Argentina mobiliza um P-3B e um destróier em busca do pesqueiro que sumiu
Na última terça-feira, 17 de março, a Marinha argentina intensificou as buscas ao navio pesqueiro taiwanês Hsiang Fu Chun, de 700 toneladas, que, na tarde de 26 de fevereiro, reportou uma inundação em seu interior e depois perdeu contato com seu empresário, quando se encontrava a sudeste das Ilhas Malvinas.
Às 7h25 da manhã da terça, um quadrimotor P-3B Orion pertencente à 1ª Esquadrilha de Exploração do Comando Aeronaval argentino, decolou do aeroporto da cidade de Mar del Plata, e dirigiu-se para a zona do sinistro – estimada, inicialmente, a 1.700 milhas (pouco mais de 3.000 km) do arquipélago malvinense.
De acordo com informações liberadas pela Armada argentina na manhã da quarta-feira (18.03), a aeronave vasculhou uma área situada a 1.200 milhas (2.160 km) do litoral continental argentino, sem nada encontrar. Às 18h42 o Orion pousou de volta em Mar del Plata.
A Frota de Mar (Esquadra) argentina tem, na zona da última referência fornecida pelo barco desaparecido, o destróier La Argentina, classe Meko 360 – que, completamente abastecida e à velocidade de 18 nós, pode percorrer 4.500 milhas (cerca de 8.000 km) sem precisar voltar à base.
Silêncio – O governo taiwanês mantém silêncio sobre a possibilidade de a Força Naval argentina estar cooperando com algum grupo de buscas da Marinha ou da Força Aérea do Reino Unido, ainda que seus diplomatas tenham admitido que o governo de Londres respondeu positivamente a um pedido de ajuda feito por Taipé.
Argentinos e ingleses mantém um relacionamento hostil, por causa do controle que os últimos exercem sobre as Ilhas Malvinas, Georgias do Sul e Sandwich do Sul, territórios insulares reclamados por Buenos Aires.
O esforço pela localização do pesqueiro poderia ser otimizado, caso Londres permitisse que o Orion argentino realizasse uma escala na base da Real Força Aérea em Mount Pleasant, na Isla Soledad (Malvina Oriental).
Conforme o Poder Naval adiantou no último dia 9 de março (veja “Taiwan pede socorro a argentinos e ingleses na área das Malvinas”), o Hsiang Fu Chun desapareceu com 49 tripulantes de quatro nacionalidades a bordo, sem deixar vestígios, quando trabalhava em companhia de três outras embarcações pesqueiras.
Mês passado os taiwaneses ainda mantinham certo otimismo. Eles diziam que o pesqueiro poderia não ter afundado, e sim perdido sua capacidade de gerar energia – o que contribuiria para deixa-lo à deriva numa zona de rotas marítimas pouco frequentadas.