Menos ativa que na Guerra Fria, Esquadra russa vive agora de propaganda

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Roberto Lopes

Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa

Enquanto a China estende ao Sri Lanka, às Ilhas Seychelles e à República da Namíbia, os acordos que lhe permitirão estabelecer bases de apoio à sua frota de guerra oceânica, os russos estão fazendo o caminho oposto.

Dados colhidos por analistas americanos do poderio militar de Moscou indicam que a atual força de submarinos nucleares da Rússia em condições de operar é pequena e tem baixa disponibilidade.

Suas tripulações estão constantemente empenhadas em treinamentos e exercícios com os navios amarrados ao cais, e só algumas vezes ao ano vão para águas azuis, a fim de comprovar o nível de adestramento.

O governo do presidente Vladimir Putin está construindo novos submarinos nucleares, mas a um ritmo lento, ditado pela má situação dos seus estaleiros (que demandam várias modernizações) e por verbas limitadas – uma decorrência da economia afetada pela queda do preço do barril do petróleo, e do desvio de recursos para a aquisição de suprimentos que, em consequência de sanções impostas pelo Ocidente, já não chegam ao território russo nas quantidades de antes.

Lançamentos – O quadro de deficiências da força de submarinos – conhecida por ser, tradicionalmente, o braço de maior alcance de Moscou – coincide, perfeitamente, com o estado geral da Marinha.

Na última década, quase todos os lançamentos de unidades de superfície corresponderam a barcos de menos de 2.000 toneladas: corvetas mais adequadas à patrulha costeira e navios ligeiros porta-mísseis, também indicados para a proteção de águas jurisdicionais.

Não por outro motivo os russos encomendaram dois porta-helicópteros – o “Vladivostok” e o “Sebastopol” – à indústria naval francesa. Como é sabido, as duas embarcações estão em fase final de prontificação mas sem data para serem entregues, devido à política inflexível de Putin em apoio aos separatistas ucranianos.

Em 2012, a Rússia anunciou que os seus subs nucleares dotados de mísseis balísticos (SSBN, na sigla em inglês) retomariam, aquele ano, as chamadas “patrulhas de combate” de longa duração. Mas a verdade é que isso não aconteceu.

Antes de 2012 foram registradas só umas dez dessas patrulhas ao ano, cada uma demorando, em média, três meses (ou um pouco menos) – e a maioria não se afastou muito do litoral russo. De acordo com dados recolhidos por satélites, aeronaves e embarcações a serviço da Organização do Tratado do Atlântico Norte e de potências amigas da Aliança Atlântica, alguns desses patrulhamentos sequer foram cumpridos por submarinos nucleares porta-mísseis.

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O cruzador “Moskva” visitou o Caribe na metade final de 2013

 

Propaganda – Desde o fim da Guerra Fria, em 1991, a Marinha da Rússia não apenas encolheu, ela também se tornou bem menos ativa.

Seu maior reforço não veio dos estaleiros, mas dos teclados dos computadores da mídia fortemente controlada pelo Putinismo: a agência de notícias Ria Novosti, o diário “Kommersant” e outras ferramentas de difusão como a “Voz da Rússia” e a “Gazeta Russa”.

Esses órgãos são usados para difundir a ideia de que a a marujada de Moscou – seus canhões e mísseis – continua presente e vigilante pelos quatro cantos do mundo.

Foi assim, por exemplo, em novembro de 2013, quando uma flotilha da força de superfície russa, capitaneada pelo cruzador “Moskva”, apareceu na Nicarágua para comemorar os 33 anos da Força Naval local. Os navios entraram no Caribe pelo Canal do Panamá, visitaram Cuba antes de chegar ao litoral nicaraguense, e seguiram para a Venezuela depois disso.

Um tour com direito a declarações atrevidas (mais tarde desmentidas) do subchefe da Frota do Mar Negro, almirante Vladimir Ruban sobre a capacidade da sua Marinha de cooperar militarmente com a Nicarágua, e generosa cobertura da imprensa moscovita.

