Vikrant versus Enterprise
Em dezembro de 1971, durante o conflito entre o Paquistão e a Índia, o porta aviões americano USS Enterprise foi deslocado para o Mar Indico para monitorar o conflito e o bloqueio indiano contra o Paquistão Oriental (atual Bangladesh). Os indianos ficaram sabendo e criaram planos de contingência para atacar o Grupo Tarefa americano com seu porta aviões INS Vikrant, irmão no A-11 Minas Gerais.
Na época, o Vikrant estava equipado com caças Hawker Sea Hawk, um caça a jato de primeira geração. Os planos não foram postos em prática pois o GT americano foi para o Vietnã, mas os indianos iriam enfrentar os americanos equipados com caças F-4 Phantom, A-7 Corsair II e A-6 Intruder. Seria algo como enviar o A-12 São Paulo, com seus caças AF-1, para enfrentar um porta-aviões americano atual, equipado com os Super Hornet.
Para o pessoal do “aviaozinhum” a composição da Ala Aerea 14 CVW-14 , embarcada no USS Enterprise na época:
VF-143 F-4J Phanton II
VF-142 F-4J Phanton II
VA-97 A-7E Corsair
VA-27 A-7E Corsair
VA-196 A-6A/B/KA-6D Intruder
RVAH-5 RA-5C Vigilant
VAQ-130 DET.4 EKA-3B Skywarrior
VAW-113 E-2B Hawkeye
HC-1 DET.4 SH-3G Sea King (utilitários/plane guard)
O USS Enterprise na época era classificado como CVAN o “A” significando ataque. Quatro anos mais tarde ele e os demais NAes da US Navy foram reclassificados como CVs/CVNs refletindo uma designação multiproposito adotando helicopteros antisubmarinos SH-3D e aeronaves de asa fixa S-3A Vikings igualmente antisubmarinos.
O Vikrant não ia dar nem pra saída……
O Enterprise iria fazer picadinho do Vikrant……
Prezado G-Loc, Caso a Índia realmente pensasse em um confronto, a estratégia mais eficaz seria enviar seus SSK para prováveis posições onde o GT capitaneado pelo Enterprise iria percorrer, realizar a “emboscada” atacando com torpedos. Seria mais eficiente que a utilização do Vikrant. O envio do NAe seria exclusivamente para demonstração de bandeira e como forma de dissuasão. Mostrar que a Índia estava disposta a defender seus interesses. A dissuasão, neste caso, seria uma tentativa da Índia de mostrar aos EUA que eles seriam confrontados e o custo da empreitada americana poderia ser elevado. Essas são as estratégias utilizadas por… Read more »
Caro LM… no meu modo de ver, a India tinha apenas 4 submarinos de origem russa, que não eram dos mais avançados e haviam sido adquiridos recentemente então não havia muita experiencia ainda no uso deles e por razoes obvias, nem todos os 4 estariam disponiveis. A maior preocupação para o USS Enterprise na minha opinião eram os submarinos sovieticos que se fizeram notar inclusive emergindo proximo ao Big E. Como em outras ocasiões, as duas super potencias, sabiam que tinham que ceder para evitar algo pior que poderia terminar em um conflito atomico e assim o USS Enterprise retornou… Read more »
Daltonl,
Você foi perfeito na descrição histórica.
Mas eu não podia perder a piada…
São os Japoneses que são os Kamikazes ou os indianos??? Rsrsrsrsrs
ST.
Corsário… os indianos foram corajosos, mas eles não foram estupidos. Eles tinham um acordo com a União Sovietica que garantiria apoio no caso da India ser atacada e os sovieticos movimentaram suas forças com tal rapidez que quando o USS Enterprise chegou já era tarde. Também nesta época os EUA e a China tinham engatado um romance, Nixon foi o primeiro Presidente americano a visitar a China e achava que os chineses pressionariam a India…o que ficou mais na vontade. Os EUA e a União Sovietica disputaram a simpatia do Paquistão e os EUA venceram, mas sempre me pareceu que… Read more »
Senhores, Nenhum indiano acreditava que o Vikrant tivesse a menor chance contra o rival americano. O porta-aviões indiano era apenas um peão neste jogo de xadrez entre potências. Como no xadrez, o peão pode ser usado para bloquear o movimento de uma peça adversária importante. Se o adversário eliminar o peão, outras peças suas podem ser atacadas, em outros pontos do tabuleiro. Porém, se o confronto começasse em outro lugar, como o Vikrant e sua ala aérea poderiam representar um perigo para a navegação, ele se tornaria um alvo prioritário para o USS Enterprise e não duraria vinte minutos depois… Read more »
Acho que se fosse dada a ordem de atacar o Big E, o Vikrant iria, mesmo sabendo que as chances de voltarem seríam mínimas. E isso me faz lembrar, que na “Guerra da Lagosta” a MB foi…mesmo sabendo que o Foch e seus F-8 estavam navegando na costa da África…
Observador,
O jogo jogado é xadrez.
Mas as vezes pode ser pôquer.
Quem está blefando?
Quem paga p’ra ver?
Joguinho perigoso este!
Principalmente com cartas nucleares na manga.
Sds.,
Ivan, um péssimo jogador.
Dalton,
Concordo.
Seria até engraçado ver o Big E “correndo” do Vikrant.
Mas seria a coisa mais sensata para a US Navy fazer naquele momento, deixar a Índia cuidar de sua guerra e não arrumar mais “sarna p’ra se coçar”.
Mas assim como o mundo gira e até as pedras se movem, estamos vendo hoje uma incrível dança das cadeiras. Aliados dos anos 40, inimgos nos 70, hoje voltam a se cortejar.
E segue o baile.
Sds.,
Ivan.
Caro Giordani,
O amigo Poggio, no post dos 50 anos da Guerra da Lagosta, já falou que era o Clemenceau e não o Foch que estava na costa ocidental africana, ou seja do outro lado do Atlântico. Despachou o Tartus para cá e retornou para a Europa.
Abraços
“Tartu” e não “Tartus”.
Prezado Daltonl, Sua conjectura está perfeita. Minha colocação foi no sentido da Índia utilizar o seu NAe para atacar o GT capitaneado pelo Enterprise. Certamente isso não ocorreria. O envio seria, apenas, para mostrar aos EUA que eles estavam dispostos a defender seus interesses. Caso a Índia realmente tivesse pretensões de um conflito, o meio mais útil e temido pela US Navy seriam os submarinos com propulsão diesel-elétrica. Mesmo que para isso usassem tripulação mista, formada por indianos e soviéticos. Essa estratégia de uso de submarinos foi adotada na guerra das Malvinas pela marinha argentina após o afundamento do Belgrano… Read more »