Caso perca mais verbas, Marinha deve desincorporar uma fragata e uma corveta
Roberto Lopes
Editor de Opinião da revista Forças de Defesa e autor do livro “As Garras do Cisne”
A Marinha está organizando planos de contingência para enfrentar uma fase de grave diminuição do seu orçamento.
Dependendo da extensão dos cortes previstos para este ano e para 2016, o comando da Força pode autorizar a desincorporação de uma fragata – supostamente uma Tipo 22 (classe “Greenhalgh”) – e de uma corveta classe “Inhaúma”.
No momento, a baixa em mais de dois navios não é considerada.
As quatro fragatas classe “Greenhalgh” adquiridas pelo Brasil nos anos de 1990, foram construídas com a tecnologia da primeira metade da década de 1970, e em seus primeiros 20 anos de uso a serviço da Marinha Real britânica (Royal Navy) conquistaram boa reputação.
Entretanto, na Marinha do Brasil, seus sistemas não foram submetidos às (caras) atualizações que poderiam prolongar-lhes a vida útil em patamar elevado. Entregue à força de superfície em agosto de 1996, a Dodsworth (F47), por exemplo, não aguentou nem dez anos. Em março de 2004, fortemente desgastada, foi retirada da ativa. As outras fragatas da classe ainda na ativa são a Bosísio (F48), a Rademaker (F49) e a líder Greenhalgh (F46).
Corvetas – Entre as corvetas classe “Inhaúma”, a única a salvo de dar baixa é a Júlio de Noronha (V32), que em 2008 entrou em Período de Manutenção Geral e Modernização (ao custo de 13,8 milhões de Reais, segundo informações da época).
Em março de 2014, a V32 recebeu a visita do então comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto. Em companhia do comandante do navio, capitão de fragata André Luiz de Andrade Felix, Moura Neto inspecionou as melhorias e modernizações feitas no passadiço, no centro de Controle de Máquinas (CCM) – já com os seus novos sistemas de Controle de Avarias (SisCav) e de Controle de Monitoração (SCM) desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisas da Marinha –, nas cobertas da guarnição e de rancho, bem como na cozinha e na padaria.
Em setembro de 2013 a empresa espanhola Navantia assinou um contrato no valor de 1 milhão de euros com a Comissão Naval Brasileira na Europa, sediada em Londres, para fazer modificações no grupo propulsor da Júlio de Noronha.
O trabalho previa a instalação de um sistema de controle desenvolvido pela própria companhia da Espanha para melhorar o desempenho dos motores MTU Friedrichshafen 16V 956 TB 91. A propulsão do tipo CODOG (Combined Diesel or Gas) do navio também compreende uma turbina LM2500.
Um ano e meio atrás, a previsão era de que a V32 estivesse pronta para voltar ao serviço da Esquadra em 2015.
Frontin – Em 2013 o comando da Marinha ainda alimentava a esperança de poder estender esse serviço da Navantia às demais unidades da classe “Inhaúma”, mas isso não foi possível. As restrições orçamentárias chegaram até a forçar a baixa da corveta Frontin (V33), a mais nova das quatro corvetas.
A Inhaúma (V30), a Júlio de Noronha e a Jaceguai (V31) têm passado os últimos anos atracadas ao Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), em diferentes fases de manutenção e reparos, como é possível observar na foto abaixo, de junho de 2013.
Contudo, neste mês de março foi possível constatar que a Inhaúma finalmente deixou o AMRJ para atracar na Base Naval do Rio de Janeiro, na Ilha de Mocanguê, do outro lado da Baía de Guanabara.
A redução das verbas também deve impactar fortemente sobre as atividades da Força Aeronaval. Isso deve se traduzir no alongamento dos prazos para a modernização das aeronaves de combate A-4KU (AF-1 na MB) e para a renovação dos helicópteros de treinamento da Marinha.
Atualmente, os programas que estão sendo mais resguardados dos cortes são o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), o projeto CV03 – da classe “Barroso” Modificada – o Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER) e o programa de modernização do navio-aeródromo São Paulo.
Lamentável.
Na prática então estamos com apenas 3 escoltas no mar? É isso?
Quanto tempo será que as Greenhalgh ainda aguentam?
Será que esse é o momento de pensar na aquisição do Siroco quando na prática pode ser que não hajam escoltas para ele no curto prazo?
O que sempre falei, livro branco, livro preto, end, pro isso, pro aquilo … vai dar em nada e pior tirar o que tem …. e la nave va … Não sei pq nao fico surpreso com isso ..
Eu comento muito pouco aqui no Naval, mas as poucas vezes que o fiz, sempre mencionei o quanto me espanta a maneira com a qual os recursos da MB são geridos.