Substituição – Na Arma Submarina, as dificuldades financeiras e operacionais da Marinha da Rússia são denunciadas pelo emprego crescente dos submarinos de ataque diesel-elétricos, em substituição aos barcos de propulsão nuclear lançadores de mísseis.

Mesmo assim, a maior parte das travessias dos submersíveis correspondeu a comissões de adestramento que duraram apenas alguns dias – ou mesmo, só algumas horas.

É preciso lembrar que a capacidade de uma frota militar é medida pelo seu estado de prontidão para o atendimento às “patrulhas de combate”, e dos “desdobramentos” em proveito dos interesses estratégicos da Força.

Apenas como comparativo: na Marinha dos Estados Unidos, a maioria das travessias atribuídas aos submarinos nucleares duraram entre dois e seis meses. Na última década, as embarcações com propulsão nuclear americanas realizaram dez vezes mais patrulhas que os submarinos russos.

No papel, a Marinha do presidente Putin tem – incluindo as unidades de apoio e as de assalto anfíbio – 270 navios de combate. Mas a verdade é que só 15% desse conjunto impressionante correspondem a navios de superfície pesados e a submarinos. E só a metade, aproximadamente, está pronta a responder a um acionamento de emergência, e suspender. O resto da Esquadra é constituído por barcos muito antigos e mal mantenidos.

Já a US Navy possui 290 navios, com um índice de disponibilidade – garantem os analistas – da ordem de 85%; cerca de 45 embarcações estão, permanentemente, sendo reparadas ou submetidas a modernização.

Deficiências – Atualmente, a Rússia só tem 14 SSBN em serviço, e nem todos têm a carga de mísseis que deveriam transportar. Alguns estão com tripulações incompletas; outros exibem sistemas que requerem manutenção.

Doze deles são do tipo Delta IV, que raramente cumprem missões importantes – na verdade, apenas aguardam a data de sua aposentadoria.

Akula
A classe Akula é comparável aos barcos americanos tipo Los Angeles

 

Entre os 15 barcos nucleares de ataque tipo Akula, de 7.000 toneladas – construídos no fim da década de 1980 e comparáveis à classe americana Los Angeles –, a situação não é muito melhor.

Somente nove estão em serviço (um outro foi alugado para a Índia). O resto foi colocado na frota de “reserva” por falta de recursos e de material humano para tripulá-los.

Em nossos dias, os americanos mantém na ativa 11 dos novos subs de ataque tipo Virginia, de 7.700 toneladas; há mais dois se preparando para entrar em operação, e outros 17 têm sua construção já programada.

A base da Arma Submarina americana é, no entanto, o navio de ataque classe Los Angeles, de 6.100 toneladas. Sessenta e dois deles foram entregues, e desses 40 continuam em serviço – tornando-se, provavelmente, a mais numerosa classe de submarinos nucleares jamais posta em atividade.

Na Marinha russa, o auge das “patrulhas de combate” aconteceu em 1984, quando foram cumpridas 230 dessas missões.

Então, no final dos anos de 1990, esse número caiu vertiginosamente até 2002, época em que nenhuma “patrulha” de longo alcance foi realizada. Nos últimos anos os russos têm se esforçado por restabelecer a rotina das suas navegações mais demoradas, mas o orçamento da Marinha não é alto o suficiente para permitir a rápida reconstrução de uma força de submarinos com a importância daquela que pontificou na época da Guerra Fria.

Borei – Mesmo assim, grande parte das verbas destinadas à Marinha tem sido alocada à produção de submarinos com propulsão nuclear.

Seis Akulas foram concluídos desde a primeira metade da década de 2000. E os russos ainda deram início ao programa de construção das novas estrelas da companhia: os SSBN classe Borei.

As duas primeiras embarcações desse tipo custaram, cada uma, 1 bilhão de dólares, mas ainda estão fora das patrulhas por falta de dinheiro e dos problemas técnicos com seu novo míssil balístico (aprovado para a aquisição pela Marinha em 2014).

A questão dos recursos é crucial, e ameaça mesmo estrangular a incorporação dos Borei à rotina operacional.

