella. O contrato entre a DCNS e a Progen é válido por 24 meses, com possibilidade de ser renovado por outro período. A DCNS terá que fechar a entrega de alguns equipamentos com fornecedores a partir de 2013 e 2014 para não atrasar a execução do programa.
Berthelot disse que o trabalho de nacionalização feito no Prosub em parceria com a Progen poderá ser estendido, no futuro, a outras encomendas da Marinha caso a DCNS venha a ganhar novas licitações. A Marinha tem um programa de construção de navios de superfície que totaliza 11 embarcações, incluindo cinco fragatas. Outro programa da Marinha prevê a substituição do porta-aviões São Paulo, que serviu à Marinha francesa e está no Brasil desde 2000, e o desenvolvimento de um novo projeto de navio-aeródromo no país.
O executivo francês não citou nomes de potenciais fornecedores nacionais para o projeto do submarino uma vez que as discussões são resguardas por cláusulas de confidencialidade. Citou, porém, contrato já assinado pela DCNS com a empresa Atech e que se relaciona com o gerenciamento do sistema de armamento dos submarinos. “A ideia é que, além da transferência de tecnologia para a Marinha, seja feita também a transferência para a Atech “, disse Berthelot.
O executivo concordou com avaliação já feita anteriormente pelo coordenador geral do Prosub na Marinha, almirante de esquadra José Alberto Fragelli, segundo a qual a transferência de tecnologia não se recebe, mas se conquista. “A Progen tem um papel importante nessa conquista da transferência de tecnologia”, disse Berthelot. Segundo ele, nesse processo é preciso muito diálogo entre as partes envolvidas sobre as aplicações e os motivos da tecnologia a ser transferida para os submarinos.
Ele informou que no momento a Marinha e a DCNS estão na fase final da escolha do fornecedor brasileiro responsável pelas baterias que vão equipar os submarinos. Essas baterias serão construídas no Brasil, mas a tecnologia pertence a uma empresa estrangeira. O primeiro submarino convencional está previsto para começar a ser construído em 2013. Já o submarino nuclear vai entrar em fase de definição de projeto a partir de julho, segundo Berthelot.
FONTE: Valor Econômico
Ainda não resolveram a novela da bateria p/ os submarinos???
A da bateria que não é usada no “Scórpene” e nem é de fabricante francês, mas sim grego.
Pois a bateria original do Scórpene é americana, só que a DCNS mto malandra, se “esqueceu” disto, ao pretender licenciar sua tecnologia ao Brasil.
Mas aí os americanos falaram: Não!!! E os franceses vieram c/ essa solução, um tanto criativa…
“Parceria estratégica”, uma ova, isso aí tem outro nome: maracurtaia!!!
O chororô de quem sonhou que está por dentro dos meandros do contrato é livre. Que venham logo os Scòrpene.
Ótima notícia!
Parabéns à marinha brasileira e ao povo brasileiro!
Melhor ainda é saber que o “motor” nuclear do submarino nuclear é de tecnologa 100% brasileira, e diga-se de passagem, com algumas soluções consideradas as melhores do mundo, de dar inveja até aos americanos em alguns pontos.
O mundo sonhos continua criando pérolas maravilhosas, SUB nuclear, baterias nacionais e etc… só falt o Walt Disney…
grande abraço