Não concebo a ideia de investir em submarino nuclear ou modernização de Nae, além de falar em compras de oportunidades de Navios de desembarque etc……se não temos condições de ao menos manter meia dúzia de vasos de superfície operacionais…..
Antes da Marinha pensar em ter porta-avioes ou sub nuclear, deveria ao menos ter 18 navios de superficie, sendo no minimo 4 de defesa aérea de area.
Adam, No mar, literalmente, deve ser mais ou menos isso. Já o total que se pode dizer que está em alguma comissão, ou de prontidão na base, ou mesmo passando por algum reparo rotineiro e de menor monta (ou seja, sem estar passando por algum período prolongado de manutenção), há cinco fragatas classe Niterói, três classe Greenhalgh e a corveta Barroso – nove escoltas no total. Recentemente, várias delas participaram de comissões que noticiamos aqui, incluindo escalas em Santos – SP. Uma fragata classe Niterói e as três Inhaúmas estão em manutenção demorada no AMRJ, embora uma ou outra corveta… Read more »
é , a realidade é que caminhamos para o desmonte da nossa querida MB.
Olá, pessoal.
E quanto ao Siroco? Não era interessante para a MB? Sabe-se das restrições orçamentárias mais fortes nesse ano. Mas poder-se-ia buscar financiamento para essa aquisição de € 80 mi (ou € 140mi se contar com a revisão).
Nós apenas temos 1 ND com doca alagável, daí a urgência de um novo meio e a pertinência desse NDD, que fora bem avaliado, pelo que eu saiba.
Foi impressionante como eu melhorei da minha ansiedade quando parei de acompanhar as notícias do Botafogo.
Acho que, em breve, também deverei parar de ler sobre a MB.
E sobre a economia, a política…
Só me restarão os gibis.
Knight,
Quando surgiu a notícia do Sirocco eu até fiquei empolgado.
Depois, ao divulgarem o preço dele revisado, considerei uma compra cara e, portanto, que não deve ser realizada.
Agora, vendo que a penúria da MB é muito maior do que eu imaginava, já acho questionável a MB ter cogitado a compra e gastado dinheiro indo avaliar o navio.
Ela deveria usar seus minguados recursos para fazer o básico, que é por parte das Inhaúmas em ordem e, quem sabe, uma ou duas Greenhalgh.
Segue o cortejo!
sg3DsKtZVHM
Ih, falhou!
Segue o cortejo!
https://www.youtube.com/watch?v=sg3DsKtZVHM
Quais poderiam ser a fragata e a corveta em tese, alguém arrisca?
Ummmmm F = Defensora ou (nao sei em qual estagio esta o PMG dela) ou tbm como MK 10 é intocavel uma Greenhalgh, ummm Bosisio talvez ?
Agora das CV´s ja nem sei como estao eleas, creio que a Julio de Noronha naum, pois estava em PMG
ah sei la …
em tempo = Depois e anos um da British Petroleum em SSZ
http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2015/03/mt-british-courtesy-mhnl8-apos-asnos-um.html
16 photos – Maiden Call Santos
Amadeus ou Julius ? https://www.youtube.com/watch?v=TUt4DfGnyJQ Por muito tempo o MO, Vader, Oganza, Colombelli, JM, Jacubão, Guppy, Eu e muitos colegas(peço perdão por não nomina-los pois não há como lembrar de todos), mas há muito tempo mesmo temos dito: “Estamos comprando e querendo fazer (e fazendo) coisas sem olhar para as reais necessidades.” É a história, o cara banca pose e é tudo pura cortina encobrindo a realidade, as mazelas, a sujeira etc etc etc …. O Comandante e o Almirantado tem responsabilidade em boa parte nisso. Fiquem tranquilos, vai piorar. “A verdadeira dificuldade não está em aceitar idéias novas, mas… Read more »
Vamos ver pelo lado positivo. Pelo menos, possuiremos a unica guarda costeira no mundo (marinha de guerra ja não é a tempos) com submarinos de ataque no arsenal…
Prezados, pelo que lembro do tempo que era XO da F49, é a Bosísio a próxima a ser desincorporada… não sei quanto às CCI, mas a V32
… continuando… a V32 certamente não, pela modernização no sistema de controle da propulsão… não sei quanto à V30 e V31… e a F41 é uma possibilidade… chute, essa última…
Em resumo, lamentável… uma tristeza para quem já participou de comissões com 10-12 Navios, sendo pelo menos 8 escoltas, 2 SH-3 no ar, noturno, fazendo guerra AS… bons tempos a bordo da minha saudos V33…
E nada de desativar o Nae inútil? A MB prefere desativar suas escoltas?
