A Esquadra cansada: problema com o ‘Marajó’ deixa TROPICALEX sem navio tanque

11
marajo-G27-PWMJ-aspirantex-2015-ml-01-02-15-7 copy
Este ano o “Marajó” completa seu 47º aniversário de incorporação à Esquadra

 

Roberto Lopes

Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa

Vinheta ExclusivoNão durou mais do que três dias a viagem da força-tarefa que zarpou do Rio de Janeiro no domingo passado (07.06) para realizar a Operação TROPICALEX 2015.

De acordo com informações apuradas pelo Poder Naval junto a uma fonte da Esquadra, o navio-tanque Marajó (G20) e a fragata Greenhalgh (F46) precisaram deixar a formação por causa de problemas técnicos. Sem a companhia do navio tanque, a fragata Rademaker (F49) viu-se forçada a entrar no porto de Vitória, para receber óleo combustível.

O imprevisto com o Marajó deixa a frota brasileira, momentaneamente, sem a capacidade de operar em águas azuis de forma autônoma, já que o petroleiro de esquadra Almirante Gastão Motta (G23) se encontra em reparos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).

A recuperação do Gastão Motta – navio de 7.075 toneladas (10.320 carregado) – acontece em ritmo lento, porque o AMRJ perdeu parte da capacidade de mão-de-obra que possuía no passado. A Marinha depende de empresas terceirizadas para concluir certos consertos – e ainda precisa licitar e pagar preços altos para obter os serviços.

 

Alte Gastão Motta
NT Almirante Gastão Motta (G23)

 

Degradação – Em outubro deste ano, o Marajó, de 6.600 toneladas (15.111 carregado), completará seu 47º aniversário de incorporação à Esquadra brasileira.

De acordo com o site NGB (Navios de Guerra Brasileiros), em 1985 e em 1991 ele sofreu modificações técnicas para poder transportar óleo combustível Diesel (MAR-C).

Ano passado, além das operações TROPICALEX e COPA 2014, ele participou da ATLASUR, na área marítima compreendida entre os estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, operando com navios da Argentina, do Uruguai e da África do Sul.

A degradação da capacidade operacional da Esquadra nos últimos 12 meses é visível.

No ano passado, a TROPICALEX, realizada entre os dias 19 e 29 de maio, mobilizou as fragatas União (F45), Niterói (F40), Rademaker (F49) e Greenhalgh (F46), além do navio-tanque Marajó (G27), de dois helicópteros UH12/13, um IH-6B; e dois caças AF-1.

A TROPICALEX exercita as tripulações da Marinha em manobras táticas, manobras de navegação com baixa visibilidade e em canal varrido, trânsito com oposição de submarino, transferência de carga leve, transferência de óleo no mar sob ameaça aérea, e tiro sobre alvo à deriva, alvo rebocado e drone. Também são praticados exercícios de desatracação sob ameaça assimétrica, e atividades de patrulha naval em bacia petrolífera.

rademaker-F49-PWRM-aspirantex-2015-ml-01-02-15-4-bw- copy
A “Rademaker” precisou entrar em Vitória para tomar óleo
Subscribe
Notify of
guest

11 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
_RJ_

Quase sem escoltas, sem navio para operações anfíbias e agora sem navio-tanque…
O ProSuper tá virando um PRO-SACO.

E toda vez que vou escrever PEAMB o corretor ortográfico, sabiamente, troca por PEMBA.

E fala-se tanto em pagar por TOT, mas de que adianta, se o AMRJ já esqueceu de toda a tecnologia que já possuíamos?

Qual seria a alternativa para se substituir o Marajó, a um custo razoável?

daltonl

A marinha canadense recentemente deu baixa nos 2 que ela possuía e irá demorar alguns anos até que os substitutos cheguem. Um deles o HMCS Protecteur ano passado sofreu um incêndio na sala de máquinas enquanto em um exercício com a US Navy e teve que ser rebocado pelo USNS Salvor da US Navy. Devido aos danos, corrosão e idade avançada não havia mais como mante-lo e o mesmo podia ser dito do outro HMCS Preserver, ambos com cerca de 45 anos ! Outro detalhe é que ambos eram “single hull” e as novas normas pedem “double hull” então não… Read more »

a.cancado

Pois é, Marajó, Maranhão, tanto faz, o fato é que o navio está no fim da linha, assim como toda a MB. Quem votou no PT que se penitencie…

Franz A. Neeracher

Mas não foi o “Marajó” que passou recentemente por uma grande reforma am Aratú??

rafael oliveira

Sim, CVN76. De 2008/2011, no AMRJ e em Aratu.

Yluss

Vejam o lado bom, enquanto a situação não ficar muito ruim, ela continuará piorando, pois a falta de seriedade tanto no planejamento irrealista dos almirantes como no descaso político leva para apenas esse caminho, uma pseudo frota capengando…

Enquanto não acontecer do resto da frota parar por quebras ou enquanto não causar um problema maior com a vida de alguém essa situação se arrastará 🙁

Lyw

Off topic:

Futuro UH-15 N-7101 fazendo apresentação na Polônia…

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=0ulRND4VwkA

João Filho

“47º aniversário de incorporação à Esquadra brasileira”
Então estão reclamando do quê???
Haja saco!!!

Silva

Mas o G23 ( sao bernado) o qual o lema diz: levando a esquadra mais longe, está voltando. No término de reparos ele já suspendeu por dois dias ficando fundado 18 horas em frente à escola naval depois suspendeu e chegou a sair da boca da barra a fim de teste de máquinas. Logo o cachorro estará de volta sendo assim o único navio tanque da esquadra brasileira operando totalmente

absalão e. da s. jr

Depois de um grande reparo na Base naval de Aratu e concluído no Arsenal de Marinha como pode acontecer isso? talvez possamos lembrar do mesmo destino das verbas do Ndd Rio de Janeiro e concluir o futuro do Marajó, foi-se o tempo em que os militares gestores cobravam o resultado dos pagamentos as firmas terceirizadas, preocupado com as unidades e não com seu supostos amigo e fornecedores para manter seu cargo e um pré suposto emprego no futuro.

Marcelo Luiz martins

Uma vergonha!!!! servi nesse navio em 91 e esse navio já era velho dormia no chão quente . Isso a marinha não mostra .são navios velhos que vivem pegando fogo .se gasta uma fortuna de tinta pra manter aparência dessas latas velhas.e ainda arrisca a vida do pessoal mandando esses museus pro mar.