Os almirantes russos já sabem que, devido às restrições orçamentárias, até o fim de 2015 ou 2016 (ou, até mesmo, mais para frente), não haverá mísseis balísticos em quantidade suficiente para preencher todos os silos dessa noca categoria de submarinos.

Não obstante isso, neste momento, a prioridade conferida aos submarinos nucleares está mantida, e concentrada na produção de seis novos Boreis.

Eles são considerados essenciais porque carregam SLBMs (mísseis balísticos lançados de submarinos, na sigla em inglês) que fornecem um componente crítico (decisivo) da força de dissuasão nuclear russa.

Os analistas americanos, porém, advertem: caso Moscou não equacione sua crise econômica, e o dinheiro para a indústria naval militar no país não volte a irrigar de forma prodigiosa as atividades dos estaleiros, em 2035 a Rússia terá apenas uma dúzia de submarinos nucleares portadores de mísseis balísticos e uma dúzia de submersíveis nucleares de ataque com armamento convencional.

Além dos textos elogiosos da mídia russa, é claro.

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Fábio Mayer

A Rússia sofre com as sanções européias decorrentes da aventura na Ucrânia, e é demasiado dependente do preço do petróleo. Em outras palavras: está quebrada, até porque Putin, na mesma linha populista-irresponsável de vários de seus pares terceiro-mundistas, também torrou o dinheiro que o país não tinha em Olimpíada e Copa do Mundo.

X.O.

Papai do Céu nos livre de semelhante horizonte tempestuoso…

abdiel

Nunca subestimem o urso…

Emerson M. Sobreiro

Desculpe, mas achei a matéria tendenciosa.
Queria eu que a marinha do Brasil tivesse ao menos 10% da capacidade da marinha russa. Claro que são menores que a americana, mas muito maior do que de qualquer outro país. E problemas financeiros todas as marinhas tem para manter sua frota até mesmo a americana que também está cortando seus custos.

Douglas

Nunca superestimem o ursinho.

Douglas

“Desculpe, mas achei a matéria tendenciosa.”

Tendenciosa porque? Só foram apresentados dados de disponibilidade da frota russa. No que isso pode ser tendencioso?

Felipe

Douglas A matéria só mostra fatos irrefutáveis é verdade, mas a parte tendenciosa é que ela dá a entender que a Rússia está acabada e deixou de ser uma ameaça. “em 2035 a Rússia terá apenas uma dúzia de submarinos nucleares portadores de mísseis balísticos e uma dúzia de submersíveis nucleares de ataque com armamento convencional” Retire os EUA da jogada e coloque o resto das Américas inteiro, sul, central e norte, apenas contra esta força, quem você acha que sairia vencedor? O urso pode ser apenas uma sombra do que já foi e não se comparar aos EUA, mas… Read more »

Dalton

Não é tendenciosa e mostra a realidade muito bem e faltou um comentário sobre o NAe Kuznetsov cuja modernização de meia vida os russos vem sucessivamente postergando e um DDG de 45 anos classe Kashin que vem sendo mantido justamente porque os 3 DDGs classe 956 raramente saem para o mar devido à um sistema propulsor problemático. Algumas coisas necessitam uma pequena correção, mas, nada muito sério, como por exemplo: “Doze deles são do tipo Delta IV, ” Na verdade meia dúzia são Deltas IV, os 3 Deltas III estão sendo substituídos pelos 3 primeiros Boreis.e como o único Typhoon… Read more »

Marcos F.

Parece que muitos custam a acreditar no que acontece com a Marinha russa devido a uma super valorização da Rússia em certas bandas. Basta ver a idade dos navios de lá que já se pode imaginar a situação.
E agora com o comentário do Mestre Dalton (se me permitir assim chamá-lo) não há como desacreditar na matéria, afinal, melhor fonte que ele não há 😀 .

