Futuro NPa Maracanã atracado junto à Oficina de Submarinos do AMRJ, em janeiro deste ano – Foto Renan Nunes

Materiais visam garantir iluminação provisória a bordo, condições de acesso, permanência e circulação de pessoal, além de segurança quanto a possíveis alagamentos durante a construção do navio

Na última sexta-feira, 25 de maio, foi publicado no Diário Oficial da União um aviso de licitação de aquisição de materiais para segurança e apoio à construção do navio-patrulha de 500 toneladas, futuro Maracanã, por meio de pregão eletrônico. Segundo o aviso, a entrega das propostas começou às 8h30 da própria sexta-feira, no site comprasnet do Governo Federal, e a abertura das propostas será em 7 de junho. A licitação é realizada pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).

Conforme informações do comprasnet, deverão ser adquiridas quarenta mangueiras de borracha de 7mm de diâmetro, 15 luminárias, cem metros de cabo elétrico isolado com seção nominal de 25mm2,  mil metros de cabo elétrico isolado com seção nominal de 4mm2, duas bombas submersas, peças e acessórios, 30 mangotes flexíveis e quatro exaustores.

Abaixo, trecho do Anexo I do Edital (informação aberta ao público) sobre a justificativa para aquisição:

O material a ser adquirido se destina a garantir a iluminação provisória a bordo, a habitabilidade, e a segurança quanto a possíveis alagamentos durante a construção do navio. O quantitativo destes itens é o mínimo possível e foi definido considerando-se a necessidade de ligação de um ventilador e um exaustor atendendo os compartimentos de vante do navio e um
ventilador e um exaustor atendendo os compartimentos de ré do navio. Também devem ser adquiridos equipamentos destinados a iluminação provisória, uma vez que o navio se encontra em construção com todos os sistemas incompletos e inoperantes. A quantidade de pontos de luz foi definida de modo a garantir iluminação nos principais compartimentos do navio. O quantitativo de mangueiras de esgoto foi definido para atender a utilização de duas bombas submersíveis. Outros itens a serem adquiridos se referem a materiais destinados a ventilação/exaustão para possibilitar condições ambientais razoáveis de acesso, permanência e circulação do pessoal no interior do navio. (…)  Também devem ser adquiridos equipamentos destinados ao esgotamento em emergência, uma vez que o navio se encontra em construção com todos os sistemas incompletos e inoperantes. A quantidade de bombas especificadas para garantir o esgotamento do navio em
caso de alagamento foi definida de modo que uma atenda a metade de vante e outra atenda a metade de ré do navio, além da possibilidade de se houver avaria em uma das bombas, o navio não fique desguarnecido.

Para saber mais detalhes nas publicações originais, clique nos links acima. Para ver matérias anteriores publicadas sobre a construção do futuro NPa Maracanã, cujas obras no estaleiro EISA foram interrompidas e o navio inacabado transportado ao AMRJ, assim como matérias sobre a classe “Macaé” de navios-patrulha de 500 toneladas, clique nos links abaixo.

Em primeiro plano, o navio-patrulha Macaé, líder da classe à qual pertencerá, quando incorporado, o futuro NPa Maracanã, visto ao fundo – foto Renan Nunes

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Luiz Campos

Quantos anos “tentando” construir um naviozinho de 500 Ton. Somos um fracasso mesmo.

Ivan BC

Não querendo ser chato ou pessimista, mas concordo com você kkkk
Fazer algo no Brasil é uma batalha…
De qualquer forma é bom ver a Marinha construindo e terminando esse navio, espero que os próximos 20 venham logo para serem espalhados pelo litoral, espero que os primeiros sejam enviados para a fronteira da Argentina para tentar caçar a frota de pescadores ilegais da China no nosso litoral.
Bom domingo a todos!

