Futuros tripulantes indianos de Scorpene treinam em equipamentos fabricados na Índia
Sessões de treinamento da DCNS, referentes ao console dos sistemas de gerenciamento da plataforma e de manobras do submarino, foram completadas com sucesso na Índia. A nacionalização dos equipamentos permitiu que as sessões fossem realizadas nas instalações do fabricante indiano HBL
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Em nota divulgada na quarta-feira, 27 de agosto, a empresa naval francesa DCNS informou que foram completadas as sessões de treinamento operacional e de nível intermediário, referentes ao console dos sistemas de gerenciamento da plataforma e de manobras do submarino Scorpene, por futuros tripulantes indianos.
O treinamento com os militares da Marinha Indiana que deverão tripular os dois primeiros submarinos da classe na Índia, além de pessoal da MDL (Mazagon Dock Limited, que constrói o Scorpene no país com transferência de tecnologia da DCNS), foram realizados ao longo de cinco semanas nas instalações da HBL, em Hyderabad, e terminaram em 8 de agosto. A HBL Power Systems é uma empresa com presença em várias cidades indianas, que tem foco em produtos de engenharia e serviços, com destaque para baterias, motores elétricos e equipamentos eletrônicos.
Esses treinamentos estavam inicialmente programados para realização na França, mas após a produção local bem-sucedida, a DCNS e a MDL, juntamente com a Marinha Indiana, decidiram dar um passo à frente e realizá-los na Índia.
Sobre os equipamentos em que foram treinados os tripulantes, um é o sistema de gerenciamento da plataforma (PMS – Platform Management System), que permite controlar e monitorar as principais instalações do submarino, como propulsão, eletricidade, segurança, sistemas auxiliares e de estabilidade. Outro é o sistema de manobra, que controla o movimento do submarino por meio dos hidroplanos e leme, assim como os sistemas embarcados de propulsão, regulagem e ajuste. Isso é feito utilizando-se uma interface com o PMS. Esses equipamentos, segundo a DCNS, são críticos e demandam um alto nível de treinamento para que sejam operados a bordo sem falhas.
O treinamento compreendeu atividades de operação e resolução de falhas (manutenção a bordo) e simulação de situações reais, e seu progresso foi continuamente acompanhados e revisado por altos oficiais navais indianos. A respeito dos treinamentos, a HBL destacou que há orgulho no fato de que agora são realizados na Índia, em equipamentos fabricados pela empresa. Isso faz parte de um programa bem-sucedido de nacionalização dentro do P75 (denominação do programa do Scorpene indiano) implementado pela DCNS na HBL, com transferência de produção, treinamento do tipo “on job”, assistência técnica e transferência de direitos.
A MDL – Mazagon Dock Limited está construindo seis submarinos convencionais (diesel-elétricos) Scorpene com transferência de tecnologia da DCNS, havendo três contratos assinados para produção / encomenda e para entrega de equipamentos selecionados, os chamados “itens MPM (Mazagon dock Procured Material) a serem instalados nos submarinos. A DCNS India, que é uma subsidiária da DCNS, tem parcerias estratégicas com três empresas indianas para a nacionalização dos itens MPM, a já citada HBL para itens eletrônicos, além da SEC para itens mecânicos e a Flash Forge Private Limited para itens metálicos forjados. A nacionalização é focada nos submarinos números 3 a 6 da encomenda indiana.
FONTE / FOTOS (em caráter meramente ilustrativo): DCNS – tradução e edição do Poder Naval a partir de original em inglês
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Vale lembrar que o “Riachuelo” será lançado no segundo semestre do ano que vem e sera incorporado em meados de 2017.
Por falar em S-BR, os primeiros 30 torpedos pesados F21 devem ser entregues a partir de 2015.
Espero com ansiedade a nova revista Forças de Defesa para ler a reportagem sobre os 100 anos da ForSub ou ForS, como gostam os mais antigos.
Caro Luiz Monteiro,
Falando em torpedos, a matéria especial de mais de 50 páginas sobre os 100 anos da ForSub tem uma parte dedicada a essa arma nos submarinos da MB.
Obrigado, Nunao!