Bispo

passo muitoooo longe de ser um …Russófilo…porem… – dando uma “goolgada”… essa matéria peca em muitos aspectos.. – Submarinos – Projeto 885 “Ash” – ja começaram o quinto de um total de 08… e quem se interessa por submarinos sabe muito bem que o “Ash” não é “mais” um submarino. – Projeto Estratégico 955 “Borey” já são 03 de um total de 08….01 so com 100 cabeças de guerra nucleares ja traz o inferno a terra. – Projeto 949A “Antey” da era da U.R.S.S na ativa. – Project 945A “Barracuda” aqueles feito de titanium. – Projeto de 636,3 diesel-elétrico o… Read more »

Dalton

Obrigado Marcos…mas, há informações fidedignas mesmo de fontes russas, basta evitar ou filtrar os exageros costumeiros de algumas fontes.

Há verdadeiras pérolas do tipo…3 NAes até o fim da década ou desembarque na lua antes de 2020, enfim, a lista é grande, basta rever “notícias” da década passada.

Claro que a Rússia acima de tudo é uma potência continental, mas, mesmo assim há exageros quanto ao
exército russo que em grande parte é formado de conscritos que servem por um ano.

abraços

Dalton

Bispo… Há apenas 2 945A conhecidos como Sierra II e os 2 Sierras I igualmente de casco de titânio estão agora sendo modernizados justamente porque há apenas dois tipos de submarinos nucleares em construção e muito atrasados na entrega. Os Boreis que são inúteis no dia a dia assim como são os Ohios da US Navy e os 885 Yasen que acabarão substituindo muitos dos submarinos hoje em serviço que estão envelhecendo rapidamente. Não estou dizendo que os russos são indefesos, mas, tirando o armamento nuclear não sobra tanto assim, não para quem um dia espalhou navios e submarinos pelos… Read more »

FN

E os SSN da classe Yansen?

Dalton

FN…

os Yasen são os 885, citados pelo Bispo e por mim e que na verdade são uma mistura de SSN e SSGN.

O primeiro recentemente incorporado levou 20 anos do início até a incorporação e claro, foi recebendo melhorias ao longo da construção, mas, se apenas 8 forem construídos, eles são caríssimos até para os padrões russos, um número maior de SSNs e SSGNs irão dar baixa, assim não há como substituir um por um, encolhendo ainda mais a força de submarinos.

Vitor

Achei tendenciosa, além de mostrar os fatos esta de certa forma “ridicularizando” os meios da marinha Russa. Não é qualquer marinha que tem competência para criar, construir e qualificar subs nucleares e diesel e qualquer tipo de navio de superfície sem exceção (se estiver errado me corrija). Existe noticia que estão construindo um contratorpedeiro para substituir (ou somar) o Petr Veliki, sendo um navio universal capaz de executar missões de ataque, de guerra antissubmarina, antiaérea e antimíssil e de apoio de fogo às tropas terrestres , Pantsir e S-500 naval, enfim… o Brasil esta um pouco longe de ter esse… Read more »

Dalton

Vitor… não se deve comparar a Marinha Russa com a Marinha Brasileira até porque as necessidades são muito diferentes. O que deve ser levado em conta são os exageros que a mídia russa cria para depois se ver ridicularizada, basta ver as notícias publicadas ao longo da década passada, ou seja, são os próprios russos que ridicularizam-se. Normalmente as notícias sobre o futuro da US Navy por exemplo, são normalmente as piores possíveis então quando algo dá certo, ou, não foi tão ruim quanto o anunciado não fica tão feio. Claro que eventualmente novos “grandes” navios serão adquiridos, no momento,… Read more »

Bispo

Vitor…

O Brasil esta muito longe..

Reator nuclear de um submarino russo moderno, potencia 200MW .

Reator nuclear Brasuca, estimados 50MW com possibilidade de no futuro chegar a 75MW.

Imagine armamentos, sonar, acustica, etc.

ps. O sub do Brasil tera algum missil ? E se tiver como sera a detecção e direcionamento ao alvo se não possuimos satelites militares, etc.

Dalton

Vitor…

o míssil será o exocet lançado a partir de tubos de torpedos dos convencionais em construção e também do
futuro nuclear.

O exocet após emergir ruma para o alvo conforme informações fornecidas a ele pelo submarino lançador
e que são atualizadas ao longo da corrida.

