Marinha dos EUA anuncia um leitor de ebooks que funciona debaixo d’água

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Por Carlos Cardoso

The Hunt for Red October

Durante a 1ª Guerra Mundial submarinos eram uma armadilha mortal. Já na 2ª Guerra eles eram apenas extremamente perigosos e desconfortáveis. Mesmo na Guerra Fria, onde submarinos nucleares com energia de sobra resolveram os problemas de extremo racionamento de água, ventilação insuficiente e umidade, esses barcos ainda não eram realmente confortáveis. A limitação de espaço fazia com que boa parte da tripulação tivesse que dividir beliches. Quando um turno estava dormindo outro estava comendo ou se distraindo, e outro trabalhando.

No caso dos grandes submarinos lançadores de mísseis balísticos, a situação era mais tranquila. Nos Tufões russos os marinheiros chegavam a ter academia, sauna e, inacreditavelmente, uma piscina. Sério, veja:

Em alvos (como os submarinistas chamam navios) os marinheiros têm acesso a internet, locadoras de vídeo, canais de TV a bordo e outros confortos. Já em submarinos, onde a segurança operacional e o sigilo são essenciais, você não pode ter computadores, celulares, nem mesmo iPads. iPods antigos, tudo bem. Videogames, ok, mas não espere multiplayer.

Durante a 2ª Guerra, o encouraçado U.S.S. North Carolina tinha uma biblioteca de 1.250 volumes:

20140509ships-library-before-strip-ship

Isso é absolutamente inviável em um submarino. São proibidos leitores de e-books, pois todos têm alguma forma de conectividade, e a última coisa que você quer, quando está a 100 m da costa espionando uma base russa, é um marinheiro tentando pegar um sinal de Wi-Fi e com isso anunciando aos russos que o submarino está ali.

Mesmo assim o leitor de e-books é algo bom demais para ser ignorado. Essa biblioteca inteira da foto acima cabe tranquilamente em um Kindle, e você pode ter vários deles. Não mais marinheiros terão que esperar sua vez de ler um livro. Por isso a Marinha dos EUA contratou a Findaway World para desenvolver um leitor de e-books especialmente para a força de submarinos.

O produto final, batizado com o infeliz nome de NERD — Navy e-Reader Device, não tem nenhuma conectividade. Não tem cartão de memória, e a carga de bateria provavelmente é via conector não-USB. Ele virá com 300 livros pré-gravados, e não será possível remover ou adicionar conteúdo.

nerd

O NERD será distribuído gratuitamente para submarinistas, mas conhecendo os esquemas de financiamento da Área 51 provavelmente custará uns US$ 8 mil a unidade, pros cofres públicos.

Para os submarinos, é excelente. A tripulação tem mais com o que se distrair, o espaço da biblioteca antiga pode ser aproveitado para outras coisas e acaba o incentivo para marinheiros contrabandearem iPads e Kindles. Menos chance de o inimigo captar 45 leitores de e-books desesperados tentando achar sinal 3G na costa do Irã.

Vai rolar acordo com Amazon, Barnes & Noble e outras grandes editoras digitais. Não duvido que os livros sejam doados. É legal, pega bem paparicar os rapazes de uniforme (e moças, agora. E rapazes-moças. Don’t Ask Don’t Tell caiu, mas divago).

Fora que isso cria hábito de leitura e torna atraente a idéia de um leitor de e-books “de verdade”.

FONTE: Meiobit

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João Filho
daltonl

Forrestal Class na verdade. “Super Sara” apelido que o
“Sara” ganhou em 1982 foi o segundo da classe.

Marcelo

que dureza, não podem escolher o que ler…