Ivan BC

Fernando “Nunão” De Martini 27 de Maio de 2018 at 13:46
Verdade! Boa ponderação…

jodreski

Se me permitem a palavra eu acredito que o estaleiros brasileiros ainda não estão consolidados o suficiente para serem contratados para importantes projetos da MB. Vide o caso da EISA e os longos atrasos de outros meios de superfície. Os motivos são variados: desde falta de mão de obra especializada, saúde financeira dos próprios estaleiros e instalações não adequadas, vale lembrar que a MB, assim como grande parte dos órgãos públicos deste país, tem como costume atrasar os repasses programados (não por culpa da mesma, mas pq não é incomum as verbas da defesa serem contingenciadas pelo Gov. Federal), sendo… Read more »

Campos339

Fracasso é o nosso poder político. De resto nossas Forças Armadas fazem o que podem com o que o nosso poder político que lhes entregam. Questão de gestão, projetos e outros são muito bem condizidos pelas Forças.

Maugusto33

Campos você realmente acha que a MB está conduzindo muito bem esse projeto ?

Quem selecionou estaleiros que não conseguem terminar os navios ?

José Carlos David

É decepcionante. Enquanto a China constrói porta-aviões, fragatas e submarinos nucleares, estamos patinando na construção de um naviozinho patrulha…é pra chorar!

Ivan BC

Como o Nunão disse logo acima, a coisa não é bem assim…estamos construindo 4 submarinos modernos, um outro nuclear, e querendo ou não conseguimos 1 porta-helicópteros e 1 navio multipropósito em questão de 2-3 anos. Enfim, as coisas estão acontecendo.

Mk48

Ivan, Boa tarde.

Acho que uma coisa não justifica a outra. É uma vergonha sim, na minha modesta opinião, essa novela para construir um patrulha de 500ton, mesmo considerando todos os percalços ocorridos.

Robsonmkt

Se uma coisa não justifica a outra, de igual modo, uma coisa não anula a outra. É motivo de orgulho, sim, na minha modesta opinião, conseguirmos tocar um projeto de tal complexidade e magnitude que são submarinos da classe Scorpene.
Nenhuma das duas serve de paradigma para definir o que nosso somos como nação, mas dá pistas do que somos capazes de fazer, para bem e para mal.

mf

Este é o quarto da classe, outros 3 já tinham sido entregues, creio

Mauricio R.

Enfim é o que há pra hoje e de maneira alguma é algo assim excepcional.
Muito pelo contrário.

Alfredo CS

__________

COMENTÁRIO APAGADO. MANTENHAM-SE NO TEMA SEM USAR O ESPAÇO COMO PALANQUE PARA AS BRIGAS DA POLÍTICA INTERNA BRASILEIRA, O QUE JÁ POLUIU AS DISCUSSÕES DE OUTRAS MATÉRIAS. LEIAM AS REGRAS DO BLOG:

http://www.naval.com.br/blog/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

AVISO AO COMENTARISTA ALFREDO CS: CADASTRE-SE COM UM E-MAIL VÁLIDO OU SERÁ BLOQUEADO.

Alfredo CS

Mensagem entendida, porem, as vezes, a indignaçao fala mais alto.

Nilson

O teor da licitação deixa patente o quanto é burocrático, lento e trabalhoso construir no Arsenal. Para esses simples itens a serem adquiridos, necessidade de um processo licitatório, que envolve redação de diversas peças processuais, especificação detalhada dos itens, cotações prévias de preço para estabelecer o valor base da licitação, prazo para licitantes, pregão, possibilidade de recursos, possibilidade de má qualidade do produto caso a especificação não tenha sido muito bem feita, e por aí vai. Imagine quando começarem as compras para a construção em si… Se fosse no estaleiro contratado (como estava sendo antes de quebrar), ele próprio compraria… Read more »

Marcos10

Realmente o Brasil é um paradoxo. A China também.
Enquanto nós, país capitalista, vivemos do socialismo tupiniquim, os chineses, país comunistas, prática o capitalismo. Ou como eles dizem, socialismo chinês.
Sob a ótica acima, o capitalismo é um fracasso e o socialismo é o bem aventurado mecanismo para salvar países do buraco.
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COMENTÁRIO EDITADO. MANTENHAM-SE NO TEMA PARA A DISCUSSÃO NÃO DESCAMBAR PARA A BRIGA POLÍTICA-IDEOLÓGICA. LEIAM AS REGRAS DO BLOG.

http://www.naval.com.br/blog/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

J MOURA

o que aconteceu ao Miramar?