Um segundo submarino nuclear poderá ter silos verticais
para lançamento de misseis, seja mísseis antinavios de maior tamanho que o exocet ou para ataque terrestre.

FN

Obrigado, Dalton.

O Nelson Jobin, quando era o Ministro da Defesa, foi com a delegação da MB que visitou primeiro os submarinos franceses e em seguida foram para a Rússia a fim de determinar qual dos 2 países seria o parceiro estratégico do Brasil no Prosub.

Segundo se diz na ForSub, após embarcar em um Akula II e visitar a construção do Yansen, o Ministro Jobin disse que os submarinos russos eram grandes demais e poderosos demais, estando suas capacidades acima do que era pretendido.

Vai entender.

nonato

Colegas. Aparentemente a marinha americana tem dezenas de navios de combate de grande capacidade (alguns dos quais aparentemente “velhos”). Já quanto à Rússia não há muitas informações sobre tipos e quantidades. Porta aviões nem se fala. Os EUA têm onze. A Rússia, por questão doutrinária, só tem um, porque entendeu que um NAe é um alvo ambulante. E quanto aos subs? Há sempre materias dando conta dos chineses ao redor do mundo. Os russos talvez. Acredito que submarinos com capacidade nuclear são a espinha dorsal das marinhas americana e russa pois no caso de um ataque nuclear surpresa poderia ser… Read more »

Dalton

Os submarinos russos são grandes porque precisam atender uma necessidade russa que é a de fazer frente à US Navy, principalmente seu componente de superfície, como os NAes e grandes navios de assalto anfíbio entre outros. Os EUA preferem submarinos menores, ainda que desloquem mais de 7000 toneladas submersos, ou seja, não são exatamente “pequenos”, porém atendem melhor os requisitos da US Navy, como guerra litorânea, inteligência, operação com forças especiais mas também caça e destruição de alvos de superfície e submarinos. Os franceses aparentemente estão muito felizes com os SSNs em construção, menores que um SSN americano, mas muito… Read more »

Marcos F.

Bispo, comparar a potencia de um reator de um Borei com a de um “pequeno” SSN é meio forçado.

Marcos F.

Nonato se é questão de doutrina eu não sei, mas a mídia russa adora “papagaiar” os planos de construção de “trocentos” porta-aviões. Sem falar que até a antiga URRS tinha planos de construção de novos porta-aviões. Então dizer que eles não acham importante é meio duvidoso.

Marcos F.

Correção: URRS – URSS*

Peço perdão pelo erro.

Dalton

Nonato… anos atrás a Rússia anunciou que pretendia ter um mínimo de 3 NAes, então não é que os russos sejam mais sábios e por isso só tenham um, que na verdade está em péssimas condições e sim que não há dinheiro sobrando e eles terão que engolir o fato de que o NAe chinês está em melhores condições e já estão partindo para a construção de um segundo. Há sim razoáveis informações sobre a quantidade e qualidade da marinha russa, basta ter paciência e interesse, o que compreensivelmente não é do interesse da maioria. Os chineses ainda tem uma… Read more »

joao
Bosco

Tendenciosa?
Não subestimar o urso?
Melhor que a brasileira?
Ora! Tenham dó!

Emerson M. Sobreiro

Desculpe aqueles que não gostaram do meu comentário dizendo que a matéria foi tendendiosa, mas volto afirmar isto e explico porque: 1) Projetos da marinha russa estão atrasados por causa da crise econômica russa. Todos os países do mundo tem projetos atrasados por causa da crise econômica, inclusive, Reino Unido, França e Estados Unidos. Todos eles cortaram projetos e diminuiram encomendas. 2) Tirando EUA e Reino Unido nenhum país mantém uma frota somente de submarinos nucleares. E mesmo estes países tem dificuldades para manter sua frota, especialmente o Reino Unido. 3) Submarinos convencionais são perigosos mesmo diante de nucleares, tanto… Read more »

