Mar del Plata recebe navio oceanográfico alemão comprado pelo governo Kirchner

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RV Sonne

Conforme o Poder Naval adiantou aos internautas no último dia 14 de janeiro, atracou anteontem, sábado (31.01), na base naval de Mar Del Plata, o navio oceanográfico alemão “RV Sonne”, comprado em dezembro passado pelo Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (CONICET) do Ministério da Ciência e Tecnologia argentino, à empresa germânica RF Forchungsschiffahrt GmbH.

O governo Cristina Kirchner ainda não deixou claro se a embarcação, de quase 5.000 toneladas, será operada pela Marinha ou pela Prefeitura Naval Argentina (Guarda Costeira local). Em maio de 2014, quando se encontrava ancorado em Cape Town, na África do Sul, o navio foi vistoriado por oficiais da Prefeitura e por técnicos do CONICET, mas diante das atuais dificuldades financeiras do órgão científico, o mais provável é que ele receba uma tripulação da Armada Argentina.

É certo, contudo, que o “Sonne” – que em breve será rebatizado pelos argentinos – passará por uma revisão geral, antes de ser incumbido de alguma travessia.

O navio vai integrar a mobilização de meios decretada, ano passado, pela presidenta Cristina, com o objetivo de que a Argentina realize um amplo levantamento dos recursos geológicos e biológicos das áreas marítimas a oeste e a sudoeste do arquipélago das Malvinas – iniciativa vista com desconfiança pelo governo da Grã-Bretanha, que exerce o controle sobre as Malvinas, as Ilhas Georgias do Sul e Sandwich.

Desafogo – O “Sonne” ajudará a desafogar a carga de trabalho existente hoje no navio oceanográfico “Puerto Deseado”, unidade da Marinha que tem a metade do tamanho do navio alemão, e transporta apenas 20 cientistas em cada travessia. A embarcação recém-chegada a Mar del Plata pode embarcar o dobro de cientistas.

Segundo informações obtidas pelo Poder Naval, quando o “Puerto Deseado” parte em missão dedicada a levantamentos geológicos, as eventuais pesquisas de biologia marinha ficam prejudicadas, em função da falta de espaço nos laboratórios de bordo.

O governo argentino deseja obter dados confiáveis acerca da presença de jazidas minerais submarinas defronte ao litoral patagônico, como as de cobalto, manganês e outras.

O momento político-administrativo do CONICET, porém, não é bom. O Conselho está com os salários de seus especialistas atrasados, e tem enormes dificuldades para adquirir equipamentos modernos. Na semana que passou, um de seus técnicos deixou vazar pela internet que, recentemente, uma equipe do Conselho aventurou-se numa travessia marítima a bordo de uma antiga embarcação pesqueira construída em 1925… E transportando uma aparelhagem eletrônica de pesquisas avaliada em 300 mil dólares…

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