Nilson

É mais um esqueleto no gigantesco armário de obras inacabadas espalhadas pelo país. Tomara que a Marinha possa dar alguma utilidade ao casco inacabado, mas se estiver muito atrasado e estragado/enferrujado, talvez seja melhor largar pra lá…

Luiz Campos

Realmente somos um paradoxo. Fazemos o mais e não conseguimos fazer o menos. Isso me deixa preocupado com o futuro desses projetos.

Top Gun Sea

NPa Maracanã é como roupa na boca da vaca “se puxar rasga e se deixar a vaca engole” os custos do não cumprimento do contrato do estaleiro Eisa continua só aumentando, além do custo exorbitante de quase 2,5 milhões de reais com seu translado, custo esse que poderia comprar vários equipamentos para sua montagem final ainda vai se juntar a ele mais esse custo com equipamentos corriqueiros mas essenciais à execução das obras para finalizar a embarcação. Como sempre o contribuinte vai pagar toda essas contas, mas é um mal necessário por várias razões pois, ainda vale a pena tirar… Read more »

Luiz Campos

Não existe uma saída legal para terminar os navios no próprio EISA mesmo falido, sem necessidade de transportar os cascos? Acredito que os equipamentos e ferramentas ainda estão disponíveis dentro do estaleiro, faltando a mão de obra que poderia ser contratada ou transferida do AMRJ.

Nilson

Esse é mais um caso dos projetos que são paralisados para serem substituídos por um projeto “improved” que demora demais. A licitação dos 4 Maracanã foi em 2008. Justifica-se o tempo perdido nesse contrato porque houve a quebra do estaleiro, etc, etc. Mas não entendo porque tudo ficou parado, esperando o projeto 500Br. Se nesse meio tempo tivesse feito uma nova licitação para mais 4 patrulheiros 500 (projeto Macaé, esse do Maracanã) talvez já estivessem quase prontos. A licitação seria mais simples, só repetir os passos da que foi vencida pelo EISA. Mas imagino que, quando foi falado que haveria… Read more »

Nilson

Aproveitando para ilustrar a normal demora nos processos licitatórios (1 ano não é anormal, em assuntos de milhões), temos que a licitação foi lançada em agosto de 2008, e o contrato foi firmado em setembro de 2009: http://www.naval.com.br/blog/2008/08/18/dem-abre-licitacao-para-quatro-nos-napas/ . Mas, retornando ao meu ponto de vista, se a situação se degringolou em 2014/2015, já se vão 3 anos e pouco mais, nesses 3 anos já poderia ter sido feita nova licitação. A meu ver deveria ter sido feita de imediato após a configuração da quebra, para recuperar o atraso no planejamento inicial. A existência de um processo inacabado não impede… Read more »

Nilson

E assim vamos ficando sem navios patrulha, sem esquadra, etc etc. Para tudo, falta recurso. Fiquemos assim então: já que não teve outro jeito, melhor ficarmos apenas com os submarinos, pelo menos eles estão contratados.

Carlos Alberto Soares

1) A MB deveria ter proposto ao INACE terminar todos, dentro da Lei ou por outros meios legais. 2) Em dique seco grande parte dessa compra seria desnecessária, portanto o custo da construção já aumentou mais uma vez. 3) Condutores se vendem por metro linear, há algo errado nessa TP. 4) A AGU e o MPF deveriam cair em cima dos Efromovich , não é a primeira vez que eles aprontam. “Germán Efromovich é um empresário de múltiplas nacionalidades: boliviano de nascimento, é também polonês por iure sanguinis, além de colombiano e brasileiro, por naturalização. É o principal acionista e… Read more »

Mauricio R.

O INACE não é assim tão mais “limpinho” que o EISA.

Luiz Floriano Alves

Esta é a burcracia do serviço publico brasileiro. Em principio, visa coibir abusos e bandalheiras. Mas ao criar dificuldades cria os facilitadores que vão colocar seus propinodutos a sugar recursos até a obra ficar pronta ou inacabada, por atingir custos astronomicos. Neste caso, dos patrulhas 500, deveriamos ter contratado um estaleiro de renome e competencia e colocado o pedido para fabricação em série, de todos os barcos previstos. Ganhariamos no prazo de execução, na confiabilidade e no custo da economia de escala. Quiseram “ajudar” alguns estaleiros que já não iam bem, e deu no que deu. Agora, na burocracia do… Read more »