Essa história, pra mim, está muito mal contada. Onde tem fumaça, tem fogo!
Não é fim do mundo ! Muitos gostam de relembrar os anos 70 e 80 mas esquecem que bem ou mal havia uma “guerra fria” e mesmo com meia duzia de aeronaves de asa fixa a bordo do NAeL ,número insuficiente, alguns velhos DDs que passaram pelo FRAM e as então novas fragatas, a Marinha não seria páreo para um mero esquadrão de meia dúzia de submarinos soviéticos. Se o mal que está acontecendo fosse exclusividade da nossa Marinha, aí sim, mas, se até a US Navy está passando por momentos dificeis imaginem o resto principalmente aqui ao sul do… Read more »
Senhores não se iludam quando o meio que estava no AMRJ vai para BNRJ, não significa nada. Simplesmente não há vaga para continuar atracado no arsenal;
Outra informação: Já é certo que a F 48 dará baixa, resta saber a data.
MO 24 de março de 2015 at 0:52 #
XO 24 de março de 2015 at 8:41 #
Jacubão 24 de março de 2015 at 9:52 #
Senhores, agradeço a atenção.
Aliás MO, esta “Cortesia Britânica” é bem imponente!
Recentemente, a MB abriu concursos para Fuzileiros Navais e Aprendizes de Marinheiro. Agora, algúem me explica se ela está sem dinheiro para reformar boa parte dos seus navios, porque ela está “contratando”???? Alguém imagina a Volkswagem, a GM ou a Peugeot abrindo vagas para metalúrgicos nesse momento em que a venda dos carros despencou? Não, elas estão demitindo. Mas a MB está “contratando”. Para quem não enxerga o custo da “mão de obra”, segue um exemplo. Fuzileiros Navais: 1860 vagas. 4 meses de curso Remuneração: R$ 642,00. Total: R$ 4.776.480,00 12 meses de serviço Remuneração: R$ 1.587,00 Total: R$ 35.421.480,00… Read more »
Rafael, o problema é que já tinhamos a autorização para aumentar o efetivo, seja por falta real de pessoal, seja pela previsão de aquisiçào de meios… não custa lembrar, porém, que todo ano, perdemos efetivo, seja por reserva, desligamento (a pedido ou não) etc…
Além disso, os “dinheiros” são diferentes, não dá para comparar recurso de manutenção com os gastos com pessoal… são de planos de açào diferentes… fico por aqui, pois sou da Armada e financeiro não é a minha praia… abraço…
XO 24 de março de 2015 at 8:41 #
XO, o que seria um XO da F49?
A F49 é a Rademaker (homenagem ao Alm. Augusto Hamann Rademaker Grünewald), que tive a satisfação de visitar em Santos, quando lá esteve em fevereiro passado.
Já “XO”, não consegui descobrir.
Saudações.
XO, O que é prioritário para a MB: a reforma das escoltas ou preencher vagas de fuzileiros, seja para recuperar o efetivo e/ou para ampliá-lo? Para mim seria a reforma das escoltas. Para a MB é incorporar fuzileiros. A despesa era autorizada, mas nem por isso precisa ser gasta. Mesmo sabendo que são despesas diferentes dentro do orçamento (e que não podem ser alocadas a bel prazer da MB), acredito que seja possível que a MB consiga “negociar” uma nova alocação de verbas, legalmente modificada. Algo como: estava autorizada a gastar isso, mas preferi não gastar. Posso usar parte dela… Read more »
Mas este que é o ponto XO, gastamos mal o dinheiro destinado às FFAA. Podemos dizer que, se não gastamos mal, pelo menos contabilizamos errado. Se as FFAA resolvessem espulgar do seu orçamento (claro que com o recurso junto) o gasto de pessoal inativo para o orçamento do INSS (como qualquer outro cidadão comum e pessoal civil do GF), isto clarearia ao poder público e a sociedade o quão pouco gastamos efetivamente com às FFAA. Tenho pra mim que não se faz isto, porque se estes gastos forem para o INSS, algumas pensões serão revistas, reanalisadas e provavelmente canceladas e/ou… Read more »
Aliás, um dos motivos de se pagar mal os oficiais da ativa, é que gastasse muito com o pessoal da inativa. É preciso rever isto.
Eparro,
XO = Executive Officer.
Em um navio, é o Imediato, que está baixo apenas do CO = Commanding Officer, ou seja, o Comandante do navio.
Abraço.
rafael oliveira 24 de março de 2015 at 12:15 #
Muito grato Rafael!
