Rússia testará submarino movido a hidrogênio
Até o final deste ano, a Marinha russa planeja submeter a testes o submarino B-90 Sarov, equipado com um propulsor experimental a hidrogênio.
Uma fonte do ministério da Defesa disse ao jornal Izvéstia que os propulsores a hidrogênio serão instalados nos submarinos do projeto 677 Lada e na sua versão de exportação, o Amur-1500.
“Os trabalhos de construção de uma unidade de propulsão independente do ar atmosférico começaram no ano passado. Propulsores semelhantes já estão instalados em submarinos alemães do tipo U-212 e na sua versão de exportação U-214. A ideia é que o motor elétrico do submarino seja alimentado por elementos combustíveis à base de hidrogênio e não por baterias”, disse um representante da Marinha que participa do projeto.
Submarinos convencionais
Todos os submarinos convencionais, inclusive os do projeto Varchavianka, utilizavam baterias recarregadas por um motor a diesel.
Para recarregá-las, o submarino precisava emergir para ligar o motor, que necessitava de ar atmosférico, tornando-se vulnerável ao inimigo.
O Sarov equipado com um propulsor a hidrogênio terá uma autonomia de imersão comparável à de um submarino nuclear.
“Os submarinos convencionais equipados com motores elétricos são praticamente imperceptíveis, ao contrário dos submarinos nucleares, que com o ruído produzido pelas bombas do sistema de refrigeração do reator tornam-se audíveis. Além disso, os submarinos nucleares são muito difíceis de operar e de fazer reparos”, disse a fonte.
Segundo o contra-almirante aposentado Vladímir Zakhárov, uma unidade de propulsão independente do ar atmosférico é um passo significativo no desenvolvimento da frota russa.
Além de aumentar a autonomia em imersão e tornar os submarinos mais silenciosos, os novos motores proporcionarão melhor capacidade de combate.
“Até o momento, só os alemães conseguiram construir um propulsor a hidrogênio. Seremos os segundos, o que vai nos garantir sucesso comercial”, completa Zakhárov.
FONTE: Gazeta Russa
FOTO: Wikimedia Commons (Submarino Projeto 677 – classe “Lada”)
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Enquanto vários países começam a adotar submarinos propulsionados por células de hidrogênio, eficientes e mais baratos que um submarino nuclear, o Brasil segue novamente na contra mão, adotando um projeto de submarino nuclear, do qual não tem competência para desenvolver, vai consumir dinheiro em enormes quantidades, não vai dar em nada e vai solapar a nossa já sucateada Marinha.
Hummm… …não sei não… Na teoria o hidrogênio é um combustível maravilhoso: na prática, é um demônio engarrafado, que matará e destruirá tudo ao redor se conseguir fugir. Qualquer pessoa que trabalhe em uma indústria que o utiliza no processo produtivo sabe do que estou falando Para começo de conversa, o hidrogênio tem a menor densidade no estado gasoso (ou seja, ocupa um grande volume) e o segundo ponto de ebulição de todas as substâncias conhecidas (ou seja, passa do estado líquido para o gasoso em uma temperatura extremamente baixa), fazendo com que se tenha dificuldades para armazená-lo no estado… Read more »
Excelente comentário, Observador. Mostrou que a tecnologia nova, apesar de promissora, nunca é perfeita. E na prática pode não compensar os ganhos que traz.
Do ponto vista operacional o que é relevante é a autonomia do submarino, ou seja, o tempo de patrulha submerso, e de modo geral pouco importa a capacidade de um submarino nuclear em ficar durante 20 anos sem se reabastecer já que na prática sua autonomia é limitada pela resistência da tripulação e pela quantidade de víveres, munição, etc, o que em geral não passa de 100 dias, precisando de pelo menos outro tanto para novamente poder ir ao mar. Ou seja, quando um submarino AIP puder ficar mergulhado durante 30, 60 ou 90 dias, do ponto de vista operacional… Read more »
A ‘long time ago’, quando a internet era coisa para acadêmico americano e nós tinhamos que procurar bibliotecas e livrarias, encontrei um livro sobre submarinos que tinha um capítulo sobre subs alemães com um sistema de propulsão revolucionário movido a peróxido de hidrogênio (H2O2) criado por um cientista chamado Walter.
Quase duas décadas depois encontro no NAVAL uma excelente matéria sobre este sistema de autoria de Alexandre Galante.
Vale a pena dar uma ‘olhadinha’:
http://www.naval.com.br/blog/2009/08/19/os-u-boats-walter/#axzz2BNCzzOLE
Sds,
Ivan, o antigo.
Observador,
Mas as células de combustível alimentadas por hidrogênio já estão sendo aplicadas à propulsão AIP de submarinos há tempos.
