DGMM argentino vai dia 5 para a China negociar os patrulheiros P-18N
Roberto Lopes
Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa
O diretor geral de Material da Armada argentina, vice-almirante Eduardo Jorge Urrutía, de 57 anos, embarca no primeiro domingo de abril (05.04) para a China, com a missão de aprofundar as negociações mantidas por sua corporação com a indústria naval chinesa em torno da aquisição de uma quantidade ainda não definida de navios-patrulha tipo P-18N, de 1.850 toneladas – mesma classe adquirida recentemente pela Marinha da Nigéria.
Urrutía, que comanda o setor de Material da Marinha argentina desde junho de 2013, tem a incumbência de discutir também as condições em que os chineses poderiam construir um navio polar para a frota de seu país.
No tocante aos patrulheiros reclamados pelos chefes navais argentinos, quase tudo permanece em aberto: as condições de financiamento – mandatórias para a definição da quantidade de barcos a ser encomendada –; a disposição dos chineses para a fabricação dessas unidades em parceria com a indústria naval argentina; e, finalmente, os requisitos técnicos impostos pela Frota de Mar – que gostaria de receber um navio oceânico com certa capacidade para a guerra antisubmarina, ou seja, apto a operar helicóptero médio, transportar sonar rebocado e disparar torpedos modernos.
Polêmicas – Os oficiais argentinos concluíram que precisam de, no mínimo, três patrulheiros para navegar em águas azuis. E estimam em cinco o número ideal dessas embarcações.
Porém, antes mesmo de viajar, já sabem que dificilmente conseguirão convencer seus novos parceiros a aceitar uma produção compartilhada dos navios P-18N.
Os nigerianos também fizeram essa exigência, investiram no estaleiro da cidade de Port Harcourt, e, ano passado, receberam o seu primeiro navio desta classe – batizado de Centenary – praticamente pronto. Sem quase nada para ser feito em Port Harcourt…
Urrutía, um veterano da guerra das Malvinas (duplamente condecorado em função disso), serviu no quebra-gelos Almirante Irízar, no porta-aviões 25 de Mayo, exerceu função diretiva na Escola de Guerra Naval da Força Naval Boliviana, e, em 2011, tendo sido promovido a contra-almirante, foi designado para a chefia de Manutenção e Arsenais da Armada – seu último cargo antes da diretoria-geral de Material.