Nilson

Realmente, já se foram 9 anos desde o contrato. Só faltam 5 para empatar com a Barroso…

EduardoSP

Se a compra de mangueirinha, cabo elétrico e luminária já dá esse trabalhão todo, esse napaco vai levar uns 4 anos para ficar pronto.

willhorv

Alguém lembra qual era a pretenção da Marinha em termos de unidades a construir destes NPa500? Que supririam a demanda para patrulhar, proteger recursos e salvaguardar as costas Brasileiras…. Só para constar….somos um país com 17 estados com vista para o mar….agregados em 9 distritos navais….condensados em 5 áreas de busca e salvamento. Temos nada de nada para cumprir o que se deveria!! Pois é…o mínimo não está sendo feito….o que nem é tão caro quando se fala de uma marinha, pois estamos falando de barcos de patrulha….sem nenhum eie eie eie. É difícil acreditar neste país dos Gerson’s e… Read more »

Carlos Alberto Soares

Fernando “Nunão” De Martini 27 de Maio de 2018 at 20:50 1) Tenha mais calma, meu comentário não foi jocoso e nem ofensivo. Não tenho como “advinhar” informação não divulgada-omitida, mesmo involuntariamente. 2) Não me referi somente á uma nau e sim a todas encomendadas ao EISA. Qual valor total estimado dessa TP ? Dique seco faz muita diferença. Em uma TP internacional e com pagamento “garantido” nos vencimentos os preços despencam. Não é o INACE ? Há outros. 3) Fui fornecedor do setor naval, da MB e da M Mercante, ninguém cumpri prazo de pagamento, ninguém, sem exceção e… Read more »

Gustavo Romko

Por gentileza, alguém saberia informar o grau de disponibilidade dos Navios Patrulha da MB? Sabemos da situação crítica das escoltas, mas e dos Patrulhas. Em uma breve pesquisa encontrei os seguintes dados: 28 Navios no total, divididos nas seguintes classes: Amazonas – 3 navios – 1700 ton – incorporação a partir de 2012, Bracuí – 6 navios – 600 ton – incorporação a partir de 1970, Macaé – 2 navios – 500 ton – incorporação a partir de 1998, Grajaú – 12 navios – 217 ton – incorporação a partir de 1999, Piratini – 5 navios – 146 ton –… Read more »

Dalton

Nunão, Acho que na conta do Gustavo entraram os que foram convertidos para Navios
Hidrográficos…o “Taurus” por exemplo…mas é só como curiosidade mesmo, porque,
apenas 4 foram convertidos de navios varredores para patrulheiros.

Dalton

Novamente…parabéns pela “lista” Nunão!

JagderBand44

O perfil do Maracanã parece com o de um pesqueiro.
Ótima solução para camuflagem.
=D

Luiz Floriano Alves

Nunão
Obrigado por sua abalizada participação. Mas falir com a carteira repleta de pedidos não é indicio de que o emprendimento seja bem administrado. Ou vendeu mal, ou assumiu compromissos que não podia atender. Acho lamentável a atual situação dos nossos estaleiros. Temos uma capaciadade enorme, mão de obra qualificada e o setor vai mal a ponto de termos que rcorrer ao exterior para o programa das corvetas Tamandaré.

RLB

Nosso problema é que além de incompetência, tivemos um sucateamento das nossas forças armadas por um Governo que teve em suas essência, líderes ligados sempre a outros governos ditadores no qual a estratégia era desarmar o Brasil pois os mesmos ex-governantes sempre tiveram medo dos militares do nosso país por causa de suas histórias de vidas a qual já foram presos e fichados.

Camargoer

Caro RLB. Não sei qual administração você está criticando, portanto é bem difícil argumentar qualquer coisa. Um bom caminho é fazer um levantamento dos orçamentos militares sob cada administração ou se preferir, fazer uma lista dos programas militares que foram conduzidos sob a administração de cada presidente. Acho que isso seria uma grande contribuição ao debate. O debate neste blog é bastante profundo. A maioria dos comentários são baseados em documentos, artigos e teses, na experiência profissional de militares e civis, além de informações dadas por pessoas do alto escalão militar e civil. O trabalho para levantar dados verdadeiros, checagem,… Read more »