Bosco

Mais outra: “Ridicularizando a marinha russa” Um dia desses uma jornal russo publicou que um Su-24 fez os americanos se borrarem dentro de um Burke e todo mundo bateu palma, agora, mostrar dados reais e discorrer sobre a real capacidade da marinha russa, de forma absolutamente respeitosa, sem ofendê-la e sem alarmismos, desmistificando o discurso oficial que continua com as práticas de propaganda da era soviética, é ofendê-la e ridicularizá-la? Não vi nada de mais no artigo e nos comentários do Dalton que possam ser chamados de caluniosas ou com a intenção de ridicularizar a Marinha Russa, mesmo porque ninguém… Read more »

Bosco

“Projetos da marinha russa estão atrasados por causa da crise econômica russa. Todos os países do mundo tem projetos atrasados por causa da crise econômica, inclusive, Reino Unido, França e Estados Unidos.”

Mas o artigo se propôs a analisar a marinha russa e não a marinha do Reino Unido, França ou dos EUA.

Bosco

A rigor, capacidade nuclear estratégica de uma marinha não faz parte dessa marinha e sim de uma força nuclear estratégica que usa como plataformas, submarinos.
Toda análise de uma marinha, seja de qualquer país que fosse, deveria deixar de fora seus SSBNs.
Não é função típica de nenhuma marinha do mundo ser dissuasora nuclear e muito menos levar o mundo à extinção da espécie humana.

Bosco

Submarinos convencionais são tão perigosos quanto os nucleares, sem dúvida, mas se for usado contra navios. Não há chances de submarinos convencionais contra modernos submarinos nucleares, ou se há, são mínimas. Nenhuma marinha que adota submarinos convencionais considera colocá-los como barreira para submarinos nucleares inimigos, e sim, como arma de ataque às unidades de superfície. Até houve melhoras nas chances dos convencionais contra os nucleares se formos considerar os AIPs, mas mesmo assim as diferenças de desempenho continuam imensas, mesmo porque, os nucleares também evoluíram. E usar submarinos convencionais para emboscar um grupo tarefa escoltado por submarinos nucleares, também é… Read more »

Rafael Oliveira

Bosco,

“Não há chances de submarinos convencionais contra modernos submarinos nucleares, ou se há, são mínimas.”

Não que eu esteja pensando em uma “caçada ao Outubro Vermelho”, mas submarinos convencionais não teriam condições de, valendo-se de uma estratégia cautelosa e oportunista, atacar com sucesso um submarino nuclear em algo semelhante a uma emboscada?

É tão mínima a chance de sucesso nesse tipo de caso?

Abraço!

Emerson M. Sobreiro

Caro Bosco, Não há chances de submarinos convencionais contra modernos submarinos nucleares, ou se há, são mínimas. Discordo totalmente, tudo depende do ambiente. Em oceano azul com certeza, mas em mares fechados como os Mares Negro, Báltico, Mediterrâneo e do Norte os submarinos convencionais são extremamente perigosos. Exatamente o ambiente de guerra que irá existir caso haja uma guerra na Europa. Exatamente por este motivo a marinha americana treina suas forças de submarinos nucleares contra outras marinhas com submarinos convencionais. Logicamente submarinos convencionais não tem capacidade de navegação a longas distância, velocidade para acompanhar um força tarefa e mesmo com… Read more »

Dalton

Emerson… não se trata de não gostar do que você escreveu, aqui, sua opinião é tão boa quanto a minha e se todo mundo concordasse o blog nem teria tanta graça: Você escreveu que os projetos russos estão atrasados por conta da crise econômica, mas, o buraco é mais embaixo…eles perderam grande parte da expertise, muitos técnicos e engenheiros simplesmente mudaram de área, as técnicas de construção são menos eficientes…não à toa, encomendaram da França navios anfíbios de verdade classe Mistral pois até o momento não construíram nada semelhante. Aliás, os próprios britânicos, encomendaram a Coreia do Sul a construção… Read more »