Pelo jeito já acharam a solução para os problemas citados por você.
Ninguém duvida que o maior problema dos submarinos AIPs movidos a hidrogênio é o reabastecimento já que a lida com esse elemento não é das mais fáceis, como você bem colocou.
joseboscojr disse: 5 de novembro de 2012 às 15:43 Caro Bosco, Não sei muito sobre os sistemas AIP (para falar a verdade, não sei nada), mas será que o uso do hidrogênio não é algo secundário no sistema, ao contrário do sistema russo? E será que os problemas foram mesmo contornados ou apenas se aprendeu a conviver com o risco? A única forma que imagino segura de lidar com este combustível é manter toda a operação automatizada em uma seção selada do submarino, sem nenhum acesso da tripulação. Falar é fácil. Difícil é fazer algo assim. Só para se ter… Read more »
O submarino tipo 21 (XXI) alemão, do final da segunda guerra mundial também utlizava hidrogênio?
Se for esta tecnologia não é tão nova assim. E o hidrogenio? É possível retirá-lo da própria água do mar por algum sistema de separação?.
Um submarino nuclear pode ficar submerso tanto tempo que sua tripulação possa resistir (desconsiderando o fator alimentação). O a hidrogênio tem esta mesma capacidade?
Quem souber, por favor, informe.
Xiii… É “HINDENBURG” não “hindeRburg”. Aos moderadores, se puderem corrigir meu comnetário anterior, eu agradeço. joseboscojr disse: 5 de novembro de 2012 às 15:43 Caro Bosco, Não sei muito sobre os sistemas AIP (para falar a verdade, não sei nada), mas será que o uso do hidrogênio não é algo secundário no sistema, ao contrário do sistema russo? E será que os problemas foram mesmo contornados ou apenas se aprendeu a conviver com o risco? A única forma que imagino segura de lidar com este combustível é manter toda a operação automatizada em uma seção selada do submarino, sem nenhum… Read more »
Pergunta não era esse submarino que se utilizava de um pequeno reator nuclear que não podia mover o submarino mas servia pra alimentar as baterias elétricas do submarino substituindo o diesel.
Universal disse:
5 de novembro de 2012 às 17:33
Tem sim. Através da hidrólise. Mas, sem querer ser chato, não elimina os problemas e riscos que citei.
Alé disto, a molécula da água é tão estável que você vai gastar mais energia no processo do que o que obterá dele.
Nada como o bom e velho reator nuclear…
Aos moderadores: favor eliminar meu comentário das 17:29, pois redundante.
Prometo revisar meus textos antes de postá-los, tá?
Universal…
o Type XXI tinha propulsão convencional diferenciando-se de tipos mais antigos pela sua otimização para maior velocidade quando submerso, devido a uma maior potencia eletrica e pela forma do casco.
Deveria ser uma solução “tampão” enquanto desenvolvia-se os tipo
“Walther” que o Ivan citou, mas estes pela dificuldade encontrada, não
foram além de prototipos e o Type XXI apesar de revolucionário em
muitos sentidos chegou tarde demais.
abs
Senhores
Só para esclarecer alguns pontos levantados:
Pelo que consta a 3 tecnologias AIP sendo a que usa células de combustível é alemã.
Existem detetores de hidrogênio.
O problema do hidrogênio já existe nos submarinos que tem baterias pois estas liberam hidrogênio na reação de seu eletrólito. Ou seja é um problema já presente nos submarinos convencionais diesel elétricos e até nos nucs. E já existem, portanto, procedimentos para lidar com o problema.
Sds
Control disse:
5 de novembro de 2012 às 19:02
Sim, eu sei sobre os U-212 e U-214, que tem este tipo de propulsão.
Sobre o uso do hidrogênio, ele é bastante disseminado, mesmo na vida civil. Porém, não como combustível.
Por melhores que sejam os sistemas, não mudo o que disse: é um combustível extremamente perigoso, ainda mais num ambiente confinado comoum submarino.
Resta ver se realmente resolveram todos os problemas ou, como disse, apenas aprenderam a conviver com eles.
Observador, Num sistema AIP o hidrogênio e o oxigênio são “reagentes” e não propriamente combustível e comburente já que não há o processo de combustão e sim a reação dos dois elementos que transformam a reação química entre o redutor e o oxidante diretamente em energia elétrica, sem a intermediação de energia térmica ou mecânica. Não sei se esse fato ajuda na manipulação do hidrogênio, que é o que é armazenado, já que o oxigênio é produzido a bordo. Como você sabe há motores de combustão interna que usam o hidrogênio como combustível, mas não é esse o caso das… Read more »
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