Itália exerce opção para nona e décima unidades da FREMM
Construção dos dois navios representa um contrato de 764 milhões de euros para a Orizzonte Sistemi Navali e completará o fornecimento de 10 exemplares da FREMM para a Marinha Italiana
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Nesta quinta-feira, 16 de abril, a Fincantieri divulgou nota informando que a Itália exerceu a opção de construção da nona e décima unidades da FREMM (fragata europeia multimissão) destinadas à Marinha Italiana. A parceria Orizzonte Sistemi Navali S.p.A entre a Fincantieri (51%) e a Finmeccanica (49%), que é a contratante principal italiana dentro do programa ítalo-francês FREMM, foi notificada sobre essa decisão pela OCCAR (Organisation for Joint Armament Cooperation – organização para cooperação conjunta em armamento).
Com essa encomenda, que representa um contrato de 764 milhões de euros para a Orizzonte Sistemi Navali, será completado o fornecimento de 10 exemplares da FREMM para a Marinha Italiana. Ainda segundo a nota da empresa os dois navios deverão ser entregues após 2020 e trarão, como novidade, um grau de flexibilidade maior que os antecessores, podendo atuar em todas as situações táticas.
A nota, porém, não esclareceu diferenças específicas em sensores, armamentos ou conceitos de emprego para explicar essa maior flexibilidade frente aos exemplares já entregues ou encomendados, fazendo referência apenas às características básicas dos navios: comprimento de 144 metros, boca de 19,7 metros, deslocamento a plena carga de cerca de 6.700 toneladas, velocidade máxima acima de 27 nós e acomodações para 200 pessoas. Na Marinha Italiana, as FREMM substituem fragatas construídas pela Fincantieri na década de 1970, das classes “Lupo” e “Maestrale”.
Nas fotos desta matéria, que podem ser encontradas em maior resolução no site da Marinha Italiana, são vistas as três fragatas FREMM que a Itália já opera: Carlo Bergamini (F 590), Virginio Fasan (F 591) e Carlo Margottini (F 592). A principal diferença da primeira é o canhão principal de 127mm sobre o convés de proa, ao invés da arma de 76mm instalada no mesmo local dos outros dois navios (em comum aos três, está o canhão de 76mm sobre o hangar). Todas são classificadas na Marinha Italiana como fragatas multitarefa (multiruolo), embora a F 590 seja descrita como de emprego geral enquanto as duas outras têm ênfase em guerra antissubmarino (ASW).
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Duas FREEM italianas por 764 milhões de euros me parece um bom negócio.
Detalhe: esse valor é menor que o acréscimo de 900 milhões de dólares no contrato do Gripen.
Foi realmente muito bom o preço. Mas sobre o contrato do Gripen a FAB divulgou uma nota esclarecedora ainda há pouco.
A cotação atual entre coroas suecas x dolár deixa o preço atual em 4.6 bilhões de dólares. É só analisar o câmbio no banco mundial. A FAB não é partido político brasileiro.
Analisando bem essa encomenda da Itália saiu bem mais barata que a marroquina (http://www.usinenouvelle.com/article/a-brest-le-maroc-prend-possession-de-sa-fregate-fremm-mohammed-vi.N236729) que é do padrão francês, menor e menos armada.
O padrão italiano da FREMM é comparável à Classe 125 da TKMS.
Em todos os casos, ótimos navios. Os melhores da dcns junto com o CDG e o Mistral.
Ivany e Rafael, Precisa ver algumas possibilidades antes de comparar, na minha opinião. Um é o fato de ser opção de compra, dentro de um contrato maior. O contrato grande abrange um valor unitário às vezes maior do que a opção de compra, que serve como uma garantia de preço para ser exercida até determinado prazo (e que normalmente traz mais vantagens a um cliente do que um novo contrato com preço já reajustado). Outra é saber se todos os sistemas já estão incluídos no contrato. É fato que a contratante principal é a Orizzonte Sistemi Navali S.p.A, que envolve… Read more »
Nunão Estou tomando por base o contrato francês de um barco da mesma classe porém em padrão um pouco menor que custou 670 milhões de euros. “Le coût du programme s’établit à un peu plus de 9,5 milliards d’euros aux conditions économiques de 2014, et le coût unitaire d’une FREMM, hors coûts non récurrents de développement et de logistique initiale, à 670 millions. Les principaux engagements pour l’année prochaine (507 millions d’euros en AE et 362,7 millions en CP) couvrent des hausses économiques.” http://www.senat.fr/rap/a14-110-8/a14-110-819.html#toc308 Como a Itália também é parceira no projeto a diferença entre preços é exorbitante. Claro que… Read more »
tomando por base também*^^
Ivany, eu sei que fui eu que introduzi um “off topico” no texto, mas pretendo não discutir o assunto aqui. Já expus minha opinião lá de que a nota não é nem um pouco esclarecedora e que a diferença de cotação não explica a diferença de valores entre o que foi ofertado e o que foi contratado.
Nunão, de acordo com seu comentário de que não é possível saber exatamente o que está sendo pago. Vou aguardar mais notícias relacionadas.
Até mais.
Ivany, É evidente que a diferença entres os preços mencionados é exorbitante (ou seja, entre o informado para duas unidades de opção de compra da empresa italiana para a Marinha Italiana e a de uma única venda da empresa francesa à Marinha Marroquina). Por isso que comentei que é preciso buscar mais elementos para entender essa diferença, como o contrato inicial italiano, para saber qual foi o preço global das 10 unidades da Marinha Italiana, entre outros elementos – porque os preços variam de freguês para freguês. Também não temos uma exportação de FREMM italiana via Orizzonte, como é o… Read more »
Pessoal,
É o preço do navio limpo, sem mísseis, helicóptero, torpedos, etc.
Depois de armado, o custo deve subir pelo menos uns 10%.
Bosco
No pior dos casos, totalmente limpo afora os sensores e armamentos, ainda é um ótimo negócio.
Gosto mais do design do casco das FREMM italianas do que das francesas, em especial o formato do casco na proa. No design francês ela é maior, parece uma mesa, já na italiana é a proa é mais esguia.
Em contrapartida, a superestrutura das FREMM francesas é mais lindo, sem toda essa parafernália de antenas que tem a versão italiana.