Emerson M. Sobreiro

E vamos lá… “Ridicularizando a marinha russa” Em nenhum momento eu utilizei este termo, disse que a matéria é tendenciosa, coisa muito diferente. Me desculpe mas o título “Menos ativa que na Guerra Fria, Esquadra russa vive agora de propaganda” já é tendenciosa. Quem dera a nossa marinha vivesse de propaganda e tivesse a frota atual da marinha russa. Outra país irmão Portugal, que temos que ter medo de ofender, deve estar de brincadeira. A Rússia só de carne compra muito mais que Portugal compra total de importação do Brasil. E deixe eu explicar uma coisa, não estou defendendo a… Read more »

Emerson M. Sobreiro

Meu caro Dalton,

Nenhum país hoje pode viver isolado do restante do mundo, incluindo os EUA. A Rússia esta certa em comprar os navios da classe Mistral da França, afinal ela quer manter sua capacidade de projeção de força. A França que não deveria ter concordado em vender os navios.

Em nenhum momento eu esqueci ou exclui a França mas ela ainda mantém a construção de SSK da classe Scorpène.

Bosco

Rafa, Há oficiais da MB que comentam no blog que poderia nos ajudar, mas pelo meu entendimento as chances de um moderno submarino convencional contra um moderno submarino nuclear, são mínimas. Claro que do mesmo jeito que alguns F-22 vão cair nas mãos do Su-30, é possível e provável que de 100 x que houver um encontro entre um sub convencional e um nuclear haverá algumas vitórias do convencional, mas serão exceção e não a regra. Tudo bem que os convencionais quando operando com baterias e a baixíssima velocidade são extremamente silenciosos, mas modernos submarinos nucleares também são silenciosos a… Read more »

Dalton

Emerson… ninguém acredita que a Rússia seja um “cachorro morto” até acho que os russos não dependem tanto de uma marinha como os EUA por exemplo. O que discute-se aqui é o estado atual da marinha e seu futuro, que no momento, não é muito brilhante, mas, sim, eles continuarão capazes de destruir o planeta inúmeras vezes. Quanto à Ucrânia, não trata-se de “medo” dos EUA e da comunidade internacional…o assunto é mais complexo e não mexe com os EUA da mesma forma que a invasão do Kuwait pelo Iraque mexeu e o subsequente comportamento de Sadam Hussein em uma… Read more »

Dalton

Emerson…

a França manteve a expertise , a base industrial, mas ela não opera SSKs e não pretende voltar a operar , você passou a ideia de que apenas EUA e RU operam somente submarinos nucleares.

Não fosse o que ocorreu na Ucrânia, pessoalmente tenho minha opinião, mas, enfim, não haveria porque a França negar-se em negociar com os russos, mesmo sob crítica dos EUA.

Só que a crise ocorreu antes dos navios serem entregues e a França é um dos países que não concordam com o que os russos estão fazendo por lá.

Bosco

Emerson, Eu não disse que foi você que citou a “ridicularização da Marinha Russa”. E claro, a USN treina com submarinos convencionais. Não podia ser diferente. O poder de dissuasão da Marinha Russa é imenso no campo nuclear, mas limitado no convencional, em se tratando de uma potência militar e dentro do contexto geopolítico. Não há o que comparar com a Marinha do Brasil. E claro, o arsenal nuclear russo é sim capaz de evitar ações intempestivas dos americanos e de qualquer um. Isso nem se discute. Quanto ao título da matéria, ele até pode ter sido infeliz, mas de… Read more »

Emerson M. Sobreiro

Carríssimo Bosco, Acompanho o blog faz tempo e os cometários inclusive o seu. Estou chegando agora e não é que já estou querendo ir na janelinha do ônibus já que embarquei agora. É que sou apaixonado pela área militar e questionador mesmo. Risos! Mas quanto ao seu comentários quanto um confronto entre um submarino convencional e outro nuclear volto afirmar que depende do ambiente. Submarinos nuclear possuem mais armamento por fazerem patrulhas mais distantes e terem maior espaço. Lógico que os submarinos convencionais são mais fáceis de detectar por terem que vir a tona para respirar, mas na realidade da… Read more »

