Um mês inteiro sem piratas
A onda de ataques de piratas da Somália foi completamente detida, de acordo com os números deste mês, que vem a ser o primeiro mês completo sem investidas desde 2007. As informações são do jornal britânico The Telegraph.
Com base em dados divulgados pela Agência Marítima Internacional, as últimas tentativas de invasão e fogo contra embarcações foram registradas em 26 de junho, durante ataque a um navio com bandeira da ilha de Malta.
Em termos de números, na primeira metade de 2012 o total de ataques por parte de piratas somalis chegou a 69, uma queda de 32% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além dos ventos secos das monções, que tendem a reduzir os ataques nessa época do ano, a auência de investidas também é atribuída à atuação das forças marítimas internacionais, incluindo a OTAN e a EUNAFAVOR, e as Marinhas da Rússia, China e Índia, que patrulharam intensamente as águas na região do Chifre da África.
Porém, segundo os argumentos dos especialistas em pirataria, os navios de guerra não são a maior ameaça aos saqueadores, mas sim as forças de segurança particulares, que não falharam nenhuma vez em repelir ataques.
“Nós aprendemos muito sobre pirataria e estamos sendo muito mais pró-ativos em desmantelar a atividade dos saqueadores”, declarou o contra-almirante Duncan Potts, comandante operacional da Operação Atlanta – a missão de combateà pirataria da União Européia.
Ainda que as ameaças tenham sido atenuadas, e que os navegantes se sintam mais confiantes após passarem por treinamentos de evasão e reação aos ataques, ainda é muito cedo para comemorar, pois o problema ainda não foi resolvido em seu cerne – é importante ter em mente que a pirataria continua sendo uma das melhores formas de ganhar a vida na Somália.
Conforme explicou o almirante Potts, “todo esse progresso tático e operacional será facilmente perdido se nós não mudarmos de forma irreversível o contexto estratégico – as bases que permitem que a pirataria exista em primeiro lugar”.
Sendo assim, a comunidade marítima internacional não deve baixar a guarda ainda, mas sim procurar formas de proporcionar uma solução compreensiva e contextualizada a esse problema.
FONTE: NavalToday