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Roberto Lopes

Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa

Os conceitos de patrulha oceânica estarão mudando?

Ou são apenas as circunstâncias vividas por determinadas marinhas que forçam a busca por um patrulheiro capaz de enfrentar ameaças específicas?

Depois dos chefes navais argentinos, que estão solicitando à indústria naval chinesa um navio-patrulha de águas azuis com sonar rebocado e armas antissubmarino, também os almirantes portugueses pediram a seus projetistas uma nova classe de navio-patrulha oceânico, de 1.870 toneladas – derivado da classe Viana do Castelo (de 1.750 toneladas) –, dotado de trilhos para minas de combate a submarinos.

Os casos de Argentina e de Portugal são, contudo, bem diferentes.

Os militares sul-americanos dispõem de corvetas francesas bastante antiquadas, que já não são páreo para os submersíveis de ataque modernos. Nessa situação eles enxergam que um navio-patrulha dotado somente de canhão e metralhadoras faria mais sentido na flotilha de sua Guarda Costeira (Prefectura Naval). Um barco desse gênero na Flota de Mar precisaria ter uma função mais… combatente, digamos assim.

Os chineses oferecem ao governo Cristina Kirchner a embarcação do tipo P-18N – derivada de uma corveta fortemente artilhada –, cujos sensores e sistemas de armas podem incluir (por um acréscimo no preço, é claro) equipamentos de rastreamento e de guerra ASW.

Minas – A conjuntura vivida pelos portugueses é outra: dos alertas contra as incursões de submarinos russos que estão se tornando cada vez mais frequentes em águas da Europa Ocidental.

Os dois patrulheiros oceânicos da classe Viana do Castelo – fabricados pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo – que já compõem a flotilha de barcos-patrulha da Marinha de Portugal, possuem apenas um canhão de 30mm.

As embarcações da nova série de patrulheiros oceânicos portugueses serão equipadas com uma estação de operação remota Marlin WS fabricada pela Oto Melara, que irá controlar um canhão Orbital ATK Mk.44 Bushmaster, de 30 mm, além de receber suportes para metralhadoras pesadas e trilhos para as minas Mk.55 Mk.2.

Os dois navios custarão 77 milhões de Euros – o equivalente a 86,5 milhões de dólares (ou 300,7 milhões de Reais) – e começarão a ser entregues no início de 2018.

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