Rafael Oliveira

Obrigado, Bosco. Deveria ter direcionado a pergunta para todos que possam contribuir. Eu pensava que pelo “modus operandi” dos submarinos, esse tipo de combate teria uma conotação assimétrica. O convencional somente atacaria quando a probabilidade de vitória fosse enorme. Do contrário, ficaria “escondido” no leito marinho. Viajando um pouco no raciocínio, um comportamento semelhante ao de uma cobra, que vale-se muito mais da camuflagem e da paciência do que de outras coisas (velocidade, capacidade de detecção, perseguição persistente, etc) para atacar uma presa, ainda que maior do que ela e que, em condições de confronto aberto, mataria a cobra tranquilamente.… Read more »

Bosco

Emerson, Guerra submarina em águas marrons é ruim pra todo mundo. Não é que esse tipo de guerra ajuda os submarinos convencionais, na verdade o que ele faz é prejudicar os submarinos nucleares, e no processo, equilibra as coisas para os “fracotes”. Se um lutar peso mosca tiver que lutar com um peso pesado, melhor que seja dentro de um armário. rsrsss Em tese, não havendo o fenômeno da camada limite devido à profundidade reduzida, o submarino mais silencioso teria vantagens, e esse “mais silencioso” é tido como sendo o convencional. Só que pau que dá em Chico, dá em… Read more »

Ferreras

Comparar com a Marinha do Brasil não faz nenhum sentido. A mudança do perfil de uma Marinha de presença global para regional para mim é irreversível e positiva. A Rússia tem muito o que reorganizar dentro de casa antes de querer influenciar fora. “Em 2012, a Rússia anunciou que os seus subs nucleares dotados de mísseis balísticos (SSBN, na sigla em inglês) retomariam, aquele ano, as chamadas “patrulhas de combate” de longa duração. Mas a verdade é que isso não aconteceu.” Como sabiamente diz JM. Ter não significa operar. A Rússia pelos próximos 50, 100 anos não terá seu território… Read more »

Kojak

Caros colegas, off topic mas nem tanto:

Para que não nos tornemos algo parecido com o título do tema, saiu o parecer do TCU sobre o PROSUB e o H-XBR (EC 725), com análises, pareceres, conclusões, sugestões e determinações.

Muito interessante:

http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/1/2657464.PDF

Bosco

Sem querer achar que esse gráfico fecha questão sobre o nível de ruído de submarinos, mas não deixa de ser interessante.
Por ele, o Seawolf é mais silencioso que o Kilo.
http://i64.servimg.com/u/f64/15/54/62/79/diesel10.jpg

carvalho2008

Dependendo do contexto, não existe diferença de letalidade num combate mano amano entre SSk´s e Subnukes… o modo propulsivo somente é relevante na estratégia de emprego onde obviamente a distancia de operação ou necessidade longos meses na forma furtiva é essencial…. A discrição e autonomia de um subnuke é mais essencial as operações de ataque nuclear ou contra o continente, o sub deve ficar longos períodos em local incerto justamente para minimizar a possibilidade de seu ataque nuclear ser neutralizado. Já em uma operação de defesa e ataque naval, em uma hipótese de País Continental X Força Invasora com SubNuke,… Read more »

Bosco

Carvalho,
Mas vamos levar em consideração um Virginia zero bala, em estado da arte em termos de discrição e sensores, que foi pensado pra guerra litorânea desde o início, e um Kilo, com 30 anos de peças desgastadas e que muito provavelmente não passou por nenhuma “reforma” de vulto.
Pra qual lado você acha que a balança iria pesar no mano a mano?
Claro, levando em consideração um combate litorâneo onde ambos podem evoluir e que não precisa ser feito com hovercrafts. rsrss

Aurélio

Carvalho 2008 Nem todo submarino nuclear usa a turbina a vapor e caixa redutora para movimentar o eixo do hélice. Os submarinos nucleares franceses usam a turbina a vapor para gerar energia elétrica e para recarregar baterias . Neste caso, quem movimenta o eixo do hélice , são motores elétricos de corrente contínua , os quais, podem variar a rotação conforme, a velocidade que se queira imprimir ao submarino nuclear. Li todos os comentários, a respeito das chances,do SSK em um confronto, com um Subnuke, e concluí que são as mesmas de um golfinho sair vivo de um confronto contra… Read more »