Rafael, na verdade, a minha limitação é de conhecimento, sou da Armada, como disse, o que conheço de financeiro limita-se às gestorias de Navio, coisa básica… nunca fui de Logística, daí essa “falha” na minha formação… Em todo caso, os assuntos pessoal e material tem de ser tratados em paralelo, até porque, hoje em dia, temos uma falta séria de pessoal em certas especialidades e postos… isso só pode ser corrigido com capacitação de pessoal e melhor distribuição, o que já vem sendo feito desde o ano passado… trata-se, portanto, de acertas as tabelas das OM que já existem e… Read more »
Desculpe, onde se lê “capacitação”, leia-se “captação”…
Senhores já foi autorizado a baixa da F 48, resta saber quando isso se dará este ano.
Quanto as CCI tudo que for falado aqui neste espaço será carteado, pois não previsão de baixa das restantes V 30 e V 31;
O que posso comentar é que a V 30 está bastante cansada, com problemas sérios nas obras mortas!
presumia nas duas coisas “Imortalidade” das Mk 10, eliminando por exemplo a Deusa e devido a incidentes de percurso da Bosisio, presumi que seria ela … A continuar nesta perspectiva (seguindo o atual modus) acho que vamos ficar com menos gente de mar ainda, desnecessario falar em quantitativa e qualitativamente o rendimento da Esquadra … Alguem irá se juntar a NAe no quesito utilização de verbas (SSN de Cabotagem e defesa) Os termos são forças ce expressão, mas quem me conhece sabe a que me refiro … Em tempo = 300 m loa x 8.827 teus … http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2015/03/mv-value-9ha3355-8827-teus-x-300-m-loa.html 9 photos… Read more »
vamos ver o lado positivo, com mais algumas baixas, a MB poderá se re equipar completamente sem muito esforço, 2 Fragatas e 2 Corvetas novas e estamos atualizados.
. . .
comentarista XO, antes que fique a impressão de que me oponho a sua abordagem, digo que aprecio muito sua participação na condição de oficial da ativa que carregou piano na esquadra, principalmente no cargo de imediato. Perde a FA que permite oficiais generais que nunca tenham sido segundos em comando… Mas ao ponto: é fato que há autorização para aumento de efetivos e que os dinheiros são diferentes. Ocorre que historicamente o nível político não enxerga tão em paralelo assim. Planejamento e Fazenda avaliam o custo do MD num todo. Numa conta conservadora, é possível ver que será muito oneroso… Read more »
XO e demais colegas, Eu citei o exemplo dos fuzileiros justamente pensando que vedar a incorporação de novos marinheiros seria mais complexo e poderia causar problemas de falta de marinheiros em funções essenciais. Os fuzileiros são algo bem menos essencial. Aliás, acho o número excessivo para o tamanho do Brasil e, principalmente, pelas missões que lhe são confiadas. Esse negócio de força expedicionária é injustificável diante de um cenário de parcos meios de superfície na MB. Cenário esse que já vem de anos e durará outros tantos. Ainda, existem outras questões que dizem a respeito a gestão do pessoal que,… Read more »
Vamos lá, nosso planejamento foi por água a baixo, pois foi dissociada a aquisição de meios da projeção de captaçào de pessoal… assim, realmente, pensar em efetivo de FN sem os meios navais para transportá-los não faz sentido… Já fui chamado de corporativista ou coisa que o valha por aqui, mas defendo o seguinte: o planejamento da MB é decorrente de documentos de mais alto nível, como a END… então, sinceramente, não é viagem do Almirantado projetar uma 2a Esquadra, se isso está em consonância com as diretrizes superiores… errado é propor uma política de Estado e tratá-la como políitica… Read more »
Eu até concordo que há a END e, em tese, o planejamento deve ser feito com base nela (política de Estado). Mas convenhamos que a END forçou muito a barra, planejando algo que o orçamento simplesmente não comporta. Então, além do plano A (seguir a END), a MB deveria ter o plano B (pé no chão). Infelizmente, o papel aceita tudo, mas entre o que nossos políticos escrevem e o que podemos fazer há uma grande distância. Tanto que o próprio governo muda suas diretrizes constantemente, adaptando-se às situações, na medida do que sua (in)competência permite. Por isso não acho… Read more »
Bem, certamente há um plano contingente, eu apenas não tenho acesso… na verdade, acho que a questão de recursos para compra de material são defendidos em função da END, afinal, como dizemos “quem dá a missão, fornece os meios”… em tese… Mas não acho que sigamos cegamente esse documento… como te disse, acredito que essa captação de pessoal seja reposição e não aumentyo de efetivo… deixar de incorporar para suprir as faltas, nesse primeiro momento, é necessário… para você ter uma idéia, cheguei a ter 89% de pessoal na F49 em 2013… se resolverem enxugar a estutura, aí sim, não… Read more »
Viajei… “deixar de incorporar para suprir as faltas, nesse primeiro momento, é necessário”.. retire aí o “deixar de”…
A reposição é inevitável, dado o fluxo de carreira…
XO, no caso dos navios que estão em PMG, eles têm tripulação? Quero dizer, existe um quadro de marinheiros atrelados a um navio, ainda que em PMG, e que ficaria “em terra”?
Ou simplesmente o pessoal de um navio que vai para PMG é alocado em outros navios ou em funções “em terra”?
Agradeço desde já.
A situação da Marinha não está boa faz tempo, o que a crise – que foi criada aqui dentro e não lá fora – fez agora foi desnudar parte da coisa. Querer ter Porta Aviões e Submarinos nucleares antes de ter navios de patrulha e escolta é uma “nosense” sem fim. Mas este é o Brasil. Quando olho Marinhas como Australia e Canadá me pergunto o que há como nosso almirantado? Que raios imaginam como funciona o mundo. O dinheiro gasto na modernização/manutenção do São Paulo e nestes submarinos franceses seria melhor gasto em fragatas e corvetas. Depois falam mal… Read more »
Farragut, desculpe ter passado seu comentario… nao entendo de gestao orcamentaria, mas sei que nos subsidiamos as necessidades e isso resulta em um valor… dai o governo aloca 70, 80%, sei la… a conta ja nao fecha… e esse montante ainda eh contingenciado… ferrou !!! As despesas com pessoal e funcionamento sao compulsorias, tem de cortar na manutencao e modernizacao… se enxugarmos a estrutura da MB, diminui o efetivo, mas esse trauma de alocar menos do que o necessario e contingenciar ainda por cima… permanece o problema. Talvez eu tenha sido simplista ou apenas falte conhecimento, mas assim eh que… Read more »
Rafael, como falta pessoal, a Tripulacao dos Navios em PMG normalmente nao esta completa, mas nao ha desembarque geral, apenas movimentacoes ocasionais… o exemplo que passei da Rademaker, em certa epoca, 89% do efetivo, aconteceu durante o PMG…
Quem fica sem Tripulacao sao os Navios desincorporados ou na reserva… permance apenas um grupo de manutencao…
ricardo… o que vc vê de tão bom assim na marinha canadense ? Recentemente um de seus 2 vetustos navios de apoio logístico, o HMCS Protecteur teve que ser rebocado por navios da US Navy e ambos foram retirados de serviço entre outras coisas por excessiva corrosão o que deixou os canadenses sem capacidade de reabastecimento no mar. Um de seus DDGs com 40 anos de vida colidiu com um dos navios de apoio logistico e simplesmente não valia mais a pena repara-lo devido a idade e uso. Um outro DDG igualmente “velho” com 41 anos foi considerado em 2013… Read more »
Obrigado, XO.
Pela ótica financeira, seria interessante fazer o desembarque geral no PMG, não? Seria possível manter menos pessoas na ativa, por exemplo, com um tripulação que migraria de navio (respeitando férias, escalas, etc) e economizar recursos.
Quais seriam as justificativas para não fazer isso?
Desculpa o excesso de perguntas, mas é que eu quero compreender melhor a situação, seja para criticar, seja para deixar de criticar.
O problema eh que a Tripulacao acompanha, fiscaliza e ateh participa de certas obras no PMG…
Alem disso, eh preciso manter o conjunto, pois quando acabarem as obras, havera a inspecao operativa… ai, o couro come, como dizemos, pois precisamos alcancar indices de adestramento que provem que estamos aptos a operar com seguranca… se desfizermos ou reduzirmos demais a Tripulacao, pode juntar os mais brilhantes oficiais e pracas que nao tem jeito… esse eh o motivo, por exemplo, das “dobras” na Tripulacao do NE Brasil, se trocasse todo mundo a cada ano, seria um inferno passar pela CIAsA (Comissao de Inspecao e Assessoria de Adestramento)…
Rafa…
o mesmo acontece lá na US Navy também. O navio permanece comissionado enquanto há tripulantes mesmo
que poucos a bordo.
Oficialmente o USS Enterprise por exemplo ainda não foi descomissionado, está em processo de inativação e nem ao menos pode retornar mais ao serviço, mas, ainda há tripulantes a bordo e como o XO escreveu,
acompanhando, fiscalizando e até participando da inativação